A terra fictícia denominada Nárnia, criada pelo escritor Clive Staples, é o espaço onde ocorrem as aventuras de animais que podem falar e onde o bem pode combater o mal. Seu enredo, que contém aspectos do Cristianismo, é apresentado de forma mais acessível as crianças. As Crônicas de Nárnia (do original The Chronicles of Narnia), em um único livro, traz os sete volumes que ultrapassaram o status de livros infantis e se tornaram grandes clássicos da literatura.
Bastou dizer que C. S. Lewis era amigo de Tolkien para eu me interessar por Nárnia. Ainda por cima o cara era escritor de fantasia, e com bichinhos falantes. Precisa mais? Só que, que me perdoem os fãs mais ardorosos, mas tenho que concordar com Tolkien: O Senhor dos Anéis é muito melhor (não vou tão longe como ele ao dizer que Nárnia era uma porcaria porque não acho que seja. Só mais infantil. Aliás, foi por isso que a amizade dos dois acabou).
Claro que o caráter catequizador não é lá um atrativo muito forte, mas eu sinceramente não vejo isso muito claramente (só nas duas primeiras histórias. Mas também não sou profunda conhecedora da Bíblia). O que vale mesmo é que, no geral, trata-se de uma fantasia deliciosa de se ler.
Particularmente, gosto mais das histórias em que Caspian aparece, sendo que Príncipe Caspian é a minha favorita (e, não, não tem nada a ver com o fato de o Caspian do cinema ser uma delícia para os olhos). Elas são as mais agitadas e com cara de aventura. Fico triste por Peter e Susan só participarem de duas, e porque eventualmente todos os Pevensie acabam deixando Nárnia de vez. Mas dá para entender o ponto de vista do autor: é o crescimento, e chega a hora de cada um deles deixar para trás a infância.
Como já mencionei, a minha favorita é Príncipe Caspian. Ela é a que mais tem nuances de emoções: revolta, vingança, lealdade, desconfiança… Para mim, é que tem mais profundidade.
Aliás, esse é o maior problema de Nárnia: os personagens são preto no branco, ou seja, são sempre bonzinhos ou sempre vilões. Mesmo Edmund, ao trair seus irmãos, não o faz por maldade, mas inocência. Ele realmente acredita na Feiticeira Branca. E não há um granda vilão, como Sauron ou Gollum, pra ficar na mesma categoria de livros. Dessa forma, a história se torna um tanto previsível e não há uma grande reviravolta (e me refiro a todas as historinhas aqui).
Uma coisa que me agrada, por outro lado, é a mistura de seres fantásticos que aparece: minotauros, faunos, animais falantes…Ripichip em especial é uma graça (mais ainda que no filme). E a primeira história, The magician’s nephew (não tenho certeza se na tradução está O sobrinho do mágico ou do feiticeiro, então resolvi colocar em inglês, que foi como eu li, de qualquer forma), que conta como Nárnia surgiu, é uma cópia quase exata do Gênesis (essa pelo menos eu sei).
Ainda assim, é uma leitura leve e gostosa, que eu recomendo principalmente para crianças (apesar de “crianças” como eu também gostarem muito). E, já digo que vou reler antes do próximo filme (ou, pelo menos, A viagem do Peregrino da Alvorada).
Trilha sonora
A trilha sonora original dos filmes mesmo é ótima. Destaque para Evacuating London (aquela que toca quando eles estão no trem para a casa do Professor), Wunderkind, da Alanis, The Call, de Regina Spektor, do segundo, e, claro, This is Home, do Switchfoot (apesar de ela só tocar nos créditos finais do segundo, e numa versão diferente do clipe. Prefiro a do clipe). Também de uma trilha inspirada (ou seja, não original) Waiting for the World to Fall, do Jars of Clay.
Filmes
São uma exceção à regra: ambos são beeeem melhores que os livros. Se nos livros os personagens são muito planos, nos filmes eles já têm áreas cinza. Principalmente no segundo. E foram valorizadas passagens que nos livros são de meia página (como a batalha no final do primeiro). Também gostei dos acréscimos criativos dos filmes. Por exemplo, no segundo, na hora que aquele bicho feio, junto com o anão (que aliás é interpretado por ninguém menos que Warwick Davies, nosso querido Professor Flitwick, de HP) invocam a Feiticeira Branca. Isso não está no livro, mas foi bem explorado. Na verdade, de novo, meu preferido é Príncipe Caspian (e de novo, não tem nada a ver com Ben Barnes, apesar que isso ajuda muito). O filme é mais dark que no livro (e também que o primeiro filme), e Peter está mais briguento (aquela briga do começo no metrô também não está no livro, mas eu adorei), Susan parte para a briga, em vez de ficar só olhando, e Edmund mostra um senso de humor sarcástico delicioso. E posso adiantar que teremos mais desses desvios no terceiro (Peter volta! Eba!). Pra conferir o trailer: A viagem do Peregrino da Alvorada
Se você gostou de As Crônicas de Nárnia, pode gostar também de:
- O Senhor dos Anéis – J R R Tolkien
- O Hobbit – J R R Tolkien
- Coleção Harry Potter – J K Rowling
- Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan
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