quinta-feira, 31 de julho de 2014

Faixa a faixa - Dawson´s Creek OST - volume 2

Como eu havia prometido aqui, vim cumprir, com atraso de alguns meses, mas enfim, aqui está. Já falei que essa série tinha uma das melhores trilhas do universo, e para provar, tenho dois CDs originais dela, ambos sensacionais. E se o primeiro balança bem baladas e músicas mais pop, este puxa mais para o lado mais pop mesmo, mais descontraído do que o primeiro.

O volume dois foi lançado em abril também, como o primeiro, mas posteriormente (não sei exatamente a data, no site da Amazon colocam 2008, mas a série acabou em 2003, então está errado), e conta com alguns artistas que mais tarde ficaram conhecidos por aqui. Então, sem mais explicações, aumente o volume do computador e aproveite!

1. I think I´m in love with you - Jessica Simpson: ela ficou conhecida aqui por algumas músicas, mas principalmente por causa do reality de que participou. E Jessica também tem uma música no primeiro volume, mas neste é uma faixa mais pop, dançante, com vocais bem elaborados e batida que gruda na cabeça:


2. Crazy for this girl - Evan and Jaron: ADORO essa música country, mas com pegada mais puxada para pop, violino discreto, mas presente, e vocais belíssimos, solo de piano delicioso e que em geral faz a gente se sentir bem. E fala sério que eu queria um deles pra mim, nem me importo com qual!


3. Respect - Train: essa talvez vocês conheçam, e eu conheci o Train (e me apaixonei) bem antes de Hey Soul Sister virar mania aqui, justamente com essa faixa. Respect tem batida bem pop, animada e Pat manda muitíssimo bem nos vocais. Adoro solo da música;

4. I´m gonna make you love me - The Jayhawks: mais uma faixa pop, e eu adoro o pandeirinho nela, e que combina muito bem com a guitarra. Os vocais também são bem bacanas, e eu adoro o refrão dela:

I´m gonna make you love me
I´m gonna dry your tears
And we´re gonna stay together
For a million years

5. Giving up on you - Lara Fabian: você provavelmente conhece Lara Fabian por causa de Love by Grace, que era tema de Carolina Dickman em Laços de Família (e sim, minha gente, eu via a novela só por causa da música, e me acabei de chorar quando ela raspou o cabelo), mas ela tinha muitas outras músicas legais. E esta é uma baladinha mais gostosinha, o vocal dela é mais leve, com o piano como base e uma batida mais calminha;

6. Superman - Five for Fighting: essa música n]ao faz parte da trilha de Dawson´s, mas também, óbvio, de Smallville (que também é maravilhosa) e talvez você conheça pela versão tosca do Junior quando ainda cantava com a Sandy. Mais uma baladinha, com o piano bem evidente, que começa mais calminha mas vai crescendo aos poucos. A letra é qualquer coisa de sensacional, com o ponto de vista do Homem de Aço, assumindo as vulnerabilidades:

It may sound absurd...but don't be naive
Even Heroes have the right to bleed
I may be disturbed...but won't you concede
Even Heroes have the right to dream
It's not easy to be me


(...)

I'm only a man in a silly red sheet
Digging for kryptonite on this one way street
Only a man in a funny red sheet
Looking for special things inside of me


Amo tanto essa música que não consigo ouvir uma vez só.

7. If I am - Nine Days: vocês talvez conheçam Absolutely (Story of a girl), deles. Mais uma mais puxada para o rock alternativo, com batida bem marcada e vocais bem trabalhados. E eu queria o vocalista, John Hampson, pra mim também:


8. Never saw blue like that - Shawn Colvin: balada com cara do primeiro CD, delicada, tendo o piano como base, vocais suaves;

9. I think God can explain - Splender: uma das minhas favoritas ever, puxada para o rock alternativo, com ótimos vocais e guitarras bem bacanas:


10. Teenage Dirtbag - Wheatus: faixa pseudo punk, e cheia de humor, que parece meio deslocada nesta trilha, mas que eu acho que combina perfeitamente, com refrão mais forte e vocal bem bacana, meio andrógino (juro que até ver o clipe eu ficava na dúvida):


11. Broken Boy - Michal: não achei link para essa, sorry, então não vou comentar;

12. Just another - Pete Yorn: você muito provavelmente conhece dele Ever fallen in love (que eu AMO!), que faz parte de Shrek 2. Esta é uma balada suave, bem melódica, e o vocal dele, junto com a melodia, faz a gente viajar;

13. Show me heaven - Jessica Andrews: mais uma baladinha calminha, bem suave, puxada para o country, vocais bem suaves e batidinha leve, mais uma que faz a gente viajar;

14. Daudream believer - Mary Beth Maziarz: e terminando muitíssimo bem, essa balada suave, praticamente só voz e piano, delicada e que combina extremamente com o título: um sonho mesmo. Adoro de paixão essa música.

É isso. Desculpem pela demora em postar, mas espero ter compensado pelo material, que é de primeira.

Beijo e até o próximo post!


quarta-feira, 30 de julho de 2014

Trilha do Mês - I´ll stand by you - The Pretenders

Quem passou a adolescência na década de 90, como eu (entregando a idade) provavelmente se lembra dessa banda e da música. Confesso que só gosto mesmo de umas 4 deles, e essa é a minha preferida. tanto que já cheguei ao ponto de pagar mico com a minha irmã numa loja no shopping, sem comprar nada, só pra ficar escutando no rádio.

