terça-feira, 29 de maio de 2012

Cidade dos Ossos – Os instrumentos Mortais #1 – Cassandra Clare

 

cidade dos ossos Um mundo oculto está prestes a ser revelado... Quando Clary decide ir a Nova York se divertir numa discoteca, nunca poderia imaginar que testemunharia um assassinato - muito menos um assassinato cometido por três adolescentes cobertos por tatuagens enigmáticas e brandindo armas bizarras. Clary sabe que deve chamar a polícia, mas é difícil explicar um assassinato quando o corpo desaparece e os assassinos são invisíveis para todos, menos para ela. Tão surpresa quanto assustada, Clary aceita ouvir o que os jovens têm a dizer... Uma tribo de guerreiros secreta dedicada a libertar a terra de demônios, os Caçadores das Sombras têm uma missão em nosso mundo, e Clary pode já estar mais envolvida na história do que gostaria.

“Queridos Edward e Jacob, adoro vocês dois, mas vou passar o fim de semana com Jace. Desculpe! Com amor, Stephenie Meyer”.

É o que está escrito na capa deste livro. Se Stephenie Meyer realmente disse ou escreveu isso em algum lugar eu não sei, mas acho sensacional a sacada de marketing. E não precisava amis nada para despertar meu interesse pelo livro. Mas a capa ainda é linda (apesar de eu achar a do terceiro mais bonita) e também me chamava a atenção. Só demorei para ler porque queria a coleção toda antes de começar. Ainda falta o quarto (e último), que não saiu em português ainda (se encontrar em inglês, provavelmente voa comprar para ler), mas não agüentei esperar mais.

Tudo começa quando Clary, uma menina de 15 anos e normal, vai com seu amigo Simon em uma balada. Lá ela acaba testemunhando um assassinato pra lá de estranho, onde o corpo se desintegra e os assassinos, garotos como ela, só são vistos por ela. Sem entender direito porque (na verdade pelos olhos dourados e cabelos louros e tórax musculoso), ela acaba sendo atraída por Jace, que parece ser o líder do bando. Mas é um misto de atração e medo. A partir daí, a vida de Clary vira de cabeça para baixo.

Confesso que no começo não gostei de Clary. Ela é a típica adolescente nerd, que curte anime, filmes como Guerra nas Estrelas e etc. Até aí, tudo bem, não a julgo por isso e nem é por isso que eu não gostava dela. É que no começo ela é bobinha, e bem chatinha. Mas não é culpa dela. A verdade é que há um motivo para ela enxergar os “assassinos” é porque ela não é inteiramente humana. Mas não sabe disso. Então, tudo a espanta e ela mais atrapalha que ajuda. Mas no decorrer da história, ela vai descobrindo quem é e vai mudando e ficando mais forte. De menininha frágil, ela passa a uma jovem determinada e mais corajosa.

Jace, por outro lado, é o típico rebelde sem causa. Mas não deixa de ser fofo, do jeito dele. Ele cresceu sabendo que seria um Caçador de Sombras (guerreiros encarregados de proteger a humanidade de monstros e afins), é bom no que faz e até sente prazer na batalha e matando monstros. É sarcástico e cheio de si, mas na verdade isso é só fachada. Por trás da atitude tô-nem-aí, ele é um adolescente com seus próprios conflitos e até mesmo um pouco carente. Toda essa marra esconde um pouco de solidão, resultado de ser órfão e ter visto seu pai ser morto aos 10 anos. E quando Clary cai de para quedas na sua vida, ela mexe um bocado com sua existência, o que deixa o garoto confuso.

A química entre Jace e Clary é ótima, mas Jace tem competição. Simon, que eu mencionei acima, é o melhor amigo de Clary, cresceu com ela, mas na verdade é apaixonado pela garota, que permanece totalmente alheia aos sentimentos do amigo. Mas Simon não a pressiona, se contenta (um pouco) em estar ao lado de Clary. Simon tem uma banda, é nerd como Clary e é humano. Ele é bonzinho, mas como no caso do triângulo Katniss-Peeta-Gale, de Jogos Vorazes, ele não chega a ser uma presença forte o bastante para romper a atração de Jace e Clary. E pra falar a verdade, não sei se ele sente tudo isso por Clary, porque ele logo cai de quatro por outra personagem, Isabelle.

Isabelle, junto com seu irmão Alec, são os outros que integravam o grupo que Clary viu matar um outro, e também são irmãos de criação de Jace. Isabelle é linda e sabe disso, tirando proveito e se divertindo com os garotos humanos. Mas também pode ser doce e é uma guerreira durona. A princípio não vai muito com a cara de Clary, mas é porque sempre foi a menina no meio dos meninos, e se sente ameaçada quando Clary aparece. Mas depois se mostra uma boa amiga. Seu irmão Alec é mais introspectivo, e esse não simpatiza mesmo com Clary. Ele tem lá os seus motivos para isso, mas não vou estragar a surpresa. Também é um guerreiro muito bom, mas ao contrário de Jace, nunca matou nada. Como ele é mais quieto, não aparece muito, então não dá pra falar muito dele ainda.

Vale ainda destacar Luke, amigo da mãe de Clary. Esqueci de dizer lá em cima que Clary se alia aos Caçadores de Sombras porque sua mãe desapareceu. E Luke, que ajudou a criar Clary, não dá a mínima por isso. Ele tem motivos, e guarda um segredo, mas de novo não vou falar pra não estragar. Mas lembrem dele. Ele não aparece muito neste primeiro, só mesmo no final, mas vai ser fundamental, e aparece mais no segundo (que eu ainda estou no comecinho, mas já deu pra ver que ele vai ter maior participação).

Quase me esqueço de falar do lado negro da força. O big boss, que comanda tudo é Valentim, outrora Caçador de Sombras, mas que traiu a causa. Todo mundo acha que ele está morto, mas ainda ameaça todo mundo, tipo Voldemort e Sauron. E mesmo em sua ausência, ele tem um verdadeiro exército a seu serviço. Como ele ainda é só uma ameaça, não vou me estender nele. Mas fiquem de olho.

O livro tem um ritmo bom, dá pra ler bem rápido (eu li as 459 páginas em pouco mais de um fim de semana mesmo, comecei na sexta e terminei na segunda), e é ação direto. O que um pouco irônico, se considerarmos que eu escolhi ler esta série agora, antes de reler a sanguinária As Crônicas do Gelo e do Fogo. Eu pensava que era uma série mais light, e até é mesmo, mas eu estava enganada quanto ao sangue e as batalhas. Diferente de outros livros do gênero, este é até que sangrento, e brutal de certa forma. mas justamente por isso eu gostei. Não é meloso, e o romance não tem muito destaque. E ele é engraçado na medida certa também, principalmente os comentários de Jace. Só tenho uma queixa: ele termina com um tremendo banho de água fria, e que chega a ser um clichezão. O que na verdade só contribui pra gente se jogar no segundo de cabeça. Recomendadíssimo.

Trilha sonora

I'd die for you, do Bon Jovi (AMO!) é perfeita. I'd lie for you (and that's the truth), do Meat Loaf, por motivos muito parecidos com a do Bon Jovi, também cai muito bem.You found me, do The Fray também é ótima e cai direitinho. Especialmente para Jace, Prelude 1221, do AFI e Send the pain below, do Chevelle.

Se você gostou de Cidade dos Ossos, pode gostar também de:

  • saga Crepúsculo – Stephenie Meyer;
  • A batalha do Apocalipse – Eduardo Spohr;
  • série Fallen – Lauren Kate;
  • coleção Sussurro – Becca Fitzpatrick;
  • coleção Percy Jackson – Rick Riordan;
  • coleção Os heróis do Olimpo – Rick Riordan;
  • Os filhos do Eden – Eduardo Spohr;
  • Vampire Academy – Richelle Mead;
  • Jogos Vorazes – Suzanne Collins;
  • série House of Night – P.C. e Kristin Cast.

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domingo, 27 de maio de 2012

Faixa a faixa – Roxette – Travelling

 

rox travelling Não é surpresa pra ninguém que eu adoro Roxette. É só conferir aqui. No começo desse mês, eles retornaram ao Brasil, e fizeram um show em São Paulo, mas infelizmente não pude ir, porque estava trabalhando (chuif, chuif). Mas como consolação, encontrei o novo CD deles na Saraiva e trouxe pra casa, claro.

Travelling saiu esse ano, e segue o mesmo esquema de Tourism, isto é, foi gravado durante a turnê do ano passado, e tem gravações ao vivo de alguns shows, e acho que algumas faixas foram gravadas em estúdios ao redor do mundo, mas, diferente do outro, que tem onde elas foram gravadas, este não traz estas informações. O que na verdade é só curiosidade mesmo,  que vale são as músicas. Só sei que há gravações de Dubai, Rio de Janeiro, Itália, Cidade do Cabo e Sun City, na África do Sul, além é claro da Suécia. Mas não sei qual foi gravada aonde.

