quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Feliz Ano Novo!

 

Esse post é bem rapidinho, só para desejar a todos um ótimo 2015. Eu sei que já usei esse poema antes, mas vou repetir porque: 1. eu A – DO – RO! É provavelmente o meu preferido de Ano Novo; e 2. ele bate muito com o meu estado de espírito ultimamente:

ESPERANÇA

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é
ES-PE-RAN-ÇA...

(extraído de: Nova Antologia Poética, Ed. Globo, p. 118)

(Créditos de imagem: Conselhos de uma Coruja)

Beijos e até 2015! Alegre

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A Grande Caçada – A Roda do Tempo #2 – Robert Jordan

 

Seguindo os eventos de O Olho do Mundo, o protagonista Rand al’Thor e seus companheiros, Mat e Perrin, partem em busca da Trombeta de Valere. Segundo lendas, o artefato tem o poder de reviver heróis, e eles podem ser de grande ajuda no combate às forças da Sombra. No entanto, há algo que Rand teme ainda mais do que a Sombra: ele sabe que está condenado à loucura e à morte e se pergunta se conseguirá ajudar seus amigos antes que isso aconteça ou se será ele próprio o responsável por destruí-los.

Ao mesmo tempo, Egwene e Nynaeve treinam para fazer parte da ordem de mulheres que podem manipular o poder que gira a Roda do Tempo, conhecidas como Aes Sedai. Estão as jovens destinadas a se tornarem inimigas de Rand al’Thor?

ATENÇÃO! SPOILERS DE O OLHO DO MUNDO!

Lembro que assim que terminei O Olho do Mundo fiquei super ansiosa para ler a sequência. Acabei demorando para dar um tempo na fantasia, e li só agora. Não sei se porque demorei para ler, e perdi o embalo, ou se porque li este em inglês, mas o fato é que achei que iria me empolgar mais com a leitura. Não me entenda mal, não é que eu não tenha gostado do livro, muito pelo contrário, mas ele simplesmente não de fisgou como o primeiro. E por isso acabei demorando para ler.

Ele começa exatamente onde terminou o primeiro, logo após a descoberta de que Rand pode canalizar o Poder. E com isso vem o conhecimento de que ele pode ficar louco. E isso o atormenta, junto com a possibilidade de Mat morrer logo, se não conseguir se desprender da adaga que encontrou. Além disso, há a preocupação com Egwene, que foi com Nynaeve para Tar Valon estudar para se tornar Aes Sedai. E aqui entra uma coisa que, francamente, me incomodou um pouco no livro: Rand está tão determinado a não ser peão de Aes Sedai (entendo o lado dele), mas acaba cercado por elas, e Egwene, que também vê as Aes Sedai com desconfiança, vai treinar com elas? Certo, ela precisa do treinamento, assim como Nynaeve (chego nela já), mas não havia um modo alternativo? Eles passaram por tantas coisas, e não percebem que continuam sendo peões? Acho que isso se deve principalmente pela pouca idade dos personagens, mas me encheu um pouco.

Já Nynaeve foi a personagem que teve o desenvolvimento mais legal do livro. Cada vez mais ciente de seu poder, e seu potencial, ela sim vê as manipulações e sutilezas das tramas políticas. E não se conforma com isso, ela toma atitudes de claro desafio frente as Aes Sedai. E muito mais. Nynaeve se firma como personagem feminina forte, e torço para que seu desenvolvimento continue, e ela não caia na estagnação.

Mais personagens femininas retornam neste, e se firmam como personagens fortes: Min e a princesa Elayne. A primeira é aquela vidente que lê a aura das pessoas, e ela tem papel de mais destaque neste, e vai ser muito importante na trama. Min é um alívio no livro. Determinada, ela é rebelde e não se conforma com o status quo, sempre encontra um modo de mostrar sua rebeldia, seja no modo de se vestir, seja nas atitudes que toma. E Elayne também tem mais destaque, e não se abala muito com seu status de princesa herdeira. Pelo contrário, ela até em certos momentos abre mão das facilidades que sua posição traz para ajudar Rand, Egwene, e cia. Loial também tem mais destaque neste, sempre com um livro a tiracolo, e a gente até conhece um pouco mais de seu povo neste, e eu achei isso bem legal. Posso adotar Loial?

Dois personagens novos aparecem, e tem posição de destaque. Um é Ingtar, comandante do grupo que sai para caçar a Trombeta de Valere, e que mesmo sem conhecer Rand muito bem, apoia incondicionalmente este último. Ingtar é aquele tipo de líder que ganha a confiança de seus homens sem esforço, por puro carisma. Tem uma liderança fácil e é muito sensato. E Húrin, rastreador que acaba se tornando grande amigo de Rand, e traz um pouco de comicidade para a trama.

E falando na trama, ela fica mais intrincada e, sinceramente, complicada. O universo de Robert Jordan se expandiu, e muito, mas também achei que houve muita enrolação neste. Há muitas reviravoltas e surpresas, mas achei o ritmo mais arrastado que do primeiro. A narrativa por vezes é fluida, mas outras demora mais para engatar. E ela se divide entre os personagens, alguns principais, e outros secundários, mas o foco maior ainda é Rand. E, pelo menos para mim, o mais intrigante são as visões de Min, e como ela vê as vidas dos personagens estando todas interligadas, mas não elabora. E isso me intriga muito, e estou bem curiosa para ver como a Roda do Tempo vai girar para eles.

Trilha sonora

Stand my ground e It´s the fear, do Within Temptation; Fear of the dark, Iron Maiden; Nemo, Nightwish; Arise, Flyleaf; Ameno e Divano, Era; O Fortuna, Carmina Burana; e The Mystic´s Dream, Loreena McKennitt.

Se você gostou de A Grande Caçada, pode gostar também de:

  • As Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R. Martin;
  • Ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • A Crônica do Matador de Rei – Patrick Rothfuss;
  • O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien;
  • As Brumas de Avalon – Marion Zimmer Bradley;
  • O Trílio Negro – Marion Zimmer Bradley;
  • As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell;
  • O Único e Eterno Rei – T. H. White.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Feliz Natal!

 

Rapidinho, só desejando um ótimo Natal, com ceia farta, muito amor, paz, luz e muitas leituras!

Feliz, feliz Natal, a que faz que nos lembremos das ilusões de nossa infância, recorde-lhe ao avô as alegrias de sua juventude, e lhe transporte ao viajante a sua chaminé e a seu doce lar!

Charles Dickens

Beijos e até o próximo post!

Percy Jackson e os Deuses Gregos–Rick Riordan

 

Alguém poderia contar as histórias de origem dos deuses do Olimpo melhor do que um semideus dos tempos modernos? Percy Jackson oferece uma visão privilegiada com abundância de tudo nesta coleção ilustrada.
"Uma editora em Nova York me pediu para escrever o que eu sei sobre os deuses gregos, então pensei, podemos fazer isso anonimamente? Porque eu não preciso dos Olimpianos com raiva de mim novamente. Mas se isso ajuda você a conhecer os seus deuses gregos, e sobreviver a um encontro com eles se você um dia der de cara com eles, então eu acho que escrever tudo isto será a minha boa ação da semana."
Assim começa Os Deuses Gregos de Percy Jackson, em que o filho de Poseidon acrescenta sua própria magia – e apartes sarcásticos – para os clássicos. Ele explica como o mundo foi criado, em seguida, dá aos leitores sua opinião sobre um quem é quem dos antigos, a partir de Apollo para Zeus. Percy não se segura. "Se você gosta de filmes de terror, banhos de sangue, mentira, roubo, traição e canibalismo, então continue a ler, porque definitivamente foi uma Idade de Ouro para tudo isso.”

Comprei esse livro por puro impulso, atrás na verdade de Demigods and Monsters (sim, povo, em inglês, porque não quero perder nada do sarcasmo de Percy com a tradução, sorry), e nem bem saí da Saraiva com ele embaixo do braço, sentei na praça de alimentação, esperando Mockingjay começar, e comecei a ler. E devo ter pagado um King Kong gigante, porque bem ali, no meio da praça de alimentação, eu dava risada sozinha. Posso praticamente sentir os olhares desconfiados em mim (não por culpa minha, minha mãe caiu de barriga quando estava grávida de mim).

Este livro não pertence a nenhuma coleção, e nem se trata de mais uma aventura do Seaweed Brain. Mas, como ele mesmo já adiantou ali em cima, é um passeio delicioso entre os mitos gregos, com o ponto de vista único do semi-deus mais badass que a gente conhece (de novo, sorry Jason lovers, mas Percy é The Man).

E a razão para eu pagar King Kong no shopping é esta:

“O céu se auto denominou Ouranus – e, sim, este é outro jeito de soletrar Urano (em inglês). Não tem jeito de alguém pronunciar esse nome sem que comece a dar risada. Simplesmente soa errado. Por que ele não escolheu um nome melhor – como Deathbringer ou José – eu não sei, mas pode explicar porque Urano era tão mau-humorado o tempo todo.” (p. 2)

É, desde o começo da criação de acordo com os gregos, Percy já vai tirando uma com os deuses (no caso, Titã).

Deixa eu esclarecer uma coisa: esse livro trata dos mitos sim, mas somente aquelas histórias envolvendo os deuses olimpianos, nada de semi-deuses, como Teseu, Perseu (o que matou a Medusa, não o Seaweed Brain) ou Jasão. eles são mencionados, sim, mas Percy sempre diz que isso é uma história para outra hora (#ficadica, Tio Rick! A gente quer ler a história do Minotauro e do labirinto pelo ponto de vista do Percy!).

