quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Música do Mês – Rolling Thunder – A-ha

 

A-ha east sunEssa era a música que eu ia comentar no mês passado. Isso porque, mesmo sendo janeiro, pleno verão, mais choveu que fez sol. E como consequência, ela grudou na minha cabeça dias e dias.

A-ha é um dos meus grupos preferidos. Cresci com eles, e como no caso do Roxette, aprendi muito inglês com eles. Aposto que muita gente aí do outro lado da telinha nem sabe de quem se trata, mas quem como eu cresceu no final dos anos 80 e começo dos 90 conhece esse trio norueguês muito bem. Infelizmente, depois de várias tentativas, o grupo terminou em 2010, mas em seu auge, na época que mencionei (olha eu, mais uma vez, entregando a idade), eles tiveram muitos hits, como Take on me (que na época foi o clipe mais caro já produzido, e é muito bem feitinho, muito melhor que muita superprodução de hoje), Hunting high and low, You are the one, Touchy! e Crying in the rain, tocando nas rádios do mundo todo.

O A-ha era formado por Morten Harket no vocais, Paul Waaktar-Savoy na guitarra e Magne Furuholmen nos teclados, e esses dois também faziam backing vocal. Eram um trio de musica pop, formado em 1982, com um hiato em que cada um fez (ou tentou fazer) uma carreira solo, e retomaram o grupo depois, até o final em 2010. O primeiro show que fui na minha vida foi deles, com 14 anos, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, lá no começo dos anos 90 (91 se não me engano).

Rolling Thunder está no quarto álbum deles, East of the Sun, West of the Moon, de 1990. talvez seja minha música preferida deles, fora Hunting high and low. Começa com o barulhinho da chuva e uma batida forte, e os sintetizadores. Logo entra a voz doce de Morten, e ganha muita força no refrão.

Ao longo da faixa também entram outros instrumentos, como o saxofone, e os teclados e piano. Ela é cheia de altos e baixos, e a voz de Morten sempre acompanha, e mostra sua versatilidade, dos tons mais baixos até os mais altos. E sim, ele faz (ou fazia) isso ao vivo também. Há uma ponte mais para o final, e o vocal´é praticamente só de Morten, mas também há backings mais discretos, que combinam muito bem com o restante da música. A harmonia dela, aliás, também é linda, e ela acaba do mesmo modo que começa, com barulho da chuva e trovoadas. Sem mais, eu deixo vocês com o vídeo:

Espero que gostem. Beijos e até o próximo post!

Selinhos

 

Oi gente! Esse post é rapidinho, pra dizer que recebi dois selinhos, ambos da Nádia do Palavra em Movimento (obrigada, querida!). Adoro receber selinhos e memes, são um carinho e um reconhecimento do nosso trabalho.

O primeiro já recebi antes, e agora mais uma vez, e me sinto muito honrada. Trata-se d selo Dardos, criado pelo escritor espanhol Alberto Zambade, em 2008, que concedeu em seu blog Leyendas de “El Pequeño Dardo” o primeiro prêmio a quinze blogs selecionados por ele. Ao divulgar o prêmio, Zambade solicitou aos blogs premiados que também indicassem outros blogs ou sites considerados merecedores do prêmio. Assim a premiação se espalhou pela Internet. Segundo o seu criador, o Prêmio Dardo destina-se a “reconhecer os valores demonstrados por cada blogueiro diariamente durante seu empenho na transmissão de valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., demonstrando, em suma, a sua criatividade por meio do seu pensamento vivo que permanece inato entre as suas palavras”.

dardos

Regras:

Exibir a imagem do selo no seu blog;
Linkar o blog que te indicou: OK;
Escolher outros 10 blogs para receber o Selo Dardos;
Deixar um comentário nos blogs escolhidos:

Blogs escolhidos:

Apaixonada por Papel

Abrindo os livros

Viagem Literária

O Guardião

Arte around the world

O Guardião da Muralha

Mantendo a Esperança

Sombra do vento

Livros e blablablá

E mais um que eu indicaria, a própria Nádia indicou, por isso não tenho 10.

O segundo selo é o Li e Lerei, criado pela Érica Bosi, do blog Leia sempre, então vamos lá:

Li e vou ler
1. Citar o nome de quem te indicou: OK;

2. Indicar 2 livros (no mínimo) que leu e gostou em 2012 (não há limite máximo) (obs: as resenhas estão linkadas pelo nome do autor, porque mais de uma vez gostei muito de mais de um livro do mesmo autor)

O nome do vento e O temor do sábio, de Patrick Rothfuss;

O herói perdido, O filho de Netuno e A marca de Atena, do Rick Riordan;

A invenção de Hugo Cabret, de Brian Selznick;

Inverno do Mundo, de Ken Follett;

Marina e O prisioneiro do céu, de Carlos Ruiz Zafón;

Morte Súbita, de J. K. Rowling;

Jogos Vorazes, da Suzanne Collins;

As Crônicas do Gelo e do Fogo, do George R. R. Martin (tá bom, esses eu reli, mas não diz nada nas regras que não podem ser relidos).

3. Listar 3 livros (no mínimo) que deseja ler em 2013:

As aventuras do Caça-feitiços, Joseph Delaney;

O príncipe da Névoa, Carlos Ruiz Zafón;

O historiador, Elizabeth Kotsova;

Labirinto e Sepulcro, Kate Mosse

As aventuras de Sharpe, Bernard Cornwell;

The house of Hades, Rick Riordan.

4. Oferecer a mais dez pessoas ou blogs e avisá-los: os mesmos acima.

Beijos e até o próxmo post!

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Faixa a faixa – Florence and the machine – Ceremonials

 

Florence CeremonialsJá faz um tempo que comprei esse CD, mas não sei porque não comentei. Me apaixonei por Florence depois de Seven Devils e Breath of life, por causa de adivinha? Game of Thrones, lógico. Mas só pelo fato de usarem as músicas para fazer vídeos de GoT não é suficiente (prova disso é que não curti muito a música que a HBO usou no trailer da terceira temporada), e acabei gostando muito não só dessas, mas das outras também. E me encantei com a voz de Florence Welch e pelas melodias das músicas, muito bem trabalhadas.

Ceremonials foi lançado em lançado em 1º de novembro de 2011 e é o segundo álbum deles, e foi lançado com muitos elogios, e seguido de muita expectativa depois do primeiro, Lungs. Não posso falar do primeiro porque não tenho (está difícil de encontrar, mas vou comprar também), mas segundo avaliações da amazon, este é melhor. Como disse, não posso julgar isso. Mas o álbum é excelente, cheio de letras profundas e sombrias, mas com melodias leves e delicadas. Então, aumente o som e venha comigo!