Travelling é um álbum, animado, como sempre, com boas faixas pop, misturadas com as tradicionais baladas, características da dupla. Então, sem mais, vamos ao que interessa:

1. Me & you & Terry & Julie: começa calminha, simplesinha, mas depois fica mais animada, bem pop. E essa alternância marca a faixa toda;

2. Lover lover lover: batida pop, com um quê de Beatles, leve e com direito a solo de guitarra meio retrô;

3. Turn of the tide: baladinha, com violão ao fundo, e a voz linda de Marie mandando muito bem. Também tem algo de retrô, e que vai aumentando aos poucos;

4. Touched by the hand of God: mais puxada para o rock, na voz predominante de Per, misturado à voz mais doce de Marie no refrão, que gruda fácil na cabeça. Tem um ritmo bem dançante, e é daquelas que a gente escuta pulando;

5. Easy way out: baladinha gostosinha, com destaque para a flauta, dando um toque celta. Uma das poucas baladas na voz rouca de Per, principalmente;

6. It’s possible: bem pop, com refrão chiclete, que lembra um pouco as músicas velhas deles. O vídeo lembra um pouco Joyride:

7. Perfect excuse: esta é uma versão de uma faixa do álbum solo de Per, Party Crasher. Aqui com vocais de Marie, numa versão bem calminha, praticamente só ela e o piano, mas cordas bem colocadas. Prefiro com a Marie, confira aqui a versão solo de Per;

8. Excuse me, sir, do you want me to check on your wife: começa mais calma, só com a voz de Per e a guitarra, bem suave. Mas ela vai crescendo e a entrada da voz de Marie dá outra cara à faixa, e com uma batidinha retrô;

9. Angel passing: faixa delicada, e mais uma das poucas baladas na voz de Per, mas com ótimo backing de Marie. Um trabalho muito bonito de voz;

10. Stars: gravada ao vivo, mas não sei aonde. Ela tem um abatida mais rock que no CD, Have a nice day!, e mostra que mesmo com as limitações impostas pela recuperação depois de extrair o tumor no cérebro, Marie manda muito bem ao vivo;

11. The weight of the world: faixa bem calminha, quase acústica, e combinando muito bem as vozes de Per e Marie;

12. She's got nothing on (but the radio): mais uma gravada ao vivo, e essa é a única que eu sei onde: no Rio de Janeiro. Mais uma vez, mostra o talento da dupla ao  vivo, e toda a energia da música, que levanta sempre;

13. See me: balada bem calma, praticamente acústica, só Marie e o violão e o piano;

14. It’s possible, version 2: não encontrei link para ela, mas esta é mais agitadinha, e não muda muito da outra, na verdade;

15. It must have been love: versão orquestrada do hit, ainda mais linda que a original, não tem muito o que falar dela.

De modo geral, o álbum é mais cru, não tem muito tratamento posterior, dá pra perceber pelas músicas. Eu gostei bastante do CD, e espero que vocês curtam também.

Beijos e até o próximo post!

sábado, 26 de maio de 2012

Música do mês – Seven devils – Florence and the machine

 

florence machine Escolhi esta música por dois motivos. Primeiro porque a HBO escolheu ela para usar quando estava divulgando a segunda temporada de Game of Thrones (confira aqui) e com a temporada no final, este foi um dos motivos. Mas também porque fiquei com ela na cabeça por vários dias.

Ela faz parte do álbum Ceremonials, e ao ouvir dá para perceber porque a HBO escolheu justamente esta música para divulgar a série. O nome sozinho já é indicativo (e não, eu não sei se foi escrita para a série, ou inspirada por ela), mas a música também é sombria, meio misteriosa e combina bem com o clima da série (e dos livros, em geral). Ao mesmo tempo, ela sobe e dá pra imaginar ela como trilha de fundo durante Blackwater.

A voz de Florence Welch é perfeita, meio etérea, ao mesmo tempo forte, e ela faz vários jogos com a voz, ora em oitavas bem altas, ora em tons mais baixos, muitas vezes em um mesmo verso. E o coro que entra no refrão é fantástico também.

A parte instrumental também é linda, o piano, combinado com a batida da bateria são perfeitos, e contribuem para o senso de urgência. Mas ainda assim, a música é irresistível, quando escuto, sempre toco umas duas vezes seguidas. Mas chega de enrolação. Confira abaixo a música:

 

Beijos e até o próximo post!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A menina que não sabia ler – John Harding

 

A menina que não sabia ler 1891. Nova Inglaterra. Em uma distante e escura mansão, onde nada é o que parece, a pequena Florence é negligenciada pelo seu tutor e tio. Guardada como um brinquedo, a menina passa seus dias perambulando pelos corredores e inventando histórias que conta a si mesma, em uma rotina tediosa e desinteressante. Até que um dia Florence encontra a biblioteca proibida da mansão. E passa a devorar os livros em segredo. Mas existem mistérios naquela casa que jamais deveriam ser revelados. Quem eram seus pais? Por que Florence sonha sempre com uma misteriosa mulher ameaçando Giles, seu irmão caçula? O que esconde a Srta. Taylor? E por que o tio a proibiu de ler? Florence precisa reunir todas as pistas possíveis e encontrar respostas que ajudem a defender seu irmão e preservar sua paixão secreta pelos livros - únicos companheiros e confidentes - antes que alguém descubra quem ousou abrir as portas do mundo literário. Ou será que tudo isso não seria somente delírios de uma jovem com muita imaginação?

 

Já fazia um tempo que este livro estava na minha estante. Eu o vi pela primeira vez na Bienal do Livro de SP em 2010, e a capa já me chamava a atenção. E o título é intrigante. Mas só comprei (ou melhor, minha irmã comprou) recentemente, e então só agora eu li. E gostei bastante. Pela sinopse, eu já imaginava, e ele faz um paralelo direto com A volta do parafuso, de Henry James, que eu adoro.

Apesar do nome, Florence, a protagonista do livro, sabe ler sim. Mas ela mantem isso um segredo. Isso porque ela mora com seu irmão Giles em Blithe House, uma mansão afastada de Nova York. Eles são órfãos, e estão sob a tutela de seu tio, mas este nunca aparece e nem toma muito interesse nas vidas das crianças. A casa fica numa grande propriedade e tem um lago, e tem duas torres. Só por isso, já dá para ver toda a referência a Volta. Some-se a isso o fato de as crianças ficarem aos cuidados dos empregados do tio, uma cozinheira gorducha, Meg, um faz-tudo, John, e da governanta, Sra. Grouse. E ambos tem a mesma idade das crianças do outro livro.

Mas não para por aí. Florence lê muito, e sua imaginação é fértil até demais. Ela adora o irmão, e é muito esperta. Quando a nova preceptora chega, já que Giles não se adaptou à escola, ela começa a desconfiar até da sombra da mulher. Esqueci de dizer que Florence mantém segredo a leitura porque seu tio não acredita que mulheres devam aprender a ler. Florence passa muito tempo sozinha, entocada na biblioteca com seus livros.

Florence tem muito da preceptora do livro de Henry James. A mesma imaginação fértil, e também é extremamente influenciável, no caso pelas histórias de Edgar Allen Poe. Ainda por cima, ela sofre um trauma, por ter presenciado um acidente grave com a primeira preceptora a chegar a Blithe House. E quando a nova, Sra. Taylor, chega, a menina se convence que ela é um fantasma. Para piorar, ela é assombrada pela visão de uma mulher que ameaça seu irmãozinho e é sonâmbula. Sua existência só é amenizada pelo irmão e por Theo (que eu , por conta de GoT, insistia em ler como Theon ;D), seu vizinho. E dá pra fazer um paralelo entre a relação deles e a de Liesel e Rudy em A menina que roubava livros.

Theo é um menino um pouco mais velho, e doente. Ele não consegue frequentar a escola também, mas por conta da asma, e clima mais frio de Blithe é mais adequado a sua saúde. O garoto é um varapau, e muito desengonçado. Mas é inteligente e leal a Flo. Claro que o garoto morre de amores por ela, que nem dá bola para o xaveco do menino. Ele é o único em quem Florence pode confiar seu segredo, e o garoto toma parte em todas as suas maquinações contra a preceptora, que Flo chama de demônia.

Giles é um menino doce, mas muito ingênuo, e sofre alguns abusos na escola, por isso retorna para ser educado em casa. É um garoto muito impressionável, mas adora a irmã e tem o hábito de fazer perguntas perturbadoras às visitas logo de cara. Todas envolvendo morte. Tem a vivacidade dos oito anos e está alheio às idéias da irmã.

A tal preceptora, Sra. Taylor, é uma mulher misteriosa, ninguém sabe de seu passado e sempre que ela sai da casa para ir à vila, cobre o rosto, com medo de ser vista. E também se esconde de visitas. É toda amores com Giles, mas muito hostil com Florence. Claro que a menina também não é lá muito simpática com ela, mas mesmo assim, é só fachada mesmo. Ela tem alguns ataques histéricos, e quase não come, alimentando ainda mais a fantasia de Florence. Mas nem tudo é infundado em se tratando dela. Ela tem sim, um lado meio assustador, e que novamente faz um paralelo com Henry James, insinuando um pouco de pedofilia.

Vale ainda destacar o capitão Hadley. Ele é o capitão de polícia local, e acaba por conhecer um pouco Florence por causa do acidente que ela presenciou. Ele é a outra pessoa em quem Florence confia, mas por outros motivos. Ela acredita que ele é o único que pode ajudá-la a salvar Giles, e ele até ajuda mesmo. Acredita nela. E é um homem de palavra. E é praticamente o único adulto que frequenta Blithe House.

O clima é bem sombrio, tudo se passa no inverno, no frio. E há sempre o contraste entre a brancura da neve com o preto da gralha. E Florence não é uma narradora confiável, já que é ela que conta a história. Não dá para saber se é fato ou fantasia da cabeça dela. Até nisso o livro faz um paralelo com a Volta. A narrativa mesmo assim por vezes é tensa. Mas ainda assim não dá vontade de largar. Recomendado.