E é muito bacana descobrir as histórias dos deuses, como eles nasceram, cresceram e se envolveram em inúmeras encrencas. A gente acaba aprendendo bastante, e se divertindo mais ainda.

“Eu acho que pode-se dizer que não havia muita música no Tártaro, e se houvesse, devia ser mais pela linha de cantos fúnebres e death metal.” (p. 221)

Nota desta que vos tecla: acrescento rap, sertanejo e funk. O livro é dividido em capítulos dedicados a cada um dos deuses olimpianos, e a narrativa é fácil, leve. A gente lê sem esforço nenhum umas 100 páginas de vez. Admito que enrolei um pouco para não terminar muito cedo, e também intercalei com outro livro. E como bônus, minha edição, inglesa, veio com O Filho de Sobek no final, só para me deliciar com o encontro entre Carter e Percy.

“Sua maior reinvindicação de fama era o Velocino de Ouro – aquele tapete de lã que é meu parente – acabou em seu reino, o que fez o lugar imune a doenças, invasões, crises do mercado de ações, visita s de Justin Bieber e basicamente qualquer outro desastre natural.” (p. 284)

Trilha sonora

Só tem uma possível: Kings and Queens, do lindo do 30 seconds to Mars.

Se você gostou de Percy Jackson e os Deuses Gregos, pode gostar também de:

  • Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan;
  • Os Heróis do Olimpo – Rick Riordan;
  • As Crônicas Kane – Rick Riordan;
  • Ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • Harry Potter – J. K. Rowling;
  • As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis;
  • O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien;
  • O Hobbit – J. R. R. Tolkien;
  • A Crônica do Matador de Reis – Patrick Rothfuss.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Jogos Vorazes - A Esperança - parte 1

Sendo meu livro preferido da trilogia (COMO ASSIM?, vocês pensam, mas é verdade. Mockingjay é o meu preferido mesmo), eu estava muito ansiosa para ver esse filme, principalmente por causa do que acontece com Peeta (e que graças à brilhante money, money, money ideia de dividir em 2, eu só vou ver no ano que vem). Mas chego lá daqui a pouco. Demorei pra ver nem sei porque, mas finalmente semana passada eu consegui um tempinho e fui conferir.

O filme começa com Katniss encolhida num canto qualquer do Distrito 13, apavorada e resmungando para si mesma, num loop infinito:

Meu nome é Katniss Everdeen. tenho 17 anos. Minha casa é o Distrito 12.. Eu participei dos Jogos Vorazes.Eu escapei. A Capital me odeia. Peeta foi feito prisioneiro. Dizem que ele está morto.É provavelmente melhor que ele esteja...

Até que se acalma o suficiente. A cena é desesperadora. Sim, Presidente Coin está certa ao dizer que os Jogos acabaram com ela. Jennifer Lawrence está sensacional. Ela passa para a gente que está assistindo exatamente o mesmo desespero da personagem. Mas logo vem alguém e tira Katniss desse estado de impotência.

E lá vai Katniss, agora totalmente controlada, falar com a Presidente Coin e Plutarch. E aqui já começamos a ver o jogo de manipulação que Plutarch faz, para que Katniss seja o símbolo da revolução. Claro, no fim, por tudo o que a Capital faz com Peeta, Katniss leva para o lado pessoal e acaba concordando em ser o Tordo, mas ainda acho impressionante a frieza de Plutarch ao tratar Kat, a facilidade com que ele a usa. E preciso dizer que Philip Seymor Hoffmann vai deixar saudade. Um ator excelente, que se foi muito cedo. E nem preciso dizer que Julianne Moore está fantástica como Presidente Coin. Até a caracterização dela, quase sem maquiagem, om os cabelos brancos, transpiram sobriedade. Parabéns ao pessoal da caracterização.



E falando em caracterização, finalmente conseguimos ver Elizabeth Banks por trás das perucas e maquiagem carregada de Effie Trinket. Perfeita. E com papel também de destaque. Effie ainda está naquela faze de negação do que aconteceu, do que a Capital realmente é, apesar de ter tomado um belo choque de realidade. E Elizabeth faz isso lindamente. A expressão cansada e abatida, resignada, mas com forças para seguir em frente, e fazer o que estiver a seu alcance, que sendo Effie, na verdade não é muita coisa, para ajudar a Revolução.

E ainda no quesito caracterização, não poderia deixar de mencionar Peeta. Uma das rezões para eu querer tanto assistir esse filme era exatamente a desconstrução dele. E, incidentalmente, essa também é a razão de eu gostar mais do terceiro livro. Acho que Suzanne Collins fez um belo trabalho desconstruindo Peeta, e depois juntando os caquinhos e tentando reconstruir o personagem, que no fim nunca será mais o mesmo. Ninguém será. Me desviei um pouco, mas deixa eu voltar. Caracterização. A primeira vez que Peeta aparece na TV ele está em ótimo estado, o Massacre Quaternário acabou de se encerrar, a Capital ainda não teve tempo de torturar Peeta. Mas a cada  nova aparição, é aparente a mudança física do personagem. Salva de palmas para o pessoal do CG, que fez um belo trabalho. E também a Josh Hutcherson, que também a cada aparição de Peeta, mostra que foi uma ótima escolha do casting. E era isso que eu queria ver. Não me decepcionei. (SPOILER) E o final, quando Peeta ataca Katniss, é brutal. De novo, show de interpretação. Ainda não vimos muito desse Psycho Peeta, porque mesmo no livro a participação dele é mínima nessa parte. Mas tenho certeza de que na segunda parte, Josh também vai fazer bonito.

Também com participação menor, mas muito boa, e bastante expressiva, Sam Claflin traz um Finnick abatido e arrasado por não ter conseguido proteger sua Annie. Adorei a parte em que ele solta todos os podres do Presidente Snow. E, como Katniss, Finnick tem motivos de sobra para odiar a Capital e entrar para a Revolução. Pena que...deixa pra lá, vejam ano que vem na parte 2.

Já Gale, agora com papel de destaque no meio dos rebeldes, vamos dizer assim, está muito bem como guerrilheiro. Liam Hemsworth está bem no papel. E gostei que ele não tem tanto destaque, sua participação está mais ou menos como no livro. E, como no livro, Gale está meio que tomado pelo fanatismo quanto à Revolução. OK, ele tem lá seus motivos, viu toda a destruição do Distrito 12, mas ainda assim, essa fé cega na Revolução é uma coisa que me incomoda muito. Ele não para para medir as consequências dos seus atos, e até mesmo Katniss, em certo momento, diz mais ou menos isso para ele.



Destaco também a participação de Natalie Dormer como Cressida, a diretora dos propops (não lembro se é assim), aquelas chamadas que Katniss faz para incentivar a Revolução. Ela está perfeita no papel, e a caracterização dela está bem bacana, com a tatuagem e os cabelos raspados (e ela não fica menos linda por isso).



E falando nos propops, não posso deixar de comentar a melhor parte do filme: Katniss cantando The Hanging Tree. 1. Jennifer Lawrence tem a voz linda, e se um dia quiser se lançar como cantora, vai se dar bem também; e 2. todo mundo cantando, na hora que eles acabam com a energia. De arrepiar! Confira o resultado abaixo:


A cenografia também é excelente. A escassez e sobriedade do Distrito 13 estão bem representadas nos cenários, o Distrito 12 arrasado, com os esqueletos de seus habitantes servindo de chão está arrepiante, e a opulência da Capital em contraste é marcante. Uma reclamação: eu senti falta de Katniss na frente da padaria, falando com Peeta, mostrando o que a Capital fez com seu lar. Acho que deveria constar. Os efeitos especiais também estão bons, e eu adorei o arco cheio de flechas recheadas de diferentes presentinhos de Katniss (Oliver Queen approves). O filme tem lá seu tanto de enrolação, algumas coisas poderiam ser mais curtas, ou cortadas de vez. Não havia necessidade de separar o último em duas partes (havia sim, Fernanda, $$$$$$), mas o resultado final é uma adaptação fiel, até com alguns extras que são muito bem vindos. Afinal, no livro somos limitados à visão de Katniss, e no filme ela é mais abrangente. E até dá para entender a divisão: ela acontece mesmo no livro, ele tem duas partes bem distintas. E o corte foi exatamente onde eu imaginava, e onde deveria ser. Uma boa preparação para a parte 2. Confira o trailer:




PS: eu demorei para postar porque demorei para ver o filme, e depois eu meio que travei na review e minha internet falhou, por isso a review não ficou muito boa. Beijos!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O Poder do Súcubo – Georgina Kincaid #2 – Richelle Mead

 

O amor machuca, e ninguém sabe disso melhor que Georgina Kincaid, uma verdadeira deusa, ou melhor, demônio em forma de mulher. Seth Mortensen era tudo o que ela podia querer e tudo o que não podia ter. De que adiantou ter conquistado o namorado amoroso e estável que buscou durante séculos se o máximo que poderia fazer com ele era... ficar de mãos dadas?! Qualquer coisa menos inocente abreviaria a vida de seu amado. Afinal, Georgina é um súcubo! Como se não bastasse ter uma vida amorosa desastrosa, seus dias no trabalho estão, sem trocadilhos, infernais. Seu colega Doug passa a ter um comportamento no mínimo estranho, e Georgina desconfia que seja efeito de algo mais poderoso que uma overdose de café. Para complicar, seu melhor amigo imortal, um íncubo tão irresistível para as mulheres como ela é para os homens, precisa de sua ajuda numa missão politicamente... sedutora.

