quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Feliz Ano Novo!

 

Esse post é bem rapidinho, só para desejar a todos um ótimo 2015. Eu sei que já usei esse poema antes, mas vou repetir porque: 1. eu A – DO – RO! É provavelmente o meu preferido de Ano Novo; e 2. ele bate muito com o meu estado de espírito ultimamente:

ESPERANÇA

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é
ES-PE-RAN-ÇA...

(extraído de: Nova Antologia Poética, Ed. Globo, p. 118)

(Créditos de imagem: Conselhos de uma Coruja)

Beijos e até 2015! Alegre

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A Grande Caçada – A Roda do Tempo #2 – Robert Jordan

 

Seguindo os eventos de O Olho do Mundo, o protagonista Rand al’Thor e seus companheiros, Mat e Perrin, partem em busca da Trombeta de Valere. Segundo lendas, o artefato tem o poder de reviver heróis, e eles podem ser de grande ajuda no combate às forças da Sombra. No entanto, há algo que Rand teme ainda mais do que a Sombra: ele sabe que está condenado à loucura e à morte e se pergunta se conseguirá ajudar seus amigos antes que isso aconteça ou se será ele próprio o responsável por destruí-los.

Ao mesmo tempo, Egwene e Nynaeve treinam para fazer parte da ordem de mulheres que podem manipular o poder que gira a Roda do Tempo, conhecidas como Aes Sedai. Estão as jovens destinadas a se tornarem inimigas de Rand al’Thor?

ATENÇÃO! SPOILERS DE O OLHO DO MUNDO!

Lembro que assim que terminei O Olho do Mundo fiquei super ansiosa para ler a sequência. Acabei demorando para dar um tempo na fantasia, e li só agora. Não sei se porque demorei para ler, e perdi o embalo, ou se porque li este em inglês, mas o fato é que achei que iria me empolgar mais com a leitura. Não me entenda mal, não é que eu não tenha gostado do livro, muito pelo contrário, mas ele simplesmente não de fisgou como o primeiro. E por isso acabei demorando para ler.

Ele começa exatamente onde terminou o primeiro, logo após a descoberta de que Rand pode canalizar o Poder. E com isso vem o conhecimento de que ele pode ficar louco. E isso o atormenta, junto com a possibilidade de Mat morrer logo, se não conseguir se desprender da adaga que encontrou. Além disso, há a preocupação com Egwene, que foi com Nynaeve para Tar Valon estudar para se tornar Aes Sedai. E aqui entra uma coisa que, francamente, me incomodou um pouco no livro: Rand está tão determinado a não ser peão de Aes Sedai (entendo o lado dele), mas acaba cercado por elas, e Egwene, que também vê as Aes Sedai com desconfiança, vai treinar com elas? Certo, ela precisa do treinamento, assim como Nynaeve (chego nela já), mas não havia um modo alternativo? Eles passaram por tantas coisas, e não percebem que continuam sendo peões? Acho que isso se deve principalmente pela pouca idade dos personagens, mas me encheu um pouco.

Já Nynaeve foi a personagem que teve o desenvolvimento mais legal do livro. Cada vez mais ciente de seu poder, e seu potencial, ela sim vê as manipulações e sutilezas das tramas políticas. E não se conforma com isso, ela toma atitudes de claro desafio frente as Aes Sedai. E muito mais. Nynaeve se firma como personagem feminina forte, e torço para que seu desenvolvimento continue, e ela não caia na estagnação.

Mais personagens femininas retornam neste, e se firmam como personagens fortes: Min e a princesa Elayne. A primeira é aquela vidente que lê a aura das pessoas, e ela tem papel de mais destaque neste, e vai ser muito importante na trama. Min é um alívio no livro. Determinada, ela é rebelde e não se conforma com o status quo, sempre encontra um modo de mostrar sua rebeldia, seja no modo de se vestir, seja nas atitudes que toma. E Elayne também tem mais destaque, e não se abala muito com seu status de princesa herdeira. Pelo contrário, ela até em certos momentos abre mão das facilidades que sua posição traz para ajudar Rand, Egwene, e cia. Loial também tem mais destaque neste, sempre com um livro a tiracolo, e a gente até conhece um pouco mais de seu povo neste, e eu achei isso bem legal. Posso adotar Loial?

Dois personagens novos aparecem, e tem posição de destaque. Um é Ingtar, comandante do grupo que sai para caçar a Trombeta de Valere, e que mesmo sem conhecer Rand muito bem, apoia incondicionalmente este último. Ingtar é aquele tipo de líder que ganha a confiança de seus homens sem esforço, por puro carisma. Tem uma liderança fácil e é muito sensato. E Húrin, rastreador que acaba se tornando grande amigo de Rand, e traz um pouco de comicidade para a trama.