1. Only if for a night: começa bem delicada, com o piano, e a voz de Florence. Mas logo ganha força, e já aqui Florence mostra toda a sua versatilidade vocal. Gosto muito (e isto é recorrente no CD) do modo como ela faz vários vocais;

2. Shake it out: começa praticamente só com a voz de Florence, mas vai ganhando força, com um ritmo meio dançante, apesar da letra sombria. Confira o clipe:

3. What the water gave me: mais sombria até aqui, o vocal cai mais para o grave, e ganha força mais para o final, com direito a uma ponte com backing vocals fantásticos;

4. Never let me go: também começa praticamente só com a voz de Florence e o piano. Eu já conhecia esta música, por incrível que pareça, não por causa de Game of Thrones, mas tocou em CSI:NY. Ganha força no refrão. O piano é lindo, o vocal de Florence também. Atenção para os backing vocals. É uma das minhas preferidas do CD. Aí vai p clipe:

5. Breaking down: ritmo mais retrô e mais descontraído, com vocal mais baix, meio que um sussurro, dá vontade de sair dançando. Confira:

6. Lover to lover: faixa mais puxada para o pop, bem dançante, com o piano bem marcado e Florence novamente mostrando toda sua versatilidade. Veja:

7. No light, no light: batida bem marcada, meio truncada, e vocal muito bem trabalhado, com backings lindos:

8. Seven devils: a mais sombria do CD, mas não vou comentar porque já falei dela aqui. Minha favorita do CD;

9. Heartlines: batida forte, meio folk africana, e diferente das outras, é um pouco mais otimista;

10. Spectrum: começa só com o vocal de Florence, mas no refrão sobe abruptamente, mas sem ficar estranho. Batida da bateria forte, ritmo dançante, e vocais lindíssimos:

11. All this and heaven too: batida mais leve, vocal delicado, e backing vocals bem trabalhados;

12. Leave my body: volta ao tom sombrio, batida marcada, vocais muito bem trabalhados, em um diálogo entre o principal e o backing.

É isso. Espero que gostem. Como bônus, ainda falo de Breath of life, música que está na trilha de Branca de Neve e o Caçador, o que eu sinceramente acho um desperdício de boa música. Essa é forte, a batida é bem trabalhada e tem um coro maravilhoso. As cordas também estão bem trabalhadas, combinando com o vocal e com a batida. Acho que ela combina muito mais com Game of Thrones do que Branca de Neve, porque acho que ela bate mais com uma coisa mais épica do que o filme é, mas isso sou só eu.

Beijos e até o próximo post!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A morte da luz–George R. R. Martin

 

morte da luzPrimeiro livro escrito por George R. R. Martin, autor da renomada série As Crônicas de Gelo e Fogo, foi premiado com os principais prêmios do mundo de fantasia e ficção científica. Desde essa primeira história o autor já mostra o que o tornaria mundialmente famoso, seus personagens que não são nem vilões, nem heróis, mas sim seres complexos como todos nós. Um planeta está prestes a morrer, seu caminho se afasta das estrelas que trazem vida àquele lugar. Suas 14 cidades, construídas rapidamente quando o planeta passou por perto de uma grande estrela, também estão moribundas. Worlorn não é o planeta que Dirk t’Larien imaginava, e Gwen Delvano não é mais a mulher que conhecera. Ela está ligada a outro homem e a esse planeta moribundo preso no crepúsculo, seguindo em direção à noite sem fim. Em meio à paisagem desoladora, há um violento choque de culturas, no qual não há códigos ou honra e uma batalha se espalhará rapidamente.

Fanática pelas Crônicas do Gelo o do Fogo, e de George R. R. Martin também, não poderia deixar de ler seu primeiro livro. E só li mesmo por ser dele, porque não é do tipo de leitura que me atraia. Não sou muito fá de ficção científica (sim, amo Star Wars de todo o coração, e gosto muito de Star Trek do J.J. Abrams, mas é só. E não estou julgando quem curte, cada um é cada um, só estou expressando minha preferência), talvez por isso meu receio de ler.

A história gira em torno de Dirk t´Larien, um homem solitário que sofre há sete anos pelo abandono de sua amada, Gwen Delvano, que ele teima em chamar de Jenny (há uma explicação para isso, mas eu sinceramente não lembro, porque ela acontece na parte chata do livro, comento mais tarde). E, ao receber uma joia dela, ele entende como um chamado e parte para Worlorn, um planeta nos cafundós do Universo, e que está morrendo, e por isso, quase deserto e em eterno crepúsculo.

Só que Dirk tem uma visão idealizada de Gwen, acha que ela é a mesma que o deixou tanto tempo atrás. E não é essa realidade que o espera. Gwen é “esposa” (não é bem isso, mas nem vou tentar escrever o nome que dão, está mais pra propriedade do que esposa) de Jaantony (milhões de nomes no meio) Vikary. E Dirk a vê ainda como Jenny, não como Gwen. Dirk chega determinado a livrar Gwen de Jaan, o que não é tão simples, devido à complexa sociedade de Kavalaan, planeta de origem de Jaan. Dirk é teimoso e orgulhoso demais para aceitar qualquer ajuda de Jaan, e isso faz com que ele faça algumas burradas. E como o livro é contado pelo ponto de vista de Dirk, boa parte dele são o debates internos dele.

Gwen, apesar de ser “esposa” de Jaan, tem caráter independente. é uma inteligente ecologista, totalmente dedicada a seu trabalho. Ela não faz exatamente o tipo indefesa, e se preciso, ela sabe muito bem manejar uma arma. Ela também ainda sofre os efeitos de ter abandonado Dirk, e tenta de todo jeito fazê-lo entender suas razões, o que o cabeça-dura não consegue de forma alguma. (SPOILER) Ela diz com todas as letras que uma das razões para deixá-lo foi pela mania dele de chamá-la de Jenny (de novo, há uma explicação no livro para essa reação dela, mas não vou detalhar), mas o imbecil continua fazendo isso até o fim (stupid much?).

Jaantony Vikary, “marido” de Gwen, é um kavalariano que viveu um tempo em Ávalon, por isso não é tão tradicional, e ainda por cima luta para mudar a sua sociedade. Ele não vê Gwen exatamente como sua propriedade, até concede a ela alguns privilégios, mas ainda é preso a algumas tradições kavalarianas. É sensato e mesmo sabendo do interesse de Dirk por Gwen, faz o que pode para ajudá-lo e protegê-lo. Pensando bem, ele tem um pouco de Ned nele.

