domingo, 24 de outubro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte

harry 7 Em ''Harry Potter e as Relíquias da Morte'', o encontro inevitável com Lord Voldemort não pode mais ser adiado. Harry, no entanto, precisa ganhar tempo para encontrar as Horcruxes que ainda estão faltando. E, pelo caminho, descobrir o que são afinal as Relíquias da Morte e como ele pode usá-las contra o Lorde das Trevas. Seguindo as poucas pistas deixadas por Dumbledore, Harry conta apenas com a ajuda dos leais amigos Rony e Hermione.
Juntos, eles percorrem lugares nunca visitados, descobrem histórias nebulosas sobre pessoas queridas e acabam por desvendar mistérios que os incomodavam há muito tempo. Enquanto Harry, Rony e Hermione vagam por diferentes lugares em busca de pistas, J. K. Rowling vai revelando aspectos até então desconhecidos sobre os principais personagens.

 

Reli esse livro em preparação para ver o filme (apesar de não precisar de motivo para ler Harry Potter). Até porque se for meter o pau no último, desse jeito posso fazer com toda a autoridade. E aviso logo de cara: SPOILERS! E muitos deles, por isso se você não leu ainda As Relíquias da Morte, leia o que vem por aí por sua conta e risco.

Decidido a encontrar as horcruxes, Harry sai com Ron e Hermione em sua busca pela Inglaterra, que vive um momento de instabilidade no mundo bruxo, e também terror. Muito terror. Esse livro é um verdadeiro banho de sangue. Contei pelo menos 16 mortes, entre bonzinhos e bad guys, e, uma que me doeu muito: Hedwig (ou Edwiges) a fiel coruja de Harry. Chorei quando li. Mas na verdade há muito mais morte. Só estou contando mesmo a de personagens mencionados por nome, principais e secundários.

E já que estou falando das mortes, vou logo para a que mais me afetou. Fred Weasley. Por que, POR QUE Rowling tinha que matar Fred? E o mais injusto disso é que ao matar Fred, ela matou também George, pois é dito que George nunca mais será o mesmo sem seu gêmeo. E sua morte foi tão injustificada, de graça. Todos os outros dá pra entender: Moody, Lupin (apesar de também me cortar o coração), Sirius, Dumbledore…Todos tem um propósito para morrer, mas Fred? Juro que fiquei indignada com isso. Sempre achei, e para mim fazia mais sentido, que se um Weasley morresse, seria Percy, como um último ato de redenção (lembrem que ele se virou contra a família). Ou Ron. Me dói dizer isso, mas se Ron morresse eu também entenderia. Mas não, em um milhão de anos, Fred. Chorei quando li. E até hoje, depois de ler três vezes (e, com certeza vou ler de novo), ainda não me conformo.

Outro exagero de Rowling: por que deixar o pobre Teddy Lupin órfão de pai e de mãe? Já foi um choque para mim saber que Lupin morre (lembrem que ele é meu lobisomem preferido), mas matar Tonks também? Pra quê? Não senti tanto como de Fred, mas mesmo assim fico triste. E, tudo bem, Harry é o padrinho, mas ele vai criar o garoto? De algum modo não vejo isso. Acho que o bebê fica com a avó Andrômeda.

E quase me esqueço de um personagem muito importante que morre bravamente: Dobby. Também é de partir o coração. O elfo literalmente dá a vida para salvar Harry e seus amigos, num ato de coragem extrema. E de todos, com exceção de Fred, essa é a morte que mais afeta Harry, impulsionando-o a tomar uma importante decisão.

E, outro personagem central: Severus Snape. Acho que ele é , sem dúvida, o melhor personagem da série (apesar de meus preferidos serem os gêmeos). Sua ambiguidade é o que faz dele tão fascinante. Ninguém tem certeza, até o fim, de sua fidelidade: Voldemort ou Dumbledore. Na verdade, como Rowling deixa bem claro, ela está com Lily Potter. Sempre esteve, mas isso só é revelado no seu leito de morte. E eu sempre soube que ele era fiel a Dumbledore, desde que li pela primeira vez A pedra filosofal, dez anos atrás (eu sei do período porque eu estava no último ano da faculdade de veterinária). Nunca duvidei disso nem por um segundo. E, um fato muito importante a ser discutido sobre a morte de Dumbledore, é que Snape hesitou ao fazê-lo, fato que passa despercebido a Harry. Fora que Snape teve muitas oportunidades de matar Harry, ou entregá-lo a Voldemort, mas não o fez. Digam o que quiserem, o posicionamento de Snape para mim sempre foi muito claro. Eu não contava com seu patrono ser uma corça por causa de Lily, mas de resto eu nunca duvidei. Nem de seu amor por Lily e seu consequente ressentimento em relação a James e Harry (pra quem ainda não entendeu, para Snape, Harry deveria ser seu filho). E, só como curiosidade, só uma pessoa, além de Rowling, sabia o destino de Snape: Alan Rickman, seu intérprete, que jurou não contar a ninguém, e cumpriu a promessa.

E lembram que eu disse para guardar a informação de que Dumbledore sabia que ia morrer. Pois isso se confirma neste último (?) livro. E, quem leu sabe que ele não morreu. Passou para outro plano, talvez, deixando para trás seu corpo. Mas ele continua passando ensinamentos a Harry, da mesma forma que ao morrer Obi-Wan faz com Luke. E mais uma semelhança: Obi-Wan diz que ao morrer só ficaria mais poderoso que Darth Vader jamais poderia sonhar, mas isso poderia muito bem sair dos lábios do brilhante bruxo. Já falo mais sobre isso. Agora, de volta a Dumbledore, ele tanto sabia que ia morrer, como planejou tudo contando com esse fato. Essa é uma parte essencial que eu espero que não seja cortada no filme. E também gostei de saber que Dumbledore, como todo bom personagem, tem áreas cinzas, que não é perfeito.