E falando na trama, ela fica mais intrincada e, sinceramente, complicada. O universo de Robert Jordan se expandiu, e muito, mas também achei que houve muita enrolação neste. Há muitas reviravoltas e surpresas, mas achei o ritmo mais arrastado que do primeiro. A narrativa por vezes é fluida, mas outras demora mais para engatar. E ela se divide entre os personagens, alguns principais, e outros secundários, mas o foco maior ainda é Rand. E, pelo menos para mim, o mais intrigante são as visões de Min, e como ela vê as vidas dos personagens estando todas interligadas, mas não elabora. E isso me intriga muito, e estou bem curiosa para ver como a Roda do Tempo vai girar para eles.

Trilha sonora

Stand my ground e It´s the fear, do Within Temptation; Fear of the dark, Iron Maiden; Nemo, Nightwish; Arise, Flyleaf; Ameno e Divano, Era; O Fortuna, Carmina Burana; e The Mystic´s Dream, Loreena McKennitt.

Se você gostou de A Grande Caçada, pode gostar também de:

  • As Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R. Martin;
  • Ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • A Crônica do Matador de Rei – Patrick Rothfuss;
  • O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien;
  • As Brumas de Avalon – Marion Zimmer Bradley;
  • O Trílio Negro – Marion Zimmer Bradley;
  • As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell;
  • O Único e Eterno Rei – T. H. White.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Feliz Natal!

 

Rapidinho, só desejando um ótimo Natal, com ceia farta, muito amor, paz, luz e muitas leituras!

Feliz, feliz Natal, a que faz que nos lembremos das ilusões de nossa infância, recorde-lhe ao avô as alegrias de sua juventude, e lhe transporte ao viajante a sua chaminé e a seu doce lar!

Charles Dickens

Beijos e até o próximo post!

Percy Jackson e os Deuses Gregos–Rick Riordan

 

Alguém poderia contar as histórias de origem dos deuses do Olimpo melhor do que um semideus dos tempos modernos? Percy Jackson oferece uma visão privilegiada com abundância de tudo nesta coleção ilustrada.
"Uma editora em Nova York me pediu para escrever o que eu sei sobre os deuses gregos, então pensei, podemos fazer isso anonimamente? Porque eu não preciso dos Olimpianos com raiva de mim novamente. Mas se isso ajuda você a conhecer os seus deuses gregos, e sobreviver a um encontro com eles se você um dia der de cara com eles, então eu acho que escrever tudo isto será a minha boa ação da semana."
Assim começa Os Deuses Gregos de Percy Jackson, em que o filho de Poseidon acrescenta sua própria magia – e apartes sarcásticos – para os clássicos. Ele explica como o mundo foi criado, em seguida, dá aos leitores sua opinião sobre um quem é quem dos antigos, a partir de Apollo para Zeus. Percy não se segura. "Se você gosta de filmes de terror, banhos de sangue, mentira, roubo, traição e canibalismo, então continue a ler, porque definitivamente foi uma Idade de Ouro para tudo isso.”

Comprei esse livro por puro impulso, atrás na verdade de Demigods and Monsters (sim, povo, em inglês, porque não quero perder nada do sarcasmo de Percy com a tradução, sorry), e nem bem saí da Saraiva com ele embaixo do braço, sentei na praça de alimentação, esperando Mockingjay começar, e comecei a ler. E devo ter pagado um King Kong gigante, porque bem ali, no meio da praça de alimentação, eu dava risada sozinha. Posso praticamente sentir os olhares desconfiados em mim (não por culpa minha, minha mãe caiu de barriga quando estava grávida de mim).

Este livro não pertence a nenhuma coleção, e nem se trata de mais uma aventura do Seaweed Brain. Mas, como ele mesmo já adiantou ali em cima, é um passeio delicioso entre os mitos gregos, com o ponto de vista único do semi-deus mais badass que a gente conhece (de novo, sorry Jason lovers, mas Percy é The Man).

E a razão para eu pagar King Kong no shopping é esta:

“O céu se auto denominou Ouranus – e, sim, este é outro jeito de soletrar Urano (em inglês). Não tem jeito de alguém pronunciar esse nome sem que comece a dar risada. Simplesmente soa errado. Por que ele não escolheu um nome melhor – como Deathbringer ou José – eu não sei, mas pode explicar porque Urano era tão mau-humorado o tempo todo.” (p. 2)

É, desde o começo da criação de acordo com os gregos, Percy já vai tirando uma com os deuses (no caso, Titã).