Trilha sonora

Seven devils, de Florence and the Machine (não escolhi pelo nome, não) tem tudo a ver. Só não posso explicar porque, senão entrega muito, sem necessidade. Ainda deles, Heavy in your arms (nesse caso, o clipe também tem tudo a ver). Enter Sandman, do Metallica, também vai bem, e Haunted, do Evanescence.

Se você gostou de A menina que não sabia ler, pode gostar também de:

  • A volta do parafuso – Henry James;
  • Histórias extraordinárias – Edgar A. Poe;
  • A menina que roubava livros – Markus Zusak;
  • A sombra do vento – Carlos Ruiz Zafón.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

GoT 2x08 – The Prince of Winterfell

 

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU OS LIVROS! 

Este, até agora, foi o mais chatinho e parado. O que não quer dizer que não tenha sido bom, e que não tenha nada que comentar.

the lord of bones O episódio começa com Ygritte entregando Jon de bandeja para o Senhor dos Ossos. E parabéns para o pessoal da caracterização. O cara ficou assustador com essa máscara de Comensal da Morte. E toma Jon! Foi se gabar (ferormônios empesteando o ar. E vamocombiná que o garoto estava só se mostrando mesmo): eu sou o filho de Ned Stark! e mimimi, e olha aí: virou prisioneiro dos selvagens. E é aí que volta em cena Quorin Halfhand, único que sobrou do bando. E a primeira coisa que Snowy Goodness faz é se desculpar: Eu não consegui…Não? Jura?! É bem essa a reação de Quorin: Eu sei, ele diz, até porque Quorin já foi um adolescente (vamos lembrar que Jon nos livros tem 16/17 anos, e na série não deve ser muito mais velho) e entende muito bem os efeitos de uma mulher sobre um garoto (inevitável: tema de Jon aqui: Garotos II - Leoni. E, meninos, nem venham com essa que essa música, que eu adoro, aliás, é mentira, porque ela é a mais pura verdade. E Jon pode não saber de nada, mas uma coisa ele aprendeu: women are the strong ones. Corretíssimo! ;D). Mais uma vez, a de baixo pensou mais que a de cima, e deu no que deu.

Como eu disse, voltando ao episódio, aqui a gente vê Quorin dando instruções para Jon, para infiltrar Snowy Goodness entre os selvagens, adiantando algumas coisas. Mas Jon é meio devagar pra pegar o que Quorin está fazendo (ele pode ser meu preferido, mas é burrinho feito uma porta, admito. You know nothing, Jon Snow. Mas aos poucos ele aprende, né? E uma observação: nos livros não lembro dele ser tão tapado. Ingênuo para certas coisas, sim, mas just plain stupid não). A cara de “onde é que eu estou, o que você está falando?” que Jon faz é show. E Ygritte não cai por um segundo sequer na ceninha dos dois. Como eu disse aqui, sorte dele ser tão bonitinho, fofinho e gostosinho e ter caído nas graças da ruiva. Rose Leslie mais uma vez mandando muito bem. Confira abaixo:

Ainda ao norte da Muralha, uma cena muito importante: Sam encontrando a tal da obsidiana (ou dragon glass. Como está em português? Vidro de dragão?). Isso será muito importante no futuro. E eu francamente já estava com saudades de Sam. E a cara e surpresa dele ao encontrar as tais espadas foi muito fofa.

Um pouco mais ao sul, em Winterfell, Theon posa de dono do lugar, até que chega Yara (já disse, pra mim Yara e Asha são duas personagens diferentes, uma não tem nada a ver com a outra) e estraga sua festa. E mais uma vez Gemma Whelan deixou a desejar. Melhorou um pouco, admito, mas continua um nada ao lado de Alfie Allen. Mais uma vez, a cena deveria ser dela se gabando e posando de superior para o irmão, mas não conseguiu. Ela parece travada e sua atuação é forçada. Pra piorar, nem postura ereta ela mantém, está sempre parecendo uma coruja, e nem sentada ela se desfaz dessa pose encolhida. Só o que salvou sua participação foi a cena em que ela fala que teve vontade de matar Theon quando ele era um bebê, mas não por ela, por Alfie Allen. Uma coisa que eu fico martelando na cabeça: como será que vão fazer depois que Ramsay chegar a Winterfell? Porque depois que o bastardo do Bolton captura Theon, (SPOILER) ele some por 2 livros, só retornando no quinto. Duvido que irão deixar Alfie Allen de fora por pelo menos 2 temporadas, ainda mais com a atuação dele.

E lembra que eu tinha comentado que não foi legal mostrar Bran e cia. em fuga. Pois é, depois de tudo isso e de duas crianças mortas, onde a gente encontra Osha? Justamente em Winterfell, e descoberta por Maester Luwin! Fala sério! Tudo bem que eles justificam que esse seria o último lugar que Theon e cia. pensaria em procurar, mas voltar para a fortaleza depois de fugir? WTF!?! E reforça o que eu disse antes: impossível que Theon não soubesse que eles estivessem escondidos ali. E com Osha saindo em plena luz do dia pra roubar comida? Please! Se era pra eles voltarem, então nem deviam ter fugido! Deveriam ter se mantido fiéis ao livro nesse aspecto, então. (SPOILER) E de novo, estragou o suspense que o livro deixa ao fazer Bran voltar só no último capítulo. Mas uma coisa se salvou aqui: gostei de Bran ouvindo a conversa de Osha e Maester Luwin. Previsível, porém.

Em King’s Landing Tyrion tenta colocar um pouco de juízo na cabeça dura do sobrinho. Claro que Joffrey não escuta e se acha o melhor estrategista de Westeros. E ainda quer se juntar a Stannis, crente que o cara é seu tio e que vem ajudar Joffrey na batalha contra Robb (ahã). Ainda bem que Tyrion tem outros planos e age sozinho (o cérebro dos Lannister ficou todo como anão, hehe). Gostei muito do diálogo entre ele e Varys, tanto na varanda como dentro do castelo, com Bronn.

tyrion   varys 

E também com Cersei, quando ela diz que tem a prostituta de Tyrion em seu poder e que tudo o que Joffrey sofrer, a moça sofrerá também. A cara de satisfação dela é fantástica, e a expressão de Tyrion diz tudo, por amis que ele queira negar. Atuação impecável de Lena Headey e Peter Dinklage. E o alívio de Tyrion ao ver que Cersei não falava de Shae, mas sim outra (se não me engano, pela fisionomia, era Ros, aquela que vem do Norte e que todo mundo no Norte comeu, menos Jon ;D). Tyrion então sai desenfreado pelo castelo, à procura de Shae, que para seu alívio está sã e salva. Por aqui dá pra ver que o anão gosta mesmo dela. E o que ele diz nessa hora é muito interessante, se pensarmos no que vem no terceiro livro: eu mataria por você.

Em Harrenhall, Tywin se prepara para partir e Arya se desespera. Sai correndo atrás de Jaqen para nomear o terceiro, mas não consegue encontrar o seu anjo da morte de cabelos vermelhos. Quando finalmente o encontra, é tarde, Tywin já se foi e ela perdeu a oportunidade. E num desafio, ela acaba nomeando o próprio Jaqen, mas retira o nome diante da ameaça dele. E foi de dar medo. E peraí, né, Arya! Tudo bem que você não tem medo de nada, mas já viu o cara matar (ou, na verdade, não viu), e ainda quer nomear o tal? Atrevida a menina! Mas a interação dos dois foi muito boa, e ela ainda conseguiu a promessa dele ajudar ela e seus amigos Gendry (e por que dessa vez ele estava na forja de camisa?! #FAIL! ;D) e Hot Pie a escapar. Achei bonitinho Hot Pie com medo, e Gendry preocupado (awwwnnnn!). E quando chega o momento da fuga: UAU! A guarda toda morta, sem um pio! Jaqen é o cara! Acho que fiz a mesma cara de estupefata que Arya quando vi os caras pendurados nas muralhas, tipo: o que? Quando isso aconteceu? O que eu perdi?

Lá além do Narrow Sea, em Qarth, Dany ainda lamentado seus dragões perdidos, e exigindo que Ser Jorah os recupere. Ser Jorah só diz que encontrou um navio para Astapor, mas Dany reluta em deixar seus bebês para trás (enquanto Catelyn não hesitou em deixar Bran aleijado e Rickon quase um bebê sozinhos em Winterfell…vai entender…). E foi só isso mesmo sua participação neste episódio. Uma coisa que eu esqueci de comentar sobre o episódio anterior: Quaith e o diálogo com Ser Jorah, revelando que ele traiu Dany e perguntando se o fará de novo. E revelando o que ele sente pela loura. Cara, essa feiticeira, ou seja lá o que for, está mais misteriosa que nos livros. E aqui, mais uma vez, a série se adiantou um pouco.

dany   jorah

E ainda no mar, mas agora em outra parte, Stannis está de volta. E a conselho de Davos, sem Melisandre. Agora bem próximo de King’s Landing, ele conversa com Davos, relembrando seu passado e o que os tornou amigos. E surpreende Davos ao anunciar que fará dele Mão quando for rei. Mais uma adiantada da série, mas acho que não foi surpresa pra ninguém. Quer dizer, está na cara que Davos será recompensado com algum título por Stannis, não precisa ser gênio para adivinhar isso. Mas a interação foi boa, e devo admitir que Davos roubou a cena. Muita gente acha que Liam Cunningham deveria fazer o papel de Stannis por ser mais carismático, mas eu acho que ele está fazendo o papel certo. Mesmo no livro Davos é mais agradável que Stannis. Como Renly (RIP) diz, como é que Stannis quer governar se ninguém gosta dele?