Completando o núcleo familiar de Gwen (por falta de termo melhor) está Garse Janaceck, espécie de irmão de sangue de Jaan e que compartilha, em todos os sentidos, Gwen com ele. E isso para a sociedade deles é perfeitamente normal. A sociedade kavalariana é supermachista, esqueci de mencionar isso, e Gwen meio que cai de paraquedas nisso. Voltando a Garse. Ele é sarcástico, invocado e bem mais tradicional que Jaan. Pena que ele não aparece muito, porque sem dúvida é um personagem ótimo.

Vale a pena ainda destacar Arkin, um kindissiano amigo de Gwen e que também está sob a proteção de Jaan. Não vou entrar em detalhes sobre ele para não dar mais spoilers, mas alerto para ficar de olho nele. Além desses, há também outros personagens importantes, mas se for comentar cada um deles, o post vai ficar imenso. Mas, sendo GRRM, os personagens são bem construídos e todos eles passam por uma transformação durante o livro.

O livro demora um pouco para engatar. No começo, há muitas descrições do planeta, das cidades, da cultura de Kavalaan, e nada realmente interessante acontece. Mas lá pela metade do livro as coisas começam a ficar emocionantes, e aí a leitura vai fácil. Porém, não tem o mesmo brilhantismo das Crônicas, e o personagens não despertaram a mesma empatia, pelo menos comigo. Mas as sementes estão aí, em vários momentos eu vi Westeros ali. Esse foi o primeiro livro de George R. R. Martin, escrito em 1977, e desde então dá para notar como ele evoluiu como autor. Portanto, se você é como eu , louc@ pelas Crônicas, vale a pena ver como George R. R. Martin começou.

Trilha sonora

Bizarre love triangle, do New Order cai perfeitamente. Também gosto desta versão como Frente!. E também Shake it out, de Florence and the machine.

Se você gostou de A morte da luz, pode gostar também de:

  • As Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R. Martin;
  • coleção Darkover – Marion Zimmer Bradley.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Citação do mês

 

Rapidinho hoje só para postara citação desse mês. Aí vai:

Nenhuma morte pode ser enorme como a vida”

Lestat, A Rainha dos Condenados, Anne Rice

Lestat Queen Damned

Eu sei que todo mundo associa Lestat a Tom Cruise, mas não foi ele que o representou em Rainha dos Condenados, de onde vem a frase, e sim Stuart Towsend, por isso essa foto. O filme é bem legal, aliás, e o livro também, mas os dois são bem diferentes. Já li o livro faz tempo, não me lembro mais direito da história, mas vale a pena. Vampiros como tem que ser, sem glitter.

Beijos e até o próximo post!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Dragões de Éter #3 – Círculos de Chuva – Raphael Draccon

 

Dragões de éter 3Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. Hoje, Arzallum, o Maior dos Reinos, tem um novo Rei e vive a esperada Era Nova. Coisas estranhas, entretanto, nunca param de acontecer... Dois irmãos sobreviventes a uma ligação com antigos laços de magia negra descobrem que laços dessa natureza não se rompem tão facilmente e cobram partes da alma como preço. Uma sociedade secreta renascida com um exército de órfãos resolve seguir em frente em um plano com tudo para dar errado em busca do maior tesouro já enterrado, sem saber o quanto isso pode mudar a humanidade. O último príncipe de Arzallum viaja para um casamento forçado em uma terra que ele nem mesmo sabe se é possível existir, disposto a realizar um feito que ele não sabe se é possível realizar. Uma adolescente desperta em iniciações espirituais descobre-se uma mediadora com forças além do imaginário. E um menino de cinco anos escala uma maldita árvore que o leva aos Reinos Superiores, ferindo tratados políticos, e dando início à Primeira Guerra Mundial de Nova Ether.

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU OS OUTROS DOIS LIVROS DA TRILOGIA!

Bom, já tinha dito que adorei os dois livros anteriores da trilogia Dragões de Éter, então rapidinho eu peguei o terceiro, louca para ver como terminava a história. Já adianto que me decepcionei com uma coisinha (já explico, e aviso, talvez precise dar spoilers deste livro para isso), mas não se engane. Também adorei este (dei 4 estrelas no Skoob por causa dessa decepçãozinha, mas favoritei). E mal acabei já tenho saudades dos personagens e espero poder voltar a Nova Ether um dia para mais histórias (de novo, vou elaborar isso melhor mais tarde).

Depois da consagração de Axel como Campeão de Arzallum no torneio Punho de Ferro, do casamento de Anísio e Branca Coração-de-Neve, Nova Ether se prepara para o que pode ser a primeira Guerra Mundial. Acontece que os gigantes de Brobdignag (acho que é assim que escreve) quebraram um tratado firmado anos atrás de não levar nenhum arzallino para seus domínios. Logo, o livro começa cheio de tensão e emoções vindo à tona. Isso porque o final do anterior não foi lá cheio de florzinhas e arco-íris.

Certo, Axel se sagrou campeão do Punho de Ferro, aí você pensa: agora tudo vai ficar legal. Errado! Isso porque seu irmão Anísio nem bem Axel sai do ringue, logo vem cobrar suas responsabilidades. Acontece que, como Anísio, Axel também fora prometido em casamento a uma princesa desconhecida, Fato que Axel “esqueceu” de mencionar a Maria (tá não foi legal da parte dele, mas me acompanhe), o que faz com que ele termine com a garota. E sim, antes que alguém pergunte, isso pesa nele sim, ele sofre por isso. Porque realmente ama Maria. Mas meu ponto é que Anísio manipula o irmão, usando a culpa que Axel sente por ter tido uma vida mais fácil que Anísio. Golpe baixo, e um dos motivos para eu não gostar de Anísio (tem mais, mas por enquanto fique com raiva por isso). Minha impressão é que Anísio na verdade inveja o irmão, e não suporta sua felicidade, e logo encontra um meio de acabar com ela.

Certo, de volta a Axel. Ele assume a responsabilidade (de novo, acho que mais por culpa do que porque realmente tenha que assumi-la) e parte para uma terra distante, que ninguém sabe ao menos se existe, para conhecer sua noiva prometida. Só que antes Axel tem que lidar com uma perda muito grande (além de Maria): Muralha, seu troll cinzento guarda costas e melhor amigo, foi morto por um anão. E a raiva de Axel, apesar de compreensível, me pareceu desproporcional. O que me faz pensar que não é somente a perda do amigo o motivo de tanto ódio, mas tudo. Mas Axel controla a raiva, e parte para a tal terra distante. Axel neste está mais introspectivo, outra coisa que também é fora de caráter para ele. E novamente, compreensível. Tenho que confessar que, mesmo Axel sendo meu personagem preferido, os capítulos dele neste estavam sacais. (SPOILER) Explico: sua noiva prometida é uma princesa elfa chata pra burro (sério, será que alguém, algum dia, vai criar um elfo legal? Só Legolas se salva nessa raça, aff!). Quer dizer, tem partes que são interessantes, bem filosóficas, mas enche a paciência. E sinceramente, Axel e a tal elfa não tem química nenhuma. Isso foi um dos motivos da minha decepção. Fiquei o tempo todo torcendo para Axel voltar a Andreanne e para Maria. E digo que no texto até há abertura para que isso aconteça um dia, Raphael Draccon deixou uns fios soltos aqui.