Deixa eu esclarecer uma coisa: esse livro trata dos mitos sim, mas somente aquelas histórias envolvendo os deuses olimpianos, nada de semi-deuses, como Teseu, Perseu (o que matou a Medusa, não o Seaweed Brain) ou Jasão. eles são mencionados, sim, mas Percy sempre diz que isso é uma história para outra hora (#ficadica, Tio Rick! A gente quer ler a história do Minotauro e do labirinto pelo ponto de vista do Percy!).

E é muito bacana descobrir as histórias dos deuses, como eles nasceram, cresceram e se envolveram em inúmeras encrencas. A gente acaba aprendendo bastante, e se divertindo mais ainda.

“Eu acho que pode-se dizer que não havia muita música no Tártaro, e se houvesse, devia ser mais pela linha de cantos fúnebres e death metal.” (p. 221)

Nota desta que vos tecla: acrescento rap, sertanejo e funk. O livro é dividido em capítulos dedicados a cada um dos deuses olimpianos, e a narrativa é fácil, leve. A gente lê sem esforço nenhum umas 100 páginas de vez. Admito que enrolei um pouco para não terminar muito cedo, e também intercalei com outro livro. E como bônus, minha edição, inglesa, veio com O Filho de Sobek no final, só para me deliciar com o encontro entre Carter e Percy.

“Sua maior reinvindicação de fama era o Velocino de Ouro – aquele tapete de lã que é meu parente – acabou em seu reino, o que fez o lugar imune a doenças, invasões, crises do mercado de ações, visita s de Justin Bieber e basicamente qualquer outro desastre natural.” (p. 284)

Trilha sonora

Só tem uma possível: Kings and Queens, do lindo do 30 seconds to Mars.

Se você gostou de Percy Jackson e os Deuses Gregos, pode gostar também de:

  • Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan;
  • Os Heróis do Olimpo – Rick Riordan;
  • As Crônicas Kane – Rick Riordan;
  • Ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • Harry Potter – J. K. Rowling;
  • As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis;
  • O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien;
  • O Hobbit – J. R. R. Tolkien;
  • A Crônica do Matador de Reis – Patrick Rothfuss.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Jogos Vorazes - A Esperança - parte 1

Sendo meu livro preferido da trilogia (COMO ASSIM?, vocês pensam, mas é verdade. Mockingjay é o meu preferido mesmo), eu estava muito ansiosa para ver esse filme, principalmente por causa do que acontece com Peeta (e que graças à brilhante money, money, money ideia de dividir em 2, eu só vou ver no ano que vem). Mas chego lá daqui a pouco. Demorei pra ver nem sei porque, mas finalmente semana passada eu consegui um tempinho e fui conferir.

O filme começa com Katniss encolhida num canto qualquer do Distrito 13, apavorada e resmungando para si mesma, num loop infinito:

Meu nome é Katniss Everdeen. tenho 17 anos. Minha casa é o Distrito 12.. Eu participei dos Jogos Vorazes.Eu escapei. A Capital me odeia. Peeta foi feito prisioneiro. Dizem que ele está morto.É provavelmente melhor que ele esteja...

Até que se acalma o suficiente. A cena é desesperadora. Sim, Presidente Coin está certa ao dizer que os Jogos acabaram com ela. Jennifer Lawrence está sensacional. Ela passa para a gente que está assistindo exatamente o mesmo desespero da personagem. Mas logo vem alguém e tira Katniss desse estado de impotência.

E lá vai Katniss, agora totalmente controlada, falar com a Presidente Coin e Plutarch. E aqui já começamos a ver o jogo de manipulação que Plutarch faz, para que Katniss seja o símbolo da revolução. Claro, no fim, por tudo o que a Capital faz com Peeta, Katniss leva para o lado pessoal e acaba concordando em ser o Tordo, mas ainda acho impressionante a frieza de Plutarch ao tratar Kat, a facilidade com que ele a usa. E preciso dizer que Philip Seymor Hoffmann vai deixar saudade. Um ator excelente, que se foi muito cedo. E nem preciso dizer que Julianne Moore está fantástica como Presidente Coin. Até a caracterização dela, quase sem maquiagem, om os cabelos brancos, transpiram sobriedade. Parabéns ao pessoal da caracterização.



E falando em caracterização, finalmente conseguimos ver Elizabeth Banks por trás das perucas e maquiagem carregada de Effie Trinket. Perfeita. E com papel também de destaque. Effie ainda está naquela faze de negação do que aconteceu, do que a Capital realmente é, apesar de ter tomado um belo choque de realidade. E Elizabeth faz isso lindamente. A expressão cansada e abatida, resignada, mas com forças para seguir em frente, e fazer o que estiver a seu alcance, que sendo Effie, na verdade não é muita coisa, para ajudar a Revolução.

