quinta-feira, 19 de maio de 2011

A volta do parafuso

 

volta parafuso Em uma mansão no interior da Inglaterra, uma governanta é encarregada de cuidar de duas crianças órfãs. Apesar de Miles e Flora se comportarem bem, serem inteligentes e afetuosos, há um desconforto crescente no ar, sobretudo depois que um misterioso e assustador estranho é visto nas redondezas, aparentemente procurando algo - ou alguém. A governanta terá então de lutar por seus pupilos, numa aterrorizante batalha contra o mal - uma batalha cujo desenlace será tanto mais terrível.

Desde que, ano passado, meu professor de Introdução aos Estudos Literários pediu para o pessoal fazer um seminário sobre esse livro eu fiquei com vontade de ler. Meu grupo não fez sobre esse, mas outro de Henry James (Os papéis de Aspern), mas ao ver a apresentação dos outros grupos, quis me matar por ter trocado. Não que Os papéis de Aspern seja ruim, pelo contrário, mas esse é muito melhor.

Neste, James desenrola um thriller psicológico de primeira. Uma garota de vinte anos, filha de um pároco e reprimida, é contratada por um homem para que tome conta de seus sobrinhos, numa mansão no interior da Inglaterra. O que ela ainda não sabe é que a casa em questão é assombrada pelos fantasmas de dois antigos empregados do tal homem. Ela então se coloca na desesperadora missão de proteger seus pupilos, sem saber que eles também vêem os fantasmas, mas fingem não saber de nada.

Não vou fazer análise nenhuma, pois muito já foi falado sobre esta obra de Henry James, sobre o caráter ambíguo da narradora, as sugestões de homossexualidade, pedofilia e outras coisas, tudo sem um,a comprovação, se eles viam mesmo os fantasmas (que, segundo a narradora, estavam atrás das crianças) ou se tudo não passa da imaginação extremamente fértil e influenciável da narradora. A narrativa é ótima, tudo fica nas entrelinhas e ficamos sempre tentando adivinhar o que está verdadeiramente por trás das aparições.

O clima sombrio está em tudo, desde as aparições até o caráter das crianças em si. Afinal, é de se duvidar de dois prodígios que fazem tudo bem, são sempre amáveis e lindos de morrer. Miles em particular me dá arrepios. O garoto tem dez anos, mas se comporta como adulto, em muitas cenas com a preceptora até com uma insinuação sexual. É perturbador, mas eficiente. A tensão é palpável e crescente, até chegar no clímax aterrorizante.

Com tudo isso, a história, que foi inicialmente publicado na forma de folhetim no jornal literário Collier’s Weekly foi um estrondoso sucesso em 1898, devido a sua alta carga de sugestividade, e continua até hoje a ser influente, e apesar da época, continua atual, que rendeu até várias adaptações para o cinema, a mais célebre com roteiro de Truman  Capote mas com o título de Os Inocentes (que eu não vi, mas se encontrar, vou ver). Recomendadíssimo.

5 comentários:

Fefa Rodrigues disse...

OIiii... acho que além do nome temos outra coisa em comum... o gosto!!! Já li todos os seus posts sobre os livros q eu gosto e tem muuuuuuuuuuuuuitos mesmo!!!!

Qt As Crônicas de Nárnia, minha preferida é O Menino e seu Cavalo...

e tbm concordo que o C.S. Lewis poderia aprofundar mais os personagens... mas ainda assim é fantástico, não!?

Fefa Rodrigues disse...

Ahhhh tomei a liberdade de adicionar seu endereço no meu blog, ok?!

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Fefa!

Obrigada! Vou colocar o seu blog aqui também (se eu conseguir entrar no blogger...). Não se engane pelo meu comentário, eu adoro Nárnia. Queria ir pra lá (de preferência encontrar o Caspian - hehe)!

Beijos,

Fefa Rodrigues disse...

Oii Fernanda

Nossa eu ADOREI Os Pilares da Terra, e esse das cinco familias já está na minha lista... os outros que vc sugeriu eu ainda não conhecia, mas me ja gostei tbm!!!

Agora esse desse post parece bem legal tbm né... ai meu Deus tem tanta coisa pra ler né... e uma vida inteira não é suficiente pra toda leitura q a genet quer fazer!!!!!!!!!

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Pois é, Fefa, tantos livros, tão pouco tempo...;D

Beijos!

PS: Esse também é bem legal. Vale a pena!