Enquanto isso, Maria curte uma fossa por ter levado um pé na bunda. Mas isso não dura muito. Logo ela encontra dois (!) pretendentes, e nenhum deles com fama lá muito boa: um é Giacomo Casanova e o outro é Juan De Marco. Preciso dizer mais? E, como assim, a menina tímida da plebe de repente desperta atenções de dois nobres? Sim, e por motivos não lá tão nobres: Maria foi a rejeitada por Axel Branford, Príncipe de Arzallum. Pelo menos, ela não fica no chororô infindável de uma certa candidata a vampira. Mas de novo, não ha química nenhuma entre ela e nenhum dos dois candidatos. Talvez, se esse ponto fosse trabalhado mais a fundo, eu poderia até vir a gostar dessa mudança de casais (que esqueci de dizer que foi prevista por Ariane no anterior), mas não vi muito sentido em desfazer Maria/Axel só para que Axel crescesse, ou como desculpa para introduzir os elfos pentelhos na trama.

Já João está mais maduro, e depois de derrotar o lorde do mal para defender a honra de sua irmã e de Ariane, ele começa a treinar como escudeiro, para ser tornar cavaleiro no futuro. No começo, João sofre na pele de escudeiro, mas obedece porque sabe muito bem o que quer ser quando crescer. Só que esse cargo também vai trazer um pouco de problemas para ele e seus hormônios. Mas apesar dos hormônios, João agora é homem, cresceu muito e logo toma a liderança de um grupo de escudeiros na defesa de Andreanne, ganhando o respeito inclusive de seus adversários. E sua relação com Ariane está mais séria, agora que ela e sua noiva.

E Ariane esta ficando cada vez mais poderosa. Agora ela pode viajar para outros mundos até acordada (no anterior, ela já fazia isso, mas somente em sonho). E ela vai aprender a controlar seu poder, a ponto de se quiser, sair de seu corpo conscientemente. Ela também amadureceu e não tem mais tantos ataques de histeria como no começo, e vai aos poucos assumindo o papel de noiva prometida de João. O que não impede de um ataque de ciúmes (justificado) hilário. Só mesmo sua incapacidade de calar a boca continua a mesma, sempre falando nos momentos mais inoportunos, mas que ainda são engraçados. E ela também está aprendendo o significado de responsabilidade. E ela ainda ganha uma aliada inesperada no final.

Voltando a Anísio. Lembra que eu falei que tinha algo de esquisito com ele, que eu não confiava muito nele? Bom, neste ficou mais evidente. Além de manipular Axel como fez, ele também é muito ambicioso, e belicoso. Explico: antes, muito antes de o menino arzallino ser raptado pelos gigantes, no começo do livro anterior, ele já se preparava para a guerra, como se já soubesse que ela viria. E até contribuiu para isso, principalmente para a adesão de Minotaurus com os gigantes. (SPOILER) É Anísio que mata o campeão de Minotaurus depois do Punho de Ferro. Por que ele faria uma coisa dessas, se não para provocar a guerra? Isso foi uma das coisas que ficou em aberto no livro. Ainda, lá no começo do segundo, quando ele faz os pedidos aos reis, ele pede a um deles, agora não lembro qual, pólvora negra. Para quê, se naquela época não havia ameaça de guerra? E a manipulação de Axel também tem objetivo belicoso: uma aliança com os elfos para atacar os gigantes. Que tudo bem, eles até precisavam, mas me parece que poderia ter sido forjada de outra maneira, pois havia a possibilidade de mesmo com o casamento, essa aliança não dar certo. Ou seja, ele manobrou todo mundo para atingir os seus objetivos. Ele me lembra um pouco o Nick Fury, de The Avengers, e lembrem-se que eu detesto Nick Fury. Resumindo: Anísio sacrifica as vidas de seu irmão e vários súditos por um capricho seu.

Já Branca, por outro lado, não é mais a princesinha frágil de antes. Além de ter assumido o comando de seu país quando seu pai morreu, ela agora também governa Arzallum no lugar de seu esposo que foi para a guerra. E ela não é do tipo que precisa de um batalhão de gente dizendo o que ela tem que fazer. É decidida e corajosa, ao mesmo tempo que procura manter uma cabeça aberta ao novo.

Faltou eu falar de Snail Galford e Liriel Gabbiani. Depois de liderar os “capitães de areia”, seu bando de adolescentes, na revolta contra M Minotaurus no anterior, Snail quer mais. Agora ele parte para soltar um perigoso prisioneiro para ajudá-lo a encontrar o maior tesouro do mundo. Ou seja, Snail voltou a ser pirata, e seu objetivo é ser o melhor deles. Só que ele não conta com um golpe de destino que poderá colocar tudo a perder. E Liriel o acompanha nessa empreitada, mas não aparece muito. Só que ela vai ser importante no fim.

Uma personagem que se destacou neste foi a comandante Bradamante, que já havia aparecido no anterior. Ela é a chefe da guarda real, e lembra um pouco a Brienne. É ótima lutadora, e batalhou muito para vencer em um mundo governado por homens, além de enfrentar muito preconceito. Mas ela prova seu valor, e vai ser peça fundamental do exército arzallino.

A narrativa continua prazerosa, rápida, apesar de alguns momentos mais arrastados, mas que passam rapidinho pois os capítulos são curtos e sempre terminam com uma ponta para o próximo, deixando a gente preso até o fim (talento que Raphael Draccon pegou emprestado de George R. R. Martin). Ainda, fica bem evidente a influência de Bernard Cornwell na descrição das paredes de escudos (eu fiquei esperando encontrar Derfel na parede Alegre), e aqui aproveito para recomendar que leiam esse texto hilário do próprio Draccon sobre Bernie: Bernard Cornwell ou como se faz literatura de verdade para macho, e vocês irão entender isso direitinho. E as pontas soltas só fazem a gente querer ler mais e mais sobre Nova Ether, pela palavras do próprio Raphael Draccon, não pelo convite que ele faz ao final do livro para continuarmos a história como quisermos (mas admito que fiquei tentada). As referências pop continuam lá (atenção galera que cresceu na década de 80), o narrador ainda parece que está ao nosso lado contando a história, que é envolvente e emocionante. Para finalizar, se você quiser saber mais, acesse o site do autor, Raphaeldraccon.com e o da série, dragoesdeeter.com.br. E divirtam-se em Nova Ether.