E ainda no quesito caracterização, não poderia deixar de mencionar Peeta. Uma das rezões para eu querer tanto assistir esse filme era exatamente a desconstrução dele. E, incidentalmente, essa também é a razão de eu gostar mais do terceiro livro. Acho que Suzanne Collins fez um belo trabalho desconstruindo Peeta, e depois juntando os caquinhos e tentando reconstruir o personagem, que no fim nunca será mais o mesmo. Ninguém será. Me desviei um pouco, mas deixa eu voltar. Caracterização. A primeira vez que Peeta aparece na TV ele está em ótimo estado, o Massacre Quaternário acabou de se encerrar, a Capital ainda não teve tempo de torturar Peeta. Mas a cada  nova aparição, é aparente a mudança física do personagem. Salva de palmas para o pessoal do CG, que fez um belo trabalho. E também a Josh Hutcherson, que também a cada aparição de Peeta, mostra que foi uma ótima escolha do casting. E era isso que eu queria ver. Não me decepcionei. (SPOILER) E o final, quando Peeta ataca Katniss, é brutal. De novo, show de interpretação. Ainda não vimos muito desse Psycho Peeta, porque mesmo no livro a participação dele é mínima nessa parte. Mas tenho certeza de que na segunda parte, Josh também vai fazer bonito.

Também com participação menor, mas muito boa, e bastante expressiva, Sam Claflin traz um Finnick abatido e arrasado por não ter conseguido proteger sua Annie. Adorei a parte em que ele solta todos os podres do Presidente Snow. E, como Katniss, Finnick tem motivos de sobra para odiar a Capital e entrar para a Revolução. Pena que...deixa pra lá, vejam ano que vem na parte 2.

Já Gale, agora com papel de destaque no meio dos rebeldes, vamos dizer assim, está muito bem como guerrilheiro. Liam Hemsworth está bem no papel. E gostei que ele não tem tanto destaque, sua participação está mais ou menos como no livro. E, como no livro, Gale está meio que tomado pelo fanatismo quanto à Revolução. OK, ele tem lá seus motivos, viu toda a destruição do Distrito 12, mas ainda assim, essa fé cega na Revolução é uma coisa que me incomoda muito. Ele não para para medir as consequências dos seus atos, e até mesmo Katniss, em certo momento, diz mais ou menos isso para ele.



Destaco também a participação de Natalie Dormer como Cressida, a diretora dos propops (não lembro se é assim), aquelas chamadas que Katniss faz para incentivar a Revolução. Ela está perfeita no papel, e a caracterização dela está bem bacana, com a tatuagem e os cabelos raspados (e ela não fica menos linda por isso).



E falando nos propops, não posso deixar de comentar a melhor parte do filme: Katniss cantando The Hanging Tree. 1. Jennifer Lawrence tem a voz linda, e se um dia quiser se lançar como cantora, vai se dar bem também; e 2. todo mundo cantando, na hora que eles acabam com a energia. De arrepiar! Confira o resultado abaixo:


A cenografia também é excelente. A escassez e sobriedade do Distrito 13 estão bem representadas nos cenários, o Distrito 12 arrasado, com os esqueletos de seus habitantes servindo de chão está arrepiante, e a opulência da Capital em contraste é marcante. Uma reclamação: eu senti falta de Katniss na frente da padaria, falando com Peeta, mostrando o que a Capital fez com seu lar. Acho que deveria constar. Os efeitos especiais também estão bons, e eu adorei o arco cheio de flechas recheadas de diferentes presentinhos de Katniss (Oliver Queen approves). O filme tem lá seu tanto de enrolação, algumas coisas poderiam ser mais curtas, ou cortadas de vez. Não havia necessidade de separar o último em duas partes (havia sim, Fernanda, $$$$$$), mas o resultado final é uma adaptação fiel, até com alguns extras que são muito bem vindos. Afinal, no livro somos limitados à visão de Katniss, e no filme ela é mais abrangente. E até dá para entender a divisão: ela acontece mesmo no livro, ele tem duas partes bem distintas. E o corte foi exatamente onde eu imaginava, e onde deveria ser. Uma boa preparação para a parte 2. Confira o trailer:




PS: eu demorei para postar porque demorei para ver o filme, e depois eu meio que travei na review e minha internet falhou, por isso a review não ficou muito boa. Beijos!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O Poder do Súcubo – Georgina Kincaid #2 – Richelle Mead

 