Comecei a ler este livro para dar uma relaxada mesmo, sem pretensão nenhuma. Adoro Richelle Mead, e gostei do primeiro dessa série. Mas este me decepcionou um pouco. Não reconheci a escrita de Richelle aqui.

A começar pela história. Achei meio fraquinha. A sinopse aí em cima já dá conta do recado, por isso nem vou elaborar mais. A única mexida é a chegada do amigo íncubo de Georgina, Bastien. Este é, claro, sedutor e auto-confiante. Até demais. Mas sinceramente acho o cara um saco. Autoritário e se achando a última Bono de chocolate do pacote, e com personalidade nada marcante. Ele chega a Seattle com a missão de acabar com a reputação de Dana, casada com um político importante de Seattle, e líder de um grupo com bases religiosas radicais, contra o homossexualismo. Mas, em primeiro lugar, não entendi porque é tão importante acabar com a tal Dana. OK, por sua postura preconceituosa ela até merece punição, mas achei este arco todo desnecessário. E achei que Bastien se comporta como diva, não no bom sentido, só porque essa missão é dele, e Georgina é a ajudante. E o desfecho dele foi muito previsível.

O mistério deste fica por conta do comportamento de Doug, e o sucesso meteórico de sua banda. Mas, diferente do que acontece com A Canção do Súcubo, neste ele não prende, é ainda mais previsível. E, de boa, entendo que Georgina queira ajudar um amigo, mas por que ela tem que ir? Só ela pode resolver a parada? Certo, ela é a protagonista, eu esqueci.

E quanto a Georgina e Seth, tudo continua na mesma. Eles estão juntos, mas nada pode acontecer sob pena de Seth ter sua vida reduzida em alguns anos. E não duvide, Seth ama de verdade Georgina. Mas está só no segundo livro, e já estou ficando cheia desse romance deles. Isso porque eu tenho quase certeza de que em algum ponto eles vão achar um loop-hole na condição de Georgina e vão conseguir…você sabe. E eu fico torcendo para que role logo, para acabar com a enrolação.

O que me incomodou mais no livro não foi a história mais fraca, acho até que o intuito de Richelle Mead é esse mesmo, uma trama mais leve, para relaxar mesmo. Mas faltou uma coisa que ela fez muito bem em Vampire Academy e Bloodlines: o desenvolvimento dos personagens. Em ambas as séries mencionadas, os personagens evoluem e crescem conforme os livros, mas neste não percebi que Georgina tenha mudado. Ela continua a mesma, na verdade. E a trama, que nos outros Richelle fez ficarem mais e mais intrincadas, neste deixou a desejar também. E faltou aquele cliff-hanger que nós estamos acostumados com cada volume das outras séries dela.

Recomendo o livro só para espairecer, leia sem pretensão. Não vou desistir da série ainda, porque tenho o terceiro no kobo, e porque se aguentei a Irmandade da Adaga Negra até o terceiro também, acho que a escrita de Richelle Mead, que mesmo assim é infinitamente melhor, pode me prender mais. Mas não fiquei com aquela necessidade de ir logo para o próximo.

Trilha Sonora

Sober e Whadya want from me?, da Pink.

Se você gostou de O Poder do Súcubo, pode gostar também de:

  • Vampire Academy – Richelle Mead;
  • Bloodlines – Richelle Mead;
  • Os Instrumentos Mortais – Cassandra Clare;
  • Ahmnat – Julien de Lucca;
  • Beautiful Creatures – Margareth Stohl e Kami Garcia;
  • House of Night – P.C.  e Kristin Cast.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos

Eu estava literalmente contando os dias para poder ver esse filme. E minhas expectativas eram altas para ele, já que eu amo tanto todos os outros, bem como os livros. Confesso que tenho alguns problemas com ele, mas já chego lá. Por isso, aviso já que darei spoilers do filme, mas como sempre, eu aviso antes.

Começo dizendo que amei o filme, Peter Jackson deixou algumas surpresas engatadas para nós neste, e prepare-se para deixar lágrimas rolarem em algumas partes. Ou pelo menos por não voltarmos mais à Terra-Média. E tenho que admitir que foi uma bela despedida.

O filme começa com o ataque de Smaug à Cidade do Lago, exatamente onde acaba A Desolação de Smaug. Tauriel (a linda e novamente competente Evangeline Lilly), percebendo o ataque iminente, faz os preparativos na casa de Bard. Kili (a fofurinha Aidan Turner, muito bem agora com mais destaque) agora está totalmente recuperado da ferida que levou escapando de Mirkwood (be still my heart) e os outros anões ajudam, e eles presenciam de pertinho o ataque de Smaug.

Enquanto isso, Bard continua preso, e assiste tudo pela janelinha. E o administrador da cidade (o ótimo Stephen Fry, dando comicidade, e que poderia ser mais aproveitado) foge com o ouro e com aquela praga do Alfrid (Ryan Gage, ótimo), deixando  povo para trás. Isso é importante para o desenvolvimento de Alfrid mais tarde, mostra o caráter dele, e também vem acrescentando um pouco de humor ao filme. Mas, para azar (mesmo, quem viu vai entender, e quem não viu ainda, vai entender depois) do Mestre da Cidade, Bard consegue fugir. E ainda bem, porque se você ainda não tinha percebido que isso ia acontecer quando ele mostra a flecha negra e conta que seu antepassado não conseguiu matar Smaug, e adeus Benedict Cumberbatch (quase, ele também faz a voz do Necromancer, mas é pouca coisa). Juro que me deu um aperto isso, porque Smaug é mau, mas é uma delícia ver Benedict Cumberbatch trabalhando, mesmo que seja só com a voz cavernosa.



Dragão derrotado, é hora de se reagrupar. Os humanos de Lake Town tem que encontrar um novo lugar, já que Lake Town queimou (If this is to end in fire, we should all burn together...na hora me veio na cabeça a voz de Ed Sheeran), os elfos se preparam para enfrentar os anões devido à ganância de Thranduil (já falo mais dele), os anões se preparam para tomar com efeito Erebor, e os orcs se preparam para atacar todo mundo. A despedida de Tauriel e Kili quase me levou às lágrimas, e por um minuto eu achei mesmo que ela ia com ele. Mas daí vem o corta-xaveco (eu ia colocar outra coisa, mas sou educada demais - hehehe) do Legolas e chama Tauriel com pretexto de que ela é chamada por Thranduil.

E aí começa uma enrolação sem fim. Foi uma quebra muito grande do ritmo do filme, e não gostei muito disso. Com a morte de Smaug, Thorin agora é oficialmente o Rei Sob a Montanha, mas como Smaug, seu desejo pelo ouro começa a se tornar uma doença (batizada criativamente de "doença do dragão", Really?), a ponto de Thorin voltar na palavra de que dividiria o ouro de Erebor com o povo de Lake Town. Atuação de Richard Armitage exemplar. Assim como Lee Pace, arrasando como Thadruil, ambicioso, orgulhoso e inflexível, e Luke Evans, assumindo a liderança de Lake Town ainda que relutante. Todos excelentes, mesmo. Mas essa parte é muito chata! Podia ser menor, sem trazer prejuízo nenhum ao filme, e manteria o ritmo.

Enquanto isso, Gandalf segue prisioneiro de Azog. Mas não por muito tempo. Logo chegam Galadriel, pela primeira vez botando para quebrar (gostei disso. Cate Blanchet, para variar, sensacional), Elrond (sono! Não pelo ator, Hugo Weaving, que é ótimo, mas o personagem é muito chato!) e Saruman (Christopher Lee, maravilhoso. Pena que com participação muito pequena), já dando o que pensar quando diz para deixar Sauron com ele (opa! Gandalf, não faça isso!). Achei bacana aqui já apresentarem os Nove, ainda não na forma de Nazgul. Cena legal, bem feita, mas que só apareceu mesmo para dar lugar a Galadriel, Elrond e Saruman. Mesmo eu entendendo que ela fosse talvez necessária, acho que poderia ser mais curta.



E a partir daí, o filme muda totalmente de formato. Passa a ser um filme de guerra, e dos melhores. Realmente mostra porque acabou se chamando A Batalha dos Cinco Exércitos. Anões, elfos  humanos se juntam para combater os orcs, que vem com dois exércitos (durante o filme eu fiquei quebrando a cabeça para descobrir qual era o quinto - hehehe). E com direito a uma parede de escudos formada pelos anões para deixar Uthred e Ragnar orgulhosos. E aqui sim o filme fica bem legal. A batalha em si é sensacional, em várias frentes, com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo. E daí sim, o tempo passa rápido e a gente nem sente. E visualmente, é deslumbrante. Principalmente para quem for ver em 3D. Recomendo ver neste formato.