Trilha sonora

Mais uma vez, This is war, do 30 seconds to Mars, mas agora por motivos diferentes, Somewhere in between, do meu querido Lifehouse é a cara do Axel, Miles away, do Winger (so this is love, or so you tell me, as you´re walking out the door…se aplica direitinho para Axel/Maria), e finalmente 21 guns (do you know what´s worth fighting for, when it´s not worth dying for…) e Boulevard of broken dreams, do Green Day.

Se você gostou de Dragões de Éter – Círculos de Chuva pode gostar também de:

  • As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell;
  • As Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R. Martin;
  • ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien;
  • coleção Harry Potter – J. K. Rowling;
  • Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan;
  • Os heróis do Olimpo – Rick Riordan;
  • As Crônicas dos Kane – Rick Riordan;
  • Trilogia de Tinta – Cornelia Funke;
  • A História sem fim – Michael Ende;
  • As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis;
  • As Brumas de Avalon – Marion Zimmer Bradley;
  • A Crônica do Matador de Rei – Patrick Rothfuss.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Dragões de Éter #2 – Corações de Neve – Raphael Draccon

 

Dragões de éter 2Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltaram contra as antigas raças. E assim nasceu a Era Antiga. Hoje, Arzallum, o Maior dos Reinos, tem um novo rei, e a esperada Era Nova se inicia.
Entretanto, coisas estranhas continuam a acontecer... Uma adolescente desenvolve uma iniciação mística proibida, despertando dons extraordinários que tocam nos dois lados da vida. Dois irmãos descobrem uma ligação de família com antigos laços de magia negra, que lhes são cobrados. Duas antigas sociedades secretas que deveriam estar exterminadas renascem como uma única, extremamente furiosa.
Após duas décadas preso e prestes a completar 40 anos, um ex-prisioneiro reconhecido mundialmente pelas ideias de rebeldia e divisão justa dos bens roubados de ricos entre pobres é libertado, desenterrando velhas feridas, ressentimentos entre monarcas e canções de guerra perigosas. O último príncipe de Arzallum resgata sombrios segredos familiares e enfrenta o torneio de pugilismo mais famoso do mundo, despertando na jornada poderosas forças malignas e benignas além de seu controle e compreensão.
E a tecnologia do Oriente chega de maneira devastadora ao Grande Paço, dando início a um processo que irá unir magia e ciência, modificando todo o conhecimento científico que o Ocidente imaginava possuir.
E o mundo mudará. Mais uma vez.

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU O PRIMEIRO LIVRO DA TRILOGIA!

Se eu já tinha adorado Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas, esse eu amei, amei, amei. Se o primeiro é um livro delicinha, este é delícia plena. A história está ainda mais apaixonante, e evoluiu em relação ao primeiro.

Depois que o Rei Primo Branford morreu num ritual de magia negra, Anísio, agora livre do feitiço que o havia transformado em homem-sapo (eu não mencionei isso na resenha anterior, pra não dar spoiler), é coroado Rei e está determinado a levar adiante, ou melhor, retomar, o plano de seu pai, de caça às bruxas, e para isso, resolve restituir os Cavaleiros da Ordem de Helsing. Anísio volta determinado a se vingar das bruxas que o aprisionaram. Pra mim, ele está mais sombrio, e não sei bem porquê, mas não confio muito nele, acho que há algo errado com ele, e não sei explicar o quê. Mas não posso negar que ele é inteligente, e perspicaz, não´dá ponto sem nó. E ele até tem razão para agir como age, já que está carregando o fardo de preencher o lugar deixado por seu pai, que, convenhamos, é não é coisa fácil. Ele precisa estar à altura do Maior de Todos os Reis, mas não sabe se conseguirá. Ainda assim, tenho a impressão que há mais nele do que é mostrado. Só mesmo esperando o terceiro.

Por outro lado, Axel está mais maduro. Ele, na qualidade de campeão de Arzallum tem que representar seu povo no torneio de pugilismo mais competitivo e prestigiado de Nova Ether: o Punho de Ferro. Esse torneio, além de tudo que falei, também é potencialmente mortal, e seu resultado final pode alterar a história. Axel está bem focado no torneio, e perdeu um pouco de seu tom sarcástico. Na verdade, como eu disse, amadureceu. Sabe que agora que é Primeiro Príncipe tem responsabilidades das quais ele não pode fugir como antes. Responsabilidades que podem afetar diretamente sua vida pessoal e seu relacionamento com Maria Hanson, que por sinal está mais firme.

Ou será que está mesmo? É o que Maria, agora professora da Escola do Real Saber de Arzallum se pergunta, enquanto tenta lidar com o peso que é namorar uma celebridade como Axel, e conflitos familiares. Não se engane, ela é até bem segura, mas as circunstâncias levantam questionamentos sobre sua vida e o papel de Axel nela. Sim, os dois se amam muito, mas será que isso é suficiente? Além, é claro, de ver seu namorado esmurrado diariamente no ringue. Mas ela segura bem.

Já João, agora um adolescente de catorze para quinze anos, continua enrolado com Ariane Narin, mas ao mesmo tempo que ainda tem aquela inocência de menino, ele é obrigado a amadurecer rápido. Isso porque ele presencia seu pai em uma atividade que ele nunca imaginaria possível, e ali ele vê seu herói caindo por terra. E aí, claro, a revolta adolescente bate forte, e ele briga com todo mundo. Por outro lado, os hormônios em ebulição também entram em ação, e seu namorinho com Ariane, que é muito fofo, aliás, tem rumos inesperados e bem engraçados. Mas João tem um segredo, que só será revelado no final, e que pode mudar seu destino. De todos os personagens, ele é o que mais muda.

Sua cara-metade Ariane Narin continua firme nos estudos para ser bruxa (do bem). Também está um pouco insegura quanto a João, coisa normal de uma menina de 13 anos, mas também mostra muita maturidade e continua língua-solta, falando o que dá na telha.

Lembra que eu falei para ficar de olho em Liriel Gabbiani e Snail Galford? Bom, neste, seu papel está maior. Snail começa a treinar Liriel, para expandir seus poderes, e tenho que dizer que seu método é bem tough love, e tem horas que dá um pouco de medo. Mas tem motivo. Snail agora é o líder de um bando de adolescentes de rua, que treina também, para a Revolução. Mas não é bem ele que quer fazer a Revolução, ele só treina esse verdadeiro exército das ruas para outra pessoa.