O amor machuca, e ninguém sabe disso melhor que Georgina Kincaid, uma verdadeira deusa, ou melhor, demônio em forma de mulher. Seth Mortensen era tudo o que ela podia querer e tudo o que não podia ter. De que adiantou ter conquistado o namorado amoroso e estável que buscou durante séculos se o máximo que poderia fazer com ele era... ficar de mãos dadas?! Qualquer coisa menos inocente abreviaria a vida de seu amado. Afinal, Georgina é um súcubo! Como se não bastasse ter uma vida amorosa desastrosa, seus dias no trabalho estão, sem trocadilhos, infernais. Seu colega Doug passa a ter um comportamento no mínimo estranho, e Georgina desconfia que seja efeito de algo mais poderoso que uma overdose de café. Para complicar, seu melhor amigo imortal, um íncubo tão irresistível para as mulheres como ela é para os homens, precisa de sua ajuda numa missão politicamente... sedutora.

Comecei a ler este livro para dar uma relaxada mesmo, sem pretensão nenhuma. Adoro Richelle Mead, e gostei do primeiro dessa série. Mas este me decepcionou um pouco. Não reconheci a escrita de Richelle aqui.

A começar pela história. Achei meio fraquinha. A sinopse aí em cima já dá conta do recado, por isso nem vou elaborar mais. A única mexida é a chegada do amigo íncubo de Georgina, Bastien. Este é, claro, sedutor e auto-confiante. Até demais. Mas sinceramente acho o cara um saco. Autoritário e se achando a última Bono de chocolate do pacote, e com personalidade nada marcante. Ele chega a Seattle com a missão de acabar com a reputação de Dana, casada com um político importante de Seattle, e líder de um grupo com bases religiosas radicais, contra o homossexualismo. Mas, em primeiro lugar, não entendi porque é tão importante acabar com a tal Dana. OK, por sua postura preconceituosa ela até merece punição, mas achei este arco todo desnecessário. E achei que Bastien se comporta como diva, não no bom sentido, só porque essa missão é dele, e Georgina é a ajudante. E o desfecho dele foi muito previsível.

O mistério deste fica por conta do comportamento de Doug, e o sucesso meteórico de sua banda. Mas, diferente do que acontece com A Canção do Súcubo, neste ele não prende, é ainda mais previsível. E, de boa, entendo que Georgina queira ajudar um amigo, mas por que ela tem que ir? Só ela pode resolver a parada? Certo, ela é a protagonista, eu esqueci.

E quanto a Georgina e Seth, tudo continua na mesma. Eles estão juntos, mas nada pode acontecer sob pena de Seth ter sua vida reduzida em alguns anos. E não duvide, Seth ama de verdade Georgina. Mas está só no segundo livro, e já estou ficando cheia desse romance deles. Isso porque eu tenho quase certeza de que em algum ponto eles vão achar um loop-hole na condição de Georgina e vão conseguir…você sabe. E eu fico torcendo para que role logo, para acabar com a enrolação.

O que me incomodou mais no livro não foi a história mais fraca, acho até que o intuito de Richelle Mead é esse mesmo, uma trama mais leve, para relaxar mesmo. Mas faltou uma coisa que ela fez muito bem em Vampire Academy e Bloodlines: o desenvolvimento dos personagens. Em ambas as séries mencionadas, os personagens evoluem e crescem conforme os livros, mas neste não percebi que Georgina tenha mudado. Ela continua a mesma, na verdade. E a trama, que nos outros Richelle fez ficarem mais e mais intrincadas, neste deixou a desejar também. E faltou aquele cliff-hanger que nós estamos acostumados com cada volume das outras séries dela.

Recomendo o livro só para espairecer, leia sem pretensão. Não vou desistir da série ainda, porque tenho o terceiro no kobo, e porque se aguentei a Irmandade da Adaga Negra até o terceiro também, acho que a escrita de Richelle Mead, que mesmo assim é infinitamente melhor, pode me prender mais. Mas não fiquei com aquela necessidade de ir logo para o próximo.

Trilha Sonora

Sober e Whadya want from me?, da Pink.

Se você gostou de O Poder do Súcubo, pode gostar também de:

  • Vampire Academy – Richelle Mead;
  • Bloodlines – Richelle Mead;
  • Os Instrumentos Mortais – Cassandra Clare;
  • Ahmnat – Julien de Lucca;
  • Beautiful Creatures – Margareth Stohl e Kami Garcia;
  • House of Night – P.C.  e Kristin Cast.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos

Eu estava literalmente contando os dias para poder ver esse filme. E minhas expectativas eram altas para ele, já que eu amo tanto todos os outros, bem como os livros. Confesso que tenho alguns problemas com ele, mas já chego lá. Por isso, aviso já que darei spoilers do filme, mas como sempre, eu aviso antes.