A partir de agora, SPOILERS! LEIA SOB SUA CONTA E RISCO! Como eu disse, algumas coisas me incomodaram no filme. Primeiro, duas mortes que não deveriam acontecer. Uma porque não acontecem no livro. Estou falando de Kili (AH, WHY, PETER JACKSON, WHY?) e Thorin. Vamos separar os dois. Quer dizer que depois de tudo que Tauriel fez para salvar Kili, ela ainda tem que vê-lo morrer em seus braços? WTF? E Thorin também, lutou tanto, fez tanta coisa para recuperar Erebor, e quando finalmente o faz, morre? Double WTF? E quem vai ficar no lugar de Thorin? Eu até entendo a morte de Fili (mesmo sofrendo com ela), é uma guerra, mas as outras? Overkill. Então, já que resolveram zoar com o final do livro, por quê não aumentaram a participação de Cumberbatch (deu pra perceber que sou louquinha por ele, né?) e de Lee Pace? E depois, o que aconteceu com Bard? Ele virou Mestre da Cidade, como no livro? OK, achei legal Thandruil mandar Legolas atrás de Aragorn, mas a participação de Legolas poderia ser menor. E fala sério, Legolas é fodástico, mas desafiar a gravidade também já é demais. E achei Tauriel, que é ainda mais legal que Legolas, achei mais apagadinha neste (não por culpa de Evangeline Lilly, que fique claro. Só não deram mais espaço para ela.). Mas a cena da morte de Kili foi linda, eu quase chorei. E de repente começaram a aparecer umas criaturas do além, tipo uns trolls sem noção, e uns vermes da terra...pra quê? Só pra mostrar como o departamento de CG é fodástico? Isso a gente já sabia. Outra coisa: vocês notaram que eu quase não falei de Bilbo? Pois é, novamente, não por culpa de Martin Freeman, que está como sempre espetacular, mas pelo roteiro. Assim, para um filme que tem como nome O HOBBIT, o tal hobbit mesmo tem uma participação relativamente pequena. Ficou mais para Thorin e como recuperar Erebor. As águias..não tenho palavras para expressar como a fala "The Eagles are coming" me incomoda. E isso já em LOTR. Mas na hora que Thorin está morrendo, e Bilbo fala das águias...oi? O que ela vão fazer, ressuscitar ele? Uma menina no cinema riu nessa hora, e eu tenho que concordar com ela. PA - TÉ - TI - CO. E uma última coisa: por que raios Legolas foi lá para o Norte? OK, sem ele lá não saberíamos do segundo exército orc, mas ainda tentando entender porque exatamente ele encasquetou de ir pra lá. E levar Tauriel (OK, isso eu entendo, quis tirar uma casquinha - hehehe). ATUALIZAÇÃO: O Nerito me avisou, e mais gente também, que o Thorin morre no livro. Eu sinceramente não lembrava disso, para mim não morria ninguém. Então fui verificar, e sim, Thorin morre mesmo, mas eu mantenho o que eu disse: ele passa por tudo o que passa para morrer no final? Oi? (Tolkien andou fumando a ervinha dos hobbits. #justsaying)



Mas o final mesmo, com Bilbo já velhinho, lembrando os acontecimentos, e recebendo Gandalf para sua festa de aniversário, foi muito bacana. Gostei como ligaram novamente as duas trilogias. E não se deixe levar pelos meus comentários acima. O filme é bom? SIM! Vale a pena ver? SIM! Vou ver de novo? Com certeza! Como eu disse, visualmente, um deslumbre. Efeitos especias fantásticos e realistas, Elenco com atuações impecáveis (sim, pessoas, até mesmo Orlando Bloom), fotografia belíssima, trilha sonora linda. E o golpe final:


FALA SÉRIO! PIPPIN CANTANDO ISSO???? Morri. A letra é linda:


We came all this way
But now comes the day
To bid you farewell


E para quem não sabe, Billy Boyd além de ótimo ator, é também músico, e foi ele mesmo que musicou isso aqui: All Shall Fade. E eu não tenho dúvidas de que foi uma  o trailer do filme ter esta música com ele cantando. Enfim, uma ótima despedida. E fica aquele mesmo sentimento de quando a gente foi ver O Retorno do Rei, de que não retornaremos mais, de final mesmo. E isso, meus caros, é o que é o mais legal que os filmes de Peter Jackson nos deixam: a sensação de que de alguma forma, fizemos parte tanto da jornada de Bilbo como a de Frodo. Assim, não me resta muita coisa a não ser deixá-los com o trailer:


É isso. Beijos e até a próxima!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O Dia do Curinga – Jostein Gaarder

 

"Você já pensou que num baralho existem muitas cartas de copas e de ouros, outras tantas de espadas e de paus, mas que existe apenas um curinga?", pergunta à sua mãe certa vez a jovem protagonista de O mundo de Sofia.
Esse é o ponto de partida deste outro livro de Jostein Gaarder, a história de um garoto chamado Hans-Thomas e seu pai, que cruzam a Europa, da Noruega à Grécia, à procura da mulher que os deixou oito anos antes. No meio da viagem, um livro misterioso desencadeia uma narrativa paralela, em que mitos gregos, maldições de família, náufragos e cartas de baralho que ganham vida transformam a viagem de Hans-Thomas numa autêntica iniciação à busca do conhecimento - ou à filosofia.
O dia do curinga é a história de muitas viagens fantásticas que se entrelaçam numa viagem única e ainda mais fantástica - e que só pode ser feita por um grande aventureiro: o leitor.

Já era para eu ter feito a resenha desse livro, mas as coisas se acumularam (boletins, provas, fim de ano, same old, same old) e não tive tempo. Então estou aproveitando que o sistema está em manutenção (perfect timing, #sqn) e vim escrever. Não sei se vai sair muito boa, porque já faz uns dias que terminei a leitura, e prefiro fazer logo que termino, enquanto ainda está fresco na memória, mas vamos lá.

Na verdade, nem sei direito por onde começar. Hans-Thomas é um menino de uns 12 anos, acho, que sai com seu pai da Noruega até a Grécia em busca de sua mãe, que foi para a Grécia “se encontrar”. No meio do caminho, Hans-Thomas encontra um anãozinho que o convence a parar em Dorf, onde ele conhece um velhote padeiro que o presenteia com um livrinho misterioso. E no caminho para a Grécia, regado a muitas conversas filosóficas com seu pai, Hans-Thomas vai lendo o livrinho em segredo.

“Meu conselho para todos os que querem se encontrar é continuarem bem onde estão. Do contrário, é grande o risco de se perderem para sempre.”

O livrinho (eu fico repetindo no diminutivo, mas quem leu entende. Tem motivo) conta a história de um náufrago, Frode, que acaba numa ilha deserta por muitos e muitos anos, tendo como companhia somente um baralho velho. De tanta solidão, Frode acaba personificando as cartas, que eventualmente ganham vida. Anos mais tarde, um outro náufrago chega à ilha, e começa aí uma intrincada história de traição, amores frustrados e abandonos, que vai se entrecruzar com a história de Hans-Thomas.

Existem cerca de 5 bilhões de pessoas neste planeta. Mas a gente acaba se apaixonando por uma pessoa determinada e não quer trocá-la por nenhuma outra.”

Como no caso de O Mundo de Sofia, a narrativa se divide em duas: a busca de Hans-Thomas e seu pai e a história do livrinho, de Frode. E no meio disso tudo, Jostein Gaarder faz referência a um ou outro pensamento filosófico, Inclusive, há várias partes do livro que lembram muitas passagens de O Mundo de Sofia. É inevitável. Mas, diferente de Sofia, que tem finalidade mais didática, O Dia do Curinga mostra diferentes correntes filosóficas de forma mais sutil, em algum comentário ou em algum acontecimento. Mas a narrativa também é tão diferenciada como Sofia, e igualmente deliciosa. Hans-Thomas, com sua mente curiosa e inquieta, é um ótimo guia para as reflexões levantadas pelo livro, ao mesmo tempo que lida com problemas extremamente comuns, como o pai alcoólatra e ter que crescer sem a mãe. Mais um belo passeio pela filosofia e mitologia. Recomendado, e também recomendo que você releia várias vezes, com bastante calma, degustando cada palavra.

“As pessoas ficariam malucas se os astronautas descobrissem um outro planeta vivo. Pena que o seu próprio planeta n]ao consiga tirá-las dos eixos.”

Trilha sonora

Mais uma vez, Out of blue comes green, do A-ha. E também Trying, do Lifehouse.

Se você gostou de O Dia do Curinga, pode gostar também de:

  • O Mundo de Sofia – Jostein Gaarder;
  • Através do Espelho – Jostein Gaarder;
  • A Viagem de Théo – Catherine Clement.

sábado, 22 de novembro de 2014

1984 – George Orwell

 

Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que 'só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade - só o poder pelo poder, poder puro.'

Como estou tentando sair da minha zona de conforto literária (aka fantasia e ficção histórica), já fazia um tempo que eu estava para ler este livro. Ele estava só me esperando na estante. E não me arrependi dessa guinada. Eu já tinha visto coisas boas sobre o livro, e pude comprovar que é mesmo muito bom.

Winston Smith, o protagonista de 1984, é um homem de 39 anos, comum, que trabalha para o Ministério da Verdade, ou Miniver em Novafala. Ele é encarregado de ler e corrigir antigos jornais e publicações, editando de acordo com o que o Partido quer que seja a verdade. Complicou? É assim: suponha que no Brasil o governo controle a imprensa, e a distribuição de chocolate para cada cidadão. Ano passado nossa cota era de 30 g, mas ontem saiu um edital dizendo que nossa nova cota é de 20 g. É trabalho de Winston ir atrás da Folha de São Paulo do ano passado, encontrar o artigo que diz que nossa cota é de 30 g e corrigir, dizendo que agora é de 20 g. Ou se por acaso saísse uma estatística desfavorável ao governo, é obrigação de Winston encontrar o dado e alterar o número a fim de que o Grande Irmão apareça como grande salvador da pátria, e desta forma, assegurar que todos amem o Grande Irmão.