Falando em Catelyn, vamos falar de Brienne (falo da Cat já, já). Agora solta no mundo com Jaime, ela tenta manter a ordem de Catelyn. E consegue (por enquanto). Despreza Jaime, que faz de tudo para mostrar seu horror a ela. As cenas dos dois foram muito boas, adorei os diálogos. E já começa a rolar uma química legal entre os dois, o que vai ser fundamental daqui pra frente. e pelo menos Nikolaj Coster-Wardau não é muito mais baixo que Gwendoline Christie, não vai ficar muito esquisito (não que tenha algo de errado com isso, mas é que a mulher é muito grande!). Achei interessante essa fala: you will not provoke me to anger…Imagina só Brienne na TPM…Pobre Jaime ;D

Agora sim, Catelyn. Depois de soltar o Regicida ela tem que enfrentar o filho. E foi bem feito, que me perdoem os que gostam dela. Não é o meu caso, não gosto dela, e este é um dos motivos: burrice extrema. E, me desculpe, mas Robb fez muito bem me prender a mãe, sim. O que ela fez não deixa de ser traição. E não venham com essa de “ela fez por causa da filhas”. Não, foi burrice mesmo, porque Jaime tinha muito mais valor para ela como prisioneiro e moeda de troca do que solto, mesmo que com Brienne. E a gente sabe bem no que vai dar isso. Por um lado funcionou muito bem para Jaime e Brienne, mas por outro… E nem precisa ler os livros pra saber que isso vai dar merda. A cena em si foi boa, tanto Michelle Fairley como Richard Maddenlicious mandaram bem.

E falando em Richard Maddenlicious…WOW! Não é que o garoto se deu bem (melhor ainda para Oona Chaplin)? Tudo bem, a de baixo pensou mais, mas cara, chamou na xinxa! Tudo começa com uma conversinha, um desabafando como outro, um copinho de vinho, e no fim, um cai nos braços do outro, ali mesmo, no chão duro. Caraca! Foi lindo! E me refiro aqui a toda a cena, o diálogo todo dos dois foi sensacional, e ambos deram show de interpretação (difícil pra ela, hem?). Até na maquiagem capricharam, porque deixaram Oona Chaplin mais bonita, e Richard Maddenlicious também ainda mais tudo. Gostei de tudo na cena, e tanto Robb como Talisa mostraram um lado que eu não imaginava nos livros. Claro que nos livros a gente não tem o PDV de Robb nem dela, mas eu tinha impressão de ser um pouco diferente, minha interpretação nos livros é que Robb acaba se casando com Talisa/ Jeyne mais por honra, tipo: eu desgracei (tá bom!), agora vou remediar. Na série, dá pra ver que eles se casam (será?) por amor mesmo. (SPOILER) E mesmo que tudo não passe de um truque, acho (e isso nos livros também) que no fim, Jeyne realmente gostava de Robb, e vice-versa. Uma coisa me intriga aqui: no livro, Grey Wind não gosta de Jeyne, o que quer dizer muita coisa sobre ela (lembra o que eu falei aqui sobre os instintos do meu Murruga? Na série não mostra a reação do direwolf. Confira o resultado abaixo (preparem o babador, boys and girls):

Ainda nesta sequencia, o diálogo entre Robb e Roose Bolton me parte o coração. Todo mundo culpa Theon pela queda de Winterfell, mas todo mundo esquece que não foi ele que tacou fogo na fortaleza. E acabam culpando ele por isso também quando na verdade quem faz isso é Ramsay. Já disse, não é porque eu gosto do Theon que eu não reconheço sua culpa. Ele tem que responder pelo que faz, sim, e vai pagar muito mais do que o merecido por isso, acredite. E nem vem com essa que ele mereceu.(SPOILER) Não, ninguém merece o que acontece com ele no quinto (SPOILER - e nem com Cersei no final do quarto, pra falar a verdade. Ninguém merece a degradação de desfilar nua em praça pública. E ela faz isso de cabeça erguida). (SPOILER) E mais uma coisa que todo mundo condena Theon é pela morte das crianças. De novo, ele tem sua parte de culpa nisso sim, afinal usou os corpos delas para se beneficiar, mas quem realmente executa o plano é Ramsay. E como será que vão remediar isso na série? Porque isso não é pouca coisa, muda muita coisa.

Quem anda sumido é Mindinho. Acho que ele se teleportou para fora de Westeros ;D. E grandes emoções no esperam, com a batalha de Blackwater no próximo episódio. Nem acredito que só faltam dois para o final…

terça-feira, 22 de maio de 2012

O Corvo (The Raven – 2012)

 

The raven Eu estava ansiosa para assistir esse filme, desde a primeira vez que eu vi algo sobre ele. A princípio, pensei que fosse um remake do filme de mesmo nome com o Brandon Lee (que é muito legal também, mas fez mais sucesso porque ele morreu durante as filmagens. Confesso que só assisti por isso mesmo, mas gostei da história. E como curiosidade, o tiro que matou Brandon Lee foi o único que eu achei improvável. E a substituição dele por outra pessoa é muito bem feita, não dá para perceber. E isso lá na década de 90, antes da CG ser o que é hoje. Mas esse é outro filme, e se for comentar ele, vai ser em outro post).

De volta a este, ele mistura fato com ficção. Ele conta os últimos dias de Poe. Ele foi encontrado em 7 de outubro de 1849, à beira da morte e não falando nada com nada. Os dias que antecederam sua morte são um mistério (fato), o que abre todo um leque de especulações. E a história vem justamente daí.

O filme começa com Poe (John Cusack, que eu amo, e muito bem no papel, como sempre) em um banco de parque em Baltimore, já mais pra lá que pra cá. Daí, o filme volta no tempo alguns dias, quando ele vota a Baltimore, e tenta se virar só pela reputação de seu poema mais famoso, The Raven, ou em português O corvo (aqui em uma tradução de ninguém menos que o genial Fernando Pessoa). Mas sem publicação, ele cai no esquecimento do público, e está cheio de dívidas.

Poe   Fields

É quando começam a acontecer crimes macabros inspirados por seus contos. E por isso a polícia, comandada pelo Detetive Fields (Luke Evans) pede a ajuda de Poe para desvendar o mistério e impedir novos assassinatos. E tenho que dizer, esses assassinatos não ficam devendo em nada os de Anjos e Demônios e O Código Da Vinci, ou mesmo as cenas mais grotescas de Game of Thrones.

E quando a amada de Poe, Emily (Alice Eve), é seqüestrada as coisas pioram e eles correm contra o tempo. Esqueci de mencionar que cada corpo encontrado contém uma pista de onde Emily está.

Poe   Emily

O filme, apesar de ser um tanto previsível, consegue manter o suspense até quase o fim. O clima é bem sombrio (nem podia deixar de ser), e Baltimore reflete isso, sempre nublada e chuvosa. Mas também há algumas tiradas muito boas para descontrair, como:

Se eu soubesse que minhas histórias inspirariam tanto horror, eu teria escrito mais histórias eróticas
Poe

Não é essencial, mas é mais legal se você já tiver lido algumas das histórias de Poe, e ver as referências a cada uma delas na tela. Destaque para a participação de Brendan Gleeson (semparentesco com Jack Gleeson, de GoT) como o pai de Emily, e Oliver Jackson-Cohen, que irá interpretar o Ralph na adaptação de Mundo Sem Fim, de Ken Follett (a continuação de Os Pilares da Terra. Yuhuu! Ouviram minhas preces!), que sai, segundo o IMDB, ainda este ano. Confira aqui. Resta saber onde e quando.

A produção de arte também é boa, e os cenários são lindos. As sequencias dos assassinatos são bem executadas, e bem sangrentas (não assista se você tem estômago fraco). E a trilha sonora combina com o filme, e a música dos créditos finais é bem legal, um pop/rock/eletrônico bem sombrio: Burn my shadow, do Unkle.

Poe

De volta ao filme, não espere sustos ou muitas reviravoltas. Mas é bom entretenimento, e lembra um pouco Sherlock Homes - O Jogo de Sombras e John Cusack sempre vale a pena dar uma conferida. Aí vai o trailer:

sábado, 19 de maio de 2012

O Trono do Sol – A magia do amanhecer – Ciclo Nessântico #1 – S.L. Farrell

 

trono do sol Nessântico – terra de luxúria e perigos, que durante séculos influenciou povos além de suas fronteiras. Uma cidade forte, sedutora, e que mesmo sob o efeito do comércio e da guerra abriga intelectuais, ricos e poderosos de todo o país. Um lugar muito invejado, e por isso as coisas estão prestes a mudar. Governada por Marguerite ca'Ludovici, que agora prepara-se para celebrar seu Jubileu e passar o seu legado para seu filho Justi, enquanto Jan ca'Vörl, um poderoso nobre, tenta armar uma rebelião. Archigos Dhosti ca'Millac, líder da Fé de Concénzia e aliado de Marguerite, luta para controlar fundamentalistas como Orlandi ca'Cellibrecca , enquanto eles clamam por uma ação contra aqueles que insistem em afirmar que a magia não está ligada à fé em Cénzi. Presa no meio desta disputa por poder está a jovem sacerdotisa Ana co’Seranta, cuja impressionante habilidade com a magia a torna um peão na luta pelo poder. O trono do Sol é uma trama onde o elenco ativo é um fascínio imenso, muitos dos quais se alternam na narrativa. Leitores que apreciam a construção de um mundo de intriga e ação mergulharão nesta história rica e complexa.