Começo dizendo que amei o filme, Peter Jackson deixou algumas surpresas engatadas para nós neste, e prepare-se para deixar lágrimas rolarem em algumas partes. Ou pelo menos por não voltarmos mais à Terra-Média. E tenho que admitir que foi uma bela despedida.

O filme começa com o ataque de Smaug à Cidade do Lago, exatamente onde acaba A Desolação de Smaug. Tauriel (a linda e novamente competente Evangeline Lilly), percebendo o ataque iminente, faz os preparativos na casa de Bard. Kili (a fofurinha Aidan Turner, muito bem agora com mais destaque) agora está totalmente recuperado da ferida que levou escapando de Mirkwood (be still my heart) e os outros anões ajudam, e eles presenciam de pertinho o ataque de Smaug.

Enquanto isso, Bard continua preso, e assiste tudo pela janelinha. E o administrador da cidade (o ótimo Stephen Fry, dando comicidade, e que poderia ser mais aproveitado) foge com o ouro e com aquela praga do Alfrid (Ryan Gage, ótimo), deixando  povo para trás. Isso é importante para o desenvolvimento de Alfrid mais tarde, mostra o caráter dele, e também vem acrescentando um pouco de humor ao filme. Mas, para azar (mesmo, quem viu vai entender, e quem não viu ainda, vai entender depois) do Mestre da Cidade, Bard consegue fugir. E ainda bem, porque se você ainda não tinha percebido que isso ia acontecer quando ele mostra a flecha negra e conta que seu antepassado não conseguiu matar Smaug, e adeus Benedict Cumberbatch (quase, ele também faz a voz do Necromancer, mas é pouca coisa). Juro que me deu um aperto isso, porque Smaug é mau, mas é uma delícia ver Benedict Cumberbatch trabalhando, mesmo que seja só com a voz cavernosa.



Dragão derrotado, é hora de se reagrupar. Os humanos de Lake Town tem que encontrar um novo lugar, já que Lake Town queimou (If this is to end in fire, we should all burn together...na hora me veio na cabeça a voz de Ed Sheeran), os elfos se preparam para enfrentar os anões devido à ganância de Thranduil (já falo mais dele), os anões se preparam para tomar com efeito Erebor, e os orcs se preparam para atacar todo mundo. A despedida de Tauriel e Kili quase me levou às lágrimas, e por um minuto eu achei mesmo que ela ia com ele. Mas daí vem o corta-xaveco (eu ia colocar outra coisa, mas sou educada demais - hehehe) do Legolas e chama Tauriel com pretexto de que ela é chamada por Thranduil.

E aí começa uma enrolação sem fim. Foi uma quebra muito grande do ritmo do filme, e não gostei muito disso. Com a morte de Smaug, Thorin agora é oficialmente o Rei Sob a Montanha, mas como Smaug, seu desejo pelo ouro começa a se tornar uma doença (batizada criativamente de "doença do dragão", Really?), a ponto de Thorin voltar na palavra de que dividiria o ouro de Erebor com o povo de Lake Town. Atuação de Richard Armitage exemplar. Assim como Lee Pace, arrasando como Thadruil, ambicioso, orgulhoso e inflexível, e Luke Evans, assumindo a liderança de Lake Town ainda que relutante. Todos excelentes, mesmo. Mas essa parte é muito chata! Podia ser menor, sem trazer prejuízo nenhum ao filme, e manteria o ritmo.

Enquanto isso, Gandalf segue prisioneiro de Azog. Mas não por muito tempo. Logo chegam Galadriel, pela primeira vez botando para quebrar (gostei disso. Cate Blanchet, para variar, sensacional), Elrond (sono! Não pelo ator, Hugo Weaving, que é ótimo, mas o personagem é muito chato!) e Saruman (Christopher Lee, maravilhoso. Pena que com participação muito pequena), já dando o que pensar quando diz para deixar Sauron com ele (opa! Gandalf, não faça isso!). Achei bacana aqui já apresentarem os Nove, ainda não na forma de Nazgul. Cena legal, bem feita, mas que só apareceu mesmo para dar lugar a Galadriel, Elrond e Saruman. Mesmo eu entendendo que ela fosse talvez necessária, acho que poderia ser mais curta.



