sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano Novo

 

happy new year

Outro dia eu estava escutando uma música e pensei que ela seria ótima para um mensagem de Ano Novo. Assim, com as palavras de Steven Tyler, em Dream on:

Sing with me
Sing for the years
Sing for the laughter
And sing for the tears
Sing with me
It’s just for today
Cause maybe tomorrow
The good Lord will take it away

DREAM ON
DREAM ON
DREAM UNTIL YOUR DREAMS COME TRUE!

Por isso, em 2011, aproveite cada momento, permita-se sentir todas as sensações, boas, sobretudo, mas também ruins, porque a vida é um aprendizado, e tudo por que passamos só nos fortalece. Persiga seus sonhos, e nunca os perca de vista, mas viva o agora. Aproveite tudo, simplesmente tudo, porque nada é tão belo, nada é mais urgente do que este momento. Então

ano novo

Boas leituras e até o ano que vem!

new year bear

Beijos!

Fernanda

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Balanço 2010

 

Murruga Fim de ano, e chega a hora de fazer o que todo mundo faz: um balanço. Mas não esperem que eu vá fazer um balanço da minha vida, porque em primeiro lugar, isso não é diário, e depois porque acho que isso não interessa ninguém. Já que escrevo sobre livros em geral, vou fazer um balanço do que li.

No total, foram 38 livros, nada mal, considerando-se que eu comecei faculdade esse ano, e também tive mais horas no trabalho, o que torna difícil ler mais. Ainda assim, um bom número, e que eu me orgulho de estar bem acima da média nacional (vergonhosos 2 livros por ano). As resenhas a mais foram de livros que eu já li tantas vezes que conheço quase de cor.

Então vamos ao que mais me surpreendeu. Em primeiríssimo lugar, A Sombra do Vento. Pra ser sincera, eu nem tinha intenção de ler esse livro, mas minha irmã pegou na biblioteca e me mostrou um trechinho, e foi o suficiente para eu me apaixonar irrevogavelmente pelo livro. Sua atmosfera sobrenatural, e uma trama envolvente me viciaram, era difícil largar. Recomendadíssimo para todo mundo.

Outra surpresa muito bem-vinda foi a descoberta da coleção Percy Jackson e os Olimpianos. Como pottermaníaca que sou, estava mesmo sentindo falta de uma história que me levasse de novo a um mundo mágico. Percy faz isso. Não se compara, claro, mas com certeza aquece o coração de quem ficou meio órfão depois da publicação de As Relíquias da Morte.

Ziggy

Outro livro que me despertou uma paixão imensa foi A menina que roubava livros, outro que eu não tinha muito interesse. Mas que me pegou de jeito, especialmente pela narrativa diferente, e o ponto de vista da Morte, a sagaz narradora. E Markus Zusak faz com que ela nos pareça familiar, uma velha amiga que chega pra botar o papo em dia. Um relato comovente da II Guerra Mundial.

Também destaco a trilogia Millenium, uma saga de espionagem e suspense muito bem escrita e viciante. E que rendeu, pelo menos, um filme maravilhoso. Dá para entender porque fez tanto sucesso mundo afora. E me parece que vão lançar o quarto volume, que Stieg Larsson deixou quase pronto antes de morrer.

E ainda A mão esquerda de Deus, de Paul Hoffman (não confunda com Dexter. Essa é outra coleção, que eu também quero ler). Foi outro livro que me prendeu bastante. Quando vi, já estava totalmente envolvida pela vida dos três meninos que escaparam do Santuário de Shotover. E um clássico que eu amei de paixão foi O retrato de Dorian Gray. Que delícia acompanhar as maldades de Dorian (e como eu quero ver Ben Barnes mau até a alma!). E a trilogia de Tinta, da Cornelia Funke, uma fantasia deliciosa.

Mas aí vai a lista completa:

Li:

  • The Pillars of the Earth
  • Marcada
  • Betrayed
  • Chosen
  • A menina que roubava livros
  • Vampire Diaries: The struggle
  • Vampire Diaries: The awakening
  • O ladrão de raios
  • A dança da floresta
  • A conspiração franciscana
  • Mar de Monstros
  • O retrato de Dorian Gray
  • Ilíada (tá, esse eu ainda não acabei, mas conta)
  • A maldição de Titã
  • The battle of the labyrinth
  • Bento
  • The girl with the dragon tattoo
  • The girl who played with fire
  • The girl who kicked the hornet’s nest
  • O último olimpiano
  • A mão esquerda de Deus
  • A Sombra do Vento
  • Vampire Diaries: The fury + Dark reunion
  • Histórias extraordinárias
  • Coração de Tinta
  • Sangue de Tinta
  • Morte de Tinta
  • Os Contos de Beedle, o Bardo
  • Formaturas Infernais
  • O último templário

Reli:

  • O incêndio de Tróia
  • O rei do Inverno
  • O inimigo de Deus
  • Excalibur
  • A história sem fim
  • The last kingdom
  • Stardust

E eu não poderia deixar de mencionar, apesar de não ter nada a ver com livros, mas tive a felicidade de ver minha banda favorita (claro, uma das) ao vivo, num show espetacular. Estou falando do Bon Jovi, claro, num show que vai ficar na memória.

Por hoje é só. Beijos, e aguardem que ano que vem tem mais (ainda não vou desejar bom Ano Novo, porque vou fazer mais um post amanhã).

Poi

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Formaturas Infernais

 

Formaturas infernais Nesta emocionante coleção de contos de terror, as autoras best seller Meg Cabot (O Diário da Princesa), Stephenie Meyer (Crepúsculo), Kim Harrison, Michele Jaffe e Lauren Myracle se reuniram para mostrar que a formatura pode ser um evento muito mais aterrorizante do que se pensa. Problemas no guarda-roupa e um par que dança mal não são nada comparados a descobrir que você está dançando com a Morte – e que ela não está ali para elogiar seu vestido.

De problemas com vampiros até uma batalha entre anjos e demônios, estas cinco histórias vão divertir você mais que qualquer DJ em um terno brega. Nada de limusine ou vestido de gala: só uma grande dose de diversão assustadora.

Comecei a ler este livro bem descompromissadamente, não esperando muita coisa. Mas não é que li bem rápido (3 dias, isso porque eu enrolei um pouquinho) e gostei. Muito. São cinco contos, nada aterrorizantes, aliás, a despeito do que diz na sinopse, mas muito gostosos de se ler.

Os melhores, na minha opinião, foram Madison Avery e a Morte, de Kim Harrison e O buquê (este sim, com um pouco mais de terror), de Lauren Myracle, apesar de que todos são muito bacanas. Salada mista, de Michele Jaffe, também é legal, meio confuso, mas é uma história de tirar o fôlego, com muitas reviravoltas, e que prende a gente até o fim.

A filha da exterminadora, de Meg Cabot, apesar de legal, eu achei o mais fraquinho. E Inferno na Terra, de Stephenie Meyer, começa bem interessante, mas depois fica meio meloso, mas ainda assim é delicioso.

Uma coisa que me deixou um pouco pra baixo neles é que, com exceção de Inferno na Terra, todos têm o fim aberto, e eu queria continuar a história. Afinal, Mary consegue matar o vampiro que transformou sua mãe? Que tipo de ser é Miranda? E Madison, como se saiu como “anjo da morte”? Aliás, este conto me lembrou muito Dead Like Me, aquela série sobre o cotidiano de um grupo de ceifadores, recheada de humor negro e que eu adoro.

Enfim, apesar do clima adolescente, uma boa diversão para quem gosta de fantasia sobrenatural.

Trilha sonora

Nightwish, Within Temptation e Linkin Park caem bem.

Se você gostou de Formaturas Infernais., pode gostar também de:

  • saga Crepúsculo – Stephenie Meyer
  • coleção A Mediadora – Meg Cabot
  • coleção House of Night – P. C. e Kristin Cast
  • coleção Vampire Academy – Richelle Mead
  • Vampire Diaries – L. J. Smith
  • A menina que roubava livros – Marcus Zusak

E também recomendo, como já mencionei, Dead Like Me, que além da série de TV, tem também um filme, que eu ainda não assisti, mas que deve ser tão bom quanto. E também Pushing Daisies.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O Último Reino

 

the last kingdom "O Último Reino" é o primeiro romance de uma série que contará a história de Alfredo, o Grande, e seus descendentes. Aqui, Cornwell reconstrói a saga do monarca que livrou o território britânico da fúria dos vikings. Pelos olhos do órfão Uthred, que aos 9 anos se tornou escravo dos guerreiros no norte, surge uma história de lealdades divididas, amor relutante e heroísmo desesperado. Nascido na aristocracia da Nortúmbria no século IX, Uthred é capturado e adotado por um dinamarquês. Nas gélidas planícies do norte, ele aprende o modo de vida viking. No entanto, seu destino está indissoluvelmente ligado a Alfred, rei de Wessex, e às lutas entre ingleses e dinamarqueses e entre cristãos e pagãos. "O Último Reino" não se resume a cenas de batalhas bem escritas e reviravoltas cheias de ação e suspense. O livro apresenta os elementos que consagraram Cornwell: história e aventura na dose exata. Uma fábula sobre guerra e heroísmo que encanta do início ao fim.

 

Foi muito interessante ler este livro logo após As Crônicas de Artur. Não que seja uma continuação, longe disso, mas essa é contada pelos saxões, que, depois de Artur os ter conseguido um acordo pela Britânia, aos poucos dominam os bretões. Esta história se passa aproximadamente 400 anos depois, e os saxões, agora chamados ingleses, dominam a Inglaterra.

Isso até a chegada dos dinamarqueses, também conhecidos como vikings. Neste primeiro volume, eles têm o domínio quase completo da ilha, e os ingleses começam a formar uma resistência, liderada pelo rei Alfredo. Isso tudo é narrado a partir do ponto de vista de Uthred de Bebbanburg, um saxão que é feito escravo pelos vikings e cresce em meio aos pagãos, adorando Odin, Thor e companhia.

Uthred é um homem dividido. entre dois mundos: o dos selvagens pagãos, que ele adora, ou seu próprio povo, os ingleses, que são cristãos e buscam reconquistar seu território. Uthred é pagão, e se vê confrontado com a responsabilidade de recuperar suas terras, na Nortúmbria (norte da Inglaterra), usurpada por seu tio. Ele cresce em meio aos dinamarqueses, como sendo da família, e até chega a amá-los mais do que sua própria família, e se torna um guerreiro. E seu sonho é recuperar Bebbanburg.

Uthred é um guerreiro selvagem e um líder nato. Em pouco tempo, ele reconquista os ingleses, após retornar para seu povo, e é respeitado por outros guerreiros,e o pior é que ele sabe que é bom. O cara se acha o melhor de todos os guerreiros, mas ao contrário de sua arrogância ser irritante, acho engraçada. Despreza os cristãos e tem a língua afiada, sempre pronta a jogar insultos a seus superiores. Ele é inteligente e perceptivo, sendo que temo dom de ver através das pessoas. Também é ambicioso e determinado, não medindo esforços para conseguir seus objetivos. Mas acho que lhe falta um pouco do humor de Derfel, e mesmo o carisma deste.

Companheira dele é Brida, uma menina inglesa que também é capturada, depois dele, e que se dá muito bem entre os dinamarqueses. Ela é moleca, quase como um guerreiro, e também tem a língua afiada e adora chocar os cristãos que encontra. Acho que posso afirmar que ela é uma espécie de feminista.