Ela faz parte do álbum Last of the Independents, de 1994, e também saiu no best of do grupo, de 2009. E também, a vocalista, Chrissie Hines, fez uma participação em Friends nessa mesma época, cantando outra que eu adoro, Angel of the Morning, confira abaixo:


I´ll stand by you é uma balada bem piegas, na verdade, mas eu adoro a melodia e a letra também é mega piegas, mas eu acho linda. O problema é ela ser cheia de clichês, mas me comove mesmo assim, toda vez que eu ouço. E musicalmente a faixa também não tem nada demais, solo de piano, pandeirinho, bateria suave e guitarra só de apoio mesmo, e coro de fundo. E o vocal de Chrissie, mesmo sendo lindo, não é nada assim OMG! Mas em sendo clichê, a música acaba sendo perfeita. E talvez, o motivo de eu gostar tanto seja porque ela tocou no primeiro episódio de Dawson´s Creek (saudades Pacey), e isso ficou comigo. Confira a cena aqui.

Enfim, sem mais demora, aí vai o vídeo pra vocês:


Beijos e até o próximo post!

Citação do Mês

 

Já que este mês celebramos aqueles que nos fazem viajar, sonhar, nos emocionar, ter raiva e tudo o mais, esta me pareceu apropriada:

books

“Livros deveriam ir aonde serão mais apreciados, e não ficar sem ser lidos, juntando poeira, numa estante esquecida.”

Jeod – Brisingr, Christopher Paolini, p. 423.

Beijos e até o próximo post!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Os Portões de Roma – O Imperador – Livro 1 – Conn Iggulden

 

Os portões de RomaEm sua estreia na literatura, Conn Iggulden captura a essência de uma terra, um povo, uma lenda. O IMPERADOR — OS PORTÕES DE ROMA traz à vida uma das mais fascinantes eras da história da humanidade. Neste impressionante romance histórico, Iggulden é o guia de uma empolgante viagem pela Antiga Roma, um reino de tiranos e escravos, de sórdidas intrigas e paixões avassaladoras. Uma saga que está para Roma como a série Ramsés para o Antigo Egito. Primeiro título da trilogia O imperador, sobre a vida de Júlio César e livro que o prestigiado Bernard Cornwell (autor das trilogias Crônicas de Arthur e Em busca do Graal) expressou o desejo de ter escrito. O mais lendário de todos os monarcas, figura dominante dos últimos anos da república romana, Júlio César ascendeu de chefe político a chefe militar, e de chefe militar a ditador. Para contar essa história, o inglês Iggulden acompanha a trajetória de dois jovens, criados como irmãos, embora um deles seja ilegítimo, no colapso da república e ascensão de Julio César. Na luxuriante península italiana, um novo império está tomando forma. Em seu coração, a cidade de Roma, um lugar de glória e decadência, beleza e sangue derramado. As aventuras e desventuras de Gaius e Marcus até a vida adulta, seus sonhos de batalhas, fama e glória a serviço do poderoso império funcionam como um microcosmos da Antiga Roma. Um é filho de um poderoso senador, nascido num ambiente de grande privilégio e ambição. Um menino ao qual muito se dá e muito se espera em retorno. O outro é seu irmão adotivo, um bastardo de grande força e esperteza, cujo amor pela família adotiva e principalmente pelo irmão, será a força motriz de toda sua vida. Conforme os caminhos dos dois se separam e o desejo por uma bela escrava se interpõe entre os dois, Gaius e Marcus conhecerão amor, perda e violência. E a terra que tanto amam perde a inocência e mergulha num conflito civil que colocará romano contra romano. E a amizade entre os dois em xeque. O IMPERADOR — OS PORTÕES DE ROMA mistura história e aventura, e mescla uma incrível miríade de cenários: os campos sangrentos de batalha em contraste com a opulência da maior cidade de todos os tempos.

Nem precisava de muita coisa para esse livro me chamar a atenção, só o título bastava, mas daí você vê isso na capa:

“Uma história brilhante, com personagens vivos, ação e ritmo fantásticos! Eu queria tê-la escrito”

Bernard Cornwell.

E se o vovô Milhobom recomenda, pessoas, quem sou eu para negar? Então claro que entrou na lista, e só demorei para pegar por ser uma série. Mas, foi eu pegar que a leitura fluiu (claro que estar de férias, na praia e com muito tempo livre ajudou) e terminei em pouco mais de 4 dias.

Este primeiro livro acompanha a infância de dois garotos romanos, Caio e Marco, criados como irmãos numa fazenda nos arredores de Roma.

Caio é filho de Júlio, um senador de Roma, mas de pouca importância. É um garoto inteligente, tímido e sereno, mas perspicaz. Claro que ele apronta das suas enquanto criança, nada que uma criança normal da Antiga Roma não faria. Mas esse menino cresce, adota do nome de Júlio, e sob a tutela de um ex-gladiador (falo dele daqui a pouco) e de seu tio, logo começa a conquistar amigos poderosos com seu carisma. Já adivinhou de quem estou falando? Caio Júlio César é o nome, e ser o maior imperador romano é o que ele faz.

Júlio cresce e se torna um jovem um tanto inseguro, mesmo que não demonstre (nós sabemos porque a história é contada em parte pelo seu POV). Mas ele é um garoto carismático, e determinado. É sagaz e absorve tudo o que pode de todo mundo. Júlio é o tipo mais intelectual, o que não quer dizer que ele não aprenda muito bem a arte da luta, e se torna um lutador exímio.

O contraponto está em seu irmão adotivo Marco. Este é um jovem aventureiro, filho bastardo de um senador de Roma e de uma prostituta (pelo menos é o que diz no livro), e que acaba se vendo sempre à sombra de Júlio. É impulsivo e esquentado, sempre rápido ao sacar o gládio. Marco é o lutador por excelência e sobe rapidamente no exército romano. Ele e Júlio tem uma relação de amizade profunda e muito cumplicidade. E nada pode ser mais forte que isso, certo? Pense novamente e relembre a História que você vai se dar conta de que isso é muito, mas muito triste. E não, não vou revelar ainda quem de fato é Marco, caso você ainda não tenha adivinhado.