E essa pessoa é ninguém menos que Robert de Locksley, que você talvez conheça como Robin Hood (que eu imaginava sempre como Russel Crowe). No começo ele está preso, mas ao ser coroado, o Rei Anísio tem 3 desejos que devem ser realizados, e um desses desejos foi a soltura dele. Como eu disse lá em cima, Anísio tem um objetivo, e pensa muito à frente do presente. Robin é um idealista apaixonado. E é um tanto turrão também, tenho que admitir. E claro que junto com ele aparecem na história John Pequeno, Will Scarlet (que também vai puxar amizade com Axel, não por acaso), Lady Marion e Frei Tuck.

E claro que há os vilões. Aqui representados pelo Imperador Ferrabrás, o governante de Minotauros. Ele parece um tirano, e com sede de poder, mas não dá para saber muito mais dele, porque ele na verdade não aparece muito. Só que ele é a maior ameaça a Arzallum e Stallia, o reino vizinho, e com quem Arazallum mantém uma aliança, já que a princesa Branca Coração-de-Neve é noiva de Anísio. E ela também tem uma participação maior neste. E posso adiantar que este foi a preparação do que está por vir no terceiro. E é bom também ficar de olho em Rumpelstichen, um lorde-duende que vem do Oriente trazendo novas tecnologias que podem mais uma vez mudar o mundo. E no lutador que ele traz, Ruggiero. Não vou falar mais para não dar spoiler.

De modo geral, o livro mostra uma evolução na escrita do autor, o ritmo é mais rápido, há mais ação e romance. Como eu disse antes, a história está mais apaixonante e envolvente. E neste a gente tema grande revelação de que os personagens realmente vivem dentro do livro, como acontece com A história sem fim e a Trilogia de Tinta. Esqueci de mencionar no anterior o narrador, um contador de histórias que realmente conversa com a gente, como um velho amigo. Há também as várias referências pop, que não vou mencionar para não estragar a delícia que é descobri-las. E, antes de ir embora, só uma coisinha, que o Vitor, o Guardião da Muralha, me lembrou: galera viciada nas Crônicas do Gelo e do Fogo, agradeçam a Raphael Draccon, porque foi graças a ele que essa série maravilhosa chegou por aqui. E leiam esse livro apaixonante.

Trilha sonora

Pra começar, We wil rock you (que assistiu Coração de Cavaleiro vai saber porque, mas fica evidente no livro também) e Under pressure, do Queen, This is war, do 30 seconds to Mars, Ordinary, do Train, We are, da Ana Johnsson, Send the pain below, do Chevelle (principalmente por causa de uma coisa no final), Save me, do Remy Zero, Nerve damage, do meu amado Lifehouse, Could it be any harder, do The Calling (nota pessoal: acho muito surreal que Alex Band tem esse vozeirão e é um varapau assim, não corresponde) e finalmente Lucky, do Jason Mraz com a Colbie Caillat.

Se você gostou de Dragões de Éter – Corações de Neve,pode gostar também de:

  • A história sem fim – Michael Ende;
  • Trilogia de Tinta – Cornelia Funke;
  • O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien;
  • coleção Harry Potter – J. K. Rowling;
  • Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan;
  • coleção Os Heróis do Olimpo – Rick Riordan;
  • As Crônicas dos Kane – Rick Riordan;
  • Ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • A Crônica do Matador de Rei – Patrick Rothfuss;
  • As Brumas de Avalon – Marion Zimmer Bradley;
  • As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell;
  • As Crônicas do Gelo e do Fogo _ George R. R. Martin;
  • As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Dragões de Éter # 1 – Caçadores de Bruxas – Raphael Draccon

 

Dragões de èter - CaçadoresNova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. Essa influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas. Primo Branford é hoje o Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer... Uma menina vê a própria avó ser devorada por um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais sanguinário do mundo, o mesmo que acreditavam já estar morto e esquecido, retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor. E duas sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá mexer em profundos e tristes mistérios da família real. E mudará o mundo.

Já faz um tempo que esse livro (na verdade a trilogia toda, porque comprei o box) está na minha estante só esperando, e uma das promessas que fiz a mim mesma no começo do ano foi de ler pelo menos alguma coisa do que está se acumulando na estante. E depois de ler Os Miseráveis (que, tudo bem, nem estava nos planos, mas eu já estava na minha estante desde que eu me lembro) e Eu sou o mensageiro, eu resolvi pegar este. E não me arrependo. Logo nas primeiras páginas, já me encantei com o livro.

A história começa bem familiar a nós, pois narra a morte de uma simpática velhinha por um lobo enorme, bem na frente de sua netinha de 9 anos, chamada Ariane, também conhecida como Chapeuzinho Vermelho, apelido que ela detesta. E que ninguém a deixa esquecer.Daí, acompanhamos os terrores de dois irmãos, João e Maria Hanson, ele com 7 anos e ela com 9, reféns de uma bruxa canibal. Esses fatos, além de muito conhecidos nossos, serão muito importantes no sentido de definir os personagens. Claro que ninguém passa por traumas desses incólume. Mas não se preocupe, a história não gira sobre isso.

Eles vivem em Nova Ether, no Reino de Arzallum, mais precisamente em Andreanne, a capital do reino. Arazallum e também o reino mais próspero do continente de Ocaso, e portanto o mais rico. Ele é governado pelo Rei Primo Branford, o maior de todos os reis, e casado com Terra Branford, uma fada que abriu mão da vida imortal por amor a Primo. Eles tem dois filhos, Anísio e Axel. Anísio, o mais velho, é amado pela nobreza, pois fio treinado a vida toda para substituir o pai. Axel é amado pela plebe, com quem se relaciona. E Primo é amado por todos e o Reino prospera.

Isso até que um ataque de piratas, liderado por Jamil Coração-de-Crocodilo, filho bastardo de James Gancho, ameaça a paz de Andreanne. Esse ataque tem um objetivo, disfarçado como um saque. Na verdade, Jamil, que carrega todo o ressentimento de ser filho bastardo de um pirata e de sofrer os abusos do pai, quer mesmo é fazer contato com uma bruxa. Esqueci de dizer que um dos motivos para Primo Branford ser tão amado é que, anos antes, ele promoveu a Caça às Bruxas, livrando, pelo menos aparentemente, as bruxas do reino.

Só que acontecimentos estranhos, como o ataque a Ariane, que custou a vida de sua avó, e o sequestro de João e Maria Hanson, sinalizam que forças além do controle de Primo estão mexendo com a vida no lugar. E podem mudar a História do Reino.