Destaco também, no lado dos dinamarqueses, Ragnar, o pai adotivo de Uthred. Esse sim é bem humorado. Leva a vida guerreando e bebendo. Tudo para ele é festa, mas quando chega a hora de punir seus inferiores ou quando se trata de seus inimigos é implacável.

Alfred, por outro lado, não tem muito espírito de liderança, mas é inteligente, culto e enxerga longe. É absurdamente carola, o que não o impede de traçar as empregadas de vez em quando. Não faz nada sem o conselho de uma dúzia de padres. E isso também não o impede de tomar o trono de forma um tanto duvidosa. Ainda acho ele um tanto fraco, mas talvez isso seja somente no primeiro volume, que afinal, se passa, na maior parte, em, meio aos dinamarqueses. Vamos ver como ele aparece nos outros livros, afinal, não acho que ele seja conhecido como Alfredo, o Grande à toa.

Outra coisa interessante é ver o amor que os dinamarqueses demonstram por seus barcos. Eles preferem morrer a ver um de seus preciosos navios afundar. E é isso que vai ser sua queda, no final: orgulho.

Outra coisa que gostei muito foi descobrir um pouco mais sobre a religião nórdica. E como ela tem elementos parecidos com a mitologia grega, como por exemplo as três fiandeiras da vida, como as Parcas. Falo mais sobre isso daqui a pouco.

Como sempre, o livro é bem realista, e as batalhas são descritas em pormenores, até os mais sangrentos, em uma narrativa envolvente e bem conduzida. Não dá para perder.

Trilha sonora

Não consigo pensar em nada mais além de alguma música com os tambores bem retumbantes e ritmados, como antes da guerra.

Curiosidade

A mitologia nórdica é na realidade um conjunto de crenças e superstições, basicamente predominantes em áreas rurais, em alguns lugares, até hoje. A base de tudo é a família, e a prosperidade e fertilidade, e não há dogmas e a religiosidade se manifesta através de atos e festividades, dedicadas a este ou aquele deus. Ignorava o suicídio, o desespero e a dúvida. Pode-se dizer que era uma religião de vida. É uma mitologia complexa e tem diversos planos e como tem origem indo-européia, tem semelhanças com a mitologia grega e romana, como eu mencionei antes. Para saber mais: Mitologia nórdica

Se você gostou de O último reino, pode gostar também de:

  • As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell
  • Trilogia do Graal – Bernard Cornwell

sábado, 25 de dezembro de 2010

Os Contos de Beedle , o Bardo

 

Beedle o Bardo Os contos de Beedle, o Bardo são cinco histórias de fadas diferentes entre si. Cada uma delas é dotada de um caráter mágico próprio e proporcionarão, a seu turno, prazer, riso e a emoção do perigo mortal.
Trouxas e bruxos vão apreciar os comentários de autoria do professor Alvo Dumbledore, nos quais ele reflete sobre a moral ilustrada pelos contos e dá breves notícias sobre a vida em Hogwarts.
Um volume singularmente mágico, ilustrado pela autora, J.K. Rowling, e que ficará guardado na lembrança por muitos anos.

Como é dia de Natal, resolvi ler uma coisa mais light, e já fazia algum tempo que este livro estava na minha estante, então resolvi ler, para dar uma alegrada no espírito. Não, não estou deprimida, como é comum a muita gente nessa época, mas o dia pede isso. E, em poucas horas, eu terminei.

O Conto dos Três Irmãos já é nosso conhecido, devido à belíssima representação dele em As relíquias da morte – parte 1, mas nem por isso deixa de ser uma delícia ler o conto. E os outros também

Você pode se perguntar: “Isso é para alegrar? Esse contos falam de morte e sofrimento!”, mas sendo da Godess Rowling, sempre é uma alegria para mim, além de um conforto, já que talvez não tenhamos mais Harry Potter (apesar de haver rumores de que nossa querida deusa estaria aprontando mais alguma surpresa do universo potteriano. Dedinhos cruzados!).

Apesar de os contos serem encantadores – sim, apesar de falar de morte e tal, eles sempre têm uma lição de moral para os bruxos, claro – o que eu achei mais legal foram os comentários de Alvo Dumbledore em relação a cada um deles. E esta aí uma das razões para eu chamar Rowling de Godess: seu gênio em criar de forma convincente este mundo maravilhoso. Ao ler, temos a impressão de que o mestre Dumbledore está realmente conversando com a gente. Há diversas observações dele, além dos comentários, e as feitas por Rowling são como se ela conhecesse Dumbledore pessoalmente (quer dizer, como se ele existisse mesmo). E, para dar um ar de mais autenticidade ainda, o detalhe de ser a versão traduzida por Hermione Granger, a partir das runas originais. É por esses pequenos detalhes que Rowling é uma escritora genial.

De todos os contos, meus preferidos são O Conto dos Três Irmãos e A Fonte da Sorte, mas todos eles são um deleite e a gente não consegue largar até acabar o livro. Como eles são curtinhos, dá pra ler rapidinho.

E se não bastasse isso, ela ainda ajuda crianças necessitadas, salvou Evanna Lynch (a Luna Lovegood em pessoa) da anorexia, e ainda acha tempo para ilustrar o livro, com desenhos maravilhosos. É ou não é Godess?

Se você gostou de Os Contos de Beedle, o Bardo, pode gostar de:

  • coleção Harry Potter – J. K. Rowling
  • Quadribol através dos séculos – J. K. Rowling
  • Animais fantásticos e onde habitam – J. K. Rowling

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal

 

Eu sei que não é muito original, mas essa musiquinha marcou a minha infância, com um comercial do Banco Nacional, onde um menino saía de noite e ia para o celeiro e fazia um coral de bichinhos. Era super fofa. Sem mais demora, aí vão os meus desejos de Natal:

natal

marie natal                                 pooh natal

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pushing Daisies

 

pushing daisies 2 A primeira coisa que eu fiz nas férias foi matar a saudade de uma das minhas séries preferidas, Pushing Daisies. É realmente uma pena que ela tenha sido curta.

Comprei a primeira temporada outro dia, e, assim que cheguei em casa, já pus no DVD pra assistir. Para quem não sabe, ela conta as desventuras de Ned, um fazedor de tortas com um dom peculiar: com um toque ele pode trazer à vida aqueles que já foram desta para melhor, o que rendeu o nome infeliz “Um toque de vida” em português. Digo infeliz porque o dom de Ned tem uma pegadinha: o felizardo que é tocado por Ned só pode viver por um minuto, ou alguém tem que morrer no seu lugar. E ainda por cima, se Ned tocar esse ser (vale tanto para pessoas, como animais e vegetais) uma segunda vez, é morte de novo, desta vez definitiva.

Esse pequeno dom de Ned vem bem a calhar para Emerson Cod, um investigador particular que usa o toquinho de Ned para resolver seus casos, e, claro, ganhar mais dinheiro. E é num desses casos que o destino prega uma piada cruel em Ned: sua amada de infância, Chuck, morre, e ele a traz de volta.

Com essa premissa no mínimo criativa, Pushing Daisies é uma das melhores séries que eu assisti. Como já disse, infelizmente ela teve somente duas temporadas, ambas curtinhas. E além dessa trama central, a série ainda conta com um elenco de primeira e um humor negro refinado. Não é daquelas de se acabar de rir, como Friends (que eu também amo), mas dá pra dar algumas risadas.

E para quem adora cinema, a série ainda conta com várias referências a filmes famosos, como ET, O mágico de Oz, A fantástica fábrica de chocolates, O fabuloso destino de Amélie Poulan e Os pássaros, de Alfred Hitchcock. Mas é preciso ficar atento para perceber, porque algumas delas são bem sutis.

Os cenários são caprichados, as tortas de Ned dão vontade cair de boca (apesar de ele usar frutas com qualidade no mínimo duvidosa) e a série se passa numa época meio indeterminada, o que dá um certo charme à história. E, apesar de torcer sempre por Ned e Chuck, acho que se houvesse uma brecha no seu dom, parte desse charme desapareceria. O legal da série é mesmo esse dilema em que Ned se encontra: a mulher que ele mais ama, e que mais deseja é a única que ele não pode tocar. E assistir aos conflitos que partem daí é parte do atrativo.

Enfim, para quem curte humor negro, Pushing Daisies é um prato cheio. Não consegui assistir a segunda temporada (acho que passou num horário que eu não podia assistir), mas agora que terminei a primeira, não vejo a hora de ver a segunda.

Só para dar um gostinho: Pushing Daisies. E esse trailer mostra bem o estilão da série.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Stardust

 

Stardust O mistério da estrela – Stardust, conta a história do jovem Tristran Thorn, que promete capturar uma estrela cadente para conquistar o coração de sua amada. Para levar a cabo a missão, Tristran tem que atravessar o portal que separa o vilarejo de Muralha, encrostado “num alto afloramento de granito no meio de uma pequena região de floresta”, na Inglaterra vitoriana, da Terra Encantada. Poucos ousam cruzar o portal, exceto durante a Festa da Primavera, que acontece de nove em nove anos. Nessa época, uma grande feira se instala no local e os moradores de Muralha, bem como visitantes de todas as partes do mundo, entram em contato com os seres que habitam o outro lado. Foi o que ocorreu muitos anos antes, quando Dunstan Thorn, o pai de Tristran, cruzou o portal e conheceu uma bela e misteriosa jovem de olhos cor de violeta, a verdadeira mãe de Tristran.
Em sua jornada pela Terra Encantada, Tristran Thorn, que desconhece sua origem, mas tem a força impetuosa dos apaixonados, enfrentará perigos e armadilhas, conhecerá seres fantásticos, que vivem num mundo regido por leis próprias, e precisará de inteligência, coragem e uma boa dose de intuição para realizar o Desejo de seu Coração, ao melhor estilo das narrativas de fantasia. Sua luta, no entanto, revela-se outra ao longo das páginas. E sua saga é temperada pelo bom humor, a ironia e a visão singular do bem e do mal, do certo e do errado, do real e do imaginário, da vida e da morte que caracteriza a obra de Neil Gaiman.

 

Antes de ler o livro, eu assisti o filme, que de tanto que eu gosto, tenho em DVD. E outro dia me deu vontade de ver de novo, o que, lógico, me deu vontade de reler o livro. O que eu fiz em 3 dias. Mas já aviso para quem só viu o filme que ele é muito diferente do livro (falo dele daqui a pouco), mas ambos são igualmente ótimos.

Tristran é um jovem que mora em Wall e é apaixonado por Vistoria Forester. Como todo jovem nessa situação, ele é meio bobo e faz promessas absurdas. No caso dele, é encontrar uma estrela cadente, em troca da qual Victoria promete lhe dar o que quer que ele deseje. Mas não se deixe enganar por essa primeira impressão. Tristran amadurece durante suas viagens, e se torna um homem honrado, com um coração enorme, apesar de ser um tanto teimoso. Mesmo assim, ele ainda é imaturo o suficiente para não perceber o que todo mundo vê antes dele: que seu verdadeiro amor é Yvaine, a tal estrela cadente.

Ela, por sua vez, é uma mulher com temperamento forte e uma língua afiada. Adoro como insultos saem de sua boca com facilidade, apesar de seu jeito de lady. Perceptiva e observadora, ela consegue perceber as coisas muito mais rápido que Tristran. E, como Tristran, seu coração é de ouro.

Mas o que dá gosto mesmo são os vilões. Especialmente Septimus, o herdeiro do trono de Stormhold. Ambicioso, ele não hesita em matar seus irmãos e concorrentes, coisa que é tradição em sua família. É implacável, e seus irmãos sobreviventes morrem de medo dele. Mas admito que ele é melhor no filme.

