quarta-feira, 20 de março de 2013

TWD – Ascensão do Governador –Trilogia do Governador #1 – J. Bonansinga & R. Kirkman

 

TWD - Rise of GovernorNo universo de The Walking Dead (uma admirável BD agora transformada numa premiada série de TV) não há maior vilão do que o Governador. Ele é o déspota que governa a cidade isolada de Woodbury e tem doentias noções de justiça: seja a forçar prisioneiros a combater zumbis na arena para divertimento dos locais, seja a destroçar violentamente aqueles que o confrontam. O Governador é um vilão que tão cedo não se esquece e a sua história é uma das mais controversas que Robert Kirkman, criador de The Walking Dead, alguma vez concebeu. Agora, pela primeira vez, os fãs irão descobrir como é que o Governador se tornou neste homem implacável e aquilo que o levou a tais extremos.

ATENÇÃO! SPOILERS CASO VOCÊ NÃO ASSISTA A SÉRIE!

Confesso que não pensava em ler esse livro. Não me interessava pela série (falo mais dela em outro post), mas acontece que comecei a assistir pra valer agora, e não é que viciei? Tanto que fui logo atrás do livro, pra saber mais sobre o Governador, um dos vilões que com certeza vai entrar para a história.

O livro começa umas duas semanas antes da praga começar. As agências de notícia ainda funcionam precariamente, mas não informam muita coisa, e o caos começa a se instalar. Pessoas fogem de suas casa, lojas são saqueadas, e os zumbis perambulam pelas ruas, atrás de um lanchinho. É esse o cenário que se desenrola enquanto Brian, Philip (ops!) e Penny (duplo ops! Alegre) e mais um pequeno grupo de amigos de Philip tentam sobreviver.

Brian Blake é o irmão mais velho de Philip (quem vê a série já adivinhou alguma coisa, não?), mas é o menor dos dois, e mais fraco. Sofreu bullying na escola, é contra as armas (na verdade, contra violência em geral) e acredita que os zumbis ainda tem salvação, ou cura. É um covarde (segundo ele mesmo) e é quem mais toma conta de Penny. Por outro lado, é inteligente, pensa muito antes de tomar alguma decisão ou atitude e é absolutamente leal ao irmão, a quem idolatra.

Philip é o líder por natureza. Faz o que tem que fazer para manter sua filhinha e todos no grupo vivos. É bem verdade que às vezes se ressente por ter que cuidar do irmão mais novo, mas quando o assunto é família, não há discussão: ele defende com unhas e dentes, como um leão (oi! Um Lannister perdido?). Philip é decidido e não tem frescura. É bom pai, amoroso com a filha, e tem um modo de dar ordens que inspira obediência imediata, sem intimidar. Prestem atenção à descrição de cada um aqui. Vou retomar daqui a pouco.

Do grupo, ainda vale destacar Nick, melhor amigo de Philip, durão como ele, mas muito devoto e tem a cabeça no lugar. Quer dizer, é muito racional. Segue Philip sem pestanejar e é o primeiro a notar as mudanças ocorridas no amigo.

Porque o mais legal do livro é justamente ver como as personagens evoluem e mudam, até invertendo seus valores, quando colocados em uma situação extrema como esta. Agora é a lei do mais forte, sobrevivência do mais apto. E isso, juntamente com todo o horror que eles testemunham, faz a pessoa mudar radicalmente. Brian aos poucos passa do fracote para o prático e destemido. E Philip vai deixando de lado as características do líder racional e cada vez mais deixando seu lado animalesco tomar conta, (SPOILER) até o ápice com a morte de Penny (que, só um comentário, é boazinha, não merecia, mas eu li essa parte logo depois de ver um episódio em que o Governador é particularmente FDP, então não pude deixar de pensar: bem-feito!). Aí é que ele perde de vez as estribeiras. Mas muito antes disso, ele já dava mostras de sadismo e um prazer doentio na matança, chegando a assustar seus amigos.

O livro é recheado de ação, mas muito bem mesclado com momentos de calmaria. Exatamente como a série. Aliás, a sensação é exatamente a de assistir um episódio: tensão, medo, aflição, tudo misturado. A narrativa é em terceira pessoa, e se alterna entre personagens, principalmente entre Philip e Brian. também é no presente, o que deixa a ação muito mais próxima da gente, mais imediata. Senti falta de Rick, Daryl e cia, e ficava imaginando onde eles se encontravam a cada página, mas a história aqui é tão envolvente e viciante como na série.

Trilha sonora

New divide, do Linkin Park é perfeita. Eu sei que não foi, mas parece que foi escrita especialmente:

There was nothing in sight
But memories left abandoned
There was nowhere to hide
The ashes fell like snow (…)

In every loss
In every lie
In every truth that you'd deny
And each regret
And each goodbye
Was a mistake too great to hide

Confira o resto da letra. Também Smells like teen spirit, do Nirvana (we are stupid, and contagious…) e em homenagem ao gosto musical de Brian (e porque também tem a ver), Fear of the dark, do Iron Maiden e Back in Black, do AC/DC.

Se você gostou de TWD – A ascensão do Governador, pode gostar também de:

  • As Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R. Martin;
  • The Walking Dead HQ;
  • Bento – André Vianco;
  • O Vampiro-rei 1 e 2 – André Vianco.

E também recomendo ler O Viajante Cinzento, que meu amigo Nerito está postando no blog dele, O Guardião de Histórias. O que aconteceria se O Senhor dos Anéis encontrasse The Walking Dead e As Crônicas do Gelo e do Fogo? Descubra no blog dele!

6 comentários:

Bruna disse...

Olá
Gostei da sua resenha.
Porém nunca li este livro e nem tenho interesse... O tema não é dos meus favoritos...
Beijos

cocacolaecupcake.blogspot.com.br

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Bruna!

Eu também não me interessava muito, até que umas amigas me disseram que a série é muito legal. Eu já tinha tentado começar a assistir, mas não tinha gostado muito, mas me disseram para persistir...e viciei! E o livro na verdade só faz sentido mesmo para quem vê a série.

Beijos!

Vitor disse...

Fernanda, quem assiste a série e lê os livros não tem como não viciar, Robert criou um mundo apocalíptico tão próximo da realidade, que ele nos ensina como sobreviver se realmente houver um apocalipse zumbi.

Samuel Medina (Nerito Samedi) disse...

Oi!

Eu disse que aparecia, não disse! Ufa, até que enfim.

Uma coisa que eu acho interessante nos seus textos é que você sempre separa uma trilha sonora. Acho que já comentei isso aqui antes, mas de qualquer forma falo de novo. Eu tenho um gosto musical muito restrito, mas geralmente o que você indica aqui é muito bom!

Agora, sobre o livro... eu já li um bocado de livros de zumbis, pois sou fã do gênero desde a adolescência. Então, foi difícil não gostar do enredo. Achei a narrativa dinâmica e... bem, acho que se eu falar demais vai ficar meio spoiler, né? rs... Mas as reviravoltas são bem legais.

Beijos,

Nerito

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi gente!

Vitor, é mesmo. Dá até medo, de tão realista que é.

Nerito, obrigada! Eu não sou muito fã de zumbis, mas agora que comecei de verdade com TWD, viciei legal. Também gostei bastante da narrativa, cheia de ação, bem próxima da série, e as reviravoltas são ótimas, sempre pegam a gente de surpresa. Realmente é difícil comentar sem dar spoiler.

Beijos!

Nadia Viana disse...

Fê, eu não tinha visto essa resenha. Como pode? rs
Adorei. Quero ler os dois livros. Adoro demais a série de tv.

Beijos.