 

Desde a primeira vez que vi esse livro na vitrine de uma livraria eu já sabia que precisava ler. A capa já me chamava atenção (e lembra que eu julgo os livros pela capa?), mas daí, examinando melhor, o que eu vejo? Um elogio de ninguém menos que George R. R. Martin! Pronto, né, não precisava de mais nada.E realmente há muita coisa similar, dá para perceber onde S. L. Farrell bebeu para escrever este livro. Mas As Crônicas do Gelo e do Fogo não é a única, ao ler eu vi muita influência de outros autores, como Marion Zimmer Bradley. E não cometa o erro de cair na balela que eu vi circulando por aí que este era o novo ACDGEDF. Apesar das semelhanças, está longe de chegar à altura da saga de George Martin (e sério? Desde quando uma coisa tem que ser a nova sei-lá-o-quê? Aconteceu a mesma coisa com Harry Potter e Percy Jackson, por exemplo. É estratégia de marketing, eu entendo, mas por que uma tem que substituir a outra? E as editoras, e produtoras de filmes, em muitos casos, não percebem que muitas vezes um não nada a ver como outro, como o caso de Harry Potter e JV? Hello!).

Bom, quanto ao livro. A história gira em torno de Nessântico, a maior cidade da região (não chega a mencionar onde isso fica). A cidade é rica e próspera, governada pela kraljika Marguerite ca’Ludovici, que está próxima de completar o jubileu, e um reinada de muita paz. Mas claro que muita gente está de olho em seu trono. Começando por seu filho, o kralj Justi ca'Mazzac. Enquanto Marguerite governa para manter a paz, mas sempre pensando no bem de seu povo em primeiro lugar, Justi só quer mesmo o trono por achar que é seu por direito e sua mãe já passou do tempo de governar.

Justi começa como um homem que se comporta como um garoto mimado e ingênuo (na verdade, burro é a palavra mais adequada), mas acontecimentos no decorre da história vão fazer com que ele mude e cresça um pouco. Sua característica mais marcante é o queixo proeminente (imagine ele como Quentin Tarantino. Acho que é uma boa descrição), mas com um a voz fina que mais parece um menino. E francamente ele às vezes tem atitudes de menininho birrento.

Justi é amante de Francesca ca’Cellibrecca, mas o que é importante mesmo é que o pai de Francesca é Orlandi ca’Cellibrecca, um praticante da fé Concénza, que manipula o Ilmodo (espécie magia. E isso me lembra muito o laran, o dom que as famílias nobres de Darkover de Marion Zimmer Bradley, possuem, como eu já expliquei aqui). Orlandi é ambicioso (como a maioria dos personagens deste livro) e sonha em ser archigos, o posto mais alto em sua fé. E ver sua filha casada com Justi, no cargo de governante de Nessântico. E para isso ele faz alianças com quer que ofereça mais vantagem.

Outro que está de olho no Trono do Sol (esqueci de dizer que o tal do trono do título funciona como o Trono de Ferro, das Crônicas) é Jan ca’Vörl, governante do país (acho que é país) vizinho. Outro que é ambicioso, preso em um casamento de conveniência que não suporta e muito devoto da fé Cocénza. Ao ponto da intolerância. É um exímio soldado e bom estrategista, que não admite erros. Ele tem uma qualidade que o redime do resto: sua devoção a sua filha Allesandra, uma menina absurdamente precoce para seus 11 anos. Allesandra despreza a mãe e adora o pai, e quer mesmo é aprender todo o possível para um dia ocupar o lugar de seu pai. Ela lembra um pouco a Arya das Crônicas, mas acho que ela é um tanto mimada.

Envolta no meio disso tudo está Ana co’Seranta, aprendiz fervorosa da fé Concénza. Só que Ana tem um poder incomum. Enquanto os outros aprendizes tem afinidade por um elemento (ar, água, fogo ou terra), Ana tem a habilidade de se conectar a todos, o que a torna especialmente poderosa. E alvo de muita gente que quer a usar para seus próprios fins. Ana começa como uma jovem devota, e temerosa da vontade de seu Deus, Cénzi. Mas ela cresce muito na história, e deixa sua inocência para trás. Mas ser inocente não quer dizer que ela seja boba, pelo contrário, ela tem plena consciência de que não passa de um joguete nas mãos dos que a rodeiam, e também é um tanto desconfiada, e tem seus motivos para isso.

Mas Ana não está sozinha. Ela acaba conhecendo Karl ci’Vliomani. Ele é um numetodo, ou seja, manipula o Ilmodo (que chama por outro nome), mas não acredita que este dom venha de Cénzi. E por isso é visto como herege e é perseguido. Karl tem lá seus objetivos, mas conhece Ana e vê tudo mudar. Logo o amor surge entre os dois, e ele é responsável por boa parte da mudança em Ana. Ele é inteligente e defende seu direito (e dos outros numetodos) de exercer seu poder livremente.

Vale ainda destacar o archigos Dhosti ca'Millac, um anão que é o mestre de Ana, e que se esconde por trás de palavras doces e muita compreensão, mas que na verdade só quer mesmo é usar Ana em benefício próprio, Sergei ca’Rudka, o comandante da guarda da cidade, um sujeito de aspecto assustador e muito ciente de seu dever, e Mhari, o personagem mais interessante de todos. Ele é um mendigo que vaga por Nessântico, mas ele tem seus segredos e é muito misterioso, mas não posso falar muito para não estragar a surpresa.

A narrativa é boa, bem gostosa (eu li as quase 550 páginas em uma semana), mas ação mesmo fica pro final. O restante é mais política e traições, mas não é chato. A história é dividida em vários capítulos, cada um com os pontos de vista de diferentes personagens registrados, como As Crônicas. Mas este, pelo menos (é o livro um, não sei exatamente de quantos), não é tão sangrento. E o epílogo deixa a gente com gostinho de quero mais. Vale a pena ler.

Trilha sonora

Seven Devils, de Florence and the machine, Keep the faith, do Bon Jovi (e como eu amo este vídeo! Pra mim, a melhor fase do Jon ;D), Losing my religion, do REM e I still haven't found what I'm looking for, do U2.

Se você gostou de O Trono do Sol, pode gostar também de:

  • As Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R. Martin;
  • coleção Darkover – Marion Zimmer Bradley;
  • ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Citação do mês

 

A minha amiga Fefa, do Apaixonada por Papel deu uma ideia superlegal. Deixa eu explicar uma coisa antes: eu tenho a mania de marcar as frases que eu gosto dos livros com um post-it (aqueles que são tirinhas) e anotar em um caderno depois de ler. Acho que todo mundo que gosta de ler faz algo parecido. E, inspirada pela Fefa, eu vou começar a compartilhar essas frases (ou trechos inteiros) com vocês. Uma vez por mês, vou postar uma diferente. E para começar, uma das minhas favoritas. Essa aí do meu cabeçalho.

Tudo o que você tem que decidir é o que fazer com o tempo que é dado a você.

Gandalf, the Gray

E como ela é especial, e tem em vídeo, aí vai ela saída dos lábios de Gandalf himself:

Ela está igualzinha no livro. E um dia ainda vou ter ela decorando uma parede qualquer na minha casa ;D

Beijos!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

GoT 2x07 – A man without honour

 

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU OS LIVROS!

Domingo veio e se foi, e com ele, mais um episódio de Game of Thrones (naaaaaaão! Tá acabando!). E pelo título, eu juro que pensei que se tratava de Theon (explico quem é, se você ainda não viu, mais tarde). E é por Theon que tudo começa.

O episódio começa com Theon acordando (olha aí mais uma nudez gratuita ;P. E eu tenho um problema com isso,sim: muito peitinho e pouco tanquinho aparecendo ;D) e dando pela falta de Osha. E, esperto como ele é, já sacou o que aconteceu. Cadê Bran e Rickon, ele se pergunta. E sai fazendo a mesma indagação de seus homens. Theon já ganhou o respeito de seus homens, mas precisa mantê-lo e diz isso muito claramente a Maester Luwin. Assim, ele parte na busca, meio alucinado (demente mesmo. Acho que o remédio para distúrbio bipolar não fez efeito esse dia ;D). Opinião pessoal: creio, pelo que li até agora, e também pela cara de Theon em cena, num misto de preocupação sincera pelos dois e também de desgosto pela afronta. Isso é a minha interpretação, e ela é muito influenciada pelo fato de eu adorar o personagem, mas também porque já li até o quinto, e sei muito do que se passa na cabeça dele depois que Bolton toma Winterfell e o captura.  Confira abaixo (preste atenção aos 45 segundos, quando Theon está de cabeça baixa):

E quanto à fuga de Bran e cia, fala sério, como é que eles chegaram tão longe a pé, e com um aleijado? Os homens de Theon merecem todo o sarcasmo que ele dirige a eles. Mas eu tenho uma teoria a respeito disso, de novo, interpretação minha: será que Theon não sabia que Bran estava escondido nas tumbas o tempo todo? De novo, isso é interpretação minha (sinta-se à vontade para discordar), e não tenho a pretensão de saber o que vai pela cabeça de George Martin (o que eu definitivamente não sei, ele sempre me surpreende. Nem sempre de forma agradável. Mas quando acho que a história está tomando um rumo, ele dá uma guinada e eu levo um nocaute e fico boiando de novo), mas me parece muito improvável, já que Theon cresceu em Winterfell e conhece o castelo muito bem. Tudo bem, no livro é diferente, Bran só foge depois que Bolton toma Winterfell, quando Theon já estava desistindo de manter a fortaleza e partindo para a Patrulha da Noite, mas mesmo assim é meio esquisito que Osha, Bran, Hodor, Rickon, Meera, Jojen e os dois direwolves pudessem estar escondidos num só lugar e ninguém saber. Impossível esse povo todo não fazer barulho. E Rickon andava impossível nessa época, fora de controle. E na série, a fuga deles foi muito fácil. Tudo bem que Theon pensa mais com a de baixo, mas mesmo assim, foi um truque bem velho e simplório. Osha mata o guarda, vá lá, mas só tinha um?