“Foi informado de que houvera inclusive manifestações de agradecimento ao Grande Irmão pelo fato de ter elevado a ração de chocolate para 20 g por semana. Sendo que ainda ontem, refletiu, fora anunciada a redução da ração para 20 gramas por semana. Seria possível as pessoas engolirem aquela, passadas apenas vinte e quatro horas do anúncio? Sim, engoliam.” (p. 75 – 76)

Winston vive na Oceânia, uma das três potências que restaram depois das guerras atômicas. A Oceânia no momento está me guerra com a Eurásia, e em paz com a Lestásia, mas essas guerras se alternam. Só que pela mutabilidade do passado, sempre parece que as guerras com cada uma das nações vizinhas independentemente sempre aconteceu. Assim, o controle do governo sobre a população é total. Até mesmo pensamentos são proibidos, e sempre, sempre, a vigília do Grande Irmão pelas teletelas. Os trabalhadores do governo, que vivem melhor, mas tem ainda menos liberdade que os proletas, sempre devem usar um macacão horroroso como uniforme. Em outras palavras, é o comunismo levado ao extremo.

Mas Winston não se encaixa nesse perfil dos habitantes de Oceânia. Ele tem uma mente inquieta e curiosa, reflete muito sobre o que acontece, como no trecho acima, mantém um diário, o que é contra a lei, por se tratar de um pesamentocrime, e sonha com uma revolução dos proletas. Para ele, eles são o futuro, eles são os vivos. Não que Winston escape totalmente do controle do Grande Irmão. Ele tem medo sim de ser descoberto, e quando aparece em sua vida Julia, ele pensa logo que tem que eliminá-la para se salvar.

Só que Julia n]ao quer denunciar Winston. Ele na verdade o ama, e a partir do momento que ela entra na vida de Winston para valer, o livro fica mais legal. É aí que Winston realmente acorda, e começa a desafiar, a seu modo, o sistema. Veja bem, até mesmo manter um relacionamento com alguém é proibido, a não ser que seja aprovado pelo Partido. Sexo só serve mesmo para fins de reprodução. E ao se relacionar com Julia, Winston está quebrando um dos grandes paradigmas do Partido. Julia pertence a uma facção, vamos dizer assim, do Partido, que usa uma faixa vermelha na cintura, sinal de castidade. O que não a impediu de manter relações sexuais com diversos parceiros ante de Winston, incluindo membros proeminentes do próprio Partido, que prega o fim do orgasmo. Julia odeia o Partido, e encontra em Winston um companheiro ideal. Ela é o ponto de alívio do livro.

E assim, Winston e Julia levam a vida, se escondendo do Partido e planejando a Revolução. Winston nesse sentido é mais ativo que Julia. Ela, até por ser bem mais nova que ele, se rebela nas palavras, mas não se interessa muito pelo que realmente está por trás de tudo. Até que Winston conhece no trabalho O´Brien. Instantaneamente, Winston sente uma conexão com O`Brien, e começa aí uma amizade improvável. O´Brien faz parte de um grupo contrário ao Partido, chamado de Confraria, e convida Winston e Julia a fazerem parte dele, o que os dois estão mais que preparados e dispostos a fazer, custe o que custar. O`Brien é mais soturno que Winston e Julia.

A narrativa é densa, mas não difícil. Não é sentimental, mas bem prática, e concisa. E também bem descritiva, (SPOILER) as cenas de tortura de Winston são angustiantes, bem como a descrição da vida na Oceânia. Esqueci de falar que o governo é absolutamente totalitário, e que não há noção de indivíduo, e as pessoas vivem (mal) em uma total ilusão. O livro é muito bom, só não ganhou 5 estrelinhas no skoob por motivos que vou explicar no próximo parágrafo, mas é muito bem estruturado e desenvolvido. Leitura obrigatória.

(ATENÇÃO! SPOILERS NESTE PARÁGRAFO! SE VOCÊ NÃO LEU O LIVRO, PULE!) O que não me agradou. Winston tenta começar uma Revolução, mas ela acaba não acontecendo. Winston e Julia são traídos, presos e torturados, e no fim, o Partido continua no poder, as pessoas continuam tão alienadas quanto no começo, e Winston se dobra às regras do Partido. Eu queria que houvesse essa revolução, e que o Grande Irmão fosse destronado. Por outro lado, como desconstrução do indivíduo, o livro é perfeito. E a frase final do livro é bem forte, e também uma grande sacada. E veja bem, não estou diminuindo a narrativa de George Orwell, acho que o objetivo dele era exatamente esse, mostrar que todos nós temos o nosso ponto de quebra, e que podemos ser dominados. E nesse sentido, o livro é brilhante. Genial mesmo. E temos que levar em consideração que livro foi escrito e publicado em 1949, logo depois do fim da II Guerra Mundial, o mundo acabava de ser dividido em dois, e o comunismo era visto como o grande mal. E a narrativa de George Orwell reflete exatamente isso, assim como Mordor representa a Alemanha nazista e Sauron é a personificação de Hitler para Tolkien. Uma distopia densa e uma aula de História, é isso que 1984 é.

Trilha sonora

Só consegui pensar em Another brick in the wall, do Pink Floyd, e ela é perfeita não só pela letra (we don´t need no education, we don´t need no thought control), mas porque o clipe  (que eu acho extremamente perturbador, aliás) resume bem o que eu imagino como a vida na Oceânia.

Filme

O filme de 1984 (o ano de lançamento, não o nome) é muito bom também. Tão denso e perturbador quanto o livro, com atuações maravilhosas de John Hurt e Richard Burton. A fotografia é sombria e a ambientação é rústica e decadente, combina com o clima do livro. E é bem fiel ao livro também, as coisas só acontecem mais rápido. Mas, se você não assistiu, eu recomendo que leia o livro primeiro, justamente porque por ser mais rápido, há a possibilidade de você se perder um pouco nos termos em Novafala e na estrutura geral.

Se você gostou de 1984, pode gostar também de:

  • A Revolução dos Bichos – George Orwell;
  • Admirável Mundo Novo – Aldous Huxley;
  • Farenheit 451 – Ray Bradbury;
  • Laranja Mecânica – Anthony Burgess;
  • Jogos Vorazes – Suzanne Collins;
  • Divergente – Veronica Roth.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Eternidade por um Fio – Trilogia do Século #3 – Ken Follett

 

Durante toda a trilogia O Século, Ken Follett narrou a saga de cinco famílias americana, alemã, russa, inglesa e galesa. Agora seus personagens vivem uma das épocas mais tumultuadas da história, a enorme turbulência social, política e econômica entre as décadas de 1960 e 1980, com a luta pelos direitos civis, assassinatos, movimentos políticos de massa, a guerra do Vietnã, o Muro de Berlim, a Crise dos Mísseis de Cuba, impeachment presidencial, revolução... e rock and roll! Na Alemanha Oriental, a professora Rebecca Hoffman descobre que durante anos foi espionada pela polícia secreta e comete um ato impulsivo que afetará sua família para o resto de suas vidas. George Jakes, filho de um casal mestiço, abre de mão de uma brilhante carreira de advogado para trabalhar no Departamento de Justiça de Robert F. Kennedy e acaba se vendo não só no meio do turbilhão da luta pelos direitos civis, como também numa batalha pessoal. Cameron Dewar, neto de um senador, aproveita a chance de fazer espionagem oficial e extraoficial para uma causa em que acredita, mas logo descobre que o mundo é um lugar muito mais perigoso do que havia imaginado. Dimka Dvorkin, jovem assessor de Nikita Khruschev, torna-se um agente primordial no Kremlim, tanto para o bem quanto para o mal, à medida que os Estados Unidos e a União Soviética fazem sua corrida armamentista que deixará o mundo à beira de uma guerra nuclear. Enquanto isso, as ações de sua irmã gêmea, Tanya, a farão partir de Moscou para Cuba, Praga Varsóvia e para a história. Como sempre acontece nos livros de Ken Follett, o contexto histórico é brilhantemente pesquisado, a ação é rápida, os personagens são ricos em nuances e emoção. Com a mão de um mestre, ele nos leva a um mundo que pensávamos conhecer, mas que nunca mais vai nos parecer o mesmo.

Fechando a saga das cinco famílias que se inicia em Queda de Gigantes e sobrevive à Primeira Guerra Mundial e à Revolução Russa, e mesmo assim assistem os horrores da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Civil Espanhola (acabei de lembrar que esqueci de recomendar assistir O Labirinto do Fauno na resenha do livro, mas assistam. Uma fantasia gótica triste que tem como pano de fundo a Guerra Civil) em Inverno do Mundo, agora é a Guerra Fria e suas consequências que servem de cenário para os descendentes de Maud, Lev, Grigori, Werner e cia. do primeiro. Agora são seus netos e filhos que tem que viver no mundo delineado pelas escolhas de seus antepassados, tanto do primeiro livro como do segundo.