Depois dele, a bruxa-rainha é quem também está atrás de Yvaine, com o objetivo de obter a juventude eterna. Suas maldades não conhecem limites, e ela não tem piedade de quem fica em seu caminho. Pena que seu fim não é digno dela. É muito sem graça, ela se resigna muito fácil, quando durante todo o livro dá a impressão de que não vai entregar a briga tão facilmente.

Vale ainda destacar Una, a única herdeira de Stormhold. Ela é escravizada por Ditchwater Sal, e oscila entre a forma humana (mais ou menos) e de um pássaro. Astuta, ela está sempre de olho nas armações de sua dona. Apesar de aparentar não se incomodar com sua condição de escrava, ela tem uma rebeldia acumulada, que se manifesta na forma de sedução de Dunstan, pai de Tristran.

Apesar de ser classificado como literatura infanto-juvenil, o livro com certeza vai agradar o público mais adulto também, com sua narrativa envolvente, e às vezes mais ousada. E, talvez por estar no embalo depois de assistir o filme, o ritmo também é bom, e dá para ler bem rápido. Neil Gaiman mistura vários ingredientes e no fim dá certo, e a recompensa é uma fantasia deliciosa.

Filme

stardust filme Gosto igualmente tanto do livro como do filme, e, como já disse, o filme tem várias coisas diferentes do livro. Mas eu acho que em várias passagens o filme é melhor que o livro. De cara, eu sinto falta no livro do Capitão Shakespeare, no filme brilhantemente interpretado por Robert De Niro. E a sacada de fazer o capitão efeminado foi fantástica. Rio muito quando vejo. Também, os fantasmas dos herdeiros de Stormhold são hilários. No livro, eles estão presentes, mas eles não têm a mesma graça. No filme, eles torcem e opinam (sem que os vivos percebam) nos acontecimentos, e seus comentários são impagáveis. Michelle Pfeiffer também dá mais vida à bruxa-rainha, e seu fim no filme é mais condizente com o personagem. Aliás, toda a seqüencia final, na casa das bruxas, é ótima. E, não menos delicioso é ver Mark Strong como Septimus. Ele é ainda mais implacável no filme, e mais astuto. Para quem gosta de fantasia, ou comédia, é uma ótima pedida. E só mais um detalhezinho: quem faz o pai de Tristran novinho é Ben Barnes. Bônus!

Trilha sonora

Uma música que combina bem com a história, é Stars, do Roxette. Também You belong to me, com o Jason Wade, o supertalentoso vocalista do meu amado Lifehouse, Somewhere out there, do Our Lady Peace e You can’t always get what you want, do Rolling Stones.

Se você gostou de Stardust, pode gostar também de:

  • A História Sem Fim – Michael Ende
  • coleção de Tinta – Cornelia Funke
  • Trilogia Fronteiras do Universo – Phillip Pullman
  • O Trílio Negro – Marion Zimmer Bradley
  • coleção Harry Potter – J K Rowling

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Excalibur

 

excalibur Acho que de todos da trilogia, este era o que eu me lembrava melhor. Claro que tinha esquecido muitas coisas, mas algumas realmente me marcaram. Como a batalha do Monte Baddon e a conversão de Derfel ao cristianismo. Não vou entregar como foi, mas com certeza é um fato chocante.

Mas vamos começar pelo começo. Concordo com Derfel, este é o mais sombrio da trilogia. E também acho que é o mais importante. Claro, a traição de Guinevere e Lancelot, tema central da lenda de Artur, está no final do segundo, mas igualmente importante é a vitória em Monte Baddon, quando Artur finalmente expulsa os saxões da Britânia e conquista sua tão sonhada paz, inclusive com a casinha no campo que ele sempre quis.

E é aí, no Monte Baddon, que aparece a razão de eu adorar esta Guinevere. Ela se redime de sua traição e parte para a guerra. Eu me lembrava muito bem dela no Monte, matando saxões. E gosto dela assim. Com certeza, mil vezes melhor que a beata hipócrita das Brumas. Ela tem mais destaque neste livro, o que eu acho fantástico. E, por tentar se redimir e reconquistar Artur, ela está ainda mais determinada e também mais solta, eu diria. E num livro dominado por personagens masculinas, ela brilha.

Mordred finalmente se revela como um verdadeiro soldado, para grande decepção de Artur. Isto porque o desgraçado (palavras de Derfel) toma gosto pela coisa, e parte para um reinado de terror e morte. E ele acaba se revelando um verdadeiro tirano (surpresa!) e encontra uma aliada a sua altura em Argante, a segunda esposa de Artur, a quem ele despreza após Monte Baddon (hell hath no fury…).

E quase me esqueço de outra personagem feminina fundamental: Nimue. Sua loucura finalmente a leva a extremos. Chega a dar raiva. Por outro lado, não posso deixar de me admirar por sua obstinação em tentar manter viva a antiga religião e tradição. Confesso que acho muito triste a expansão do cristianismo. E, ao mesmo tempo que dá raiva, a tentativa desesperada de Nimue dá pena, até porque presenciamos a decadência de uma mulher inteligente à total demência.

O livro alterna momentos sombrios com momentos mais leves. Mas os momentos sombrios são assustadores. Principalmente o final, com a maldição de Nimue em Ceinwyn e o ataque de seu exército de loucos. E é justamente nesse momento que se dá a conversão de Derfel. E isso me parte o coração, não só por ele perder a mão, mas porque ele está disposto a abrir mão de tudo em que acredita e se submeter e Sansum por amor a sua estrela de Powys. Apesar de ele não perder a astúcia e o senso de humor, acho que ele se anula um pouco com isso.

Enfim, Excalibur é o desfecho perfeito para esta trilogia fantástica, onde Artur não é rei, extremamente realista, mas que ainda assim mantém viva a magia da lenda.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

U2

 

U2 Outra das minhas bandas preferidas é o U2. Confesso que não fui sempre fanática. Virei fã mesmo depois de 1998, quando eles vieram pela primeira vez ao Brasil, e eu tive a felicidade de ir ao show.

Digo isso porque, e agora peço mil desculpas, na verdade resolvi escrever esse post para desabafar. Após anos tentando engolir o fato de eu não ter conseguido ir no Vertigo Tour, em 2006, pois estava sem emprego na época e não podia gastar R$200,00 no ingresso, vocês podem calcular a felicidade que eu fiquei ao saber da notícia que essa banda que eu amo de paixão voltaria, e no mês do meu aniversário, no less.

Infelizmente e felicidade durou pouco. Contente que agora eu tinha o dinheiro pra pagar, não perdi tempo e, na semana passada, já sem aulas na faculdade, me propus a ir comprar os ingressos, para mim, minha irmã e duas amigas. E lá fui eu, cedinho ao Shopping Eldorado pra comprar na Saraiva lá. Cheguei às 8:05, na hora em que o Carrefour abre, e me preparei para esperar pelo menos duas horas na fila para comprar.

Muito bem. Chega 10:00, horário de abertura da livraria, o segurança libera a fila, de modo mais ou menos organizado, depois de algumas brigas com um furão que foi quase arrancado à força da fila. Finalmente eu estava na loja, perto do guichê, só para, quase meio dia ouvir a tão temida notícia: INGRESSOS ESGOTADOS! Revolta e frustração irradiavam de todos os fãs naquele dia. Mas havia uma luz no fim do túnel: haveria um show extra dia 10 de abril.

E lá estava eu, esperanças renovadas, dinheiro na mão, muita reza brava e torcida. Desta vez, quem iria para a fila seriam os pais de minha amiga, que podiam pegar a fila preferencial, no primeiro dia de vendas para o público em geral (sim, porque não sou agraciada em ser sócia do Citibank, nem tenho cartão Diners ou Credicard. Sou professora, não posso me dar a esses luxos) Oba!, pensei eu, dessa vez eu consigo!

Ledo engano! Por volta das onze horas da manhã vem a fatídica notícia: INGESSOS ESGOTADOS NOVAMENTE! E dessa vez, o Credicard Hall, numa total falta de respeito com todas as pessoas presentes na fila, que passaram a noite debaixo de chuva, anuncia que não vai abrir os portões, às 10 horas da manhã, porque não tem mais ingressos. É, todo mundo que estava lá é porque gosta de ficar em fila, debaixo de chuva!

Absurdo dos absurdos! Só no Brasil mesmo pra gente ser tratado desta forma humilhante. Cadê os responsáveis? Quem vai pagar por essa humilhação coletiva? Eu respondo: essas coisas acontecem no Brasil porque ninguém fala nada, e empresários inescrupulosos, lucrando rios de dinheiro, acham que podem tudo. É a famosa impunidade. Sem contar a discriminação (é isso mesmo!) da venda de ingressos antecipada para clientes desta ou daquele cartão. Por que? Eu tenho os mesmos direitos que o cara que é cliente do banco X.

Ah! E quase ia me esquecendo dos cambistas. Para esses caras, sempre tem ingresso à disposição! E nós, pobres coitados que trabalhamos, e em muitos casos, guardamos com muito esforço o dinheiro para pagar os duzentos e tantos reais do ingresso, ficamos sem. Cadê a segurança? Por que esses cambistas, que devem ser conhecidos dos bilheteiros, ainda estão aí, agindo livremente? De novo: impunidade.

Claro, agora anunciam outro show, dia 13 de abril. Só que agora, depois de tudo isso, não tenho mais vontade de ir ao show. Sim porque vai ser de novo a mesma palhaçada: pré venda pro clientes X,Y e Z. E de novo, nós, pobres mortais, ficamos como idiotas.

E isso se reflete na imagem da banda. O U2 não é famoso por ações humanitárias, ser uma banda politizada? E aí, por aqui isso tudo se esquece. Claro que a banda não tem culpa pelos tropeços na venda de ingressos pela Tickets for fun, uma empresa que eu não sei como ainda está aberta, depois dos fracassos com os shows anteriores, como da Madonna. Só tenho uma explicação: rola muito dinheiro nesse meio, e quem paga o pato somos nós.

E isso não se limita à venda de ingressos para megashows. Todos os dias, cidadãos comuns, vindos dos quatro cantos do Brasil passam por uma humilhação semelhante no Hospital das Clínicas, onde minha mãe é voluntária e presencia diariamente esse tipo de descaso. Claro que nesse caso é muito pior, pois se trata de saúde. Mas de todo jeito, por trás dessa realidade amarga, há gente que lucra com a humilhação alheia.

Desculpem o desabafo. Mas eu não estava aguentando, e o único jeito que eu tenho de protestar é esse: escrever. E como já foi dito antes: a pena é mais forte que a espada, e com isso, só posso esperar que meu protesto, ainda que pequeno no grande esquema das coisas, possa servir de alerta, e assim, quem sabe um dia, possamos nos orgulhar de ver um país onde esse tipo de injustiça e discriminação não seja mais tolerado.

domingo, 12 de dezembro de 2010

As crônicas de Nárnia – A viagem do Peregrino da Alvorada

 

Nárnia 3 Claro que depois de ver os outros dois filmes, eu tinha que ver o terceiro baseado na obra de C. S. Lewis. E novamente, como eu previa, o filme foi melhor que o livro. Ainda prefiro Príncipe Caspian, mas A viagem do Peregrino da Alvorada é um bom divertimento.