E a partir daí, o filme muda totalmente de formato. Passa a ser um filme de guerra, e dos melhores. Realmente mostra porque acabou se chamando A Batalha dos Cinco Exércitos. Anões, elfos  humanos se juntam para combater os orcs, que vem com dois exércitos (durante o filme eu fiquei quebrando a cabeça para descobrir qual era o quinto - hehehe). E com direito a uma parede de escudos formada pelos anões para deixar Uthred e Ragnar orgulhosos. E aqui sim o filme fica bem legal. A batalha em si é sensacional, em várias frentes, com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo. E daí sim, o tempo passa rápido e a gente nem sente. E visualmente, é deslumbrante. Principalmente para quem for ver em 3D. Recomendo ver neste formato.



A partir de agora, SPOILERS! LEIA SOB SUA CONTA E RISCO! Como eu disse, algumas coisas me incomodaram no filme. Primeiro, duas mortes que não deveriam acontecer. Uma porque não acontecem no livro. Estou falando de Kili (AH, WHY, PETER JACKSON, WHY?) e Thorin. Vamos separar os dois. Quer dizer que depois de tudo que Tauriel fez para salvar Kili, ela ainda tem que vê-lo morrer em seus braços? WTF? E Thorin também, lutou tanto, fez tanta coisa para recuperar Erebor, e quando finalmente o faz, morre? Double WTF? E quem vai ficar no lugar de Thorin? Eu até entendo a morte de Fili (mesmo sofrendo com ela), é uma guerra, mas as outras? Overkill. Então, já que resolveram zoar com o final do livro, por quê não aumentaram a participação de Cumberbatch (deu pra perceber que sou louquinha por ele, né?) e de Lee Pace? E depois, o que aconteceu com Bard? Ele virou Mestre da Cidade, como no livro? OK, achei legal Thandruil mandar Legolas atrás de Aragorn, mas a participação de Legolas poderia ser menor. E fala sério, Legolas é fodástico, mas desafiar a gravidade também já é demais. E achei Tauriel, que é ainda mais legal que Legolas, achei mais apagadinha neste (não por culpa de Evangeline Lilly, que fique claro. Só não deram mais espaço para ela.). Mas a cena da morte de Kili foi linda, eu quase chorei. E de repente começaram a aparecer umas criaturas do além, tipo uns trolls sem noção, e uns vermes da terra...pra quê? Só pra mostrar como o departamento de CG é fodástico? Isso a gente já sabia. Outra coisa: vocês notaram que eu quase não falei de Bilbo? Pois é, novamente, não por culpa de Martin Freeman, que está como sempre espetacular, mas pelo roteiro. Assim, para um filme que tem como nome O HOBBIT, o tal hobbit mesmo tem uma participação relativamente pequena. Ficou mais para Thorin e como recuperar Erebor. As águias..não tenho palavras para expressar como a fala "The Eagles are coming" me incomoda. E isso já em LOTR. Mas na hora que Thorin está morrendo, e Bilbo fala das águias...oi? O que ela vão fazer, ressuscitar ele? Uma menina no cinema riu nessa hora, e eu tenho que concordar com ela. PA - TÉ - TI - CO. E uma última coisa: por que raios Legolas foi lá para o Norte? OK, sem ele lá não saberíamos do segundo exército orc, mas ainda tentando entender porque exatamente ele encasquetou de ir pra lá. E levar Tauriel (OK, isso eu entendo, quis tirar uma casquinha - hehehe). ATUALIZAÇÃO: O Nerito me avisou, e mais gente também, que o Thorin morre no livro. Eu sinceramente não lembrava disso, para mim não morria ninguém. Então fui verificar, e sim, Thorin morre mesmo, mas eu mantenho o que eu disse: ele passa por tudo o que passa para morrer no final? Oi? (Tolkien andou fumando a ervinha dos hobbits. #justsaying)



Mas o final mesmo, com Bilbo já velhinho, lembrando os acontecimentos, e recebendo Gandalf para sua festa de aniversário, foi muito bacana. Gostei como ligaram novamente as duas trilogias. E não se deixe levar pelos meus comentários acima. O filme é bom? SIM! Vale a pena ver? SIM! Vou ver de novo? Com certeza! Como eu disse, visualmente, um deslumbre. Efeitos especias fantásticos e realistas, Elenco com atuações impecáveis (sim, pessoas, até mesmo Orlando Bloom), fotografia belíssima, trilha sonora linda. E o golpe final:


FALA SÉRIO! PIPPIN CANTANDO ISSO???? Morri. A letra é linda:


We came all this way
But now comes the day
To bid you farewell


E para quem não sabe, Billy Boyd além de ótimo ator, é também músico, e foi ele mesmo que musicou isso aqui: All Shall Fade. E eu não tenho dúvidas de que foi uma  o trailer do filme ter esta música com ele cantando. Enfim, uma ótima despedida. E fica aquele mesmo sentimento de quando a gente foi ver O Retorno do Rei, de que não retornaremos mais, de final mesmo. E isso, meus caros, é o que é o mais legal que os filmes de Peter Jackson nos deixam: a sensação de que de alguma forma, fizemos parte tanto da jornada de Bilbo como a de Frodo. Assim, não me resta muita coisa a não ser deixá-los com o trailer:


