quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Excalibur

 

excalibur Acho que de todos da trilogia, este era o que eu me lembrava melhor. Claro que tinha esquecido muitas coisas, mas algumas realmente me marcaram. Como a batalha do Monte Baddon e a conversão de Derfel ao cristianismo. Não vou entregar como foi, mas com certeza é um fato chocante.

Mas vamos começar pelo começo. Concordo com Derfel, este é o mais sombrio da trilogia. E também acho que é o mais importante. Claro, a traição de Guinevere e Lancelot, tema central da lenda de Artur, está no final do segundo, mas igualmente importante é a vitória em Monte Baddon, quando Artur finalmente expulsa os saxões da Britânia e conquista sua tão sonhada paz, inclusive com a casinha no campo que ele sempre quis.

E é aí, no Monte Baddon, que aparece a razão de eu adorar esta Guinevere. Ela se redime de sua traição e parte para a guerra. Eu me lembrava muito bem dela no Monte, matando saxões. E gosto dela assim. Com certeza, mil vezes melhor que a beata hipócrita das Brumas. Ela tem mais destaque neste livro, o que eu acho fantástico. E, por tentar se redimir e reconquistar Artur, ela está ainda mais determinada e também mais solta, eu diria. E num livro dominado por personagens masculinas, ela brilha.

Mordred finalmente se revela como um verdadeiro soldado, para grande decepção de Artur. Isto porque o desgraçado (palavras de Derfel) toma gosto pela coisa, e parte para um reinado de terror e morte. E ele acaba se revelando um verdadeiro tirano (surpresa!) e encontra uma aliada a sua altura em Argante, a segunda esposa de Artur, a quem ele despreza após Monte Baddon (hell hath no fury…).

E quase me esqueço de outra personagem feminina fundamental: Nimue. Sua loucura finalmente a leva a extremos. Chega a dar raiva. Por outro lado, não posso deixar de me admirar por sua obstinação em tentar manter viva a antiga religião e tradição. Confesso que acho muito triste a expansão do cristianismo. E, ao mesmo tempo que dá raiva, a tentativa desesperada de Nimue dá pena, até porque presenciamos a decadência de uma mulher inteligente à total demência.

O livro alterna momentos sombrios com momentos mais leves. Mas os momentos sombrios são assustadores. Principalmente o final, com a maldição de Nimue em Ceinwyn e o ataque de seu exército de loucos. E é justamente nesse momento que se dá a conversão de Derfel. E isso me parte o coração, não só por ele perder a mão, mas porque ele está disposto a abrir mão de tudo em que acredita e se submeter e Sansum por amor a sua estrela de Powys. Apesar de ele não perder a astúcia e o senso de humor, acho que ele se anula um pouco com isso.

Enfim, Excalibur é o desfecho perfeito para esta trilogia fantástica, onde Artur não é rei, extremamente realista, mas que ainda assim mantém viva a magia da lenda.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia, só hj, atacando a net, li seu blog...Fiquei fã.
Devo dizer que a conversão de Derfel ao cristianismo foi a pior parte do livro, com certeza, mas já esperada, pois a cristandade estava se espalhando como a peste negra.
devo ressaltar um fato que muito me impressionou foi o resgate de Nimue da Ilha dos mortos. Sinistroooo. Também o fim de Isolda não foi o que eu esperava. E como torci p/ que o Lord camundongo tivesse a garganta cortada, mas , nem tudo são flores...
Não sou muito de escrever, então peço que desculpe os erros de português. jám li Avalon tbm.
Parabéns e continue com o ótimo Blog.

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Calvin!

Em primeiro lugar, seja bem vindo!

Obrigada pelo comentário! Também queria muito ver o Lorde camundongo morrer...O resgate da Nimue é mesmo muito legal, e dá dó o Derfel se converter...Mas acho que ele nunca foi um bom cristão, de qualquer forma ;D

Também adoro Avalon, mas esta trilogia é melhor. Me dói falar isso, porque por muito tempo, Avalon foi o meu preferido, mas esse superou. Os outros do Bernard Cornwell também são muito bons.

Beijos!

Fernanda