Para quem espera um filme fiel ao livro, esqueça. Há muitas mudanças, mas ao contrário de Harry Potter 6 (todo mundo sabe como eu desprezo esse filme, apesar de ser Harry Potter), aqui elas funcionam bem. A melhor coisa é que a Feiticeira Branca está de volta. Não, ela não participa de nenhuma batalha, só aparece mesmo como uma manifestação do subconsciente de Edmund, mas sua aparição é sempre bem vinda. Ela mostra que ainda há um lado de Edmund que se deixa levar por ela. E só mais uma coisinha: na hbora em que falam que na tal ilha dos sonhos, onde o que quer que você pense se torna realidade, alguém aí pensou no gigantesco e delicioso Stay Puft, o monstro de marshmallow de Caça-fantasmas? :D Quase fiquei esperando que o temor de Edmund fosse esse…

Aliás, essa viagem pelo lado mais obscuro dos personagens é uma coisa bem explorada no filme, e que, sinceramente, fica faltando no livro. Caspian também não é imune a isso, e demonstra claramente ao desafiar Edmund. E Lucy também é tentada, chegando mesmo a roubar um feitiço para ser bonita (não que ela precise). Mas mostra que ela se sente diminuída em relação a Susan, a quem todos consideram linda (não sei bem onde).

E aqui cabe uma outra observação sobre as mudanças. Outra “invenção” muito bem vinda é a participação de Peter e de Susan, como um pesadelo de Lucy. Foi uma sacada de mestre, e foi o que fez Lucy cair em si. É realmente uma pena que C. S. Lewis, que sem dúvida era um excelente escritor, não tenha vislumbrado esses pequenos detalhes. Seus personagens ganham em profundidade com isso, eles não são tão retinhos. E, nesse ponto, A viagem do Peregrino da Alvorada supera os outros dois.

Outra passagem que eu achei que ganhou mais força foi a hora em que a estrela, que aqui até tem nome, Lilliandil, aparece para eles. As caras de Edmund e Caspian. nesse hora são impagáveis. Pena que sua participação foi curta, pois poderia ser muito bem explorada nesse sentido. E aqui vale um pequeno spoiler, caso você não tenha assistido ainda, nem lido o livro: no filme não há menção do casamento de Caspian com a estrela, como no livro.

Outro acerto foi tirar aquele sotaque ridiculamente forçado de Caspian. Nada contra Ben Barnes (muito pelo contrário), mas não sei porque inventaram aquele sotaque para ele no segundo filme. Nesse só mesmo o sotaque britânico, delicioso de ouvir. E, falando em Ben Barnes, ele está melhor nesse filme. Muito mais bonito, e também parece mais à vontade nesse filme. Sua expressão quando conhece Eustace é show. Sem contar todas as vezes que ele, como os outros, é atormentado pelos seus maiores medos.

Aliás, em termos de atuação, o elenco manda muito bem, no geral. Will Poulter, o garoto que faz Eustace, pegou direitinho o personagem, e está tão irritante quanto no livro. E Georgie Henley (Lucy) e Skandar Keynes (Edmund), estão ótimos.Os efeitos especiais também estão caprichados. Gostei principalmente do começo, quando o quadro inunda o quarto de Lucy na casa de seu primo.

O enredo também está, na minha opinião melhor, mas não quero estragar a surpresa de quem ainda não viu, por isso não vou comentar nenhuma passagem.

Para finalizar, uma notícia ruim: não parece que haverão mais aventuras de Nárnia no cinema. Com a mudança de estúdio (não é mais a Disney), mesmo este poderia não sair do papel. Mas tudo depende do desempenho da bilheteria. Tudo bem que, para mim, as melhores historinhas é que foram para as telonas, e nem todas dão um filme, mas é uma pena saber que não voltaremos mais para Nárnia. Só para dar um gostinho: A viagem do Peregrino da Alvorada - trailer 2

domingo, 5 de dezembro de 2010

O Retorno do Rei – versão estendida

 

return of the king Finalmente, depois de anos e anos de espera, assisti O Retorno do Rei,  versão estendida. E, apesar da demora, valeu a pena. Conseguiram aperfeiçoar o que já era perfeito. O Retorno do Rei é o meu filme preferido da trilogia (o livro é As Duas Torres), e agora se superou.

Pra começar, Éomer tem mais espaço, o que para mim é excelente, porque adoro Karl Urban (já disse e repito: se um dia fizerem um filme das Crônicas de Artur, ele tem meu voto para fazer o Derfel). A cena mais comovente dele é perto do final, quando Éowyn mata o Rei Bruxo de Angmar, e quase morre na empreitada. É Éomer que a encontra no campo de batalha, e a cena está muito bem feita. Ah, sim! E justiça seja feita. Todo mundo faz um fuzuê enorme porque Legolas derruba um olifante sozinho, mas antes dele, Éomer derruba dois. Também sozinho.

Outro lance divertidíssimo, e com participação dele, embora discreta, é uma competição pra var quem bebe mais cerveja, travada entre Gimli e Legolas. Não vou estragar a surpresa e entregar quem ganha, mas é muito bom ver Legolas se soltar um pouquinho. E Orlando Bloom está ótimo na cena.

Outra cena que merece destaque é quando Faramir (que aliás também aparece mais nesta versão) conta ao pai que deixou o anel com Frodo. Show de interpretação tanto de David Wenham como de John Noble. E também, mais tarde, com Pippin, antes deste fazer o juramento a Denethor. Gostei muito da cena, e ela dá uma ideia mais próxima do Faramir do livro. Ah, e não posso esquecer do final, nas Casas de Cura, quando Faramir conhece Éowyn. Love is in the air…

A sequencia nas Sendas dos Mortos também está mais comprida, e mais assustadora. E os verdinhos aparecem mais, com todo seu poder de destruição. A batalha dos Campos do Pelenor também está mais comprida, o que eu acho muito bom, porque é mais legal que a parte de Frodo. E os Portos Cinzentos também estão com uns segundinhos a mais, mas felizmente, Elrond não tem a participação estendida.

E, antes que eu me esqueça, Aragorn finalmente assume seu lugar como herdeiro de Isildur, ao olhar no Palantír. E a cena, pra variar, está excelente. Essa é uma parte importante do livro, que eu não entendo porque ficou de fora na versão anterior. E outra coisa é a chegada de Galdalf e cia. em Isengard, depois da batalha contra os ents. O confronto entre Saruman e Gandalf é fantástico, mas está um pouco diferente do livro, o que na verdade não afeta a história. Acho até que está melhhor, e dá um fim adequado a Saruman e Grima.

E, novamente, apesar das quase 4 horas de filme, passa rápido. Quando a gente dá por si, já está na coroação de Aragorn, e numa das melhores frases do filme (que aliás, não consta no livro): “My friends, you bow to no one.”, de Aragorn para os hobbits.

Confesso que custou caro, mas valeu a pena. E só pra deixar vocês com água na boca: The return of the king - extended version

sábado, 4 de dezembro de 2010

A História Sem Fim

A história sem fim Este livro traz a mágica aventura de Bastian, um garoto solitário que passa através das páginas de um livro para o reino da fantasia. Nesta terra imaginária, cheia de perigos, Bastian descobre a verdadeira medida de sua própria coragem e aprende também que até ele tem capacidade para amar.
Composto por texto impresso em duas cores, o livro ainda traz belas ilustrações das aberturas dos capítulos envolvendo o leitor num clima de encantamento e magia.

 

Perdi as contas de quantas vezes eu li e reli esse livro. Não me lembro direito quando foi a primeira vez, mas ele me acompanhou durante a minha infância e adolescência toda. Arrisco até a dizer que é por causa dele que eu hoje sou apaixonada por fantasia. Foi esse ou As Brumas de Avalon. De qualquer jeito, li ambos pela primeira vez na mesma época.

E agora, depois de ler a trilogia do Mundo de Tinta, me deu uma vontade imensa de reler, depois de anos. Eu já não lembrava de muita coisa, exceto que a certa altura eu tenho muita raiva de Bastian. Mas vamos aos poucos. Logo de cara, o que me encanta no livro, e sempre encantou, é ele falar de si mesmo. Logo no começo, após Bastian roubar o livro de Koreander, há uma descrição promenorizada do livro, e a gente se pega lendo a mesma história que Bastian. E também o fato de se passar em dois planos uma boa parte do livro. Acho isso muito interessante, e envolvente. E até prefiro a primeira parte, antes de Bastian entrar no livro.

Bastian no começo é um garoto de onze anos, muito tímido e gorducho. Mas adora livros e inventar histórias. Acho o drama que ele faz no começo pelo roubo do livro um pouco exagerado, mas por oputro lado, as crianças tendem a exagerar as coisas. Desse Bastian eu até gosto. Só que ao entrar no livro, ele se perde, e se torna um pequeno arrogante, cheio de vontades e voluntarioso. Chega ao ápice quando ele se volta contra Atreiú, que só queria seu bem. Como ele, Bastian, é o salvador de Fantasia, se acha no direito de fazer o que bem quiser, até que perde tudo o que tem, inclusive o nome. Ele tem salvação, claro, mas é impressionate como ele muda rapidamente.

Atreiú, por outro lado, é seu amigo fiel, e está disposto a tudo para salvá-lo. Prestes a se tornar um caçador, ele é escolhido pela imperatriz Criança para buscar a razão de sua doença, mas, ao contrário de Bastian, não deixa que o poder lhe suba na cabeça. Na busca, ele conta com a ajuda de Fuchur, o alegre Dragão Branco da Sorte, que sempre com bom humor, vê a saída mesmo nos momentos mais obscuros. Seu otimismo é contagiante, e sempre que ele aparece é como uma lufada de ar fresco. Mas não posso falar de Atreiú sem falar de seu primeiro companheiro de viagem, Artax, seu cavalinho. Eu sempre chorava quando ele morre, no Pântano da Tristeza.

Depois de Atreiú, a melhor personagem do livro é Xaíde, uma feiticeira do mal, que manipula Bastian a fazer suas vontades. Não fica claro no livro o porque ela quer tanto que Bastian gaste seus desejos, só posso especular que seja por poder. O que, no próprio livro fica explicado, não é possível de fazer, já que não se pode destituir a imperatriz Criança. De qualquer modo, seu jeito enigmático é o que a torna uma personagem fascinante. Pena que seu final não seja à altura, e sinceramente é muito besta. Não dá pra entender direito.

Só tem uma coisa que me irrita no livro. Sempre que o autor dá o final a um personagem, vem: ”mas essa é outra história e terá que ser contada em utra ocasião”. Não sei quantas vezes essa frase está no livro, mas é repetida várias vezes (ou alguma variação dela). E se Michael Ende fosse escrever todas elas, daria uma biblioteca. Também falta um grande vilão, como Voldemort ou Gollum. Mas nem por isso falta a dose certa de mistério.

Trilha sonora

Nem pode ser outra: Neverending Story, do Limahl. Não consigo nem pensar em outra música. Talvez Best of you, do Foo Fighters.

Filme

Na verdade, são três filmes. Assisti a todos, mas o melhor é o primeiro. Confesso que já não me lembro muito bem dele, mas eu adorava quando era pequena.

Se você gostou de A História Sem Fim, pode gostar também de:

  • trilogia Mundo de Tinta – Cornelia Funke
  • coleção Harry Potter – J K Rowling
  • O Senhor dos Anéis – J R R Tolkien

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Supernatural – Live free or twihard

 

supernatural 3 Eu já disse antes que um dos meus prazeres culposos é assistir Supernatural. Já tentei, mas não consigo deixar os irmãos Winchester pra trás. E o episódio que passou ontem foi um dos mais engraçados que eu já vi.