Ariane Narin, apesar do trauma de ver sua avó devorada, é uma menina normal de doze para treze anos. É alegre e tem toda a vivacidade própria da idade. Faz de tudo para tentar esquecer o que aconteceu, mas ninguém a deixa esquecer, e, para piorar, ainda há odiado apelido de chapeuzinho vermelho. Ela é tiete fanática de Axel Branford, aquele tipo de adoração por um ídolo pop. Mas ela também guarda um segredo, que nem ela sabe. E esse segredo vai mudar radicalmente sua vida.

Seu melhor amigo, e esperando ser um pouco mais que isso, é justamente João Hanson, que a defendeu uma vez na escola. João se incomoda um pouco com a adoração de Ariane por Axel, e também é o típico irmão mais novo para Maria (explico melhor daqui a pouco). É um menino tímido de 13 anos, mas também não é de levar desaforo pra casa. è muito criativo e tem umas tiradas sarcásticas fantásticas. Só que ele sofre de um tipo de doença que faz seu nariz sangrar profusamente de temos em tempos. Isso tem um motivo, mas não vou falar qual, para não estragar.

Maria, irmã de João, foi quem deu fim à bruxa que a capturou na infância. Maria é inteligente, perceptiva e não faz o tio frágil. Fala o que dá na cabeça e tem opinião sobre tudo. O que chama atenção de Axel Branford, o que vai causar mais ciúme ainda em João.

Axel é também sarcástico, inteligente, e realmente gosta de andar com a plebe, e por isso mesmo não suporta a nobreza. É pugilista profissional e dedicado a sua família. Tanto assim que parte em busca de seu irmão, desaparecido há algum tempo, sozinho, só com a companhia de seu guarda costas Muralha, um troll cinzento, e sua águia-dragão, Tuhanny. Ele vai encontrar nessa jornada Zangado, um Mestre Anão das Sete Montanhas, que tem uma personalidade dividida por dois aspectos opostos: ao mesmo tempo que é intolerante, também tem o dom da paciência.

Muitas coisas vão acontecer com esses jovens, e eles não vão terminar do mesmo jeito que começaram. Mas se eu for falar tudo que se passa, vou contar toda a história. Basta dizer que tudo levanta questionamentos de valores aprendidos desde a infância, e também a disposição de aprender coisas novas.

Vale ainda destacar Snail, um pirata comparsa de Jamil Coração-de-Crocodilo que acaba como agente duplo, e Liriel, uma trapezista de 17 anos que faz uns bicos como ladra. Ad vidas desses dois vão se entrelaçar, e acho que vale a pena ficar de olho neles para os próximos.

A narrativa se intercala entre os personagens, cada um dos capítulos é centrado em um deles. E a linguagem é fluida, fácil de ler, apesar do uso da segunda pessoa (explica-se: assim é que deve-se dirigir ao Rei e nobres), o que pode cansar um pouquinho, mas nada que prejudique a leitura, ou o andar da história. Misturada de conto de fadas? Sim, mas no caso deu certo. Raphael Draccon parte do princípio do que acontece depois que os contos de fadas terminam. O livro é juvenil, e escrito para esse público, então, além do uso da segunda pessoa, a linguagem também é entremeada pelo linguajar típico adolescente, com gírias e mesmo a reprodução da entonação das meninas histéricas em frente ao ídolo. O que deixa a leitura leve. E preste atenção às diversas referências à cultura pop espalhadas pelo livro, um detalhe bem bacana. O ritmo é bom também, eu li em pouco mais de 4 dias, e a história é tão envolvente e gostosa que eu logo mergulhei no segundo. Uma ótima leitura para relaxar.

Trilha sonora

Boulevard of broken dreams, do Green Day combina bem, From yesterday e Kings and queens, do 30 seconds to Mars e Dare you to move, do Switchfoot.

Se você gostou de Dragões de Éter – Caçadores de Bruxas, pode gostar também de:

  • A Crônica do Matador de Reis – Patrick Rothfuss;
  • O Senhor das Anéis – J. R. R. Tolkien;
  • As Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R, Martin;
  • As Brumas de Avalon – Marion Zimmer Bradley;
  • As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell
  • ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • coleção Harry Potter – J. K. Rowling;
  • As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis;
  • Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan;
  • As Crônicas dos Kane – Rick Riordan;
  • Os heróis do Olimpo – Rick Riordan.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Os Miseráveis – filme

 

les miserablesEu já estava louca de ansiedade para ver esse filme, contando os dias. Finalmente chegou. E assim que deu, fui correndo pra cinema pra ver. Antes de mais nada, um desabafo: por que está passando em relativamente poucas salas? Será por que, pelo que eu vi, só está passando legendado? Como aliás tem que ser, por causa das músicas. Se é isso, só tenho a lamentar. Por todo mundo que não vai ter acesso a um filme maravilhoso, que merece todas as indicações que recebeu, assim como os prêmios que já ganhou.

Eu imaginava que o filme, por ser o musical da Broadway, seria muito diferente do livro, mas não é. É, aliás, bem fiel. As digressões gigantescas ficaram de fora, claro, e um ou outro detalhe, mas fora isso, a história é a mesma, do fugitivo Jean Valjean que se redime após seu encontro com o bispo depois de roubar o mesmo bispo. Não vou repetir a historia, que você pode ver na resenha do livro.

Jena ValjeanDando vida a Valjean está Hugh Jackman, soltando o vozeirão, e numa atuação digna dos prêmios que já ganhou. Desde o começo nas galés, quando ele está quase irreconhecível (se eu não tivesse visto fotos antes, e não soubesse que era ele, não ia mesmo reconhecer), passando por Madeleine, e Fauchelevent (acho que é isso, não estou como livro por perto), e toda sua crise existencial, que pode ser resumida em Who am I?, mas que está ali o filme todo.

Anne Hathaway também merecedora de todos os prêmios. Sim, ela só aparece 20 minutos, mas são 20 minutos densos, e que ela consegue passar toda a miséria de Fantine. Se eu tinha pena dela no livro, no filme, mais ainda. Do momento em que ela é atirada para fora da fábrica de Valjean, até seu final, Anne Hathaway brilha. E a interpretação das músicas, com uma voz doce e ao mesmo tempo forte, é sentida. A caracterização dela doente também é perfeita, conseguiram deixar ela feia (se isso for possível, o que eu acho que não é).

fantine

JavertNão entendi porque da crítica a Russel Crowe. Ele fez o papel muito bem, captou direitinho (não que seja surpresa) o jeito estoico de Javert, inflexível e autoritário. E ele canta muito bem também. Talvez não tenha o mesmo alcance vocal dos outros, mas ainda assim faz bonito. E a interpretação em si é simplesmente fantástica. (SPOILER) A cena do suicídio de Javert é linda e mito triste, eu tive vontade de chorar. Só para dar uma demonstração de sua interpretação (e veja bem, no computador não é a mesma coisa, não chega nem perto do que realmente é no cinema), ouça Stars e Javert´s suicide. Será que pensaram que talvez a parte de Javert seja mais contida de propósito? Javert, como eu disse, é um personagem estoico, mais duro.