Os dois meninos crescem sob a tutela de Tubruk, um ex-escravo e gladiador que é o administrador da casa de campo de Júlio, e tem toda a confiança do pai dele, que também se chama Júlio. É um bom disciplinador, justo e comedido. Tubruk na verdade age muito mais como pai dos meninos que o Júlio senior. E também é ele quem contrata o outro tutor deles, Rênio. Rênio é um ex-gladiador aposentado, que acaba com o cargo de educar os meninos nas lutas por causa de sua reputação. Esse é mais adepto ao método tough love de ensino. Rênio não sabe de outra vida a não ser a brutalidade primeiro das legiões e depois da arena. E assim, é só isso que ele pode ensinar.

Ainda preciso destacar Mário, o tio de Júlio. Ele é um dos dois cônsules de Roma, e não se contenta com isso. É ambicioso e um ótimo estrategista, e também muito carismático. Os homens o amam e ele conquista sua lealdade com facilidade. E esse aspecto vai ser de grande importância no livro. E claro que sendo assim, ele tem inimigos. Mais exatamente o outro cônsul, Sila. Este, apesar de ser muito importante para a história, não aparece muito, e quase sempre é pelo ponto de vista de Mário, por isso não dá para confiar muito em seu julgamento. É também inteligente e ambicioso. E essa oposição entre os dois vai acabar, lógico, em guerra.

Falta somente uma personagem para comentar. Alexandria é uma escrava na casa de Júlio, mas é linda e isso, claro, acaba despertando nos garotos o desejo. Alexandria é inteligente, forte e determinada. Não vai se contentar com a condição de escrava e vai achar o seu próprio caminho.

A narrativa é em terceira pessoa e se alterna entre os personagens, sendo que a maior parte fica mesmo com Júlio César, mas também temos os POVs de Marco, Alexandria e Sila. As descrições dos ambientes, das pessoas e dos costumes da época são maravilhosos, e não são cansativos. Os personagens são muito bem construídos, e a história é de leitura bem fácil. Como eu disse lá em cima, ei li bem rápido, e já engatei o segundo. E assim, Conn Iggulden se junta aos meus autores preferidos. Recomendadíssimo!

Trilha sonora

Não tem jeito, falou de Roma, só me vem duas na cabeça: Now we are free (Coração vermelhoCoração vermelhoCoração vermelho) e The Battle, lindas desse músico sensacional que é o Hans Zimmer (sério, ninguém faz trilhas como ele). Também não podia deixar de fora o tema de abertura de Roma. E eles não são romanos (e sim holandeses) mas Stand my ground, do Within Temptation tem tudo a ver (confira a letra).

Se você gostou de Os Portões de Roma, pode gostar também de:

  • As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell;
  • As Crônicas Saxônicas – Bernard Cornwell;
  • A Busca do Graal – Bernard Cornwell;
  • 1356 – Bernard Cornwell;
  • coleção Ramsés – Christian Jacq;
  • Os Pilares da Terra – Ken Follett;
  • Mundo Sem Fim – Ken Follett;
  • O Físico – Noah Gordon.

Dia do Escritor

 

Rapidinho, só por isso:

Dia do Escritor 2014

Westeros, Terra-Média, Nárnia, Hogwarts…tantas viagens, tantos amigos, tantos amores, tantas vidas. Por isso nosso muito obrigada.

Feliz Dia do Escritor!

terça-feira, 22 de julho de 2014

O Guardião – Trilogia Cidade das Sombras – livro 1 – Daniel Polansky

 

O GuardiãoHoje, quando você sair à procura de Yancey, o Rimador, e tiver de abrir caminho em meio às prostitutas, aos valentões e aos viciados loucos por mais um dia de cheirada ou um trago, você irá se deparar com o corpo de uma criança. O cadáver exala um odor que não é dele, um cheiro que recende a magia e a um lugar, se Sakra quiser, para o qual você jamais irá querer voltar. Não fique tempo demais de bobeira perto do corpo; os gélidos vão querer saber o que você fez e o que há na sua bolsa. E quando eles te pegarem, é para a Casa Negra que você irá, onde o Comandante fará uma oferta que você não terá como recusar. Bem-vindo a um mundo como nenhum outro, com uma linguagem estranha e rica e uma violência tão sombria quanto o mais negro dos noires.

Desde que eu vi esse livro na livraria, pela capa, me chamou a atenção. Só que eu fui empurrando, empurrando por causa do preço até que finalmente achei num site e consegui baixar. E não demorei para pegar para ler.

A história começa com o Guardião, que pelo menos neste primeiro, não tem nome (ele tem, mas não é revelado) apresentando como são as coisas em Rigus, cidade fictícia mas que tem várias semelhanças com o nosso mundo. A diferença é que eles tem magia. E o Guardião, um ex-agente da Rainha, vive no submundo de Rigus, onde agora sobrevive de traficar sopro-de-fada (droga da qual ele mesmo tem dependência) e também pela parceria com Alphonsus em um bar, onde também mora. E tudo segue na normalidade, quando crianças começam a desaparecer, e alguns dias depois aparecem mortas, exalando um cheiro horrível e não natural. E como os responsáveis por esses crimes macabros não deixam rastros, os oficiais da Casa Negra acabam por chamar o Guardião novamente ao serviço, off-record, para investigar os crimes.

E começa aí uma caçada pelo assassino, e também contra o tempo, porque o Guardião tem um prazo para terminar suas investigações, caso contrário vai parar nas celas da Casa Negra. E não apenas ele deve achar o assassino, mas também tentar esclarecer os motivos para a matança.

O Guardião é um homem carrancudo, sombrio, mas eficiente. E como traficante, ele conhece muito bem os caminhos por onde investigar, e como lidar com as pessoas certas para ajudar na investigação. Ele é o típico anti-herói que a gente adora adorar, sem muitas palavras, sarcástico e nada social. Ele foi expulso do serviço da Rainha, mas a gente ainda não sabe porquê, sabe um pouco de seu passado na Guerra, e de sua infância sob a tutela do Grou Azul, um mago poderoso que lança os feitiços de proteção sobre Rigus. Esse Guardião lembra muito o Cormoran Strike, de O Chamado do Cuco (sequência saindo em breve! \o/ Hail to the queen!), em mais de um sentido: tanto o personagem como o desenrolar da trama, revelada camada a camada e costurada para revelar o quebra-cabeça no final.