E ainda mais uma morte importante: do próprio Harry. Sim, ele morre, para poder voltar com um upgrade. E ouso dizer que o poder que ele tem e que o Dark Lord desconhece não é amor, mas que Harry não tem medo da morte. Ao contrário, ele entende que isso tem que acontecer e abraça seu destino sem reservas. Ele precisa passar por esse processo para que tenha forças para continuar na batalha. E é isso que Voldemort não entende, que a morte não precisa ser o fim, mas sim um novo começo.  E essa é outra coisa que não pode ficar de fora do filme de jeito nenhum: Harry falando com Voldemort antes de derrotá-lo definitivamente.Prova de que é exatamente o medo da morte que é a fraqueza de Voldemort é a cena da batalha no cemitério no quarto, quando acontece o Prori Incantatem. Voldemort teme os fantasmas que aparecem, o que o deixa vulnerável, e dá tempo para que Harry escape. 

Uma coisa que Rowling, the Godess, não explicou direito, pelo menos eu não consegui ver, foi a importância de Harry ter exatamente os olhos de Lily, a não ser por uma coisa. Nesse diálogo que eu mencionei, tem uma linha que fala: red and green, ou seja, Harry encarando Voldy. E pensei numa coisa, que talvez não tenha nada a ver, mas que não acho que seja coincidência: a maldição fatal lança jatos de luz verde e Stupefy lança jatos vermelhos. Quem mata quem? Acho que não preciso responder.

E uma personagem que confirma tudo que eu tenho falado sobre ela é, claro, Luna. Já disse que adoro Luna, e apesar de parecer avoada, ela prova que é uma bruxa poderosa. Afinal, não à toa ela está na Corvinal. E aqui ela mostra porque. Sua coragem e seu jeito peculiar de ver a vida se mostram chave para mantê-la e Olivander na casa dos Malfoy. Ela luta como uma leoa, e ainda bem que ela não morre. Pra quem quer saber, já vi em algum lugar que ela se casa e sai com o marido em busca daquele bicho esquisito.

Falando em Malfoy, dá pra perceber, pra quem lê nas entrelinhas que ele acaba meio que se redimindo de suas maldades. Já fica provado no sexto que ele não é exatamente como seu pai. Acho até que ele é corajoso, já que tem que mentir para ninguém menos que Voldemort, o maior legilimens que existe, coisa que não deve ser fácil. Para quem pensa o contrário, lembrem-se que ele tem plena consciência do que acontece com quem trai Voldemort. E no final ele até tenta fazer com que seus brutamontes (vulgo Crabbe e Goyle, que neste livro até falam) não machuquem Harry. E não tenho certeza que ele entregaria Harry a Voldy. Acho que não, baseado no que ele sofre no sexto e no sétimo. Ele percebe que está do lado errado, mas tem medo do que irá lhe acontecer (e a seus pais) se pular fora. E acho que ficou faltando ele e Hermione darem uns malhos. Pra que está se mordendo de indignação agora: todo aquele desprezo que Draco tem por Hermione, para mim, não passa de paixão recolhida. E não entendo porque Rowling não gosta dele. Como eu já disse, é pena que ele não tenha mais destaque, porque eu acho que ele é um personagem fantástico.

De todos, este é o livro que mais prende minha atenção. Os eventos são todos encadeados, e o ritmo é acelerado. Quando leio, não consigo parar. Da primeira vez que eu li, o fiz em 4 dias, porque coincidiu com um fim de semana e eu estava de folga e com uma gripe daquelas. Como agora estou trabalhando, levou um pouco mais (6 dias), e fico tensa sempre, mesmo sabendo o que vai acontecer. Ou, por causa disso mesmo. Por exemplo, quando Fred morre, eu já sofro por antecipação. O Cálice de fogo ainda é o meu preferido, mas seguido de perto por Relíquias. Só que não gosto muito de ler, porque ele traz aquela sensação de finalidade, de fim. Uma tristeza porque sabemos que acabou. Eu gostaria de saber o que acontece naqueles longos dezenove anos entre o fim e o epilogo, se Harry virou auror (ouvi dizer que sim), como Ron e George estão levando a loja, enfim, tantas outras coisas. Ouvi em algum lugar que Rowling vai escrever algo mais sobre a serie, sim, mas ate la, são só especulações. E eu tenho algumas idéias para ela escrever sobre os Marotos, alguma aventura dos gêmeos (o livro podia se chamar Gemialidades Weasley), sobre Luna…Tanta coisa. Mas por ora só o que podemos fazer e agradecer por este presente que foi Harry.

Trilha sonora

Bring me to life, do Evanescence, assim como Phoenix from the flames, do Robbie Williams (que eu AMO, alias) são perfeitas. Ainda, especialmente para George Weasley, Perfect memory, do Remy Zero, uma musica triste mas que eu adoro. Como também o mundo bruxo esta em guerra, Uprising, do Muse e This is war, do 30 seconds to Mars. E ainda In the End, do Linkin Park, cai como uma luva:

I tried so hard and got so far
But in the end, it doesn't even matter
I had to fall to lose it all
But in the end it doesn't even matter

E, para finalizar, All good things come to an end, da Nelly Furtado

Why do all good things come to an end?

Me pergunto a mesma coisa.


Se você gostou de Harry Potter e as Relíquias da Morte, pode gostar também de:

  • coleção Harry Potter – J K Rowling
  • coleção da Herança – Christopher Paolini
  • O Senhor dos Anéis – J R R Tolkien
  • Coração de tinta – Cornelia Funke
  • coleção Percy Jackson – Rick Riordan
  • coleção A Bússola de Ouro – Philip Pullman

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