Como o próprio nome diz, claro que ele tira uma da saga Crepúsculo, outro dos meus prazeres culposos. Da cara, um casalzinho com uma semelhança incrível com o casal-chiclete do momento, contando inclusive com os nomes de Kirsten e Robert. E a conversa dos dois era exatamente igual ao livro. Inclusive nos trejeitos de Edward e Bella, copiados em tudo do filme. Hilário. Claro, sendo Supernatural, logo a coisa desanda, e o clima meloso vai pelos ares. Na verdade, se tratava de um vampiro bem ao estilo Supernatural, imitando os do cinema pra pegar mais uma vítima. A sacada foi genial, e acho que até demorou pra rolar.

Claro que a tiração de onda não parou aí, e uma das piadinhas mais engraçadas foi Dean ter dito que vampiros precisam ir ao banheiro. Isso, claro, depois de ele ter se transformado em um bloodsucker (só digo uma coisa: bite me!). Lógico que nosso caçador preferido não vai ficar com presas para sempre, mas que seria interessante se ficasse, seria.

Essa temporada promete muitas reviravoltas, e alguns choques. O primeiro já aconteceu: Sammy assiste a Dean ser transformado e não faz nada. O que quer que tenha acontecido a Sam no andar de baixo, o mudou muito. O Sammy que conhecemos e tanto amamos nunca teria deixado o vampiro (que aliás era uma exceção: ô bicho feio que escolheram pro papel! Acho que ele é o único vampiro feio da história…) chegar tão perto, a ponto de transformar seu irmão. Só nos resta esperar pelo resto da temporada pra ver no que vai dar.

Ah! Antes de terminar, só uma curiosidade: Jared Padalecki se casou esse ano, com Genevieve Cortese, que fazia a Ruby morena. Ironia das grandes! Mas eu prefiro a Ruby loira.

sábado, 27 de novembro de 2010

Morte de Tinta

 

morte de tinta Mundo de Tinta é um universo onde ficção e realidade se confundem e também o nome da trilogia iniciada com o best-seller Coração de tinta, seguida de Sangue de tinta e que chega agora ao fim com Morte de tinta. Nesse universo, um "língua encantada" é alguém que, ao ler uma história em voz alta, tem o poder de trazer o mundo dos livros para a realidade, assim como viajar ele mesmo, e levar quem estiver por perto, para o mundo fantástico da palavra escrita. É o que aconteceu com Mo, um encadernador de livros, e sua família, quando um dia, ao ler em voz alta seu livro favorito - Coração de tinta -, ele manda a mulher para o mundo da ficção, trazendo em seu lugar alguns vilões da trama. Mo e sua filha Meggie acabaram transitando entre essa fronteira; viveram um bocado de aventuras nessas viagens e conheceram milhares de personagens incríveis - muitos deles malvados até a alma. Desta vez, com a ajuda de Dedo Empoeirado, Farid, Resa e Violante, Mo enfrenta o mais terrível de todos os vilões, o Cabeça de Víbora, numa batalha final, de vida ou morte. Mas, antes dela, personagens já conhecidos dos livros anteriores vivem suas aventuras. Fenoglio, o autor de Coração de tinta, tem que combater Orfeu, plagiador que se utiliza de passagens de seu livro para reescrever e manipular a história. Meggie, ao se apaixonar por Farid, se depara com as alegrias e decepções do primeiro amor. Resa, mãe de Meggie, traz em seu ventre um novo herdeiro. E Mortimer, nosso herói, que no Mundo de Tinta assume a personalidade do Gaio, espécie de Robin Hood, tem que lutar contra o próprio personagem que interpreta, já que pouco a pouco começa a se confundir com ele e a se esquecer de quem é no mundo real.

 

Como já disse, ainda bem que minha amiga me emprestou Morte de Tinta, porque eu não ia conseguir esperar muito pra ler. E devorei. Era difícil largar. Eu não via a hora de chegar em casa para ler. E, no final, fiquei enrolando porque não queria acabar.

Agora todos estão no Mundo de Tinta, e Mo finalmente mostra do que é capaz. Assumindo o papel do Gaio, ele agora tem que lutar contra o acordo que tinha feito com Cabeça de Víbora no livro anterior. E acaba revelando que ao fazer o acordo tinha um plano. Ele só não contava com a Morte interferindo, e agora ele tem que lutar também por Meggie. Ele está bem diferente dos outros livros, quase não dá pra reconhecê-lo, mas confesso que eu prefiro ele assim. Ele aprendeu a matar, e pegou gosto na coisa. Virou um verdadeiro soldado. Admito que às vezes dá até medo. Mas é uma delícia ver Mo desse jeito. E ele está ainda mais aterrorizador, porque já enfrentou a morte, e não tem medo dela. Tem medo por Meggie, mas ele mesmo não.

Dustfinger também volta, com um tremendo upgrade. E, se eu já gostava dele, agora gosto mais ainda. Ele continua sarcástico e enigmático, mas trouxe alguns truquezinhos bem legais da terra dos mortos. E, como Mo, não tem medo da morte. Como ele mesmo faz questão de mostrar a seus inimigos. Uma coisa não mudou: seu amor por Roxane. E acho que isso está até mais forte.

Meggie começa a sofrer as primeiras dores do amor. Apaixonada por Farid, ela vai ter uma baita decepção. E bota confusão na cabeça da garota. Além de Farid, ela também estraçalha o coração de Doria, um garoto que faz parte do bando dos ladrões (embora ele não seja um). E sua cabeça dá um nó. Ela está mais madura, e demonstra isso, para desolação de Mo e Resa. E também mostra que é tão teimosa como Mo. Ela é bem geniosa, o que ainda não tinha aparecido. E agora, tem muitos motivos para se preocupar. Mesmo nessa bagunça emocional, ela ainda é atenciosa e generosa, como mostra com as crianças.

Farid está mais revoltado, mas no começo ainda sofre muito com a falta de Dustfinger, o que causa muito ciúme em Meggie. Mas ele acaba provando do mesmo veneno quando Doria aparece na vida de Meggie. Agora ele já não é mais o aprendiz, já consegue domar o fogo tão bem como Dustfinger, e esse talento vai ser bem útil nas batalhas. E ela já não está mais tão medroso. Parte pra cima mesmo. Mas também, sofre horrores na casa de Orfeu no começo. Chega a dar pena, mas sua determinação em trazer Dustfinger do mundo dos mortos é grande e faz com que ele suporte tudo.

Orfeu. Taí um cara de dar medo. Ambicioso, ele só faz ler tesouros para si mesmo, e só se alia a quem ele acha que pode lhe trazer mais vantagens. Ele é o responsável por grande parte das reviravoltas desse livro, com seu poder de silver tongue. Para a revolta de Fenoglio. Ele faz tantas mudanças no Mundo de Tinta que não dá pra saber onde a história vai. E também traz a vidas uma das criaturas mais aterrorizantes, capaz até de colocar medo em Dustfinger: o íncubo. E continua arrogante. Só que agora rico, o que é uma combinação perigosa. Tem um ódio desmedido de Mo, mas não fica muito claro porque. E também de Dustfinger, mas esse é por puro despeito. Tudo bem, ele não é mulher, mas se aplica: hell hath no fury like a woman scorned.

Cabeça de Víbora, mesmo enfraquecido pelo ardil de Mo (não vou dizer qual é), ainda é uma ameaça. E continua o mal em pessoa (apesar de eu preferir Mortola, mas ela não aparece muito. Mas quando aparece, pode torcer por uma maldade daquelas). Seu corpo está apodrecendo em vida, mas sua mente continua alerta e sua sede de vingança é imensa.

E Violante tem participação maior. Determinada a derrotar seu pai, ela se alia a Mo e Dustfinger, mas suas intenções nunca são bem claras. Minhas suspeitas sobre ela se confirmaram: ela é mesmo uma mulher forte, escondida sob uma fachada de fragilidade e juventude. Ela comanda todo um pelotão de soldados bem embaixo do nariz de seu pai, e ele não tem ideia até alguém lhe contar seus planos. Mas ela vai sofrer por isso, o que será o grande erro de Cabeça de Víbora (além de aprisionar o Gaio e Dustfinger).

O livro tem um ritmo melhor que os outros dois, mas eu sinceramente esperava mais do final. Alguma coisas Cornelia Funke entrega muito cedo, e pra mim ficou faltando um epílogo. Tudo bem , tem aquela história do nascimento do filho de Mo e Resa, mas ainda assim ficou faltando algo. Ela deixou muitas coisas em aberto. Será que isso significa que podemos esperar mais aventuras no Mundo de Tinta? Espero que sim.

Curiosidade

coração de cavaleiro Como nos outros dois, no começo de cada capítulo há uma citação de algum outro livro: da Godess Rowling (Cálice de fogo), Markus Zusak ( A menina que roubava livros) até Carlos Drummond de Andrade (A procura da poesia). Mas a curiosidade é que no capítulo 7 (Uma visita perigosa), a citação é de Geoffrey Chaucer. Sabia que quem interpretou ele em Coração de Cavaleiro (ai, saudade do Heath Ledger! RIP) foi Paul “Dustfinger” Bettany? E, falando em citações, no capítulo 5 (Fenoglio tem pena de si mesmo), a citação da Godess, Rowling de O Cálice de Fogo, Aqui está bonitinho, mas no capítulo 41 (Imagens feitas de cinzas), o crédito está Harry Potter e o cálice sagrado…Hello! O cálice de fogo não é o Santo Graal! Isso sem contar os erros de português (sela, de cavalo, com “C”). Cadê a revisão do livro?!

Trilha sonora

Claro, de novo Neverending story, do Limahl. Mas também Live and let die, com o Guns (sem desmerecer Paul McCartney, mas com o Guns é melhor) especialmente para o Gaio, e Bleed for me, do Saliva (também trilha sonora de Demolidor – O homem sem medo, que aliás é muito boa), que se aplica a vários personagens. Olha um trecho da letra:

All I ever wanted
was to be at your service
but now I'm alone
cause you were here and you're gone
And all I ever wanted
was to feel I had a purpose
but now that's all gone

E, para Dustfinger e Roxane (e também para Meggie e Farid), On Fire, do Switchfoot:

And you're on fire
When He's near you
You're on fire
When He speaks
You're on fire
Burning at these mysteries

Se você gostou de Morte de Tinta, pode gostar também de:

  • coleção Harry Potter – J. K. Rowling
  • coleção da Herança – Christopher Paolini
  • A História sem fim – Michael Ende
  • O trílio negro – Marion Zimmer Bradley
  • A dança na floresta – Juliet Marillier

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O inimigo de Deus

 

O inimigo de deus De novo, eu sei que já escrevi sobre a trilogia toda, mas como estou relendo, me lembrei de mais algumas coisas e tenho mais algumas considerações.

Neste segundo volume, Merlin está de volta e Artur, depois de muita guerra, finalmente consegue sua paz. Mas, sendo a Britânia de Artur, claro que a paz não dura muito.

Lancelot começa a mostrar as caras, e aparece mais. Ao contrário de todas as histórias que conhecemos de Artur, Lancelot não é exatamente o cavaleiro perfeito. Bem o oposto disso. É ambicioso, extremamente vaidoso (sim, segundo essa versão ele foi o primeiro metrossexual) e, acima de tudo, um covarde. Claro que sua fama é outra, mas isso não passa de fraude, pois ele paga aos bardos para que escrevam canções que o favoreçam. Mas não se deixem enganar. Por trás dessa fachada, se esconde um homem calculista, traiçoeiro e dissimulado. Ele consegue seduzir quem quer que seja, e sabe muito bem com quem deve se aliar (geralmente com pessoas influentes).