Mas, mesmo que relutante, o Guardião tem um ajudante: Garrincha, um garoto de uns 12 anos, de rua, mas que acaba sabe-se lá porquê entrando para o serviço do Guardião. Garrincha não é de muitas palavras, mas é teimoso, avesso às regras, inteligente, competente e tem a vivacidade normal de uma criança dessa idade. Ele faz umas perguntas bem insolentes, que são uma diversão à parte no livro.

Vale ainda destacar Célia, uma outra protegida do Grou, feiticeira de alto grau que em certo ponto da vida foi (e continua sendo) o interesse amoroso do Guardião. Provavelmente ele é a pessoa que mais entende o Guardião, e que conhece a alma dele. Há entre eles muita coisa inacabada, e uma tensão palpável toda vez que eles estão juntos. E o Grou, que cuido dos dois enquanto crianças, é um mestre idoso já, e meio amalucado, mas que de dentro de sua loucura acaba ditando a razão.

Há outros personagens interessantes também, como Brightfellow e o Espada (eu não lembro agora o nome dele), mas eles aparecem relativamente pouco, e nem posso elaborar muito sobre eles para não dar spoiler. Adolphus, o parceiro e melhor amigo do Guardião, é outra voz de razão no livro, e vale também destacar sua mulher, uma baixinha invocada que consegue dominar tanto o Guardião como o marido com uma palavra.

A narrativa é boa, flui (eu só demorei para ler porque li no kobo, e só uso o meu para ler fora de casa, e tenho passado bastante tempo em casa depois que tranquei a faculdade, só trabalho à tarde). A trama é envolvente, e o mistério pode até ser meio previsível, mas como acontece em O Chamado do Cuco, só é revelado mesmo no final, e tem umas reviravoltas que eu também só descobri no final mesmo. A história é contada em primeira pessoa pelo Guardião, por isso também que não dá para confiar muito no mistério, porque ele relata tudo do seu ponto de vista, e ele tem muitos desafetos. Daniel Polansky também criou uma mitologia própria, e um mundo rico e diverso, mesmo que facilmente identificável para nós. Agora é esperar que a sequência mantenha o nível (digo isso porque ultimamente andei me decepcionando um pouco com algumas).

Trilha sonora

From yesterday, do 30 Seconds to Mars foi á única que eu consegui pensar.

Se você gostou de O Guardião, pode gostar também de:

  • O Chamado do Cuco – Robert Galbraith (aka J. K. Rowling);
  • A Mão Esquerda de Deus – Paul Hoffmann;
  • A Crônica do Matador de Reis – Patrick Rothfuss.

domingo, 20 de julho de 2014

Vampire Academy - filme

Então, fazia tempo que eu queria ver esse filme. Imagina qual a minha decepção quando a distribuidora aqui do Brasil, depois de uma looonga espera, decidiu que NÃO ia passar o filme nos cinemas? Revolta total com essa falta de respeito.

Mas...a Netflix é uma linda e não que tem o filme lá? E, aproveitando que estou de férias (e o fato de não ter ninguém monopolizando a TV), finalmente consegui conferir como ficou a adaptação e ver Dimitri lindo e Rose badass em ação.

O filme começa mostrando o acidente que matou a família de Lissa e que levou a sua ligação com Rose. Mas passa bem rapidinho, e logo corta para Lissa acordando desse sonho. E daí é exatamente como no livro: Lissa e Rose em fuga e Dimitri chegando para levar as duas de volta para São Vladimir.

E, como no livro, boa parte do filme é narrado por Rose, e as cenas em que Rose e Lissa estão ligadas ficaram bem mais legais no filme por causa disso. Isso porque no filme, diferente do livro, Rose fica mais ou menos consciente, só o que entrega que ela está na mente de Lissa são os olhos, que fizeram um negócio tipo o Bran wargando ou a Storm quando manipula o tempo. E durante esse tempo, Rose não deixa de fazer seus comentários sarcásticos hilários. E além disso, isso valorizou a atuação de Zoey Deutch, que teve oportunidade de aparecer mais.

Lissa foi uma surpresa principalmente porque Lucy Fry tem sotaque britânico, e eu gostei disso (já disse o quanto eu AMO esse sotaque?). Mas acho que a personagem poderia ser melhor trabalhada no filme. Toda a parte do sofrimento dela, os distúrbios psicológicos que são consequência do Espírito foram bem amenizados. Só a parte dela usar a compulsão para ficar popular foi mostrada (não me lembro de ver ela se cortando, por exemplo), e o refúgio dela e de Christian (que também tem sotaque britânico, e isso fez eu amar ainda mais o personagem). E não achei a atuação de Lucy lá grande coisa (masa não sei até que ponto isso é fato ou se estou simplesmente me deixando levar porque não curto muito a personagem, principalmente nesse primeiro).



Você deve estar se perguntado: Fernanda, e o Dimitri? Ah, Dimitri...Danila Kozlovsky fez bonito (em mais de um sentido), mas acho que faltou mostrarem o quanto Dimitri é badass. Mas a caracterização dele está ótima, tiveram o cuidado até de colocar as molnijas dele. E Danila fala inglês muito bem, o sotaque dele é bem leve, exatamente como o Dimitri do livro. E a química entre ele e Zoey é muito boa, e foi bem explorada. E outra coisa que eu gostei é que o Dimitri do filme é um pouco menos soturno do que o do livro.