Bran Rickon

Pode parecer que eu estou forçando desculpas para Theon. Mas não é isso, isso é só, como eu disse, MINHA interpretação dos fatos e do personagem, E posso muito bem estar totalmente enganada. E com a série focando nesse episódio (quero dizer a tomada de Winterfell) em particular, eu fico pensando e relembrando mais. Claro que meu ponto de vista é muito parcial, porque eu gosto de Theon, mas quanto mais eu penso nisso, mais eu acho improvável que Bran tenha fugido sem que ele soubesse. Vou reler todos depois que terminar a série, para relembrar alguns detalhes, e talvez minha interpretação seja diferente, não sei. Fato é que voluntaria ou involuntariamente Theon acabou ajudando Bran. E que fique claro: me dá raiva, tanto como em qualquer um, o que Theon faz. Caraca, como me dá raiva. Mas nunca dele em si. Dele eu tenho é pena.

Ai, me empolguei e enrolei demais. Voltando para a série, depois Theon parte a cavalo atrás de Bran e cia. E, frustrado por não encontrar, ele resolve como a gente viu: produzindo dois cadáveres para passar por Bran e Rickon. Na série, dá a entender que a ideia foi de Theon. Mas se não me falha a memória (uma possibilidade bem grande), não é Theon que tem essa ideia, e nem é ele que mata as crianças (não que não seja condenável do mesmo modo, e ele é responsável por essas mortes sim. Viu só como eu reconheço a culpa dele? Mesmo que ele não tenha feito isso com as próprias mãos, ainda é condenável, sim. Horrendo mesmo). E já que na série ficou bem evidente que não foi Theon que teve a ideia de tomar Winterfell, nem de executar Sor Rodrick, poderiam deixar isso claro também. Nem preciso falar da atuação de Alfie Allen, né? Ótima, como sempre. E achei bem legal Maester Luwin o tempo todo querendo botar um pouco de bom senso na cabeça dura de Theon, mostrando que apesar dos pesares, ainda tem esperança de o garoto enxergar a razão e onde sua lealdade realmente está (SPOILER! Para quem está só assistindo a série, parece óbvio que é com seu pai, mas no quinto livro, a gente vê que não é bem assim. Ele só não sabe ainda que na verdade ele é mais Stark que Ironborn). E outra coisa que tirou o impacto nisso tudo foi que mostrou Bran e Rickon em fuga.  (SPOILER) No livro, é muito impactante, a gente fica sem saber e acha mesmo que os dois morreram, já que Bran só retorna no último capítulo. E terminar o episódio com essa cena não foi muito legal, porque ela não guarda surpresa nenhuma para nós. Deveriam terminar com a captura de Jon (chego nele daqui a pouco). Ou então com a chegada do bastardo de Bolton a Winterfell. Deveriam sim ter mostrado as duas crianças queimadas, mas não como cena final. .

Enquanto isso, em King’s Landing, Tyrion e Cersei discutem a situação. Stannis se aproxima, e a cidade não está preparada. E, num raro momento de vulnerabilidade, Cersei admite que não tem controle sobre o filho Joffrey e se pergunta se esse foi o preço que eles pagaram por seus pecados. Ela e Jaime, diga-se. E adorei a definição de Tyrion para Joffrey: “nós já tivemos reis loucos e reis cruéis. Mas cruéis e loucos acho que é novidade”. Ou algo parecido. A cena foi muito boa, bem dramática, e Lena Headey fez bonito. Peter Dinklage sempre perfeito, e os dois em cena foi lindo.

Ainda em King’s Landing, mais um show de Sophie Turner. A hora em que ela descobre que ficou “mocinha” foi bem melhor que no livro, apesar das mudanças. Gostei de ver Shae meio como uma aliada dela, disposta a matar pra manter segredo. Só para ser surpreendida pelo Cão. Juro que cheguei a pensar que ele iria ficar quieto, por causa do que sente por Sansa. Mas aí também já é querer demais, né? E a cena a seguir, com Cersei e Sansa foi ótima, quase deu para acreditar em Cersei Bitch II. Quase né, porque no finzinho foi aquele tapinha clássico com luva de pelica, só mais um lembrete do papel de Sansa na corte.

Ainda falando dos Lannisters, mas de um que andava sumido…Eu já estava com saudades de Jaime, o tal do homem sem honra, e me perguntava quando ele apareceria. Lá está ele apodrecendo na cela, quando aparece o mensageiro dos Lannisters, Sir Alton, para tentar negociar a libertação do Regicida. Só para acabar na cela junto com ele. Mais uma vez, Jaime expressa o seu jeito muito peculiar de ver o mundo, e acaba confessando para Catelyn que só esteve com Cersei, nunca teve outra mulher, assim sendo, ele tem mais honra que Ned (ouch!). Adoro que mesmo preso, Jaime não perde a ironia, e seus comentários são fantásticos. A cena foi muito boa, tanto Michelle Fairley como Nikolaj Coster-Wardau muito bem em cena. E confesso que me dá uma peninha ver o Jaime naquela situação! E depois, com Sir Alton, o diálogo deles foi maravilhoso, Jaime mais uma vez mostrando seu jeito de ver a vida. Claro que era pura lábia, mas foi fantástico, e confesso que fiquei com dó de Alton quando Jaime o ataca. E mérito também para o ator que faz Sir Alton (não sei o nome dele, e estou com preguiça de procurar no IMDB), muito bem em cena, me surpreendeu. E um pouco antes, quando Brienne pergunta quem quer morrer defendendo um Lannister, para quem leu até o quarto, isso ficou com uma perspectiva diferente, achei bem interessante.

Em Harrenhall, as coisas se complicam para Arya. Maius uma vez, ela dá um escorregão, e deixa uma suspeita na cabeça de Tywin. Maisie Williams cada vez mais perfeita em cena, em um diálogo carregado de ironia e alfinetadas sutis, de ambas as partes:

Tywin: Nunca conheci um pedreiro que soubesse ler.

Arya: O senhor conheceu muitos pedreiros, Milord?

Dany se lamenta pela perda dos dragões, ao mesmo tempo que exige saber onde eles estão. E daí a surpresa quando Xaro revela onde, e quem, está com eles. E o choque pelo ataque a Pyat Peet. Tudo bem que o núcleo dela precisava de um pouco de ação, mas sei lá, não curti muito esse negócio do roubo dos dragões. (SPOILER) Até porque isso vai tirar um pouco do impacto no quinto livro, quando ela realmente perde o controle sobre eles (acontece mais do que isso, mas acho que deu para entender). Mas analisando a cena em si, mais uma vez ela foi bem executada, atuações excelentes e diálogos fortes. E não comentei antes, mas acho as aparições de Pyat Peet bem enervantes. Está claro que Dany vai ter que entrar na Casa dos Imortais, mas não tenho pressa nenhuma para isso. Eu lembro bem o que ela vê, e, já que é inevitável o que vai acontecer, que pelo menos demore o maior tempo possível (obs: George Martin se arrepende amargamente disso! Por que Richard Maddenlicious não apareceu antes de… Ouvi dizer que Kit Harrington anda subornando GRRM para continuar na história… Deu certo para Jason Isaacs, que conseguiu levar Lucius Malfoy até o fim, só implorando para a Goddess Rowling…Quem sabe GRRM não é influenciável? Mas no caso de Robb…chuif, chuif).

dany a man without

Falando de Richard Maddenlicious, curta participação dele neste episódio, mas já mostrando que pode pensar por si próprio (tudo bem, como Theon, é a de baixo que pensa mais). O que a gente sabe que vai ter um preço. Aquela história de chamar Talisa para ir com ele para Crag foi uma boa tática para chegar na mina. Ele não é tão patético, afinal. Mostrou iniciativa ;D Brincadeiras à parte, a interação dos dois foi muito boa, acho que não comentei antes, mas os dois também tem uma química boa. E Talisa mais uma vez atrevida, interrompendo Robb, o que só faz com que ele babe ainda mais (ai! Esses meninos do Norte estão perdidos…).

