Há algo estranhamente familiar em Daniel Grigori. Misterioso, ele captura a atenção de Luce Price desde o momento que ela o vê em seu primeiro dia no internato Sword & Cross, em Savannah, Georgia. Ele é o único brilho em um lugar onde celulares são proibidos, os outros alunos são toscos e câmeras de seguranças acompanham todos os movimentos. Mesmo que Daniel não queira nada com Luce, e faz com que isso fique bem claro, ela não consegue deixar pra lá. Atraída por ele como uma mariposa é atraída por uma chama, ela tem que descobrir o que Daniel está tão desesperado pra esconder, mesmo que isso possa matá-la.
Já fazia um tempo que eu estava para ler este livro. Aí, uma amiga minha me falou que estava lendo o segundo, que eu pedi emprestado, então resolvi ler. O que me atraiu em primeiro lugar foi a capa, que é linda, mas sinceramente, eu esperava mais do livro. Não que seja ruim, mas a narrativa deixa um pouco a desejar.
Luce é uma menina de dezessete anos, obrigada a entrar na Sword & Cross, um tipo de reformatório, por causa da morte trágica de um colega. Como se isso não bastasse, ela ainda vê sombras toda hora, sombras essas que parecem querer se aproximar de Luce e levá-la a algum lugar (alguém aí já pensou em esquizofrenia?). Não é fácil ser Luce, e ainda por cima, ela conhece na tal “escola” Daniel Grigori, lindo, loiro, misterioso, e estranhamente familiar. Só que o cara não dá bola para Luce, ao contrário, ele faz de tudo para afastá-la.
E história é familiar, né? Pois se você lembrou de um certo vampiro brilhante, acertou em cheio. Aliás, não dá pra deixar de citar uma cena em particular, que é igualzinha à do carro que quase acerta Bella. Logo no segundo dia de internação, Luce tem que pagar um castigo no cemitério que tem no lugar. Acontece um acidente, e uma estátua enorme cai bem em cima de Luce. Quem está lá para salvá-la? Sim, Daniel acaba segurando a tal estátua, e depois sai correndo. Fala sério, troca a estátua por uma carro e é a mesma coisa.
Mas, ao contrário de Crepúsculo, o livro tem um ritmo mais arrastado. Luce demora muito para sacar ó que Daniel é e fica muito tempo um chove-não-molha, com eles se aproximando e depois se afastando, que fica meio irritante. Isso dura quase até o fim do livro. Isso deixa o livro morno, e para falar a verdade, mesmo o final é meio morno também, nada da adrenalina do outro, ou de Vampire Academy (aqui já sou suspeita para falar algo, já que amei a saga).
Luce vive consumida pela culpa pela morte de seu amigo, e se sente excluída por ter que ir embora, se afastando de seus pais e da melhor amiga para entrar na Sword & Cross. Tudo bem, ela tem motivos para isso, mas é muito chato ficar páginas e mais páginas, parágrafos inteiros lendo como ela se sente culpada e imaginando se não é louca. E a sua obsessão por Daniel beira a ilegalidade (stalker!).
Daniel, por outro lado, é extremamente monossilábico. Quase não fala nada, e quando o faz, parece que faz de má vontade. Até Edward tem mais carisma, e passa longe de Dimitri (se bem que para tentar se igualar a ele precisa mudar a cor do cabelo, para começar). E ele também se atormenta o tempo todo. Está mais para querubim do que para anjo caído na maior parte do livro. No final ele muda um pouco, mas ainda não chega nem perto de ser tudo que deveria ser. Definitivamente ele deixou a desejar como protagonista.
O que ajuda muito na leitura são os coadjuvantes, começando por Cam. Ele é outra ponta do triângulo amoroso formado por Luce e Daniel, só que é bem mais legal que este. Também faz o tipo misterioso, mas é bem amis relaxado, não leva as coisas tão a sério quanto Daniel, e não tem medo de se arriscar. A combinação de cabelos pretos e olhos verdes também contribuem, e muito, para que ele seja muito mais atraente. Não é um Adrian, mas se eu fosse Luce, ficaria com ele.
Ainda para melhorar um pouco, logo que Luce chega à Sword & Cross, ela faz amizade com Ariane, uma menina da mesma idade que ela, mas debochada e doidinha. Adorei Ariane logo de cara. Ela é imprevisível, sempre com um comentário sarcástico para fazer e um bom humor contagiante. Completando o time de coadjuvantes bacanas está Gabbe, uma garota que chega à escola no mesmo dia que Luce. Ela já faz o tipo docinho, mas não se engane. Ela é durona e também faz uns comentários hilários, como lamentar que vai estragar a manicure antes de dar uma surra em alguém.
E também merece destaque a Srta. Sophia (minha majestade felina está indignada com o uso de seu nome), a bibliotecária/professora que parece entender Luce e é a única no reformatório que parece normal, e até meio alheia ao que a rodeia. Finalmente, Penn, a única amiga normal de Luce, e que a ajuda na descoberta de quem é Daniel. Ela dá uma certa leveza à trama e traz um senso de normalidade a um local que foge à lógica em todos os aspectos. E o cenário decadente não faz nada para ajudar. Tudo na Sword & Cross dá a impressão de abandono e isolamento e alienação.
O livro melhora no quarto final, e dá o impulso para continuar a série. E confesso que estou curiosa para saber como continua. E não se deixe levar pela resenha, que eu sei que foi rigorosa demais, mas apesar de todos os defeitos que tem, dá para ler rápido, e repito, o quarto final, quando a gente já sabe mais sobre Daniel e Luce, fica empolgante. E a autora ainda deixou algumas coisas em aberto, para explicar mais tarde, deixando o gancho para os próximos.
Trilha sonora
Fallen e Angel da Sarah McLachlan vem de graça. Não dá nem para contestar, apesar de óbvias:
Truth be told I've tried my best
But somewhere along the way
I got caught up in all there was to offer
And the cost was so much more than I could bear
Though I've tried, I've fallen...
I have sunk so low
I have messed up
Better I should know
So don't come round here
And tell me I told you so...
(Fallen)
Spend all your time waiting
For that second chance
For a break that would make it okay
There's always some reason
To feel not good enough
And it's hard at the end of the day
I need some distraction
Oh beautiful release
Memories seep from my veins
Let me be empty
Oh and weightless and maybe
I'll find some peace tonight
In the arms of the angel
Fly away from here
From this dark cold hotel room
And the endlessness that you feel
You are pulled from the wreckage
Of your silent reverie
You're in the arms of the angel
Maybe you find some comfort here
(Angel)
Ainda Sick Cycle Carousel, do Lifehouse, e Out of blue comes green, do A-ha (outra banda que eu amo, só peço que ignorem a legenda do vídeo)
Father
Proud that I am
To be born into such hands
Your love so renewing
And I know I can lose it
Part of life ... you can't choose it
As I touched the horizon
It just felt like I'd die soon
E para finalizar, I knew I loved you, do Savage Garden.
Se você gostou de Fallen, pode gostar também de:
- série Os Imortais – Alyson Nöel;
- saga Crepúsculo – Stephenie Meyer;
- The Vampire Diaries – L. J. Smith;
- série Vampire Academy – Richelle Mead;
- série House of Night – P. C. e Kristin Cast
Um comentário:
feeee
chegou meu azincourt e os dois primeiros das Cronicas do Gelo e do Fogo... dai que eu ia ler o Terra em Chamas... mas agora simplesmente não consigo decidir qual ler!!!!!!!!
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