Sansum também aparece, sempre maquinando para ter o máximo de poder. Para isso, ele se aproxima de Lancelot, e trama toda a traição sobre Artur. Ele é a mente por trás de tudo, mas como sempre, tem o dom de permanecer nas sombras. Sob o pretexto de ter um rei cristão, ele associa o peixe do escudo de Lancelot como símbolo, e incita a revolta dos cristãos. Volto nisso mais tarde. Só que em busca do poder, Sansum não hesita em se aliar até aos druidas Dinas e Lavaine (já falo deles), apesar de serem pagãos. Para Sansum, não importa qual a religião dos seus aliados, desde que essa amizade lhe traga vantagens.

Dinas e Lavaine. Netos de Tanaburs, eles querem vingança por Derfel ter tirado a vida de seu avô. Passam a imagem de sábios, mas são frios e calculistas, e sádicos. Muito sádicos. Só que eles não tinham idéia de quem estavam provocando ao chamar Derfel pra briga. Não vou dizer o que eles fazem, basta dizer que algo que muda a vida de Derfel, e eles vão pagar caro por essa ofensa. Sinceramente, eles me dão medo.

Os cristãos, incitados por Sansum, estão em estado de euforia porque Cristo voltaria em 500 AD (no livro, faltam 4 anos), e o fanatismo se espalha como fogo na palha. E, com o pretexto de livrar a Britânia dos pagãos como preparativo para a vinda do Senhor, eles cometem os atos mais violentos, desde auto-flagelação até tortura e assassinato dos pagãos. Chega a ser desesperador ler essas passagens de fanatismo. E o nome do livro vem daí: como Artur era pagão, os cristãos o viam como o inimigo de Deus, apesar de, nas palavras de Derfel, ele sempre ter respeitado todas as religiões, até mesmo o culto de Ísis de Guinevere, que é o que vai ser o golpe mais profundo em Artur.

Mordred já não é mais criança, e finalmente assume o trono. Ele é simplesmente desprezível. Sabe que é o rei, e quer todos os benefícios do cargo, mas não tem capacidade para governar. Detesta Artur, e especialmente Derfel. É arrogante, mas burro. Tem tendências à violência e adora pisar nos outros. Sempre impune, claro. Uma das melhores partes é quando Derfel dá uns tapas na cara de Mordred, já coroado (mas também é triste).

Mas nem tudo é tragédia. Como já disse, há paz, e Derfel finalmente consegue sua Ceinwyn (acho que dessa vez acertei. Ô nominho difícil!) e os saxões deram uma trégua. Só que é exatamente por isso que o fanatismo explode e as traições são mais graves, como é explicado no livro. E, nesse meio tempo Derfel faz uma descoberta chocante sobre seu passado.

O livro, na minha opinião, é melhor que O Rei do Inverno, e deixa um bom gancho para Excalibur. E o ritmo é muito bom também, dá pra ler bem rápido. Recomendadíssimo!

Trilha Sonora

How you remind me, do Nickelback. Tema perfeito para Artur

domingo, 21 de novembro de 2010

As Duas Torres – versão estendida

 

the two towers Claro que depois de assistir a versão estendida de A Sociedade do Anel, eu estava muito ansiosa para assistir As Duas Torres. Não é nada que eu já não tenha visto, mas, de novo, já fazia tempo e eu não me lembrava de algumas coisas.

A melhor coisa desta versão é a cena em que os hobbits acham comida em Isengard, depois do ataque dos ents. Mais uma cena típica dos hobbits, e extremamente divertida. Em segundo lugar, fica o final da disputa entre Legolas e Gimli para saber quem matou mias orcs, no Abismo de Helm’s Deep. Um resultado surpreendente e uma cena engraçada, com uma amostrinha de que os elfos também podem sentir alguma coisa. Repito: é por isso que Legolas é o único elfo de quem eu gosto.

Esta versão também explica melhor algumas coisas, que, no filme, são importantes, mas que ficaram de fora no corte final. Aqui, dá para saber porque Faramir quer tão desesperadamente levar o Anel para Gondor e seu pai. Vivendo à sombra de seu irmão Boromir, ele tem que se provar constantemente diante de Denetor. Isso não acontece tão explicitamente no livro, onde ela parece até ser imune ao poder do Anel, mas aqui proporciona bons momentos. E temos mais um pouquinho de Boromir (eba!). E mostra também que Faramir está bem a par das intenções de Gollum.

Há também Éomer encontrando seu primo, quase morto depois da emboscada dos orcs. Explica a morte dele, bem como mostra como Rohan estava sofrendo com Isengard. Pena que ficou de fora.

Também acrescenta a vinda das árvores para o Abismo, em auxílio de Aragorn e cia. Isso acontece no livro, e, não sei porque, tinha ficado de fora na versão que foi para o cinema. É uma seqüencia curta, que não tomaria muito tempo.

O entebate também está mais longo, e Barbárvore canta sua canção sobre as entesposas. Dá uma ideia melhor do porque os ents estavam tão reticentes de entrar na guerra e também de sua natureza vagarosa. Ainda sinto falta de Tronquesperto, o ent precipitado (ele leva só um dia para decidir…), mas ainda vale. E também há uma cena divertida nesse núcleo.

Novamente, o tempo passa rápido e nem parece que são quase 4 horas de filme. E, se não disse quando fiz a resenha do livro, prefiro o final do filme, que não deixa a gente na expectativa do que vai acontecer, porque termina um pouco antes do livro.

Para dar um gostinho:

The two towers - extended version

sábado, 20 de novembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte – parte 1

 

HP 7 E não é que minhas expectativas sobre o filme foram em vão? Foram necessários dois filmes medíocres para que David Yates finalmente aprendesse alguma coisa sobre o universo de Harry Potter e, ao invés de licenças poéticas desnecessárias e que nada tinham a ver com os livros, em As Relíquias da Morte, mais fiel ao livro, ele acertou.

Claro que ainda há algumas liberdades que ele tomou no filme, mas, ao contrário dos outros filmes, aqui, elas funcionam bem. A principal delas, e, tenho que dar o braço a torcer, um toque de brilhantismo, foi mostrar Hermione em sua casa, alterando a memória de seus pais. A cena é tocante, e eu quase chorei. E Emma Watson dá show de interpretação nela.

Aliás, quanto à interpretação, Daniel Radcliffe saiu de sua apatia e volta a ser o bom ator que era antes da era Yates. Agora dá pra perceber seu talento. A cena dos sete Potters é muito divertida e bem feita. E essa é só um exemplo. Rupert Grint também mostra seu talento, agora, em vez de cômico, dramático. A cena que ele e Harry brigam, antes de Ron fugir, mostrou um belo duelo entre os dois atores. Não dá pra saber quem está melhor.

O filme tem um ritmo bom, nem parece que se passam quase 3 horas desde o começo. Também é bem sombrio, e às vezes dá medo. A sequencia da “reunião” na casa dos Malfoy, com a professora de Estudos Trouxas, é de arrepiar. Pena que não mostra todo o terror de Draco. Isso aparece mais evidente quando Harry e cia chegam à casa dos Malfoy, onde dá pra ver que ele se sente absolutamente desconfortável com a situação. E, para mim, quer ele mente deliberadamente para sua titia Bellatrix. De novo repito: pena que Malfoy não tenha muito destaque, porque Tom Felton promete ser um grande ator.

Seu papi, por outro lado, está simplesmente maravilhoso em sua pequena participação. E é uma cena humilhante, quando Voldemort pede sua varinha. E a sempre maravilhosa Helena Bonham-Carter, para variar, brilha mais uma vez como Bellatrix. Despensa comentários.

E o filme tem momentos bem tocantes. Chorei quando Edwiges morre, assim como Dobby. No caso dele, é ainda pior que no livro, já que ele ainda chega com vida a Shell Cottage. Suas últimas palavras são emocionantes, e muito bonitas. Um verdadeiro herói. A cena no cemitério de Godric’s Hollow também é comovente, assim como quando Harry vê sua antiga casa, toda destruída. Quase chorei de novo.

Claro que nada é perfeito. Ficou faltando Monstro contando a história de Regulus. Também o quadro de Finneas na bolsinha de Hermione. Sem ele, como foi que Snape sabia para onde mandar seu patrono para que Harry consiga a espada? E também não explica que a espada no cofre de Bellatrix é uma falsa. Quero só ver como vão explicar isso (se é que vão). E a despedida de Harry dos Dursley está bem melhor no livro (apesar de no filme ser uma sequencia muito bem feita). E, mais uma vez, tentam forçar o tema Harry-Hermione. Tudo bem, dá para entender porque Harry a tira para dançar, mas quem é fã sabe: ISSO NÃO EXISTE!

E eu não podia deixar de mencionar as plásticas dos elfos domésticos. Todo mundo falou do Dobby, mas Monstro também perdeu suas rugas. Dobby, sendo um elfo liberto até pode ter ido numa clínica de estética, mas Monstro? (hehehe).

Enfim, assistindo a parte 1, me deu esperança para a parte 2 (ai, só daqui a seis meses! Como eu queria ter um Vira Tempo!). Tomara que a parte dois continue, porque é a parte mais importante. E, se eu já chorei nesse, imagina na segunda parte. Vou desidratar!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A Sociedade do Anel – versão estendida

 

tlotr Para quem ainda não sabe, a Warner finalmente, após escandalosos quase 10 anos, resolveu dar ouvidos ao público brasileiro, e acaba de lançar as versões estendidas de O Senhor dos Anéis, numa embalagem bem caprichada, que lembra livros antigos e com desenhos maravilhosos. E eu, louca pela trilogia que sou, tratei logo de garantir a minha. E ontem, aproveitando o feriado, já assisti a primeira parte.

Eu já tinha assistido daquela vez que passou no cinema, mas já faz muito tempo, e eu já não lembrava das cenas adicionais. E posso dizer que vale a pena. De cara, o que eu mais gosto desta versão é que Boromir tem mais espaço. Eu já gostava muito da atuação de Sean Bean, um dos meus atores preferidos (eu sei que falo isso de quase todo ator que eu menciono, mas fazer o quê? É o que acontece com quem gosta muito de filmes), principalmente, se ainda não falei (e se falei digo de novo) na cena da morte de Boromir, na minha opinião uma das melhores sequências do cinema, desde a primeira flechada. Muitíssimo bem executada. E agora que ele aparece mais, tanto melhor, mais para nosso deleite.

Outra ótima sequência acontece logo no começo, com Bilbo apresentando os hobbits, falando um pouco deles. É uma pena que acabou cortada da versão final, porque é divertidíssima. E dá uma ideia bem precisa dos hobbits para quem não leu os livros e não está bem familiarizado com esse pequenos seres.

E mais uma sequência que poderia ficar na versão que foi pro cinema é justamente um diálogo entre Boromir (sim, ele de novo) e Frodo, em que o primeiro fala para o último que ele já carrega um fardo muito grande e que ele não deve carregar ainda o peso da morte. Esse pequeno diálogo acontece na floresta de Galadriel, logo após a “morte” de Gandalf. É uma cena rápida e tocante, que poderia ficar na versão mais curta sem prejuízo algum. Ao contrário, ela mostra que Boromir tem a alma boa, e que o anel corrompe até os mais puros de coração.