Eu na verdade nem sei por onde começo a comentar esse livro. São tantos personagens interessantes, tantos acontecimentos marcantes, que fica difícil e parece injusto escolher um em favor do outro. Este começa em 1961, na Alemanha dividida em dois governos: o capitalista e democrático ocidental, e o autoritário e socialista oriental. O Muro ainda não se ergueu, mas as pessoas precisam tomar muito cuidado ao atravessar de um lado de Berlin para outro. Rebecca, filha adotiva de Carla e Werner, mora com sua família (a mãe, pai, irmãos e marido) do lado errado de Berlin, embora Werner, agora um empresário dono de uma fábrica de TVs, tenha que trabalhar do lado ocidental. Rebecca tem opinião formada sobre o governo, e sua família é famosa exatamente por causa de sua posição política. Isso é um ponto muito importante, porque vai impedir a passagem de membros dela para o lado ocidental mais para a frente. Rebecca é casada com Hans, e o casamento não é lá dos melhores, embora ela ache que o marido é bom. Na verdade, não sinto muita afinidade entre os dois. E isso vai se explicar, mas eu não vou falar o que é. Basta dizer que por causa de um ato impensado de Rebecca, a família toda vai sofrer com a polícia secreta, a Stasi. Rebecca consegue fugir quando o Muro sobe. E tenho que dizer que é angustiante ler o Muro subindo, e o desespero das pessoas que se viram de um dia para o outro numa cidade dividida, famílias e amigos sendo forçados a se separarem por causa do Muro. Ken Follett descreveu com muita habilidade esta parte. Um detalhe que acabei de perceber. O livro é dividido em várias partes, cada uma com um título que anuncia o que vem, e o período que cobre. A primeira se chama Muro, e a última também. Olha só o cuidado: o livro começa com o Muro sendo erguido, e termina com ele caindo (ah vá! Não sabia que o Muro cai? Isso não é spoiler!). Vou falar mais disso mais tarde.

Seu irmão Walli, agora um jovem de 15 anos que sonha em ser uma estrela do rock ao estilo Beatles (Coração vermelhoCoração vermelhoCoração vermelho) e Rolling Stones, é idealista e enfrenta o governo a seu modo, cantando músicas proibidas. Walli se envolve com uma parceira musical, Karolin, mas por causa da pouca liberdade para compor e cantar as músicas que quer (ou até mesmo ouvi-las), ele decide fugir da Alemanha Oriental. E nessa fuga uma tragédia tem lugar, e ele então é perseguido para ser preso. Walli consegue fugir, vou dar esse spoilerzinho, porque ele é importante. Essa fuga vai separar Walli completamente de sua família, e isso vai ter um impacto muito grande em sua vida. Ele perde muito mais do que Rebecca ao fugir. E ele vai passar por momentos muito difíceis. Mas também passará por um lado muito bacana, realizando seu sonho de ser rock´n´roll star. E aqui, mas uma vez, Ken Follett fez um belo trabalho descrevendo o que a fama pode fazer com o indivíduo: ela pode ser a salvação, mas, mais frequentemente que não, ela é a ruína.

E quem é a salvação de Walli, em ambos os casos, é Dave Williams, seu primo, filho de Lloyd e Daisy. Dave é músico também, e logo os dois primos se entendem. E Dave tem a mesma ambição de viver da música que Walli. E vindo de uma família também politizada, Dave também tem opiniões fortes (um fato do final que ele fez é sensacional! E muito corajoso) e é também teimoso. Dave é disléxico, mas não sabe disso, nem sua família, que o vê como preguiçoso. E isso vai causar muitos atritos com Lloyd. Dave é uma lufada de ar, com sua personalidade leve e otimismo. Sua irmã, Evie, é uma atriz e também muito engajada politicamente. É forte, independente e faz o que quer, incluindo uma performance da loucura de Ofélia, em Hamlet, nua, aos 15 anos. Evie tem uma queda por Jasper Murray, filho de Eva Murray, a judia que Daisy acolheu me sua casa no anterior. E por isso, Jasper, um pobretão sem perspectivas, mas que se acha a última Bono de chocolate do pacote, vive com os Williams, mas é mesmo um parasita de primeira. É oportunista, e não poupa ninguém, desde que ele leve vantagem. Jasper acaba se tornando um jornalista investigativo importante, e seu mau-caráter acaba se desfazendo quando ele presencia o assassinato de Martin Luther King (daqui a pouco alo mais) e de passar um ano lutando pelos americanos no Vietnã.

E falando em Martin Luther King, vamos para o núcleo que luta pelos direitos civis nos EUA. George Jakes, filho de Greg Peshkov, e primo de Dave, é um jovem que presencia em primeira mão a luta pelos direitos civis e a dessegregação nos EUA. George é o filho que Greg teve com Jacky, que mesmo com idade mais avançada, continua sagaz. George é bastardo, não reconhecido oficialmente, mas que todo mundo sabe. Afinal, Greg, seu pai, é congressista. E por isso mesmo George acaba enveredando pela política. Ele estudou em Harvard, e se formou advogado, mas abriu mão de uma carreira em uma firma grande de Washington para ingressar na equipe de Bobby Kennedy, irmão de John F. Ele sabe que na verdade ele é mais um cargo decorativo, só para mostrar para o mundo que o governo Kennedy aceita afro-descendentes. Mas mesmo assim, ele vai tentar fazer o melhor com seu cargo para tentar garantir direitos iguais a afro-descendentes nos EUA. Ele presencia o assassinato de John F. Kennedy, e isso tem um grande impacto em sua carreira, bem como outras coisas que ele passou em sua luta contra a segregação. George é idealista no começo, e sendo criado no norte liberal, não tem uma ideia muit0 clara do que é realmente a segregação racial no sul, até que ele mesmo sofre com isso. George é racional, e provavelmente o personagem mais estável do livro. A seu lado está Maria, uma bela negra que viaja com ele desde o começo, e que além de lutar contra a segregação, também acaba se tornando uma feminista engajada. Mas ela não é falível, e comete umas besteiradas durante a história. E também preciso destacar Verena, uma mestiça filha de um ator negro e uma atriz de teatro branca. Verena é volúvel e um tanto deslumbrada. Mas tem papel importante na luta contra a segregação, trabalhando ao lado do reverendo Martin Luther King.

E na Rússia temos os primos de George, Dimka e sua irmã gêmea Tania. Tania trabalha para  o TASS, a imprensa oficial do governo, mas secretamente investiga o próprio governo , denunciando os abusos do regime comunista. E por isso acaba sendo transferida para Cuba, onde presencia de perto a Crise dos Mísseis. Já Dimka trabalha como assessor de Khrushchev, e tem uma visão mais romaceada do comunismo, acreditando que o sistema funciona, mas que pode sofrer alguns ajustes (oh, sweet summer child!). Mas ele vai ter suas convicções abaladas mais tarde, e isso vai fazer com que ele veja o mundo de forma diferente.

O livro é muitíssimo bem escrito, os acontecimentos são explicados de forma clara e sem enrolação. Mas para mim, as partes que mais valeram a pena foram, como já disse ali em cima, o aparecimento do Muro de Berlin, mas também sua queda, narrada quase como um sonho, do ponto de vista de Walli e Rebecca, do lado ocidental, e de Lili (irmã de Walli) e Karolin do lado oriental. As pessoas não acreditavam que era o fim, depois de conviver com aquela muralha por tantos anos. Também o discurso de Martin Luther King, “Eu tenho um sonho.”

“Eu tenho um sonho que um dia esta nação se erguerá e e realizará o verdadeiro significado de sua crença: temos estas verdades como evidentes, de que todos os homens são criados iguais.” (p. 440)

Ken Follett descreve tão bem esse evento que somos transportados para aquele 28 de agosto de 1963 em Washington (leia mais aqui). É muito emocionante.

Outra passagem foi a do assassinato de Kennedy, e ver o efeito que isso teve no país, mesmo que a melhor coisa que Kennedy tenha feito foi exatamente ser morto. Veja bem, antes disso, ele estava com a popularidade bem em baixa por causa de sua falta de comprometimento maior com os direitos civis por um lado, pela Guerra no Vietnã, por outro, e pela própria política econômica na época. Mas foi ele morrer para gerar comoção, e quando o vice Lyndon Johnson assume, o país dá uma virada.

“Um tiro ecoou.
King cambaleou para trás, ergueu os braços como um homem na cruz, bateu na parede atrás dele, e caiu.” (p. 676)

Outra parte muito emocionante. O assassinato de Luther King. De novo, somos transportados para aquele 4 de abril de 1968 em Memphis, Tennessee. E parece que somos nós as vítimas do tiro.

Ken Follett fecha a trilogia do Século com chave de ouro, todas as pontas foram amarradas, todas as famílias no fim se conectam pelo casamento ou por relações distantes. Como diz Cornwell, o destino é inexorável, e neste caso aproximou inexoravelmente todos os personagens que foram apresentados em Queda de Gigantes. Para mim, este é o melhor dos três, talvez por relatar a História mais recente (gente, eu me lembro da Queda do Muro de Berlin!). Recomendo a leitura, principalmente para você que tem Che Guevara como ídolo, e que acha que a solução está no comunismo. Fica uma lição:

“Todos esses homens eram tiranos, torturadores e assassinos em massa. Stalin não havia sido excepcional, era típico dos líderes Comunistas. Qualquer regime político que permitisse que pessoas assim governassem era mau, refletiu Dimka.” (p. 970)

“E no fim, o Comunismo derrotou a si mesmo” (p. 995)

Trilha sonora

De cara, não dá para não associar Martin Luther King com Pride (in the name of love) (early morning, April four, a shot rings out, in the Memphis sky…), We didn´t start the fire, de Billy Joel, recontando todo o século XX em 4 minutos (veja a letra). Eu poderia citar várias dos Beatles, pois várias são citadas, mas vou ficar com Revolution, que não é citada, mas por motivos óbvios, e com Strawberry Fields Forever (essa com direito a reprodução do verso “Living is easy with eyes closed, Misunderstanding all you see” na p. 612), Gimme shelter, dos Rolling Stones (War, children, it´s just a shot away), Blowing in the wind, Joan Baez (que estava me Washington para a Marcha dos Direitos Civis), They stood up for love, do Live (those who stood up for love, down in spite all the hate) e Blue, da Chantal Kreviazuk (where were you, when they, wrote the news).