Finalmente a melhor parte. Capa de pele de urso preta: $ 350,00; espada com cabeça de lobo personalizada: $ 1500,00; adaga: $ 150,00…SER HUMILHADO POR UMA RUIVA FOGOSA: NÃO TEM PREÇO! Melhor parte do episódio!!!!!! Ri de dar câimbra na barriga. Finalmente assistir Two and a half men e aprender todos os sinônimos da palavra “ereção” valeram a pena. E Ygritte, linda, alta e ruiva (tudo que eu nunca vou ser) conhece todos eles, como deixou bem claro, para total embaraço de Snowy Goodness. E lá foi o primeiro: “You know nothing, Jon Snow!”. Eu estava rindo tanto que quase perco este momento épico. Já comecei a rir quando aparecem os dois acordando e aquela perna (suspiro!Invejinha…) de Jon na de Ygritte. E daí pra frente foi só piada atrás de piada. Não sei como estava na dublagem (e confesso que estou curiosa) porque assisto como áudio original, mas na legenda “bone” estava como osso mesmo, e assim a metáfora perde um pouco da graça (boner é uma gíria para ereção. Lição de Charlie Harper). Mas acredite, não teve uma palavra que Ygritte disse aqui que não tivesse duplo sentido. A cena foi muito bem escrita, com tiradas inteligentes. Rose Leslie estava brilhante em cena, e se eu já gostava de Ygritte, agora amo muito mais. Ela é ainda mais agressiva (no bom sentido) que no livro, e mais indomável também. Ela não é de ninguém, se ela obedece alguém é porque quer, não porque é obrigada. Em resumo, tudo que Jon não é (ainda). E mais uma vez Kit Harrington fez bonito mostrando a inocência de Jon, ao mesmo tempo que posa de valentão. E claro que a teimosia dele em não pedir orientações a Ygritte (não que ela daria informações muito seguras. Sério, qual o problema de pedir informações?;D) deu bem errado e ele acaba cercado de wildlings, em mais uma alteração em relação ao livro, mas esta eu achei bem-vinda. Sorte dele que ele é tão gostosinho e caiu nas graças da ruivinha. Caia na risada com a cena toda aí embaixo:

Acho que é só isso. Eu às vezes lembro de mais coisas para comentar depois que já postei, mas acho que cobri tudo que queria.

Beijos e até o próximo post!

domingo, 13 de maio de 2012

Dia das Mães

 

Esse post é rapidinho, só uma pequena homenagem às mães, em especial à minha.

I’ve got a good mother
And her voice is what keeps me here

Esse pequeno trecho da música Good mother, da Jann Arden (eu tenho uma boa mãe, e sua voz é o que me mantém aqui), sempre me faz lembrar da minha mãe. Minha mãe é forte e uma das pessoas mais generosas que eu conheço. Ela é voluntária no HC em São Paulo duas vezes por semana e ajuda muita gente. Eu gostaria de ser um pouquinho mais como ela. Por isso, fica aqui a minha homenagem a essa mulher incrível, que também incutiu em mim a paixão por livros, desde bem pequena.

E vou parar por aqui porque as lágrimas estão ameaçando cair. Só falta dizer:

MÃE, TE AMO!

Dia das mães

Parabéns a todas as mães! Lembrem-se que seu dia é todo dia.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Amante sombrio – Irmandade da Adaga Negra #1 – J. R. Ward

 

Amante sombrio Nas sombras da noite, em Caldwell (Nova Iorque) se desenrola uma sórdida e cruel guerra entre os vampiros e seus carrascos. A Irmandade e seus caçadores e os assassinos. E existe uma Irmandade Secreta de seis vampiros guerreiros, os defensores de toda a sua raça. Nenhum deles deseja aniquilar a seus inimigos com tanta ânsia como Wrath, o campeão da Irmandade da Adaga Negra. Wrath, o vampiro de raça mais pura dos que povoam a terra, tem uma dívida pendente com aqueles que, há séculos, mataram seus pais. Quando morre um de seus mais fiéis guerreiros, deixando órfã uma jovem mestiça, ignorante de sua herança e seu destino, não resta a ele outra saída senão levar a bela jovem para o mundo dos não mortos. Traída pela debilidade de seu corpo, Beth Randall se vê impotente para resistir aos avanços desse desconhecido, incrivelmente atraente, que a visita toda a noite, envolto nas sombras. Suas histórias sobre a Irmandade a aterrorizam e a fascinam... E seu simples toque provoca chispas de um fogo que pode acabar consumindo a ambos.

 

Já fazia tempo que eu queria ler esta coleção. Confesso que os nomes dos livros não me agradam muito, nem as capas, mas adoro o nome da série. E todo mundo sabe que eu adoro vampiros. Ele já estava na minha estante faz um tempo, e foi só a Fefa, do Apaixonada por Papel perguntar se alguém tinha lido que eu já usei a desculpa para ler.

A história começa quando Darius, um dos vampiros membros da Irmandade procura Wrath (ira, em inglês. Isso é importante), o último vampiro puro do mundo (ele não tem sangue humano), e por isso o mais poderoso de seu clã. E também é o líder da Irmandade. Mas acho que tenho que explicar algumas coisas antes.

A Irmandade da Adaga Negra é um grupo de elite dos vampiros que luta contra os redutores, um grupo de humanos sem alma que luta para exterminar os vampiros da face da Terra. E os vampiros estão meio que em extinção. É que veja bem, ou você nasce vampiro ou não. Neste universo, ninguém transforma ninguém em dentucinho. Também é possível ser mestiço, ou seja, meio humano, meio vampiro. Quem tem a propensão, se transforma por volta dos 25 anos, e nem todo mundo sobrevive a essa mudança (até aí, bem House of Night). E uma vez transformados, os vampiros precisam de sangue sim, mas de preferência de outro vampiro do sexo oposto. O sangue humano também serve, mas ele não é suficiente para sustentar um vampiro por muito tempo. E também não é necessário que o humano morra. E os vampiros também precisam de alimento comum, como nós. Isso é o básico que você precisa saber por enquanto. Mas antes de começar, há um glossário para facilitar as coisas (e eu sei que tem uma espécie de guia da Irmandade publicado também).

De volta à resenha, Darius procura Wrath justamente porque sua filha está para alcançar os 25 anos, e muito próxima da transformação. E só quem pode mantê-la a salvo é Wrath, devido a seu sangue puro. Só que as coisas não saem exatamente como ele planeja, e Darius acaba morrendo.

Beth, sua filha, cresceu em lares adotivos e não sabe nada de sua linhagem. Mas com a transformação tão perto, sua saúde começa a falhar. As coisas pioram quando um anoite, saindo do trabalho, ela é atacada e quase estuprada. Frágil desse jeito, ela não consegue resistir a Wrath. Mas não se engane. Beth tem a saúde frágil (neste momento, ela não é doente nem nada), mas é determinada e segura de si. Ela teme ao mesmo tempo que se sente atraída por Wrath. E tem suas razões. Vamos dizer que ele não é lá muito amigável, e sua aparência já é suficiente para botar medo em qualquer um. Mas isso não impede que ela enfrente o vampiro.

Wrath, por sua vez, faz o tipo solitário, que fala só praticamente em monossílabos. Ele é meio brucutu, e como líder da Irmandade, tem certas responsabilidades, e seu papel no mundo deles é ainda maior, mas ele reluta em assumir o que realmente é. Digo na hierarquia deles. ele não tem problema nenhum em ser vampiro. Mas as coisas começam a mudar com a chegada de Beth. E o que ele a princípio encara como um dever para com seu irmão morto, aos poucos vai mudando, e ele não sabe muito bem como lidar com isso. E lembra quando eu disse que era importante saber a tradução do nome dele? Bom, quando percebe que Beth está em perigo, sua ira é mesmo implacável. O que eu acho muito legal em Wrath é que apesar de ser o líder, único vampiro puro, etc, ele não é perfeito. Ele é cego, mas ninguém liga para isso, e ele é muito respeitado por seus irmãos. E ele não é o único com uma imperfeição. Phury, um dos integrantes da Irmandade, não tem uma perna. Gostei disso, e também, de volta a Wrath, ele é bem do tipo de personagem que eu gosto: meio cafa, grosso, mas honrado.

Outro personagem interessante é o detetive Butch O’Neal. Ele é amigo de Beth, mas quer ser algo mais. E é um tira sem muitos escrúpulos, durão, beberrão e também solitário. Mas tem boas intenções, e sempre age acreditando que está fazendo o que é certo. Não vou elaborar muito mais, porque ele vai ser importante, mas não quero estragar. Se bem que é meio previsível.

Os outros integrantes da Irmandade também aparecem no livro, mas como cada um da série é focado em um deles, vou deixar para falar deles mais tarde, quando ler os outros. Vale a pena mencionar Tohr, que é o mais normal da Irmandade, e Zsadist, o mais cruel do grupo.

Do outro lado, está  Sr. X, o líder dos redutores. Como o nome indica, ele é enigmático, vive só para matar os vampiros. E é um sádico, diga-se de passagem. Adora torturar suas vítimas. E não mede esforços, nem consequências, quando o assunto é matar vampiros. Ele é mestre em artes marciais, um sensei na verdade, e usa isso como fachada para o que realmente é. E lembra que eu disse que Beth foi quase estuprada? Bom, seu agressor, Billy Riddle, filho de um senador, jovem de 18 anos e com daddy issues, é um dos alunos do Sr. X. E tem sérios desvios de personalidade e comportamento. Ele é importante na história, mas não vou comentar nada, para não estragar (apesar de, novamente, ser bem óbvio).

A história em si é meio fraquinha, mas ela fica mais interessante no final. E já dá o ganchinho para o segundo. E prende a atenção, dá para ler bem rápido (eu devorei as quase 450 páginas me pouco menos de 4 dias) com um misto de suspense e ação. E bota ação nisso. Estou falando agora daquela ação que acontece no quarto. OMG!!!!! Vai buscar uma piscina olímpia de água fria, que a coisa ficou quente! Se você acha que a HBO pega pesado nas cenas de sexo, e que George Martin exagera nas descrições do sexo nas Crônicas do Gelo e do Fogo, é porque não leu a Irmandade da Adaga Negra. Fala sério! Nesse ponto, o livro é 10. Bem sexy, e red hot. Sinceramente, não que eu seja pudica nem nada, mas às vezes beira a vulgaridade. Mas eu já sabia disso muito bem quando peguei para ler, e honestamente, vampiro tem que ser assim mesmo. Nada de “só casando” ou de glitter ao sol. E como eu disse, ele deixa um bom gancho para o segundo livro, deixando a gente com água na boca. Então, se você curte, é um prato cheio.

Trilhas sonora

Kiss me, do Indecent Obsession, é perfeita. O começo dela diz tudo. Também Erotica (podia ser outra?) e Fever ,da Madonna dizem tudo. Ainda The monster's loose, do Meat Loaf, Fear of the dark, do Iron Maiden e The kill do 30 seconds to Mars (e fala sério que o Jared Leto tá tudo nesse clipe! E em duplicata! Ô aqui em casa…)

Se você gostou de Amante sombrio, pode gostar também de:

  • Vampire Academy – Richelle Mead;
  • As crônicas de Sookie Stackhouse – Charlaine Harris (e a série True Blood);
  • As crônicas vampirescas – Anne Rice;
  • Drácula – Bram Stoker.

terça-feira, 8 de maio de 2012

GoT 2x06 – The old gods and the new

 

ATENÇÃO! SPOILERS DOS LIVROS!

Mais uma semana, e, sem perceber, mais um episódio de Game of Thrones e já passamos da metade (jaaaaá???????). E este já começou com tudo.

Logo de cara, o desespero toma conta, porque Theon chegou em Winterfell. Confesso que esperava mais caos e sangue, mas daí lembrei que no livro também Theon toma o castelo de forma muito inteligente (até quem não gosta dele tem que admitir a engenhosidade dele): com cerca de 20 homens e sem derramar muito sangue. E para mim essa foi a melhor parte do episódio.

Theon Winterfell

Já disse que adoro o Theon, apesar de não gostar de suas atitudes. E a atuação de Alfie Allen me faz gostar ainda mais do personagem. O episódio começa com ele entrando no quarto de Bran e comunicando que tomou o castelo. E vejam bem, ele faz isso bem civilizadamente, tratando Bran de acordo com sua posição. E essa cena foi linda. Um verdadeiro duelo de titãs entre Alfie e Isaac Hempstead Wright. Os dois estavam em pé de igualdade em termos de atuação. Gostei principalmente da hora em que Bran pergunta a Theon se ele sempre odiou os Stark. Novamente, mais do que palavras, o silêncio de Theon deu conta do recado. Falou muito mais alto, e acho que ficou aparente para todo mundo que não. E mais tarde, já no pátio, quando Theon executa Sor Rodrick, foi outro show, tanto de Alfie quanto de Isaac. E uma coisa que chama a atenção é que esta cena, apesar de cruel e violenta, ela mostra que Theon é levado a isso, ele não quer executar o seu professor de armas. Tanto assim que ele demora para cortar sua cabeça, ele descobre que não é tão fácil (em mais de um sentido). A fúria com que ele ataca Sor Rodrick acho que é tanto direcionada a Sor Rodrick como a ele mesmo, e a Dagmer Cleftjaw, que botou a ideia de invadir Winterfell na cabecinha de Theon. Mas se não o fizer, nunca terá o respeito de seus homens. O conflito, sempre presente. Isso se resume muito bem em uma frase de Theon: “eu não posso lutar por Robb e meu pai ao mesmo tempo”. Nessa ordem. Acho isso muito relevante. Vaja a cena toda (aviso: ela é superforte):

Ainda nesse núcleo, não sei o que pensar de Osha e Theon. Isso está bem diferente do livro. Osha não transa com Theon (apesar de no livro ele lamentar que não consegue. Afinal, tem saia, Theon quer…Sério, alguém já computou quantas o Theon já traçou? É o que mais se dá bem, pelo menos por enquanto ;D). E já ficou aparente que Jojen e Meera não aparecerão nesta temporada. Mas para quem anda reclamando a falta deles, leia esta entrevista com David Benioff e D. B. Weiss que o Game of Thrones BR publicou. Ela é meio longa, mas muito esclarecedora (e aí? Notaram algo em comum entre eu e eles?). Voltando a Osha e Theon (não que eu esteja reclamando de ver Alfie Allen sem camisa – ui! que escândalo!), foi muito rápido. Claro que está na cara que Osha tem um plano, mas eles fugiram muito rápido. E muito fácil.

Robb desenho Saindo de Winterfell para o acampamento de Robb, dei risada da tentativa de xaveco dele com Talisa. Tudo bem que se ele viesse com a mesma conversinha pra cima de mim, com aqueles lindos olhos azuis, eu cairia (;D), mas foi meio patético. E que timing o de Catelyn! Sério, não deixa o filho nem curtir um pouquinho! E que piada ela falando para ele que ele não pode se envolver com ninguém…por culpa de quem, hem Catelyn? Mas a cena foi boa, tanto Richard Maddenlicious como Oona Chaplin e Michellle Fairley mandaram muito bem. Aliás, Robb babando por Talisa foi show. E admito que gostei da cara de Catelyn ao perceber o filho praticamente de quatro por Talisa.

robb e catelyn

Por outro lado, quase ri (não por ser engraçado, mas pela ironia) de Catelyn agora querer falar com Theon. Cara, a mulher detesta ele, e ele sabe, e a fulana quer negociar? E ainda tem gente que acha ruim quando a gente fala que Catelyn é burra. Mas, infelizmente, Robb passa a missão para Roose Bolton, e a gente sabe o que vem depois. E Bolton já mostra bem quem é: a princípio todo cortesia e puxando o saco de Robb, mas no fim, ele quer o mesmo que Theon: tomar Winterfell.

tyrion e cersei

Enquanto isso em King’s Landing, Myrcella é despachada para Dorne, para total desgosto de Cersei. E Lena Headey mandou muito bem. É na volta para o castelo, explode o caos. Amei o cocô de vaca se espatifando na cara de Joffrey ;D. E para coroar esse momento, Tyrion ainda dá um tabefe no garoto, e ironiza: eu bati, e minha mão não caiu! XD Show! E show também foi a atuação de Jack Gleeson e Peter Dinklage. Mas quem roubou a cena aqui foi Sansa, abandonada no meio do caos. Sophie Turner foi excelente em cena. E mais tarde ao falar com Shae. E esta última deu o primeiro sinal de vida na temporada até agora.

Em Qarth Dany continua com seus jogos políticos. E aqui aconteceu a alteração mais grave até agora: o roubo dos dragões. Isso não acontece no livro, e sinceramente não sei onde isso vai dar. É esperar. Mas como minha amiga Fernanda disse ontem no carro enquanto íamos para mais uma aula sem sentido de sintaxe, o núcleo de Dany precisava de um pouco de ação. No livro também é meio parado, até que ela entre na Casa dos Imortais (no livro por livre e espontânea vontade, num ato de coragem, e não por desespero. E quando chegar essa parte, não sei se quero ver…me lembro do que ela viu e me entristece). Mas licenças poéticas à parte, a cena foi muito bem executada, e Emilia Clarke foi maravilhosa em cena. E não posso deixar de me compadecer ainda mais dela, já que seu khalasar foi todo exterminado.

Dany xaro

E em Harrenhall, Arya tem seu segredo quase revelado. Sorte a dela que ela tem Jaqen a seu lado. E o que foi aquela morte?! A de Cócegas foi mais impactante, concordo, mas essa segunda…Do nada, bem ao estilo de Jaqen. Maisie Williams de novo dando show, e uma pequena, mas muito boa, participação de Tom Wlaschiha. Pena que não teve Gendry ;(

ygritte Pensaram que eu me esquece de Snowy Goodness? Claro que não, mas como ele é o meu preferido, deixei para o final. Finalmente as coisas acontecem além da Muralha. E Ygritte finalmente dá as caras. Eu estava muito curiosa quanto a ela. E adorei a atriz, Rose Leslie, é excelente. Adorei o jeito dela falar, com a cabeça erguida, e, apesar de ainda não ter falado, está na cara que Jon não sabe de nada mesmo XD Ela deixou isso bem claro. Adorei ela se jogando para coma de Snowy Goodness e ele tentando (me vão) se manter distante. Mas já deu para sacar um climinha…Aquela história de chegar junto para não morrer de frio…Garota esperta (e quem pode culpá-la?) Sério que não iria achar ruim adiantarem essa parte ;D Brincadeiras à parte, Kit Harrington também foi perfeito em cena, mostrando toda a inocência de Jon ao mesmo tempo que quer provar que é um verdadeiro patrulheiro, e a química entre os dois ficou evidente.  E vamos admitir que nessa Kit Harrington se deu muito bem (e Rose Leslie também, diga-se de passagem), porque Rose é bem mais bonita que Oona Chaplin, com todo o respeito. Confira a cena toda abaixo:

Eu nem acredito que já está acabando. Pressinto que terei uma séria crise da abstinência quando a série terminar ;D