Victor aparece pouco, e sinceramente, acho que Gabriel Byrne, que um ótimo ator, poderia fazer um pouco melhor. OK, vamos admitir que neste primeiro a gente ainda não sabe exatamente quem é Victor, mas mesmo assim, me pareceu que o cara estava com cara de tédio toda vez que aparecia. Já Olga Kurylenko está hilária como a paranoica Kirova. E Mason é um fofo tanto quanto no livro. E Cameron Monaghan é o responsável por tanta fofura.

Já o núcleo Mia e Jesse está mais ou menos. Bem como a menina mimada e popular da escola, que todo mundo quer ser ou ter como amiga. Mas na verdade ela é insuportável, e poderia muito bem ser cortada do filme sem grande prejuízo para a história. Por outro lado, gostei bastante de Natalie. Sarah Hyland fez um bom trabalho, especialmente no final. E a caracterização dela também está perfeita.

Uma invenção que eu sinceramente não sei como me sinto sobre é dos tais dos sire hounds (sério, cães paranormais???? Oi?). E em termos de CGI, o filme deixa um pouco a desejar. Mas OK, o filme não teve o orçamento de um TLOTR ou GoT, então a gente releva. A ambientação, por outro lado, é espetacular, São Vladimir é lindíssima, e a caracterização, como eu disse, está ótima. Gostei também que já incluíram os strigoi, achei muito válido, e o final do filme tem um spoiler do terceiro livro que vai deixar os fãs da série com água na boca. Os figurinos também são lindos. A trilha também é legal, contando com pelo menos duas músicas de Goldfrapp, Katy Perry, entre outros. E como adaptação, o filme é bom, mas algumas coisas, como os problemas psicológicos de Lissa, como falei, e mesmo a mitologia do livro foram apresentadas muito superficialmente, e se você não é fã e já conhece, pode ficar perdido. Não é uma maravilha, mas é entretenimento, típico filme pipoca. E só mesmo para quem já é fã de VA. Confira o trailer:




Dia do Amigo

Sim, eu sei que postei a mesma coisa ano passado, mas comemorar o Dia do Amigo sem With a Little Help From My Friends é como Halloween sem Thriller. Mas, para não dizer que eu sou repetitiva e sem imaginação, dessa vez em vez de ser com os Beatles, vou com a versão linda também de Joe Cocker em Woodstock, que ainda por cima foi abertura de Anos Incríveis, simplesmente a melhor série ever (fora Game of Thrones, claro):


Então...

 I get by with a little help from my friends
I get high with a little help from my friends
I´m gonna try with a little help from my friends

Meu muito obrigada a todos vocês, antigos e novos, de longe e de perto, os que eu vejo sempre, e os que de vez em quando (ou até de vez em nunca!), do mundo real ou do virtual. Obrigada por fazerem parte da minha vida.

Beijo grande!

sábado, 19 de julho de 2014

Dois para Conquistar – Marion Zimmer Bradley

 

dois para conquistarQue aconteceria se dois objetos absolutamente idênticos em forma e substância fossem reunidos? Este é o pivô deste romance passado durante os dias inflamados do final da Era do Caos. Da época em que Darkover estava dividido em Cem Reinos em guerra e a civilização oscilava à beira do esquecimento.

Cumprindo a minha promessa a mim mesma de reler e resenhar os livros de Marion, especialmente a série Darkover, vim com mais um volume da série. Dois para Conquistar se situa na Era dos Cem Reinos, e ocorre umas centenas de anos depois de Rainha da Tempestade e A Dama do Falcão (aliás, se você não conhece  a série Darkover, recomendo ler as resenhas anteriores, em ordem, porque eu explico um pouco sobre ela). O planeta se encontra dividido em diversos pequenos reinos, como diz o nome da era, e guerras de fronteiras e políticas assolam todo o mundo do Sol Sangrento. E também preciso me corrigir em uma coisa: a trilogia Clingfire, que eu mencionei em Rainha da Tempestade, na verdade ocorre nesta época dos Cem Reinos, e não na Era do Caos. Na verdade, tanto ele como este situam-se num período de transição.

Sim, a terra é assolada por guerras de poder, muitas ainda envolvendo a tecnologia de matriz, com suas armas de longo alcance e letalidade total. E com este cenário como pano de fundo, estamos nas Astúrias, reino que pertence aos Di Asturien. Mas há também uma tentativa de unificação dos reinos sob um único estandarte, e no caso esse estandarte é o dos Hastur, a família que se diz descendente direta dos deuses Hastur e Cassilda, e que é a mais poderosa de Darkover. Neste panorama cresce Bard, filho bastardo de Dom Rafael di Asturien. Bard é criado na corte, sob tutela do irmão de Dom Rafael (que eu não me lembro agora como se chama), e tem na verdade todas as regalias dadas a um príncipe e herdeiro legítimo. Só que Bard na realidade é um personagem detestável. É misógino e machista, belicoso ao extremo, só está feliz durante a guerra, orgulhoso e paranoico e possessivo ao extremo. E essa combinação não é nada boa.

E Bard é o narrador da história, então a maior parte da narrativa se passa na cabeça dele. Ele acha que todo mundo deve algo a ele, e que tudo que dá errado em sua vida é por culpa de alguém, menos dele e de seu temperamento violento. Veja bem, Bard se acha na verdade vítima de seu pai por ser filho bastardo. E quando a mão da princesa Carlina, filha do rei das Astúrias e sua prima, ele acha que ela é sua posse. Aliás, é assim que Bard vê todas as mulheres que passam em sua vida. E ele tem um laran péssimo, que faz com que ele use compulsão para que elas façam sexo com ele. Sim, pessoas, Bard é um estuprador serial, e o pior, nem se dá conta disso. Acha que todas as mulheres no fundo querem ser dominadas. E quando ele acaba tentando forçar Carlina a ceder (porque na cabeça de Bard, estar noivo dela equivale a ser marido, e dá o direito de possui-la), e ele acaba cometendo uma atrocidade e é banido das Astúrias por sete anos, ele vai para o norte, nas colinas Kilghard e se torna um mercenário conhecido como Lobo. E o tempo em exílio só fez o temperamento de Bard piorar. E não se reocupem, ele vai ter o que merece, mas não vou falar sobre isso, pra não dar spoiler.