Se você gostou de Eternidade por um Fio, pode gostar também de:

  • Os Pilares da Terra – Ken Follett;
  • Mundo Sem Fim – Ken Follett;
  • Queda de Gigantes – Ken Follett;
  • Inverno do Mundo – Ken Follett;
  • 1984 – George Orwell;
  • A Revolução dos Bichos – George Orwell.

PS: eu sei que a postagem ficou longa, mas acredite, eu tentei resumir ao máximo. É que o livro é tão complexo e tão cheio de fatos relevantes e personagens bons que fica difícil.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Como treinar Seu Dragão 2

Louca como sou por Banguela e Soluço, eu tinha que ver esse filme. E já começo esse post com uma bronca, recorrente, aliás. Por quê, POR QUÊ, as distribuidoras insistem em passar filmes de animação somente dublados? OK, a grande parte do público para esse tipo de filme é constituído de crianças, mas boa parte também é composto de adultos como eu, que não gostam de assistir nada dublado. E tenho mais um motivo para ver esse filme em especial no áudio original, que vou falar daqui a pouco. Por isso, demorei para comentar, porque tive que esperar sair em blu ray para ver (não tenho paciência de baixar e não gosto de ver filme longo assim no computador. Depois, Banguela merece alta definição ;))

Cinco anos se passaram desde que Banguela chegou em Berk e conquistou até mesmo Stoick, o absolutamente estoico (trocadilho infeliz, eu sei, mas que já nasce pronto para ser usado). Agora Berk vive em paz, e o esporte local é a corrida de dragões, a vila passou por muitas modificações para acomodar nossos amigos incendiários, contando inclusive com um estábulo luxuoso e sistema de apagamento de fogo de emergência. Tudo projetado por Soluço.



Agora um jovem de vinte anos (O QUÊ? PÁRA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER!), Soluço se prepara para assumir o posto de chefe da tribo depois de Stoick. Posto que, claro, Soluço não almeja, e de novo Soluço encontra um modo de fuga. E agora, com dragões, o mundo cresceu muito além dos penhascos de Berk. E  numa dessas escapadas, ele acaba descobrindo um novo lugar. E ao investigar mais, conhece um bando de caçadores de dragões liderados por Eret, com a voz rouca e supersexy de Kit Harington (mini surto), e mais uma razão para que eu assistisse em inglês (eu lá ia perder isso?). E mesmo só com a voz, é perceptível a diferença drástica de personalidade do soturno ( e lindo) Jon Snow (e as pessoas ainda dizem que ele é inexpressivo...you know nothing, people!). Aliás, o personagem de Eret é responsável por alguns dos momentos mais engraçados do filme.



Só que Eret não trabalha sozinho, mas serve Drago, com a voz grave de Djimon Houson (escolha perfeita, aliás), líder implacável de um bando de vikings do lado negro da Força, que ambiciona capturar todos os dragões existentes e desta forma, dominar o mundo (o que faremos amanhã, Cérebro?). Drago tem um passado com Stoick, e esta já sabe muito bem o que isso significa quando Soluço traz a notícia de sua existência: guerra. E é para isso que ele vai tentar preparar Berk. Afinal, um bom líder se preocupa em proteger os seus.



Mas, para variar, Soluço tem outros planos, e decide que consegue persuadir Drago a não atacar Berk. E nessa, ele acaba tendo uma surpresa do destino: sua mãe, que se presumia morta por ter sido levada por um dragão quando Soluço era um bebê, aparece. E Soluço vai descobrir que tem muito em comum com Valka, com a voz da linda Cate Blanchet. E percebi que esqueci de mencionar as vozes de Jay Baruchel como Soluço e Gerard Butler (ai, esse sotaque!) como Stoick, também perfeitos. Destaque para Gerard Butler soltando o vozeirão (e que voz! Se você duvida, assista O Fantasma da Ópera com ele. Confira The Phantom of the Opera com ele. Sim, pessoas, é ele mesmo cantando, e Emmy Rossum também).



Muita tensão, aventuras e surpresas esperam Soluço e Banguela neste filme. E uma coisa que eu achei muito bacana foi que os personagens cresceram. De adolescente desengonçado, Soluço virou um jovem confiante e plenamente consciente de suas responsabilidades. Astrid também se firma como uma personagem feminina forte, os outros amigos de Soluço também, e as cenas de Snotlout e Fishlegs (desculpa pessoal, mas não sei os nomes em português) tentando conquistar Ruffnut são hilárias (mas a menina só tem olhos para Eret - hehehe. O que rende também ótimas tiradas). E eles não só amadureceram como também estão fisicamente mais maduros, o que eu adorei, porque em animações isso normalmente não acontece. Ponto para os roteiristas e designers. E não só os personagens cresceram, tudo é maior neste filme. Eu diria que assim como a diva linda queen goddess Rowling fez com Harry e cia., o filme cresceu na mesma medida que seus espectadores, mas sem deixar de conquistar também os novos fãs.

Nem vou comentar nada sobre a animação em si, ou os backgrounds, pois dispensam. Simplesmente lindos, e a sequência final, dos créditos, traz desenhos ainda mais lindos. A Dreamworks definitivamente se firma como uma concorrente á altura da Pixar. A trilha sonora é mais ou menos a mesma do primeiro, e acaba com a gostosinha Where no one goes, do Jonsi (que também é responsável pela delicinha Sticks ans Stones, do primeiro. E curiosidade: Jonsi é parte do Sigur Rós, que nos presenteou com esta versão de The Rains of Castamere).



Dificilmente uma sequência consegue ser tão boa quanto o primeiro, especialmente em se tratando de animações. As exceções ficam por conta deste e Toy Story (eu até poderia citar Shrek, mas deste eu só gosto dos dois primeiros, os que vieram depois são infinitamente inferiores, caindo no que eu falei há pouco). Um filme que vai fazer você rir, chorar e se apaixonar ainda mais por Banguela.


"Uma vez que você ganha a lealdade de um dragão, não há nada que ele não faça por você."

E só mais uma coisa. Esse filme também mexe comigo de forma pessoal, porque a minha gata Kira é a cara do Banguela:




sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Happy Halloween!

 

Life´s no fun without a good scare!

This is Hollween, ths is Halloween!

Adoro o Halloween, e eu sei que é repetitivo, mas simplesmente não tem Halloween sem Tim Burton e o Estranho Mundo de Jack Coração vermelhoCoração vermelhoCoração vermelho

Realmente, um mundo sem livros é assustador, e deve ser muito, mas muito chato!

E imagina só como eu surtei quando vi essa figura (do We Heart It), do Jack Skellington e o Zero como Jon Snow e Ghost Coração vermelhoCoração vermelhoCoração vermelho

Jack Skellington Snow

Beijos e até o próximo post!

Gotham

Essa fall season foi definitivamente dos heróis de quadrinhos. Mais uma super produção estreou, e já lá em cima. Estou falando da muito aguardada Gotham. E essa foi outra que me fisgou desde os primeiros minutos, com a que será a Mulher-Gato, aqui ainda uma adolescente de 13 anos, no telhado de um prédio. É mais uma noite típica em Gotham, e Selina Kyle anda pelas ruas cometendo pequenos furtos. Até que não muito longe dali, ela testemunha um assassinato.

Uma família sai feliz por um beco, comentando o resultado final de uma noite de cinema, quando um homem mascarado aborda os três, rouba o colar de pérolas da mulher, e atira no homem e na mulher, deixando o filho de 12 anos, que testemunha tudo, órfão. Claro que esse assassinato, dos Wayne, é o que vai definir a vida do pequeno Bruce, e é também o estopim para uma disputa territorial que pode facilmente virar uma guerra civil.



Entra em cena o então novato James Gordon (o lindinho e competentíssimo Ben McKenzie), detetive idealista e trabalhador, que consegue o que ninguém conseguiu: estabelecer uma conexão com o pequeno Bruce. E em muitos aspectos, essa ligação vai ser fundamental para a formação daquele que no futuro salvará Gotham. Mas Jim é sobretudo humano, e logo desde o primeiro episódio vemos que ele comete erros, confia nas pessoas erradas, e eu acho isso sensacional, humaniza muito o  personagem. E como eu disse ali em cima, Ben McKenzie faz isso muito bem. Ele transmite a cada cena a insegurança de ser um detetive novato e honesto no meio de um monte de veteranos da polícia mais corrupta do universo DC, mas sempre com muita convicção. Ele não abre mão de seus valores, e tem que enfrentar a desconfiança de todo o departamento por isso. A cada abuso de seu parceiro Harvey Bullock, também interpretado com a medida certa de truculência e ironia por Donal Logue, o desconforto de Jim é visível. E isso é um dos muitos pontos de atrito entre os dois, que rendem muitas sequências ótimas.



