domingo, 8 de março de 2015

Um estudo em vermelho – Arthur Conan Doyle

 

Um Estudo em Vermelho - O cadáver de um homem, nenhuma razão para o crime. É a primeira investigação de Sherlock Holmes, que fareja o assassino como um “cão de caça”. Lamentava-se de que “não há mais crimes nem criminosos nos nossos dias”, quando, nesse instante, recebe uma carta a pedir a sua ajuda — o cadáver de um homem foi encontrado numa casa desabitada, mas não há qualquer indício de roubo ou da natureza da morte. Sherlock Holmes não resiste ao apelo, mas sabe que o mérito irá sempre para a Polícia.

Mesmo sendo super fã de Sherlock Holmes, confesso que não havia ainda lido este clássico, e a primeira aventura de Homes com Watson vergonha!. Não vou me alongar nos personagens, como geralmente faço, pelo motivo de ambos serem já muito conhecidos de todos, então seria chover no molhado.

Nesta primeira aventura, Holmes e Watson devem desvendar a morte misteriosa de um homem num casarão abandonado.  Nada parece ter sido roubado, e não há sinal da causa da morte do homem. Logo de início os dons dedutivos de Sherlock ficam evidentes, para absoluto embasbacamento #mancrush de Watson. E como li no inglês original, eu dava risada toda vez que Watson expressava essa admiração #mancrush com um: I ejaculated. (não vou traduzir porque é bem próximo do português, e não é que esteja errado, mas sabe como é? Quem tem a mente poluída… Smiley de boca aberta).

O texto é muito bom, e dividido em duas partes distintas: uma o relato de Watson sobre o caso; e outra um relato em flashback do que levou ao assassinato, em terceira pessoa. Há também dois estilos de escrita muito distintos entre esses dois relatos, mas ambos envolventes.

Agora vou fazer uma coisa diferente. Considere este o primeiro post de um projeto. Apaixonada por Sherlock que sou, óbvio que também AMO a série homônima da BBC. E como tenho uma compilação completa das aventuras de Sherlock Holmes, e as duas primeiras temporadas de Sherlock, vou falar também da série. Mas de forma diferente do que geralmente faço. A série, estrelada pelos excelentes Benedict Cumberbatch (D*I*V*O*) e Martin Freeman, tem em cada episódio uma releitura nos dias atuais dos casos de Sherlock. O primeiro, A Mulher de Rosa, claro, é uma releitura de Um Estudo em Vermelho.

Como no livro, esse é o primeiro encontro entre Watson e Holmes. E a cena em que Holmes faz toda a avaliação de Watson logo de cara é hilária. O que é diferente aqui é que há na verdade uma série de mortes aparentemente sem ligação e atribuídas a suicídios culmina com a morte de uma mulher, de rosa. Outra cena fantástica é justamente quando a Scotland Yard está dando uma coletiva sobre o caso, e Holmes hackeia todos os celulares dos jornalistas contrariando cada uma das declarações de Lestrade. E é quando a Scotland Yard vai bater  no 221B da Baker Street para consultar Holmes sobre o caso.

Watson acaba de voltar de uma incursão no Afeganistão, e tem um ferimento de guerra, o que o obriga a carregar uma bengala. Mas a dor é realmente psicossomática, e logo Watson se envolve tanto no caso, que a bengala acaba ficando esquecida em algum canto. Destaco também a senhoria, Sra. Hudson, e Molly, a médica legista que tem uma quedinha precipício por Sherlock. Aliás, Molly foi tão bem vista pelo público que acabou tendo papel fixo até a terceira temporada.

Tudo se passa na Londres atual, então em vez de carruagens, temos taxis, em vez de cartas, temos mensagens de texto, google e Homes tem um blog, A Arte da Dedução. E Watson também registra as aventuras de Sherlock num blog.

O episódio todo tem uma hora e meia, e cobre todo o livro. Como eu disse, com algumas diferenças, afinal trata-se de uma releitura, mas no geral, bem fiel à essência do livro. E os personagens também são construídos de acordo com os personagens idealizados por Conan Doyle. O elenco é excelente, e a produção em geral é sensacional, bem feita e tem um ritmo que prende a gente até o último segundo, e no final, mesmo sendo longo, deixa a gente com vontade de ver mais. E mistura muito bem ação, mistério e comédia. Ver Cumberbatch trabalhando é um deleite, ele entrou no papel perfeitamente. E tem muita química com Martin Freeman, que faz um Watson mais pé no chão e perturbado que no livro. E para quem tem netflix, fique sossegado, porque todas as três temporadas estão disponíveis. Recomendo, mesmo se você não for fã de Sherlock Holmes (e até acredito que nesse caso, você vai acabar virando).

Semideuses e Monstros – Rick Riordan

 

Semideuses e Monstros - Quando fui convidado para editar esta antologia, não soube bem o que pensar. Por que tantos escritores talentosos iriam querer escrever sobre meus livros i infanto-juvenis? E mesmo assim, quando li seus textos, fiquei impressionado. Cada um tinha uma perspectiva diferente sobre Percy Jackson todas fascinantes e intelectualmente instigantes. - Rick Riordan, na introdução de Semideuses e monstros.
A série Percy Jackson e os olimpianos conquistou milhões de fãs mundo afora. E engana-se quem pensa que só crianças e adolescentes foram inspirados pelos livros de Rick Riordan. Muitos adultos também se encantaram pelas aventuras, conflitos e angústias de Percy e seus amigos. Prova disso é Semideuses e monstros, uma coleção de ensaios que explora o universo da série com humor, leveza e boas doses de mitologia e história.
Com prefácio do próprio Riordan, que também participou da edição e organização dos textos originais, em Semideuses e monstros o leitor descobrirá como reconhecer monstros que espreitam ao nosso redor, quais são as dores e as delícias de ser uma caçadora de Ártemis, qual deus do Olimpo melhor se sairia no papel de pai e, mais importante: verá que os deuses gregos, assim como nós, são repletos de falhas e imperfeições o que os torna ainda mais irresistíveis.

Essa resenha vai ser curtinha. E preciso falar o quanto eu pirei quando eu vi esse livro? Afinal, Percy junta tudo que eu amo: mitologia, sarcasmo e Percy, muito Percy <3 <3 <3 <3

Mas, se engana quem acha que este livro é mais uma aventura, ou até mesmo um relato das histórias dos deuses nos moldes de Percy Jackson e os Deuses Gregos (e acabou de sair uma edição em português lindíssima toda ilustrada…just my luck). Trata-se de uma compilação de textos de vários autores com insights interessantíssimos sobre Percy Jackson, em especial sobre O Ladrão de Raios. A introdução fica por conta do próprio titio Rick, mas todo o restante são de outros autores.

Os textos variam sobre os mais diversos temas que povoam o universo criado por Riordan: como reconhecer (e escapar ileso) um monstro; as delícias (ou não) de ser uma caçadora de Ártemis; as habilidades parentais dos deuses do Olimpo (não muitas) e finaliza com um glossário com vários verbetes relacionados à mitologia grega. Serve como uma boa referência futura para quem quiser mergulhar um pouco mais no fascinante (e sangrento) mundo mitológico.

O livro também não apresenta um tom acadêmico, mas bem informal e leve, com muito bom humor. E mostra como muitos adultos voltaram a ser crianças com as aventuras de Percy e seus amigos. E dá para ler bem rápido (eu demorei porque está no kobo e não tenho lido muito com ele, e dei uma freada também quando vi que estava ficando atrasada com as resenhas aqui)