Essas são as duas sequências que eu gostei mais, mas há muito mais. A jornada dos hobbits com Aragorn depois de Bri está mais longa, assim como a de Frodo e Sam ao sair do Condado; Sam já nota, neste primeiro, que Frodo, apesar da resistência que tem ao anel, já mostra sinais de que o anel toma suas forças; Galadriel distribui mais presentes, e mostra um pouco mais da devoção de Gimli por ela; a sequência em Moria está mais longa e mais assustadora; o conselho de Elrond está mais longo (haja paciência)…E eu quase esqueço de outra cena bem típica dos hobbits: Legolas nos mostra o pão lembas, e diz que uma mordidinha já é suficiente. Claro que ao Merry e Pippin já comeram quatro cada um. Hilário:)

Se antes o filme já era perfeito, agora está ainda melhor. E as quase quatro horas passam num piscar de olhos. Quando a gente vê, a Sociedade já está se separando. Uma ótima pedida para os fãs de Tolkien (e até para quem não gosta muito).

E só pra dar um gostinho:The fellowship of the rings - exteded version

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sangue de Tinta

 

inkbloodSaboreie cada palavra, Meggie”, a voz de Mo sussurrava dentro dela. “Deixe-as derreter na boca. Está saboreando as cores? O vento e a noite? O medo e a alegria? E o amor. Saboreie, Meggie, e tudo despertará para a vida”( Coração de Tinta – p 435)

Meggie aprendeu tão bem a arte de seu pai – a de dar vida às palavras dos livros ao lê-los em voz alta, fazendo seres das histórias surgirem à sua frente como que por mágica – que desta vez dá um jeito de entrar ela mesma no mundo fictício de Coração de Tinta. Dustfinger, personagem que desde o primeiro volume desta trilogia buscava o caminho de volta para casa, finalmente consegue encontrar Orfeu, um homem baixinho e de rosto esburacado que consegue enviá-lo de volta para dentro do livro. Por sua causa, Meggie acaba indo para lá também.

A menina então conhece um universo encantado, suas cores, seus cheiros e seus habitantes. Vai dos confins da Floresta Sem Caminhos às vielas estreitas e malcheirosas de Ombra. Tem o prazer de encontrar o Príncipe Negro, Bailarino da Nuvens, as fadas azuis, os elfos do fogo, Quartzo Rosa, Cosme, Brianna e Roxane, entre muitos outros; e o sofrimento de acompanhar as artimanhas de Cabeça de Víbora, Mortola, Basta, Pífaro e Raposa Vermelha.

Infelizmente, apesar de Fenoglio – o autor de Coração de Tinta – ter criado outro desfecho para sua história, e de Meggie, seu pai e sua mãe lutarem contra as maldades do vilão Cabeça de Víbora, por lá, o mau parece imperar…

Outra delícia foi ler Sangue de Tinta. Na minha opinião, é ainda melhor que Coração de Tinta. O mais legal é justamente que a maior parte da história se passa no Mundo de Tinta. Só não gostei muito das partes que se passam no nosso mundo, onde ainda estão Elinor e Darius. Espero que no terceiro eles dêem um jeito de ir parar no Mundo de Tinta também.

Neste volume, somos apresentados a novos personagens, e os antigos estão mais aprofundados. Meggie, por exemplo, está mais madura, a ponto de a gente esquecer às vezes que ela só tem treze anos. Ela está mais independente e segura de si, e acaba até influenciando o rumo da história. Ela aprendeu bem a esconder seu medo, o que lhe dá um tremendo poder.

Dustfinger, de volta a seu mundo, e com sua Roxane ao lado, parece ganhar forças, e, agora sim, no Mundo de Tinta, ele está mais parecido com o do filme, domando o fogo com suas próprias mãos. Apesar das constantes negativas, ele se apega muito a Farid, e também a Meggie, e será responsável por uma das melhores cenas do livro. Continua com ódio mortal de Fenoglio (por que será?), mas sua alma está mais leve, e também está mais determinado. Gosto ainda mais dele neste livro.

Fenoglio, por outro lado, começou a ficar bem irritante. Por ser o autor de Coração de Tinta, acha que sabe de tudo, e faz questão de mostrar sua grandeza (em sua própria opinião) a todo momento: Eu escrevi isso, só podia ser maravilhoso, blá blá blá. Ele ficou um velho chato, e prepotente ainda por cima. Quando ele é convidado por Cosme a morar no palácio, é insuportável como ele sente que esse sempre foi seu destino. Não posso esperar pra ver como ele se sai no terceiro, agora que tem um rival.

Farid também está mais seguro de si, tomando a iniciativa várias vezes (em diversas situações), e se mostra um amigo fiel de Dustfinger. Até demais. Não, não é nada demais, só amizade mesmo, mas seu ciúme de Roxane chega a ser um pouco irritante. Mas Farid vê em Dustfinger não só um amigo, mas algo próximo a um pai, e daí ele não desgrudar um minuto do Domador do Fogo. E é um aprendiz fabuloso. Aprende bem rápido a lidar com o fogo no Mundo de Tinta, a ponto de as pessoas se perguntarem se ele não é filho de Dustfinger.

Mo ainda não mostro todo seu potencial. Tudo bem que neste ele passa boa parte da história doente, mas eventualmente ele mostra tudo de que é capaz. E, apesar de não querer isso, mostra também que seu lugar é no Mundo de Tinta. E Resa volta a falar e mostra que é uma mulher de muita fibra. Não fraqueja nunca, apesar do cansaço e do medo, mesmo na condição de prisioneira de novo. Acho que podemos esperar muito dela ainda.

Dos personagens novos, o que mais me intriga é Orfeu, o jovem leitor que manda Dustfinger de volta. Acho que ele ainda não revelou sua verdadeira identidade, o que ainda vai render muito mistério no terceiro. Ele é um pouco arrogante, mas ainda não apareceu o suficiente para dizer mais que isso.

Dos personagens novos, gostei mesmo é de Roxane. Ela á a mulher de Dustfinger, e deve ter sofrido pacas na sua ausência. Também é uma mulher forte, e agora que tem seu marido de volta, não larga dele por nada. É muito sábia, e respeitada por todos. Detesta Farid, mais por pensar que ele é filho de Dustfinger do que outra coisa. Ela ainda vai ter mais motivos para isso no final, mas acho que até o final da trama ela volta atrás. É muito racional para acreditar em besteiras.

Também gostei muito do Príncipe Negro. Um líder nato, faz de tudo para proteger seu povo. É bem sensato e, como Roxane, não dá ouvidos a conversa fiada. Também é muito respeitado, e um dos melhores amigos de Dustfinger. As poucas aparições que ele faz neste livro são cruciais, e uma certeza de que algo tem que dar certo. E tenho uma pena enorme de Violante, a Feia. Casada com Cosme, ela vê sua vida desmoronar por causa de Fenoglio. Espero que ela tenha uma vida melhor no terceiro.

Dos vilões, a melhor continua sendo Mortola. Amargurada desde a perde de Capricórnio, ela só pensa em uma coisa: vingança. E todas as reviravoltas da história são por causa dela e Basta. Confesso que Mortola me dá medo. Ela é muito sanguinária, mas por outro lado, esse é justamente seu appeal. A história não seria a mesma sem ela. e graças a Deus ela está aí. Basta continua engraçado, com suas superstições, mas também está vingativo, o que no caso dele pode significar a morte para seus inimigos. Mas de novo, ainda bem que ele está na história.

Dos vilões novos, só vale a pena destacar Cabeça de Víbora. Como o nome diz, ele não é brincadeira, mas tem um ponto fraco: morre de medo de morrer, e não hesita em mandar enforcar qualquer um que esteja em seu caminho, inclusive mulheres e crianças. Mas também acredito que ele ainda não tenha se mostrado inteiramente neste livro. É esperar para ver.

O livro tem diversas reviravoltas. Quando a gente pensa que tudo vai encaminhar para um lado, a história dá uma volta de 180 graus. Mas isso não interfere em nada, muito pelo contrário, essa imprevisibilidade é o que faz com que a gente continue lendo. E o ritmo também é muito bom, dá pra ler rápido. E ainda bem que uma amiga me emprestou Morte de Tinta, senão acho que não conseguiria esperar até amanhã para ler.

E mais um detalhe que eu não poderia deixar de mencionar; em dois capítulos, a introdução é de Harry Potter e a Pedra Filosofal, da Godess Rowling. Só por isso já vale a pena. E, apesar de o filme ter um final bem diferente do livro, o dano não é totalmente irreversível, por isso espero que filmem também Sangue de Tinta.

Trilha sonora

Não é lá muito criativo, mas vou de novo com Neverending Story, do Limahl, e as músicas do The Corrs. E ainda All in, do meu querido Lifehouse, e Halfway gone, também deles. E uma da Madonna que eu amo: Dear Jessie. Ela é para criança, mas fala de contos de fadas, então acho que vem a calhar. E Somewhere, do Within Temptation. E ainda Angels, do Robbie Williams.

Se você gostou de Sangue de Tinta, pode gostar também de:

  • Morte de Tinta – Cornelia Funke
  • A História Sem Fim – Michael Ende
  • O Senhor dos Anéis – J. J. R. Tolkien
  • coleção Harry Potter _ J. K. Rowling
  • coleção da Herança – Christopher Paolini

sábado, 13 de novembro de 2010

Coração Valente

 

braveheart Um dos meus filmes preferidos é Coração Valente. Um dos melhores que eu já vi, e, sim, passa até Harry Potter (aliás, me dói o coração, mas não tem nem comparação). E, dia desses, me deu vontade de ver de novo, e morrer mais um pouquinho ao grito de “Freedom” de William Wallace no final(em português, como a palavra liberdade é mais longa, não tem o mesmo impacto).

Claro que o filme não é historicamente preciso, mas algumas coisas realmente aconteceram, como sua mulher, Murron, ser assassinada pelo xerife local, em represália aos atos de rebeldia de Wallace, e a traição por um de seus conterrâneos (para saber mais:William Wallace). Mas ainda é um filme maravilhoso, e, não sei se porque fazia tempo que eu não via, ou se é porque amo tanto a história, mas o fato é que nem pareceu que se passaram 3 horas desde o começo do filme e seu final, que, claro, me levou à lágrimas de novo.

O que me levou mesmo a escrever este post foi que não pude evitar, enquanto assistia, de me lembrar de outra história que eu adoro, e da qual já falei aqui. Estou falando de Mundo Sem Fim. E, o que me levou à conclusão de que talvez ambas fossem ambientadas na mesma época foi justamente aquele chapeuzinho ridículo daquele bispo (juiz, ou seja lá o que for que o cara é no final do filme, aquele que conduz a tortura e finalmente decapitação de Wallace), bem como os acessórios nada discretos que tanto a rainha como a sua aia usam na cabeça. É que lembrei que Caris costumava usar algo parecido.

Mas as semelhanças não param por aí. A cena de tortura de Wallace, apesar de infinitamente mais brutal, me lembra muito a perseguição daquela pobre mulher louca em Kingsbridge, e como o povo todo se juntou ao redor para assistir ao espetáculo. Sem contar a quase condenação de Caris. Além, dos modos bem refinados dos personagens de ambas as histórias.

E eu até que não estava tão errada quanto às duas narrativas serem contemporâneas. Mundo Sem Fim tem início menos de vinte anos após a execução de William Wallace, e o rei da Inglaterra naquela época era Eduardo III, neto de Eduardo Longshanks, o tirano rei inglês de Coração Valente (fonte:Eduardo III). E acho até que a rainha Isabella, mãe de Eduardo III é mencionada no livro de Ken Follett, mas aí já não posso ter certeza.