É isso. Beijos e até a próxima!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O Dia do Curinga – Jostein Gaarder

 

"Você já pensou que num baralho existem muitas cartas de copas e de ouros, outras tantas de espadas e de paus, mas que existe apenas um curinga?", pergunta à sua mãe certa vez a jovem protagonista de O mundo de Sofia.
Esse é o ponto de partida deste outro livro de Jostein Gaarder, a história de um garoto chamado Hans-Thomas e seu pai, que cruzam a Europa, da Noruega à Grécia, à procura da mulher que os deixou oito anos antes. No meio da viagem, um livro misterioso desencadeia uma narrativa paralela, em que mitos gregos, maldições de família, náufragos e cartas de baralho que ganham vida transformam a viagem de Hans-Thomas numa autêntica iniciação à busca do conhecimento - ou à filosofia.
O dia do curinga é a história de muitas viagens fantásticas que se entrelaçam numa viagem única e ainda mais fantástica - e que só pode ser feita por um grande aventureiro: o leitor.

Já era para eu ter feito a resenha desse livro, mas as coisas se acumularam (boletins, provas, fim de ano, same old, same old) e não tive tempo. Então estou aproveitando que o sistema está em manutenção (perfect timing, #sqn) e vim escrever. Não sei se vai sair muito boa, porque já faz uns dias que terminei a leitura, e prefiro fazer logo que termino, enquanto ainda está fresco na memória, mas vamos lá.

Na verdade, nem sei direito por onde começar. Hans-Thomas é um menino de uns 12 anos, acho, que sai com seu pai da Noruega até a Grécia em busca de sua mãe, que foi para a Grécia “se encontrar”. No meio do caminho, Hans-Thomas encontra um anãozinho que o convence a parar em Dorf, onde ele conhece um velhote padeiro que o presenteia com um livrinho misterioso. E no caminho para a Grécia, regado a muitas conversas filosóficas com seu pai, Hans-Thomas vai lendo o livrinho em segredo.

“Meu conselho para todos os que querem se encontrar é continuarem bem onde estão. Do contrário, é grande o risco de se perderem para sempre.”

O livrinho (eu fico repetindo no diminutivo, mas quem leu entende. Tem motivo) conta a história de um náufrago, Frode, que acaba numa ilha deserta por muitos e muitos anos, tendo como companhia somente um baralho velho. De tanta solidão, Frode acaba personificando as cartas, que eventualmente ganham vida. Anos mais tarde, um outro náufrago chega à ilha, e começa aí uma intrincada história de traição, amores frustrados e abandonos, que vai se entrecruzar com a história de Hans-Thomas.

Existem cerca de 5 bilhões de pessoas neste planeta. Mas a gente acaba se apaixonando por uma pessoa determinada e não quer trocá-la por nenhuma outra.”

Como no caso de O Mundo de Sofia, a narrativa se divide em duas: a busca de Hans-Thomas e seu pai e a história do livrinho, de Frode. E no meio disso tudo, Jostein Gaarder faz referência a um ou outro pensamento filosófico, Inclusive, há várias partes do livro que lembram muitas passagens de O Mundo de Sofia. É inevitável. Mas, diferente de Sofia, que tem finalidade mais didática, O Dia do Curinga mostra diferentes correntes filosóficas de forma mais sutil, em algum comentário ou em algum acontecimento. Mas a narrativa também é tão diferenciada como Sofia, e igualmente deliciosa. Hans-Thomas, com sua mente curiosa e inquieta, é um ótimo guia para as reflexões levantadas pelo livro, ao mesmo tempo que lida com problemas extremamente comuns, como o pai alcoólatra e ter que crescer sem a mãe. Mais um belo passeio pela filosofia e mitologia. Recomendado, e também recomendo que você releia várias vezes, com bastante calma, degustando cada palavra.

“As pessoas ficariam malucas se os astronautas descobrissem um outro planeta vivo. Pena que o seu próprio planeta n]ao consiga tirá-las dos eixos.”

Trilha sonora

Mais uma vez, Out of blue comes green, do A-ha. E também Trying, do Lifehouse.

Se você gostou de O Dia do Curinga, pode gostar também de:

  • O Mundo de Sofia – Jostein Gaarder;
  • Através do Espelho – Jostein Gaarder;
  • A Viagem de Théo – Catherine Clement.