Mas, nada dura para sempre, e quando o velho rei que sentenciou o exílio morre, Bard retorna a sua casa. E ainda obcecado pela ideia de Carlina (isso é importante. Na realidade, Bard não a deseja, ela não é o seu tipo, mas sim uma peça para sua ambição) e agora que seu irmão Alaric é rei das Astúrias e seu pai o regente, Bard é elevado a lorde comandante do exército. Esqueci de dizer que o velho rei morreu com um filho pequeno, que sua mãe leva para longe, fugindo da guerra, por isso Alaric sobe ao poder, mas na verdade é seu pai, Dom Rafael, quem governa (qualquer semelhança com Westeros e um certo Usurpador não é mera coincidência). E lembra que eu disse que há uma tentativa de unificar todo o mundo sob um único rei, um Hastur. Pois então, Dom Rafael (e ele não está sozinho nisso) não aceita, ou melhor, ele até acha que a unificação é uma boa ideia, mas desde que seja com ele no comando.

Esse pacto na verdade implica mais do que isso. Depois dos horrores produzidos pelas torres, como o fogo aderente e a água de ossos, que matam à distância e condenam inocentes na guerra pelo poder, Varzil de Neskaya quer propor o banimento das armas produzidas pelo laran. E sim, a unificação para se certificar de que isso aconteça. E esse é um ponto delicado, porque se eu não tenho fogo aderente, mas meu vizinho tem e me ataca com ele, como eu vou me defender? E enquanto alguns já aderiram ao pacto, sob a tutela dos Hasturs, outros ainda não. E para ajudar na estratégia de conquistar todo o mundo, Dom Rafael elabora um plano ousado, e potencialmente perigoso. Através de tecnologia de matriz, ele busca a cópia exata de Bard. E ela vem de muito longe.

A cópia atende pelo nome de Paul Harrell, e é um terráqueo. Só que Paul é um criminoso, e está em sono suspenso como punição. Porque Paul não é só a cópia física de Bard, mas também é exatamente o mesmo homem que Bard é, só que em outro lugar. Ou pelo menos, é isso o que dizem, Porque para mim, Paul até pode ser assim, mas depois que acorda em Darkover, ele é outro home, bem diferente de Bard. É mais comedido, não é orgulhoso, e mais humilde e menos selvagem que Bard. E o objetivo do velho ao trazer Paul é que ele possibilite que Bard, que é um excelente estrategista militar, possa estar em dois lugares ao mesmo tempo, e assim, dividir o exército, e assegurar a vitória.

Dois para Conquistar é um dos poucos livros de Marion que não tem uma mulher como protagonista, mas isso não quer dizer que elas não estejam presentes e que não desempenhem papel crucial na trama. A começar por Carlina, que é uma princesa, mas não é mimada, é forte e decidida, e não quer casar com Bard, nem com ninguém. Ela é inteligente e independente, e segue seu próprio caminho, sem que ninguém a detenha. Não é uma conformista. Não posso falar mais dela senão dou spoilers, mas ela tem papel fundamental no final.

Também Melisendra, uma leronis que se preservava virgem para a Visão, mas que acaba compelida por Bard e é a mãe de seu filho. Melisendra é outra mulher forte, decidida, e acaba desarmando Bard com suas atitudes. Ela acaba se envolvendo com Paul, e é extremamente compassiva. Ela passa horrores, mas ainda é capaz de perdoar. E a voz da razão no livro vem de Melora, irmã mais velha de Melisendra, leronis de Neskaya. Ambas são inteligentes e piedosas, independentes e senhoras de si. Só elas entendem Bard, e conseguem lhe mostrar um pouco de misericórdia.

O livro é muito bem narrado, a história prende, mas confesso que passar muito tempo na mente de Bard é terrível, devido à forma como ele vê as mulheres. E Marion conseguiu se desprender totalmente e construir um Bard muito complexo. Neste, em vez de aventuras com em A Dama do Falcão, vemos mais tramoias políticas e trapaças, mas isso tudo faz parte de Darkover, um mundo tão fascinante e tão cheio de nuances como Westeros. Ainda prefiro os romances da Era do Caos, mas de modo geral, Darkover é viciante. Ficção-científica de primeira, mesclada com fantasia. Se você não conhece ainda, vá atrás.

Trilha sonora

This is War, do 30 seconds to Mars é perfeita, em tudo, inclusive pela letra (a warning to the people, the good and the evil, this is war). Seven devils, Florence and the Machine também. Monster e Demons, Imagine Dragons (Coração vermelhoCoração vermelhoCoração vermelho) e Somebody else´s song, do Lifehouse (mais Coração vermelhoCoração vermelhoCoração vermelho).

Se você gostou de Dois para Conquistar, pode gostar também de:

  • série Darkover – Marion Zimmer Bradley;
  • As Brumas de Avalon – Marin Zimmer Bradley;
  • O incêndio de Tróia – Marion Zimmer Bradley;
  • O Trílio Negro – Marion Zimmer Bradley;
  • As Crônicas do Gelo e do Fogo - George R. R. Martin;
  • O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

O Lado Bom da Vida - Matthew Quick

 

O lado bom da vidaPat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um "tempo separados". Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com seu pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes da internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida. Uma história comovente e encantadora, de um homem que não desiste da felicidade, do amor e de ter esperança.

Comprei esse livro por motivos de: Bradley Cooper na capa. Alegre Mas sério, eu assisti o filme, e gostei e desde então eu tinha vontade de ler. Acabei enrolando um pouco (eu comprei esse ano, então passou na frente de vários da estante) nem sei porquê, mas compensou.

Pat Peoples está saindo da clinica psiquiátrica, depois de ter passado o que acredita serem apenas alguns meses lá. Ele não se lembra de muita coisa do que aconteceu no “lugar ruim”, nem porque foi parar lá. Só o que ele sabe é que está em um “tempo separado” de sua mulher, Nikki, e está mais determinado do que nunca a ser um marido melhor agora, porque ele mesmo reconhece que não foi um marido bom para Nikki. Por isso, agora ele pratica ser gentil, em vez de ter razão.

O que eu gosto muito em Pat é que ele é o eterno otimista, e acredita piamente em ver o “lado bom da vida” (em inglês deve ser mais legal, porque a expressão é silver lining, em referência àquela linha prateada que contorna as nuvens de chuva. E ela significa ver o lado bom de todas as coisas, que mesmo nas situações mais difíceis, sempre há beleza e uma coisa boa). Claro que Pat ainda leva consigo as sequelas de ter ficado no hospital, mas acho que todos nós aprendemos alguma coisa com ele e seu otimismo. Bem tipo Polianna e o jogo do feliz. E esse é um jogo que todos nós devemos tentar, pelo menos, jogar (e é super difícil).

E nem tudo é bom na vida de Pat. Seu pai não fala com ele, Nikki não entra em contato, e Pat tem que ir a sessões de terapia toda semana para não voltar para o “lugar ruim”. Esqueci de dizer que Pat só sai da clínica porque sua mãe conseguiu uma ordem judicial. Para compensar, Pat faz exercícios físicos como louco, assiste aos jogos de seu time de futebol americano, os Eagles, e procura ler os livros que Nikki recomendava a seus alunos em seu curso de literatura.

E nessa de fazer exercícios, Pat corre por quilômetros todo dia, e acaba conhecendo Tifanny, uma jovem viúva que também beira a depressão, como ele. E uma estranha amizade começa entre eles. Eles não conversam muito, na verdade Pat acha meio irritante o modo como Tifanny corre com ele, mas entre eles há uma cumplicidade muito grande, que ultrapassa as palavras.

Tifanny perdeu seu marido há uns anos, e depois disso perdeu eu emprego, e agora vive nos fundos da casa dos pais e se dedica a participar de concursos de dança para compensar a falta do marido. Ela usa outras coisas para compensar também, mas não quero falar caso você não tenha visto o filme e nem tenha lido o livro. Tifanny é inteligente e bem direta, fala francamente aquilo que lhe vem à cabeça. E essa personalidade mais aberta complementa perfeitamente o jeito mais soturno de Pat.

Também vale destacar o terapeuta de Pat, Cliff, um indiano fanático pelos Eagles também. E Cliff age mais como amigo de Pat do que como terapeuta, mas sabe exatamente o limite de quando ser o médico e quando ser o amigo. E a mãe de Pat, pequena e mãezona mesmo. Adorei a parte que ela faz greve geral com o marido. E isso resume bem a personagem: ela faz de tudo pela família, mas tem voz própria também, e acaba agindo como elo entre todos.

O livro é escrito em forma mais ou menos de diário, com a narração em primeira pessoa de Pat. É uma leitura leve, os capítulos são curtinhos, e a história é uma delicinha. Só o que enche um pouco a paciência são as inúmeras narrações dos jogos de futebol americano, e para mim, a obsessão de Pat por Nikki (o que na verdade dá para entender), mas nada disso atrapalha a leitura. Li em 3 dias, e isso porque meio que segurei a leitura (e tinha que fazer um lesson plan para o trabalho, e nadar, comer, dormir…). Vale a leitura, Uma ótima lição de otimismo.

Trilha sonora

Fairytales and Castles, Fool, Make me over e Butterfly todas do Lifehouse, e combinam perfeitamente. Total eclipse of the heart. da Bonnie Tyler não poderia ficar de fora (quem leu já sacou. E eu sei que a música é meio brega, mas eu ADORO!). E finalmente Gonna fly now, de Bill Conti, que eu nem gosto, mas quem leu vai entender, e depois, não dá pra não associar essa música com treino e trabalho duro, encaixa direitinho com as sessões suicidas exaustivas de musculação de Pat no porão.

Filme

Faz um tempo que eu vi, mas a adaptação ficou muito boa. Só o final é um pouco diferente, mas no geral, praticamente igual ao livro. E as atuações de Bradley Cooper e Jennifer Lawrence são exemplares (não sei se dignas de Oscar, mas com certeza brilhantes). E ainda tem o Robert de Niro. O que mais você quer?

Se você gostou de O Lado Bom da Vida, pode gostar também de:

  • As Vantagens de ser Invisível – Stephen Chbosky.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Cidade do Fogo Celestial – Os Instrumentos Mortais #6 – Cassandra Clare

 

CoHFERCHOMAI, Sebastian disse. Estou chegando. Escuridão retorna ao mundo dos Caçadores de Sombras. Enquanto seu povo se estilhaça, Clary, Jace, Simon e seus amigos devem se unir para lutar com o pior Nephilim que eles já encararam: o próprio irmão de Clary. Ninguém no mundo pode detê-lo — deve a jornada deles para outro mundo ser a resposta? Vidas serão perdidas, amor será sacrificado, e o mundo mudará no sexto e último capítulo da saga Os Instrumentos Mortais.

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU OS OUTROS LIVROS!

Após ter sido separado de Jace pelo Fogo Celestial, Sebastian está em fuga. Ninguém sabe onde ele está se escondendo, mas de alguma forma, ele consegue ir e vir de Idris ou Los Angeles, ou onde bem quiser ir. E armado com o Cálice Infernal, ele vai transformando Shadowhunters em Endarkened (sorry, people, mas com eu li em inglês não sei como traduziram. E eu procurei). voltando os Shadowhunters uns contra os outros, e aumentando o seu exército.

E, depois de ataques sistemáticos contra Institutos ao redor do mundo, assustados, os Nephilim fogem para Idris, acreditando estar a salvo das garras de Sebastian. Mas, quando uma grande traição é revelada, Idris se fecha completamente, e obriga Clary, Jace, Alec, Isabelle e Simon a ir até uma dimensão infernal para tentar parar Sebastian. Porque, vejam bem, nessa altura, a Clave já tinha se dado como derrotada, e estava em vias de estabelecer uma trégua com Sebastian. Ou assim Clary pensa.

E não tem jeito. Citando nossa amada Cersei: When you play the game of thrones, you win or you die. There is no middle ground. Não mesmo. Agora é vida ou morte. E é hora de fortalecer alianças e sacrifícios. Não há mais como os Nephilim se esconderem atrás de seus códigos, se Sebastian vencer, isso significa um mundo sem Shadowhunters, e muito possivelmente o fim da raça humana.

E no meio desse cenário apocalíptico, como ficam nossos amigos Shadowhunters? Bom, depois que o Fogo Celestial entrou nas veias de Jace, ele vem tentando controlar seu temperamento com aulas de relaxamento com Jordan, a fim de não incendiar tudo a sue redor. E ele tem que ter cuidado especialmente com Clary. E como ele lida com isso? Como sempre, com muito sarcasmo e ironia, disfarçando a angústia interior. Mas por outro lado, achei ele um pouco mais cauteloso neste, e até mais carinhoso com Clary que de costume. A ponto de às vezes ficar piegas demais, coisa que até agora Cassie conseguiu evitar.

Clary por sua vez está mais madura, e também sofre por não poder tocar em Jace sem levar um choque 220V. Claro que ela que levar a relação dos dois mais para a frente, mas não pode. E isso é frustrante. E ela lida com isso indo atrás da fonte, e tentando encontrar um jeito de reverter a situação e ter de volta seu Jace. Ao mesmo tempo, ela é atormentada por imagens de Sebastian e de como seu irmão poderia ter sido, caso Valentim não tivesse transformado o garoto em um mostro. E mais que ninguém, tanto ela como Jace sabem muito bem do que Sebastian é capaz, e como ele pensa, para simplesmente aceitar os termos oferecidos à Clave. Só que, claro, para variar, a Clave não ouve. Por isso ele e seus amigos tomam as coisas em suas próprias mãos.

Alec passa por um momento delicado. Ao mesmo tempo que tenta reconciliar o fato de o pai não o aceitar por ser gay, e que o pai teve uma amante, e não ser o homem que ele sempre pensou que fosse, também tem que tentar ir em frente sem Magnus, depois de ter terminado com o mago. Cassie fez um ótimo trabalho desenvolvendo Alec, mostrando todas as suas angústias de ser muito jovem para assumir a liderança da família, e tentar se encontrar, saber quem é. Achei bem bacana conhecer esse outro lado de Alec, o lado mais sensível, em vez do lutador implacável.

Simon e Isabelle passam pela fase de definir a relação, apesar de o namoro deles ser tão firme que não há dúvidas de que eles são de fato um casal. E algumas das cenas mais hilárias do livro se passam com os dois. Fora isso, os dois são os mesmo Simon e Isabelle de sempre. E Maia aparece pouco, mas agora ela atem um papel de maior importância. Tenho que confessar que não gostei muito do rumo do arco de Maia (Cassie tomou umas e outras com o Santa From Hell), mas no fim foi eficiente. 

Novos personagens aprecem nesse livro, como Emma Carstairs e Julian Blackthorn. Ambos são sobreviventes do ataque ao Instituto de Los Angeles, junto com os irmãos menores de Julian, e vão ter papel importante na história, mas não posso adiantar muita coisa sobre eles, por motivos que vou explicar melhor mais para a frente. Jia Penhallow, a autoridade maior da Clave também tem papel mais importante neste, bem como o pai de Alec e Izzy. Um outro personagem, que permanecerá anônimo aqui, mas que tem ligação com a trilogia As Peças Infernais (que eu vou ler agora, depois de terminar esta, e fiz isso de propósito, por ser uma prequel). Se você leu a prequel, já sabe, mas eu vi um spoiler sem querer.

Como sempre, o livro é recheado de ação, muito sarcasmo e ironia, mas a história se desenvolve de maneira consistente. Cassie não cometeu o erro clássico de misturar muita coisa e não saber o que fazer depois. Ela manteve o foco o tempo todo. E neste em particular eu vi muita influência de ASoIAF, Harry Potter e TLOTR, entre outras. Algumas passagens me levavam diretamente a outros livros, mas mantendo sempre a identidade. E Cassie amarrou bem as pontas, não deixou nada sem explicação, e até abriu espaço para uma spin-off, e se você pensou aí que ela tem a ver com Emma e Julian, pensou certo. O livro, apesar de extenso, tem narrativa fácil, que se alterna entre os personagens, e a leitura flui. E só não me despeço do universo dos Shadowhunters com saudade porque ainda tenho a prequel para ler, e a nova spin-off. Vale a leitura.

Trilha sonora

Primeiramente, Highway to Hell do AC/DC é perfeita, por motivos óbvios. Também Carry on my wayward son, do Kansas (sempre lembro dos Winchester), Save me, do Remy Zero, You found me, The Fray e Stand my ground, do Within Temptation.

Se você gostou de Cidade do Fogo Celestial, pode gostar também de:

  • série Beautiful Creatures – Margareth Stohl e Kami Garcia;
  • Harry Potter – J. K. Rowling;
  • coleção Percy Jackson – Rick Riordan;
  • Vampire Academy – Richelle Mead;
  • Bloodlines – Richelle Mead;
  • Hush, Hush – Becca Fitzpatrick;
  • Fallen – Lauren Kate;
  • A Batalha do Apocalipse – Eduardo Spohr;
  • Filhos do Éden – Eduardo Spohr;
  • Dragões de Éter – Raphael Draccon;
  • Jogos Vorazes – Suzanne Collins;
  • House of Night – P. C. e Kristin Cast;
  • saga Crepúsculo – Stephenie Meyer.