De qualquer forma, ambos são obras maravilhosas, e um prato cheio para quem gosta de História, ou simplesmente de uma história bem contada, e, apesar da extensão, ambos passam bem rápido, e deixam a gente com saudade dos personagens.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Mais algumas considerações sobre a Saga Crepúsculo

 

Acho que a histeria gerada pela mera presença de Robert Pattinson e (argh!) Kirsten Stweart no Brasil foi o que me inspirou a escrever aquelas outras considerações sobre a saga Crepúsculo que eu tinha prometido há algum tempo.

Em primeiro lugar, não retiro o que disse antes. Continuo gostando da série. É fato que se eu começasse a ler Crepúsculo hoje, em uma semana (ou menos) acabaria Amanhecer. Já disse, é hipnotizante, e é só começar que eu não consigo largar. Não sei como Stephenie Meyer faz isso, mas a série realmente prende a atenção até o final.

Mas agora, depois de pensar mais friamente a respeito, dá pra perceber que há vários problemas com a saga. O pior deles, ao meu ver, é a pentelha da Bela engravidar. Hello! Edward está morto! Nem com todos os tratamentos de fertilidade disponíveis uma “sementinha” de 100 anos sobrevive. O mecanismo para isso é que é teoricamente possível, já que, apesar de morto, tem sangue correndo nas veias de um vampiro. Mas daí a engravidar alguém, é muito pra minha cabeça.

Aí vem outra aberração, a começar pelo nome: Renesmée. Além de ser uma criatura esquisita, meio vampira, meio humana, já pensou quanta terapia a coisinha vai ter que fazer com um nome desse? Achei desnecessária, ela está aí só pra Jacob não ficar sozinho, coisa que ele até merecia. Ou, pra não ser tão ruim com ele, deveria acabar com a Leah. Seria bem feito, ela colocaria o chato no seu lugar. Umas boas porradas não seriam ruins para ele (tough break, não gosto mesmo dele).

Fora que é bizarríssimo o tal do imprinting. A meu ver, é só mais uma amarra para os lobisomens. Por isso eu digo, é melhor ser vampiro, que é mais livre.  Só acho que os vampiros de Crepúsculo deveriam ter menos escrúpulos e se comportar mais como vampiros.

Sim, há várias falhas com a história, que pensando bem, é bem fraquinha, mas não nego, me vicia. Acho que é aquele famoso prazer culpado: é trash, mas eu não consigo viver sem, como Supernatural (ai, Winchester boys são a minha perdição, can’t get enough of them).

Além disso, os filmes contribuíram muito para que a saga perdesse seu encanto. Lua Nova e Eclipse são melhorzinhos, mas o estrago já tinha sido feito com Crepúsculo. E isso não tem nada a ver com incompetência dos atores. Aliás, já disse isso, não acho que Robert Pattinson seja de todo mau ator. É só ver que ele manda bem como Cedric em O Cálice de Fogo, mas quando o cara é mau conduzido, como no caso da saga, não tem muita escapatória a não ser ser medíocre. E essa é a minha teoria para Daniel Radcliffe. Até o Cálice, ele até manda bem, não é tão inexpressivo, mas bastou aquele incompetente do David Yates assumir a direção da série que foi por água abaixo. Quanto ao resto do elenco, Taylor Lautner força muito a atuação e Kirsten Stweart é uma insossa, sempre com aquela cara de peixe morto, com a boca aberta (será que ela não consegue fechar?).

E, a melhor de todos é, sem dúvida, Dakota Fanning, como Jane. Aliás, os vilões, para variar, é que são a verdadeira delícia. Sim, gosto muito de Edward, por seu humor tipicamente sarcástico, tirando barato com outros personagens sem que eles notem (principalmente Bela), como se fosse um segredinho entre ele e o leitor. Mas os vilões é que são as verdadeiras jóias da trama. Pena que o final seja tão anticlimático.

Mudo minha opnião em uma coisa: os vampiros de André Vianco são melhores, e os livros, apesar de uma viajada animal, são melhores. E, claro que existem outros muito melhores, como todos os Harry Potter, Percy Jackson, As crônicas de Artur, coleção Força Sigma, só para citar alguns, mas Crepúsculo ainda é uma leitura agradável, ideal para quando não se quer pensar muito (claro, não requer nenhum esforço).

Dito isto, termino dizendo que está na hora de Stephenie Meyer descer de seu pedestal e começar a agir como adulta e profissional, e aprenda um pouquinho com outros autores, como Rick Riordan e the Godess Rowling. Quem sabe assim ela consegue fazer uma saga com história boa de verdade.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Coração de Tinta

 

Inkheart2 Há muito tempo Mo decidiu nunca mais ler um livro em voz alta. Sua filha Meggie é uma devoradora de histórias, mas apesar da insistência não consegue fazer com que o pai leia para ela na cama. Meggie jamais entendeu o motivo dessa recusa, até que um excêntrico visitante finalmente vem revelar o segredo que explica a proibição. Quando Meggie ainda era um bebê, a língua encantada de Mo trouxe à vida alguns personagens de um livro chamado "Coração de Tinta". Um deles é Capricórnio, vilão cruel e sem misericórdia, que não fez questão de voltar para dentro da história de onde tinha vindo e preferiu instalar-se numa aldeia abandonada. Desse lugar funesto, comanda uma gangue de brutamontes que espalham o terror pela região, praticando roubos e assassinatos. Capricórnio quer usar os poderes de Mo para trazer de Coração de tinta um ser ainda mais terrível e sanguinário que ele próprio. Quando seus capangas finalmente seqüestram Mo, Meggie terá de enfrentar essas criaturas bizarras e sofridas, vindas de um mundo completamente diferente do seu.

 

Assim que vi o trailer do filme eu sabia que tinha que ler Coração de Tinta. Só não sei porque demorei tanto. Só que como assisti o filme antes, eu já sabia de muita coisa. Claro, pra variar, o livro é melhor, mas falo disso daqui a pouco.

O que eu mais gostei ao ler esse livro foi que ele me fez voltar à infância, e me lembra muito A História Sem Fim, um dos meus livros preferidos enquanto eu crescia. Coração de Tinta tem a mesma magia em torno dele (será que é porque ambos os autores são alemães?).

Outra coisa que me agradou muito foi que o começo de cada um dos 59 capítulos de Coração de Tinta traz uma citação de outro livro, e vários deles conhecidos, como O Senhor dos Anéis e o próprio A História Sem Fim. Elas servem como uma introdução para o que está por vir, mas também despertam a curiosidade do leitor para os outros.

E uma coisa que me deixou com um pouquinho de inveja foi a descrição da casa de Elinor. Me apaixonei por sua casa quando vi o filme, com livros por todos os lados e uma vista deslumbrante do Lago Colmo, na Itália. Meu sonho é ter uma casa daquelas (de preferência ser vizinha do George Clooney, que também tem uma villa no lago – hehe). E me corta o coração quando os capangas de Capricórnio queimam os livros (apesar de eu querer fazer fogueirinha com meus livros de lingüística – hehehe).

Dustfinger (desculpa, mas sempre que leio Dedo Empoeirado, na verdade o que leio é Dustfinger, que soa bem melhor, aliás) é meu personagem preferido. Arrancado de seu mundo pela voz suave de Mo, ele está sempre em busca de voltar de algum modo para dentro do livro, e por isso sua lealdade varia, de acordo com o que, a seu ver, o deixar mais perto de conseguir isso. Não que ele morra de amores por Capricórnio, muito pelo contrário, mas Dustfinger tampouco pode ser totalmente fiel a Mo e Meggie, por medo de que, caso Mo consiga o que quer, não vá mandá-lo de volta. Por isso, mesmo frente às traições, acho difícil sentir outra coisa por Dustfinger que não seja pena. Mas apesar de todo seu sofrimento, ele ainda é capaz de provocar Basta, e é, assim, responsável por alguns dos momentos mais engraçados do livro.

Sua sombra é outro personagem interessante. Farid, o garoto que sai de Ali Babá e os quarenta ladrões. Ele é simplesmente fascinado por Dustfinger, e quer a todo custo aprender a domar o fogo, coisa que acaba conseguindo. E sua coragem acaba por ser importantíssima no final. Ele também é fascinado por nosso mundo, e não é para menos. No livro, ele apanhava, passava fome e era obrigado a roubar para sobreviver. Sua vida no nosso mundo melhora consideravelmente, e ele não quer voltar.

Elinor é uma figura. Determinada e altiva, não está acostumada a receber ordens e deixa isso bem claro com suas respostas afiadas aos lacaios de Capricórnio e até para o próprio. E estou com ela quando se trata de punir quem incendiou sua preciosa biblioteca.

Mo e Meggie, para ser sincera, eu achei meio apagadinhos. Esperava mais deles. Mas gosto da sagacidade de ambos. E também da compaixão de Meggie e a determinação de Mo. Só acho uma pena ele não querer mandar Dustfinger de volta. Nisso, o filme é melhor. Mo é mais indulgente no filme. Mas ainda é cedo para chegar a alguma conclusão, afinal, ainda tem mais dois livros pra terminar a trilogia.

Quanto aos vilões, são uma atração à parte. Capricórnio é totalmente indiferente, o que o deixa mais terrível, pois não demonstra sentimentos, e lamento seu final. Basta é uma comédia, com todas as suas superstições, das quais Dustfinger tira proveito máximo. E há ainda Mortola, a gralha, que é tão ou mais terrível que Capricórnio.

E, apesar de ser extenso, dá pra ler bem rápido, e uma coisa que facilita muito é que os capítulos são curtinhos, e sempre deixam a gente com vontade de ler mais. Quando dava por mim, já tinha lido vinte, trinta páginas, fácil. Coração de Tinta é uma deliciosa aventura fantástica, que com certeza vai agradar a todos aqueles que gostam de ler.

Filme

Coração de tinta - filme Apesar de ser um pouco diferente do livro, os elementos básicos estão lá. Gosto bastante do filme, sem contar que é sempre uma delícia (em todos os sentidos) ver Brendan Fraser trabalhando. Como já disse, algumas partes eu acho melhores no filme, por exemplo, gosto do fato de que no filme os personagens defeituosos saiam com as linhas do livro tatuadas pelo corpo. Também gosto mais de Mo no filme, e acho que Dustfinger (só pra variar, interpretado muitíssimo bem por Paul Bettany, outro ator que eu adoro), com suas mãos que pegam fogo mesmo melhor, dá uma ideia de fantasia mesmo. E Capricórnio, interpretado por Andy Serkis (Gollum! Gollum!), é outra coisa que dá água na boca ver. Talvez seja um pouco decepcionante para quem leu o livro, mas gosto de ambos igualmente e recomendo os dois.

Trilha sonora

Neverending story, do Limahl, é perfeita, até em um dos versos:

Make believe I’m everywhere
Given in the light
Written in the pages
Is the answer to a neverending story

e ainda:

Dream a dream
And what you see will be
Rhymes that keep their secrets
Will unfold behind the clouds

Eu só mudaria o verbo de see (ver) para read (ler). E ainda as instrumentais do Corrs, que parecem ser feitas para os contos de fadas.

Se você gostou de Coração de Tinta, pode gostar também de:

  • A História Sem Fim – Michael Ende
  • O Trílio Negro – Marion Zimmer Bradley
  • A Dança da Floresta - Juliet Marillier
  • O Hobbit – J R R Tolkien
  • coleção da Herança – Christopher Paolini