Quem também merece destaque é o elenco juvenil da série. David Mazouz impressiona como Bruce desde a primeira cena. E Camren Bicondova também dá vida a uma Selina Kyle forte, destemida e com a língua bem afiada para seus 13 anos. E ambos fazem isso com muita naturalidade. A química dos dois com Ben é ótima, e isso é muito bem explorado na série. Tanto Bruce como Selina tem uma relação especial com Jim.

E do lado dos vilões, não tenho nem o que falar. Jada Pinkett Smith brilha como a diva Fish Mooney, personagem criada especialmente para a série. Ela trabalha para Falcone, mas na verdade não vê a hora em que Falcone cometa um deslize para se colocar no topo como rainha do crime. E a briga entre Falcone e Maroni é o cenário perfeito para ela. Impiedosa, mestra manipuladora, dissimulada e sexy, ela comanda com punho de ferro, sem perder a feminilidade, e planeja tudo com perfeição, sem sujar as mãos com unhas postiças perfeitas. Trabalhando no departamento de polícia encontramos também Ed Nygma, o futuro Charada, também muitíssimo bem representado por Cory Michael Smith, com uma OCD aguda e a dose certinha de comicidade sem cair no caricato (erro, aliás, que todos os filmes sobre o Homem-Morcego antes da trilogia Dark Knight cometeram).



Mas realmente quem rouba a cena toda vez que aparece é Oswald Cobblepot, aka Pinguim. Robin Lord Taylor está perfeito no papel. Ele mistura muito bem a dose de inocência, sadismo e oportunismo. E sabe jogar muito bem com as adversidades e já molda o futuro de um dos vilões mais emblemáticos do universo DC. Um papel de muito peso, e, como Heath Ledger fez em O Cavaleiro das Trevas, Robin renova o personagem, mas sem perder a essência do Pinguim, e dá de mil a zero no Pinguim feito por Danny DeVitto.



Para mim, por enquanto, o ponto fraco é Barbara, a noiva de Jim, vivida por Erin Richards. Mas ainda é cedo para tirar qualquer conclusão sobre ela. Nós sabemos que, a série sendo absolutamente fiel aos quadrinhos, Jim vai mesmo se casar com ela, mas Barbara tem lá seus segredos e é ainda uma personagem dúbia. E pessoalmente acho que a série faz bem em revelar Barbara bem aos poucos, retirando uma camada de cada vez.



A ambientação é tão espetacular que merece um parágrafo só para ela. A Gotham da série, diferente dos filmes (e do que é mais ou menos consenso entre os fãs) não é representada como Chicago (sendo que Metropolis seria o equivalente a NY), mas sim pela Big Apple mesmo. Várias cenas externas são filmadas em NY, mas por meio de CG, os produtores deram uma cara que ao mesmo tempo que é reconhecível no mundo real, também é completamente único, e tem sua própria personalidade. Gotham é sexy, sombria e ao mesmo tempo decadente e vibrante. E o toque de mestre, e que dá todo o charme da série, é que ela é atemporal. Temos celulares, computadores, e outras comodidades da vida de hoje, mas os carros são modelos antigos, as TVs não são de LCD ou plasma, e o figurino (lindo, aliás) tende ao clássico, com exceção de Fish Mooney. As decorações também tendem a ser mais do tipo de coisa que você encontra em um mercado de pulgas ou antiquário, tudo muito bem escolhido e de acordo com cada ambiente.

E também não pode ficar de fora o roteiro, muito bem escrito, misturando elementos de drama procedural ao universo e mitologia da DC, graças à mão de Danny Cannon, responsável pela franquia CSI e Bruno Heller, criador de Roma e The Mentalist, o roteiro é de qualidade e interessante, prende a nossa atenção do começo até o fim, com diálogos inteligentes e tramas paralelas tão interessantes quanto a principal. E uma das coisas mais bacanas é ficar esperando uma surpresa dos roteiristas, seja como uma menção de alguém, ou algum detalhe de fundo, alguma referência ao mundo de Batman. Logo no episódio piloto Poison Ivy já apareceu, e também acho que já tivemos um gostinho de quem vai ser o Curinga (uma cena rapidinha, no cabaré de Fish Mooney #ficadica). E o tempo todo paira a dúvida: afinal, quem matou os Wayne?



Enfim, série que mal estreou e já entrou para o pódio das queridas, já não vejo a hora de sair em blu ray (porque, como Oliver Queen, Jim Gordon merece high definition) para ver e rever a hora que quiser, fora os bônus. Uma série para os fãs de Batman, porque agrada os seguidores do Homem-Morcego, mas também para quem não é tão fã assim, mas que gosta de uma história bem contada. Recomendo. Confira aí o trailer e tire suas conclusões:


Então, antes do Curinga, antes do Charada, antes da Mulher-Gato, antes do Batman, já existia Gotham. Descubra todos os segredos da cidade que deu origem a tudo.

PS: eu sei que esse post ficou meio surtado, mas sério que não tenho nada além de amor por essa série.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Dia Nacional do Livro

 

“Um leitor vive várias vidas antes de morrer. O homem que não lê vive apenas uma.”

GRRM

Só para desejar um

FELIZ DIA NACIONAL DO LIVRO!

E você, como vai comemorar o dia do seu amigo de papel? Eu vou passar com Ken Follett e Edge of Eternity Alegre

domingo, 26 de outubro de 2014

The Flash

Normalmente eu espero o desfecho da temporada para dar minha opinião sobre uma série, mas Flash me ganhou antes mesmo de estrear. Isso porque Barry Allen apareceu originalmente no episódio The Scientist, da segunda temporada de Arrow (que, para constar, foi ainda melhor que a primeira, e a terceira, no ar na Warner faz duas semanas, já começou com tudo!), episódio esse que foi um dos melhores da segunda temporada, e apresentou Barry Allen de forma mais que satisfatória.

Barry Allen, cientista forense de Central City chega em Starling City para ajudar em uma investigação conectada com um caso que ele está trabalhando em Central City. Só que Barry não é exatamente honesto e seus motivos para estar em Starling City são um pouco mais pessoais que isso. E é aí que a conexão com sua própria série começa.


O primeiro episódio de Flash é narrado por Barry, e voltamos no tempo, quando Barry, então com 11 anos, testemunha o assassinato de sua mãe. Ele desce para a sala, onde vê um relâmpago envolvendo sua mãe e dentro do relâmpago, ele jura que vê um homem. Claro que ninguém acredita nele, e essa crença é que vai acabar definindo Barry até a idade adulta. Agora com 20 e poucos anos, Barry trabalha para a polícia de Central City, ao lado do Detetive Joe West, homem que o criou depois que sua mãe morreu, e que seu pai foi injustamente condenado pelo crime, e cumpre pena em Iron Heights.

Barry é um cara comum, inteligentíssimo, meigo, e sempre, sempre atrasado para o que quer que seja. E, num desses compromissos, que ele para variar esquece, ele vai com sua melhor amiga Iris (Candice Patton, na minha opinião a mais fraquinha do elenco, mas ainda é cedo e prefiro dar o benefício da dúvida. Eu também não gostava da Laurel, achava a Katie Cassidy o ponto fraco em Arrow, mas hoje eu a adoro), que ele espera que seja algo mais, a um evento nos famosos Star Labs, onde inauguram o acelerador de partículas. Só que uma tempestade acontece ao mesmo tempo, e o experimento sai de controle, e cria uma onda magnética que atinge toda a cidade. Barry é atingido por um raio, fica em coma 9 meses, e quando acorda é o homem mais rápido do mundo. Só para constar, o acidente de Barry é mostrado no episódio The Scientist, e tanto a estreia de Flash como a premiere da terceira temporada de Arrow se interligaram com este acontecimento, o que eu achei muito bacana. Stephen Amell também tem uma participação bem bacana na premiere de Flash, e Grant Gustin aparece em Arrow. Aliás, esse teaser de Flash eu achei hipercriativo:


HAHAHAHAHA Show-off! Sensacional!

Grant Gustin aliás, leva o papel de Barry muito bem. Ele vê em seu acidente a oportunidade de tentar inocentar seu pai, mas não deixa de ser o mesmo Barry de antes, atrasado, atrapalhado, fofo, com um humor leve delicioso e um lado de menino ainda.

Claro que Barry não está sozinho. Assim como temos o Team Oliver, temos também o Team Barry, e ele é constituído pela Dr. Harrison Wells, dono do Star Labs (e muito bem representado por Tom Cavanagh), pela Dra. Caitlin Snow (a linda e competente Danielle Panabaker), sempre mau-humorada (mas eu shippo imensamente Baitlin - hehe, acabei de inventar) e o hilário Cisco Ramon (Carlos Valdes, perfeito!). Um aparte dobre Harrison Wells: não sou muito familiarizada com os quadrinhos, mas esse cara me dá medo. Não vou elaborar mais, assistam para saber.

A ambientação é mais clara, Central City é mais borbulhante que a sombria Starling City, O tom da série também é mais leve, e tudo é mais corrido. O elenco, como já disse, é muito bom. A série ainda precisa de alguns ajustes, na minha opinião, mas já chegou com potencial e virou sensação. Como eu disse, ainda é muito cedo para uma análise mais detalhada, mas Flash é com certeza é promessa de boas histórias, mais bons personagens e entretenimento de primeira. Confira o trailer:


Entã, RUN, BARRY, RUN! And keep running!