terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A Revolução dos Bichos - George Orwell

Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século 20, "A Revolução dos Bichos" é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos
Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista.
De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos - expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História - mimetizam os que estavam em curso na União Soviética.
Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram A Revolução Dos Bichos a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto.


Com tanta baboseira que li na escola, por quê NENHUM professor recomendou esse livro? Acho que é um livro obrigatório em todas as escolas. E por quê, POR QUÊ, só li agora? Mas, como diz o ditado, antes tarde do que nunca, e ainda bem que li antes de morrer.

Não vou ficar falando muito do livro, um dos motivos porque já é um clássico, muito já foi dito dele. E também porque o foco dele é realmente a sátira ao sistema comunista da antiga União Soviética. Mais precisamente, a ditadura stalinista. E que crítica George Orwell faz.

Depois de anos de exploração na Granja do Solar, os bichos, guiados por um sonho de Major, um porco muito velho que habitava a granja, se revoltam e expulsam Jones, o proprietário humano. E logo eles mudam o nome para Granja dos Bichos e implantam um sistema onde todos trabalham para um bem comum, compartilhando toda a sua produção. Os porcos, sob liderança de Bola-de-Neve e Napoleão, são os governantes, e no começo tudo é lindo. Alguns bichos aprendem a ler, as porções são divididas em partes equivalentes, e os animais trabalham menos do que trabalhavam quando Jones estava no topo da cadeia de comando. 

Mas não demora muito e surgem divergências entre Bola-de-Neve e Napoleão, resultando na expulsão do primeiro. E o que resulta daí é que Napoleão instala uma ditadura onde qualquer divergência é punida com execuções públicas. E tudo justificado com alterações sutis nas regras que haviam sido estabelecidas no princípio. E como nem todos os animais sabiam ler, acabavam aceitando tudo sem muitos questionamentos.

E logo, alguns poucos bichos, em especial os porcos e alguns outros privilegiados por estes, acabam tendo mais privilégios que outros. De "Quatro pernas bom, duas pernas ruim" e "Todos os bichos são iguais", logo o lema da Granja passa a ser "Todos os bichos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros." No fim, sendo humano ou porco, a moral da história é que a ganância e a ambição é que vão suplantar as melhores das intenções. 

E é incrível como, mesmo depois de mais de sessenta anos, o livro continua atual, e pode ser aplicado não somente ao socialismo, mas também ao Brasil de hoje, e a muitos outros países mundo afora. Como eu disse ali em cima, é um livro obrigatório. 

Trilha sonora

Revolution, dos Beatles; Demons, Imagine Dragons (no matter what we breed, we still are made of greed...); Everybody wants to rule the world, Lorde.

Se você gostou de A Revolução dos Bichos, pode gostar também de:


  • 1984 - George Orwell;
  • Jogos Vorazes - Suzanne Collins;
  • Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley.