segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Trilha do Mês – American Pie – Don McLean

 

413J9WFu1lL._SY300__PJautoripBadge,BottomRight,4,-40_OU11__Esse mês falando de um clássico. E que me perdoem as Madonnas, Hanson e qualquer outra pessoa que teve a infeliz ideia de fazer uma versão dessa música, mas ela original é um trilhão de vezes melhor que qualquer outra.

Essa versão, original, é de 1971, e praticamente o único sucesso de Don McLean, e que significou , segundo o próprio, que ele nunca mais teria que trabalhar. E ela foi escrita tendo como inspiração um fato triste da música. Você com certeza, em algum momento da vida, já ouviu e já cantou La Bamba. E muito provavelmente, já assistiu algumas vezes o filme, chorou com Donna e a história de Richie Valens. E se você assistiu o filme (se não assistiu, paciência, vou dar spoiler. Mas é fato histórico, Wikipedia taí pra isso), sabe que Richie morreu num acidente de avião. Junto com ele estavam Buddy Holly e PJ “The Big Bopper” Richardson. Isso ocorreu em 3 de fevereiro de 1959, o avião era chamado American Pie, e esse dia entrou para a História como “O Dia que  Música Morreu” – the day the music died. (Mais informações aqui - The Day the Music Died).

American Pie é uma música folk-rock, longa e que alterna os ritmos, começando mais calam, ganha força, e depois acalma novamente no final. Tem batida forte, e dá pra ouvir perfeitamente o tamborine (aquele pandeirinho) a música toda. O piano também está presente, com a guitarra. E a letra faz referência a diversos ídolos pop, é só prestar atenção, mesmo que o autor mesmo não diga. Nem vou me alongar nisso, porque perfeição é assim, não precisa de explicação.

Beijos e até o próximo post!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Citação do Mês

 

“Todos sabiam que um maester forjava seu elo de prata quando aprendia a arte de curar – mas o mundo preferia esquecer que homens que sabiam curar também sabiam como matar”

George R. R. Martin, A Clash of Kings, p. 21

Maester Luwyn

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A Cura Mortal – Maze Runner #3 – James Dashner

 

Death CurePor trás de uma possibilidade de cura para o Fulgor, Thomas irá descobrir um plano maior, elaborado pelo CRUEL, que poderá trazer consequências desastrosas para a humanidade. Ele decide, então, entregar-se ao Experimento final. A organização garante que não há mais nada para esconder. Mas será possível acreditar no CRUEL? Talvez a verdade seja ainda mais terrível... uma solução mortal, sem retorno.

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU A SÉRIE!

Após passar pelo Scorch, e ainda ter a decepção da traição de Teresa e Aris, Thomas começa esse trancado num quarto estofado, branco, e sem nada exceto uma cama. Se você pensou em manicômio, não está muito enganado. É quase isso mesmo. Como Thomas meio que surta e ataca um dos funcionários da WICKED (CRUEL, sério? OK, a tradução não está mal, mas acontece que WICKED é uma sigla pra World In Catastrophe: Killzone Experiment Department. Como fizeram isso em português?) porque descobre que tudo que Teresa fez, inclusive o beijo que ela lhe deu, foi programado pela organização. Ou seja, será que em algum momento ela falou a verdade? Ela jura que só fez porque se não traísse Thomas e os outros Gladers, Thomas  morreria, mas Thomas não acredita. OK, eu entendo o lado dele, e ele não está lendo o livro, não sabe que realmente foi isso mesmo.

E isso tudo deixa Thomas mais revoltado, desconfiado e mais determinado que nunca a destruir a WICKED. Ele passa bem umas duas ou três semanas isolado no quarto por ser “agressivo”, mas depois acabam deixando ela sair. E com a promessa de ter todas as suas memórias restauradas. A proposta é boa, eles (leia-se o Rat Man, depois eu falo dele) prometem que não haverá mais testes, e eles podem viver livres para sempre. Só que Thomas passou por muitas coisas, desvendou muitas mentiras deles para acreditar, e acaba se recusando a restaurar suas memórias, com nojo de si mesmo e medo de lembrar o que fez enquanto trabalhava para a WICKED. Thomas está mais sério, e já não tem tanto medo de enfrentar a WICKED. E ele tem mais um motivo para odiar a organização: (SPOILER) Newt, seu melhor amigo, é infectado pelo vírus da Flare (fulgor, really? Kill. Me. Now.), e pode perder sua sanidade a qualquer momento. Desculpe por este spoiler, mas foi necessário, você já vai entender.

Newt também acaba se recusando a ter suas memórias restauradas. E ao saber que está infectado pelo vírus, ele acaba se conformando. Ou melhor, aceitando, porque na verdade ele está mesmo é revoltado. Só que ele sabe que não adianta ele mostrar revolta assim, tem que fazer as coisas da forma certa, no momento certo. Ele não pode simplesmente sair por aí atirando e atacando os membros da WICKED. E ele ainda tem plena consciência de que seu estado é irreversível. E no caso dele, o processo está muito acelerado, não se explica porquê. Eu especulo que é por causa do que ele passou no Labirinto e no Scorch.

E Minho também não quer suas memórias restauradas. Minho também está mais revoltado com a situação, mas não perde o senso de humor sarcástico, que até contagia Thomas. E Minho também sabe que é preciso preparar as coisas para fugir, mas ele é mais impaciente que Thomas. E acaba dividindo a liderança com Thomas. Minho também é mais racional que Thomas, não deixa seu lado emocional levar a melhor, e sabe que às vezes tem que tomar decisões difíceis para um bem maior. O que não quer dizer que ele não sofra com isso.

Teresa por outro lado, junto com outros Gladers e também com as meninas do outro Labirinto, teve suas memórias restauradas, e precisa a todo momento provar a Thomas que nunca o abandonou e sempre esteve a seu lado. E isso não é uma tarefa fácil, devido ao tamanho de sua traição. Curioso (mas nem tanto) é que Thomas logo perdoa Aris pela participação na traição, mas não consegue perdoar Teresa. Óbvio, doeu bem mais vindo dela. E ela também sofre por isso, claro. Afinal, ela também foi um peão nas mãos do Rat Man. Mas ela acaba tendo suas convicções quebradas quando percebe que as promessas da WICKED são vazias. E daí ela luta com toda a força contra a instituição. Ela tenta desesperadamente se aproximar de Thomas, que mesmo com toda a resistência, não deixa de pensar nela. Só que há outro obstáculo aí.

Estou falando de Brenda. Ela se aproxima ainda mais de Thomas, e a química entre os dois vai crescendo. Ela não deixa de dar indiretas para Thomas, mas este ainda está muito ligado a Teresa para fazer alguma coisa. Não que ele seja indiferente, também não disse isso. E agora que descobriu que Brenda também trabalha para a WICKED (na verdade, não exatamente, foi um questão de sobrevivência), mas que ela odeia a instituição, e quer desbaratar os caras, Thomas confia plenamente nela. E em Jorge, que descobre-se também que trabalha na WICKED, mas está descontente.

E o Rat Man?, vocês devem estar se perguntando. Não me esqueci dele não. Ele já tinha aparecido brevemente no segundo, quando fala para os Gladers sobre a prova no Scorch. Ele na  verdade se chama Janson, e acredita piamente nas provas e na busca da cura. E ele é capaz de tudo para isso. Tudo mesmo. Sua crença chega a ser fanatismo, e ele é um inimigo implacável.

Há outros personagens novos também, e outros retornam, mas não vou falar nada para não dar mais spoilers. Muitas surpresas esperam neste livro, que também é cheio de reviravoltas, e mais segredos são revelados. Algumas coisas são previsíveis, mas no geral o livro se desenrola de forma imprevisível. Coisas que eu achava que iam ocorrer de certa forma acontecem de outra, e outras eu já meio que saquei que fossem ocorrer, mas nada disso estraga o livro. A narrativa em terceira pessoa é envolvente, e este é com certeza o melhor dos três, e acaba com uma revelação surpreendente. Seria um cliff hanger para um próximo? Não sei, me pareceu que a história acabou. Só o que saiu foi uma prequel, que eu já estou lendo. Então, eu reforço, se você começou mas não se empolgou pelo primeiro, persista, porque o autor guardou o melhor para o final.

Trilha Sonora

Novamente Chasm, do Flyleaf combina com a história. Também Unknown, do Lifehouse, How to save a life (como eu não pensei nela antes?), She is e You found me, todas do The Fray e finalizando Everybody wants to rule the world, da Lorde.

Se você gostou de A Cura Mortal, pode gostar também de:

  • Jogos Vorazes – Suzanne Collins;
  • Divergente – Veronica Roth.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Prova de Fogo – Maze Runner #2 – James Dashner

 

Scorch TrialsO Labirinto foi só o começo... o pior está por vir. Depois de superarem os perigos mortais do Labirinto, Thomas e seus amigos acreditam que estão a salvo em uma nova realidade. Mas a aparente tranquilidade é interrompida quando são acordados no meio da noite por gritos lancinantes de criaturas disformes – os Cranks – que ameaçam devorá-los vivos. Atordoados, os Clareanos descobrem que a salvação aparente na verdade pode ser outra armadilha, ainda pior que a Clareira e o Labirinto. E que as coisas não são o que aparentam. Para sobreviver nesse mundo hostil, eles terão de fazer uma travessia repleta de provas cruéis em um meio ambiente devastado, sem água, comida ou abrigo.
Calor causticante durante o dia, rajadas de vento gélido à noite, desolação e um ar irrespirável – no Deserto do novo mundo até mesmo a chuva é a promessa de uma morte agonizante. Eles, porém, não estão sozinhos – cada passo é espreitado por criaturas famintas e violentas, que atacam sem avisar.
Manipulação, mentiras e traições cercam o caminho dos Clareanos, mas para Thomas a pior prova será ter de escolher em quem acreditar.

ATENÇÃO! SPOILERS DE CORRER E MORRER CASO VOCÊ NÃO TENHA LIDO!

Depois de sobreviver no Labirinto e serem resgatados por um grupo aparentemente de rebeldes contrários à WICKED (curiosidade: como está em português? Em inglês a sacada é genial, de colocar uma palavra que expressa uma ameaça como sendo – talvez – uma coisa boa), Thomas e os outros Gladers são levados para um lugar seguro. Alojamento decente, com beliches limpinhos, banho, e um lauto banquete. A vida e boa, e os Gladers podem voltar a ser o que eles sempre foram: garotos. NA! Daí não haveria história!

E ela até engana, começa bem assim mesmo, com uma sensação de segurança e alegria. Mas só por isso mesmo já dá para desconfiar. E à noite, quando eles acham que vão descansar bem, Thomas está conversando mentalmente com Teresa, quando de repente ela some. Ele não consegue mais nem sentir sua presença, muito menos ouvir seus pensamentos. Começa aí o pesadelo. No dia seguinte, os Gladers acordam para uma grande surpresa, inexplicável, e fome. Muita fome. E um novo personagem: Aris. Misteriosamente, Aris aparece no lugar de Teresa. E não é só isso, na porta de seu quarto, há uma estranha inscrição, juntamente com tatuagens com mensagens estranhas em cada um dos meninos. A mais assustadora, é claro, é a de Thomas. E assim eles descobrem que fazem parte de mais um teste. E o que aconteceu com o mundo.

Depois de uma série de explosões solares que devastaram a superfície da Terra, tornando-a inabitável, e que ainda por cima ativou uma doença que faz as pessoas enlouquecerem, os governos restantes do mundo se uniram e fundaram a WICKED em busca de uma cura. E essa cura é prometida aos Gladers após eles passarem por toda a prova. E o nome “de fogo”, no caso, não é só figura de linguagem.

A primeira parte da prova é eles passarem por toda a extensão do Scorch (algo como queimada. Não sei como traduziram). Depois de passar por um túnel, eles saem para o mais inóspito deserto: temperaturas altíssimas, ar pra lá de seco e desolação por todo lado. E não, pessoas, não estou falando de São Paulo, Rio de Janeiro ou Porto Alegre neste verão. Eles se encontram nos arredores de uma cidade devastada, que mais tarde sabemos que se trata da Cidade do México. E para chegar à cura, eles tem que passar pela cidade, e enfrentar seus perigos, como os Cranks, pessoas infectadas pela Flare (esse é o nome da doença, em homenagem às explosões solares, em inglês, solar flares. Esqueci de dizer que na minha cabeça, os afetados viram algo como zumbis e saem por aí comendo seus semelhantes). E, como vocês podem imaginar, eles não são nada amigáveis.

Frente a tudo isso, Thomas tem que enfrentar o seu novo status no grupo, que obviamente eu não vou falar para não estragar a surpresa. Além de encarar a falta de Teresa, que é muito maior do que ele possa imaginar, e a saudade de Chuck, que morreu nos seus braços. Ele começou a recuperar algumas de suas memórias, e não só descobriu que ele trabalhou com a WICKED, como o fez junto com Teresa, e que ela foi sua melhor amiga antes do Labirinto, e talvez até mais. Mas, depois de passar por tudo que passou no Labirinto, Thomas não só não confia na WICKED como também se envergonha disso. Mas ganhou a confiança de seus amigos. E, mesmo sem querer, acaba exercendo o papel de líder. E agora que já sabe mais a seu respeito, Thomas está mais centrado, e mais determinado. Também confia bastante no seu instinto, que admito que geralmente é bom, mas o leva a tomar algumas atitudes precipitadas.

Uma dessas atitudes é encontrar Teresa na cidade, sozinho, mesmo com os avisos dos outros Gladers. Thomas confia nela plenamente, e é aqui que ele percebe que ela pode ser mais do que amiga para ele. Só que ele passa a maior parte do livro longe dela, e quando ele finalmente a reencontra as coisas não são como ele imagina, mas claro que não vou falar o que acontece. Teresa realmente tem algum segredo enterrado na mente. Ora ela age de uma forma, e ora de forma totalmente contrária. Mas sempre ela assegura Thomas que ela está do seu lado. O problema é que não dá pra saber se dá para confiar nela. E isso é uma coisa que vai pesar também em Thomas. Teresa agora está com outro grupo, este só de meninas. Esqueci de falar lá em cima que haviam dois labirintos e que como aconteceu com Thomas e Teresa, também no das meninas. E Aris vem desse grupo, o único menino. E por isso é tão difícil confiar em Teresa.

Aris representa para Thomas mais ou menos o que Chuck representou. Quer dizer, Thomas se sente responsável por ele. Aris tem a mesma capacidade telepática de Thomas, mas por achar que isso é uma ligação especial com Teresa, ele acaba não gostando da ideia de Aris conversar dessa forma. Aris entra para o grupo dos Gladers sem ideia de como foi parar lá. Aris tem um papel importante na história, mas não posso falar mais aqui.

E outros Gladers também tem mais destaque, como Minho, que se afirma como líder, é sarcástico mas tem a cabeça no lugar. E logo se torna um dos melhores amigos de Thomas. Minho é inteligente e determinado, até mesmo um tanto teimoso, mas como no caso de Thomas, seu instinto geralmente é acertado. E Newt também se destaca mais, e acaba dividindo a liderança com Thomas e Minho. Seu papel na verdade é outro, mas ele vai ter mais importância no terceiro (que eu já estou lendo).

Mais dois personagens entram para a história. Trata-se de Jorge, um habitante da cidade, e mais velho que os outros. Jorge é como o líder do grupo na cidade, mas abandona seu grupo de sobreviventes para ir com Thomas até a cura. Jorge é mais experiente, e age como o protetor do grupo. E Brenda, uma menina mais ou menos da idade de Thomas, e uma Crank. Ela é bem doidinha mesmo, o que leva a crer que é mesmo uma Crank. Só que ela é inteligente, e acaba se encantando, por falta de expressão melhor, por Thomas. Não posso dizer que não é mútuo, mas há uma coisa: Teresa. E claro que ao se conhecerem, a rivalidade das duas é mútua.

Se no primeiro a história demora para engrenar, neste ela flui com mais facilidade. Os novos personagens dão nova vida ao livro, e deixam a história mais complicada. O que eu gostei bastante nesse é que ele é mais cheio de reviravoltas. Quando você pensa que a história vai numa direção, ela parte para outra totalmente diferente, e é uma surpresa atrás da outra. E sempre tem a angústia para que eles cheguem logo à cura e saiam do deserto, que parece não ter fim. O autor descreveu essas cenas no deserto muito bem, a a gente passa por tudo junto com os personagens. Então, se você só leu o primeiro mas não se empolgou muito, persista, porque a trama só faz ficar melhor. Bem melhor.

Trilha sonora

Não tem nem o que falar. Out of the frying pan (and into the fire), do Meat Loaf é perfeita, começando pelo título, que é literalmente da frigideira para o fogo. E Unknown do Lifehouse e Chasm do Flyleaf também.

Se você gostou de Prova de Fogo, pode gostar também de:

  • Jogos Vorazes – Suzanne Collins;
  • Divergente – Veronica Roth.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Tag – Os Livros que Marcaram a Minha Vida

 

Oi gente! Mais um vídeo para vocês!

Livros mencionados:

Beijos e até o próximo post!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A Menina que Roubava Livros – filme

 

BookThiefDizer que o livro é mil vezes melhor que o filme é chover no molhado. Afinal, todo leitor que se preze sabe que 99% (sim, meus caros leitores, há exceções) das vezes isso é verdade. Dito isto, declaro que o filme é uma adaptação boa do livro, e que sim, ela vai mexer com você, talvez não tanto como o livro, mas com certeza você não sairá do cinema indiferente.

O filme começa exatamente como livro, com a Morte (aqui um adendo: você que começou a reclamar que a Morte é um homem, fique sabendo que em inglês, é assim mesmo. Enquanto para nós a Morte é feminina, em inglês é masculina. Vamos lembrar da narração do conto dos irmãos Peverell na voz da Hermione: The Tale of the Three Brothers. Reparem que ela sempre se refere à morte como “he”). E lá está o trem que leva Liesel e sua família, com seu irmão já morto. E em seguida já vem o primeiro roubo.

Liesel   Hans

Corta para o momento que Liesel (Sophie Nélisse) chega à Rua Himmel, recepcionada por sua mãe Rosa, rígida e reclamona como sempre (Emily Watson, perfeita) e seu pai, o saukerl Hans Hubermann (Geoffrey Rush, maravilhoso), carinhoso e de personalidade leve. Geoffrey Rush conseguiu transferir para a tela todo o carisma e caridade de Hans. E também ali quem vai roubar a cena toda vez que aparece: Rudy (Nico Liersch, perfeito no papel). E logo ali, na primeira cena, pedindo o primeiro beijo de Liesel, Rudy já nos conquista.

Liesel   Rudy

A Rua Himmel, confesso, não correspondeu às minhas expectativas, mas gostei do resultado, ficou acolhedor, como deve mesmo ser uma rua chamada céu. As casinhas, modestas, são aconchegantes, mesmo que sejam úmidas e frias. Os vizinhos, curiosos, parecem extensão da família. E Liesel ali, quietinha dentro do carro, assustada. Até que Hans chega, de mansinho, e a chama: Sua Majestade. Impossível não se apaixonar por Hans só por isso.

E assim, a vida vai seguindo aos pouquinho, devagarinho, na Rua Himmel. Liesel se consagra a campeã peso-pesado do pátio da escola, Hans pinta o dicionário para ela no porão, Rudy corre disfarçado de Jesse Owens, mais roubos acontecem, e os seguidores de Hitler se preparam para a guerra.

Hubermanns

Enquanto isso, em algum lugar distante, a SS vai atrás dos judeus. É quando aparece Max (Ben Schnetzer, ótimo), escapando e deixando sua família para trás, seu maior arrependimento. Max chega na casa da Rua Himmel e altera toda a rotina. Conhecemos a história por trás do acordeão de Hans, nos encantamos e nos emocionamos com Max. Torcemos por ele, sofremos junto, e acompanhamos como seus dias ficam mais cheios de vida no porão por causa dea saumensch Liesel.

Max   Liesel

E em outro ponto da cidade, a mulher do prefeito, que ganhou falas, poucas, mas estão lá. Barbara Auer transmite a melancolia da personagem com competência. E que biblioteca é aquele, pelos sete! Quero uma daquelas para mim! E marca bem o contraste entre a riqueza de uns, contra as dificuldades de outros. E, falando nisso, deixa eu mandar um recadinho. Como sempre, com filmes assim, tem aqueles manés que reclamam que os personagem parecem muito saudáveis e que não parecem passar fome. Olha, bom senso mandou lembranças, viu? Gente, é um filme, não é necessário que os atores passem fome, a regime de água (é, porque aparentemente para essa gente, até o pão é demais) para transmitir a fome, a pobreza e todo o perrengue de não ter o suficiente, Especialmente quando há crianças envolvidas. Então, gente, menos, tá? Tenham em mente que se trata de uma obra de ficção. (Tenho a impressão que as mesmas pessoas vão falar a mesma coisa de 12 years a slave…)

Liesel 2

Claro que muita coisa ficou de fora. O avião do americano não se espatifa na Rua Himmel, Liesel e Rudy não viram mestres do furto de frutas, e eu acho que a Morte podia ter mais interjeições, como no começo, poderia incluir toda a introdução enquanto mostra as nuvens, ou quando Rudy pede o beijo após resgatar o livro de Liesel do rio, dizendo que seria a última vez, ou explicando que a mulher do prefeito deixava a janela aberta para que Liesel roubasse seus livros, e o livro que Max escreve para Liesel. Faltou um pouco da poesia do livro, falar dos 3 encontros de Liesel com a Morte, das cores de cada um deles, mas nada que impeça você de se emocionar com a história. O filme continua sendo um relato sensível da Segunda Guerra Mundial, e de como ela marcou as vidas dos habitantes da Rua Himmel, além das nossas, mesmo que não tenhamos vivenciado esse horror. Vale o ingresso.

Beijos e até o próximo post!

Quando a morte

Correr ou Morrer – Maze Runner #1 – James Dashner

 

Maze runnerAo acordar dentro de um escuro elevador em movimento, a única coisa que Thomas consegue lembrar é de seu nome. Sua memória está completamente apagada. Mas ele não está sozinho.
Quando a caixa metálica chega a seu destino e as portas se abrem, Thomas se vê rodeado por garotos que o acolhem e o apresentam à Clareira, um espaço aberto cercado por muros gigantescos. Assim como Thomas, nenhum deles sabe como foi parar ali, nem por quê. Sabem apenas que todas as manhãs as portas de pedra do Labirinto que os cerca se abrem, e, à noite, se fecham. E que a cada trinta dias um novo garoto é entregue pelo elevador. Porém, um fato altera de forma radical a rotina do lugar - chega uma garota, a primeira enviada à Clareira. E mais surpreendente ainda é a mensagem que ela traz consigo.
Thomas será mais importante do que imagina, mas para isso terá de descobrir os sombrios segredos guardados em sua mente e correr, correr muito.

Fazia tempo que eu queria ler esse livro, mas exatamente desde a Bienal de 2010, que tinha um stand de divulgação desse livro bem bacana. Mas não sei porque não li, nem comprei. Mas foi anunciarem o filme, e uma amiga minha começar a ler, que a vontade voltou.

Antes de começar, eu li em inglês, então me perdoem por não saber os termos em português. E vou colocar em inglês mesmo, pra não pagar mico. Esclarecimentos feitos, vamos lá.

Tudo começa quando Thomas acorda num elevador sem lembrar de nada fora seu nome. Ele acha que está sozinho, e qual não é a sua surpresa quando ao chegar ao alto, descobre que está numa Clareira, e com vários outros garotos como ele. Esqueci de dizer que Thomas acha que tem 16 anos, mas não tem certeza. E todos os habitantes da Clareira (esqueci de dizer que descobri esse nome pela sinopse) são garotos, ênfase no sexo masculino, alguns pouco mais velhos que Thomas e outros até mais novos. E todos chegaram em algum momento na Clareira exatamente como Thomas, sem lembrar de nada.

E a vida na Clareira até que não é ruim, exceto pelo fato de eles estarem presos pelo Labirinto e não encontrarem a saída. Fora isso, toda noite as portas do Labirinto se fecham, e o Labirinto é tomado por criaturas meio animais meio robôs, letais. E uma picada desses seres, os Grievers (não sei em português), leva a uma espécie de doença, e se o pobre infeliz tiver a sorte de escapar, lembra de algumas coisas de sua vida anterior. E quem passou por isso jura, que mesmo com tudo isso, a vida na Clareira é muito melhor. Esqueci de dizer que eles vivem isolados lá porque alguma tragédia assolou a Terra e a vida como a conhecemos.

Tudo corre como sempre, uma vez por mês chega um novato (Greenie), os suprimentos vem em abundância, e os Gladers seguem com suas vidas em paz, na medida do possível. Até a chegada de Thomas. Logo no dia seguinte chega outro Greenie. Ou melhor, outra. Desta vez o elevador manda uma garota, a única do lugar, e com um aviso desconcertante: tudo vai mudar. E ela conhece Thomas. E ela também parece familiar a Thomas.

Thomas é um garoto inteligente, curioso e corajoso. E teimoso. Logo quando chega à Clareira, Thomas já acha que o lugar é familiar, e assim que conhece os Maze Runners (corredores?), logo decide que é isso que ele quer fazer. Thomas também é muito perspicaz e instintivo. E Thomas não se conforma com o costume dos Gladers de abandonar os que foram feridos, e assim ele começa uma pequena revolução na vida dos Gladers. E consequentemente conquista amigos e também inimigos.

Entre os amigos, o primeiro que Thomas faz é Chuck, um garoto de 13 anos mais ou menos e que fala pelos cotovelos. Chuck é um sopro de vida no livro, curioso e com a vivacidade dos 13 anos. Além dele, Minho, o líder dos Runners, e Newt, o segundo em comando dos Gladers. Minho é destemido e muito prático, mas paciente e ensina Thomas o que é ser um Runner. E Newt tem um senso de humor ácido e tem a mente aberta. Newt também exerce uma liderança fácil, além de ter sido Runner, mas sofreu um acidente e agora manca de uma perna. O que não o impede de tentar.

Contrários a Thomas, Newt e cia. está Alby e seus comparsas. Estes são mais duros e inflexíveis. Eles se opõem a tudo que Thomas e seus amigos fazem, e quando mudanças drástica acontecem na Clareira, eles vão logo culpando Thomas por elas. Porém, eles não são os inimigos que realmente importam, e sim o Labirinto, e quem os colocou lá. Esse é o grande mistério e o que realmente causa desconforto no livro.

E o livro em si é bom, a escrita é boa, mas demora um pouco para empolgar, e também é difícil de se acostumar com os termos utilizados pelos Gladers. Mas uma vez vencida essa etapa é difícil largar. Os capítulos são em geral curtos, e bem encadeados uns nos outros, de modo que a leitura é fácil. E o final tem um bom cliff-hanger para o segundo. Vale a leitura.

Trilha sonora

Radioactive, Imagine Dragons (essa versão ao vivo é o máximo!), Explorers, do Muse (Free me, free me from this world), In repair do Our Lady Peace e Disarray e Out of Breath, do Lifehouse.

Se você gostou de Correr ou Morrer, pode gostar também de:

  • Jogos Vorazes – Suzanne Collins;
  • Divergente – Veronica Roth.