Quem também arrebenta (e, de novo, sem surpresa nenhuma) é Eddie Redmayne como Marius. E se eu não disse na resenha do livro, digo agora: me apaixonei por Marius antes de ele aparecer na história, só porque ele é vivido por Eddie Redmayne. Quem assistiu Os Pilares da Terra sabe do que estou falando. E além de um ator excelente, ele também é um ótimo cantor. E passou com perfeição o estado de embasbacamento de Marius ao ver Cosette pela primeira vez, assim como a co-liderança nas barricadas, eo sofrimento depois de tudo terminar. Aí vai um trechinho de A heart full of love.

Marius

E a pureza do relacionamento de Marius e Cosette é preservada, só acontece  mais rápido, em um dia mais precisamente. E entende-se: se fossem transportar todos os meses de corte silenciosa, de troca de olhares, o filme as duas horas e meia de filme não seriam suficientes. E Amanda Seyfried manda também muito bem, e de novo,quem assistiu Mamma Mia! sabe que ela tem uma voz linda. E já que estou falando dela, que coisa mais fofa é Isabelle Allen, que faz Cosette novinha? E que vozinha mais linda também!

ÉponineE aproveitando esse arco, vamos falar de Éponine. No filme seu participação é maior que no livro, seu amor por Marius é mais evidente. O que no livro fica pra segundo plano, mesmo porque ela só se dá conta de que ama Marius no fim. E Samantha Barks faz o papel com sensibilidade e também solta a voz de forma maravilhosa em On my own.

Enjolras

Também destaque para Daniel Huttlestone como Gavroche e Aaron Tveit como Enjolras, mandando muito bem também, e como contraponto cômico a diva Helena Bonhan-Carter e Sacha Baron Cohen como os Thénardier. (SPOILER) Adoro a parte do soco que Marius dá em Thénardier no final. Foi com gosto. Só ficou diminuído no filme o caráter cafajeste mesmo de Thénardier em relação ao livro, mas nada que prejudique o resultado final.

E por falar me final, o do filme é ainda mais lindo que do livro, e eu chorei, não tenho vergonha de admitir (e nem me surpreendo, já esperava por isso). Os cenários, a caracterização, tudo é perfeito. E o recurso de captar as canções ao vivo, em vez de gravar previamente, só fez dar ainda mais dramaticidade ao resultado e nós, assistindo, ficamos mais próximos dos personagens, sentimos todas as suas emoções. Foi uma jogada de mestre do diretor Tom Hooper. Assim. não me resta mais nada a não ser deixar vocês com o trailer:

Assistam que vale a pena. Quando a gente vê, já está no final e a gente nem percebeu. E leiam também o livro, que apesar das 1500 páginas também é uma leitura prazerosa.

Beijos e até o próximo post!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Faixa a faixa – Evanescence

 

EvanescenceEu adoro Evanescence desde que fui ver pela primeira vez Daredevil, e ouvi Bring me to life, que eu confesso que achava se tratar de um dueto bizarro entre Sarah MacLachlan e Linkin Park. Daí veio a surpresa dessa banda, e me apaixonei instantaneamente.

Esse álbum já foi lançado há algum tempo, mais precisamente em outubro de 2011. Mas eu só comprei o CD recentemente (no fim do ano passado, acho), por isso ele só veio parar aqui agora. Foi colocar para tocar e não consegui mais parar. Em comparação com os outros trabalhos deles, ele se aproxima mais de Fallen, o primeiro, que inclui Bring me to life e My immortal, que estão no filme e todo mundo por aqui conhece (observação pessoal: não entendo como My immortal pode ser uma das mais tocadas em casamentos. Ela fala de perda, não de felicidade, pelamor!).

Musicalmente, a banda melhorou muito. Deu um tropeção com The Open Door, seu segundo álbum (que inclui Call me when you´re sober, a melhor do CD na minha opinião), ainda sob os efeitos da saída de Ben Moody, mas retomou o som original neste, e se possível, Amy Lee está ainda melhor nos vocais. Então vamos deixar de blábláblá e partir logo pro que interessa.

1. What you want: já começa com tudo, adoro como começa com ela falando praticamente só o título. Piano bem marcado combinado com a guitarra estridente, vocais bem colocados. Confira o vídeo:

2. Made of stone: guitarra mais evidente, vocal mais sombrio, mas sobe no refrão, e uma ponte com o piano mais em evidência, mas em harmonia com todo o resto;

3. The change: adoro o piano nessa música. A batida também é boa, os vocais um tanto sombrios também, e a música vai crescendo aos poucos, e o final meio orquestrado dá um toque todo especial;

4. My heart is broken: começa meio balada, com o piano bem presente, mas vai crescendo, e há um bom trabalho de cordas também, dando um ar orquestrado à faixa. O vocal de Amy está lindo, principalmente no refrão. Veja o clipe:

5. The other side: começa com a guitarra mais agressiva, mas harmoniosa com o vocal de Amy e o piano, com solo delicado mais pro final;

6. Erase this: mais enérgica, com uma subida no vocal de Amy meio impossível para reles mortais;

7. Lost in paradise: balada praticamente só com a voz de Amy e o piano no começo, um lindo trabalho de cordas (acho que violinos, mas não só), e vai crescendo aos poucos, até que entra a guitarra, mais ou menos com My Immortal;

8. Sick: começa só com a voz de Amy e a guitarra, praticamente, mas sobe e tenho que dizer que adoro a repetição do refrão;

9. End of the dream: outra em que adoro o piano, bem delicado, mas em harmonia com a batida mais pesada. Gosto também do vocal crescendo no refrão, e Amy mais uma vez alcançando uns tons quase impossíveis;

10. Oceans: guitarra em destaque, bem como a batida forte da bateria, combinando com os sintetizadores no começo, e vocal em um tom mais alto, que não é problema nenhum para Amy;

11. Never go back: começa com um solo de guitarra que contrasta bastante, de uma forma boa, com o vocal doce de Amy. Mas ela cresce no refrão, e direito a violinos no meio;

12 Swimming home: baladinha mais tranquila para terminar, com piano e sintetizadores destaque e vocal suave de Amy.

É isso. Espero que gostem. Eu sei que está um dia atrasado, e eu até ia postar ontem, mas daí comecei a conversar com uma amiga sobre Game of Thrones, e aí já viu, né? Minha concentração foi lá pra Westeros Alegre

Beijos e até o próximo post!