terça-feira, 10 de setembro de 2013

Dezenove Luas – Beautiful Creatures #4 – Kami Garcia, Margareth Stohl

 

19 luasATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU O RESTANTE DA COLEÇÃO BEAUTIFUL CREATURES!

A vida toda eu quis sair de Gatlin. Escapar da mentalidade provinciana de cidade pequena, das encenações de batalhas da Guerra Civil…Mas isso foi antes de encontrar a garota perfeita, a mulher dos meus sonhos, Lena Duchannes.Foi ela quem me revelou um novo lado da cidade – poderoso, amaldiçoado e escondido. Ela se tornou minha âncora, minha casa, meu lar.

E justamente agora, quando eu não gostaria de ir a lugar algum, precisei abandonar tudo. Deixar todos para trás. Foi o preço para restabelecer a Ordem das coisas. Não me arrependo. Era o que precisava fazer. Não podia ver meus amigos e minha cidade simplesmente desaparecerem do mapa. Aliás, nem mapa ia existir, do jeito que as coisas se encaminhavam.

Depois do que aconteceu na torre de água durante a Décima Oitava Lua, acordei do outro lado com apenas um pensamento: retornar. Para Lena. Para meus amigos. Para Amma e meu pai. Tia Marian. As Irmãs…Link. Farei qualquer coisa: confiar em velhos inimigos, arriscar a vida de terceiros, o que restou da minha alma. Preciso voltar. Não posso existir sem Lena.

E eu sei que ela sente o mesmo. Ela está em Gatlin, neste exato momento, tentando me ajudar. Juntos, podemos tudo. Será?

Vocês devem lembrar que eu disse aqui - Dezoito Luas que eu não aguentava o final dele. Foi como reler o final de A Dance with Dragons (aqui eu coloquei só o último link relacionado, sobre Jon, e que é o que faz sentido aqui) e sofrer tudo novamente. Mas estou ficando calejada, e Kami Garcia e Margaret Stohl (só bem depois é que eu vi que escrevia o nome dela errado, mas resolvi deixar por preguiça) não são o Santa Claus from Hell. E como diria Ihmotep (será que escrevi certo?): death is only the beginning. Neste caso, literalmente.

Depois de se sacrificar da torre de água de Summerville (e tenho que admitir que embora isso fosse meio previsível, eu quase chorei com Ethan se despedindo de Lena e Amma e todo mundo que ele conhecia) para restaurar a Ordem, Ethan acorda no que acredita ser o céu, ou o que quer que exista do outro lado. Na verdade, é exatamente isso, o outro lado, e ele está em sua casa, em seu quarto. No início, Ethan estranha um pouco, até que encontra sua mãe fazendo tomates verdes fritos (impossível não lembrar do filme – chuif, chuif). E é aí que ele se dá conta de que está realmente morto. Instantaneamente, Ethan se sente melhor. Afinal, quem não gostaria de reencontrar um ente querido que já se foi? Mas ao mesmo tempo, ele não esquece Lena, e quer a todo custo voltar para ela.

Legal que mesmo do outro lado, Ethan se pergunta o que aconteceu com quem ficou em Gatlin, qual foi o impacto de sua escolha nas pessoas a quem ama? E ao mesmo tempo que ele gostaria de ficar com sua mãe, e que ela conhecesse Lena, ele sabe que seu lugar não é ali e que precisa voltar. Também achei legal que ele está um tanto revoltado, por ter sido forçado a fazer uma escolha com a que fez, e sacrificar a vida inteira, mesmo só tendo 17 anos. Mas ele não se arrepende, sabe que fez o que deveria ter feito. E é isso que faz de Ethan um herói de verdade.

Neste, mesmo estando morto, ele está mais maduro. Ou talvez seja exatamente por isso. Ele ainda temem muitas coisas, mas não tem mais os mesmo medos e inseguranças de antes. Mas ele não está sozinho. Ele reencontra também sua tia Prue, que revela que ele não deveria estar ali, sua morte foi um erro. Isso é importante. Sua morte foi escrita e acrescentada às Crônicas Conjuradoras, e para retornar ele precisa pegar a página e destruí-la. Mas isso não será fácil. ele terá que passar por várias provas até que consiga, e mesmo assim não é certo de conseguir. E isso tudo vai contribuir par ao crescimento dele a longo do livro.

Nessa jornada, ele encontra também figuras interessantes, como o tio de Amma, tio Abner, o barqueiro, que vai pelo nome de Charlie, e Xavier, que é o Guardião do Portal. Todos eles vão contribuir de alguma forma para que Ethan cumpra sua jornada. Pena que suas participações sejam breves, de um no máximo dois capítulos. Mas todas são relevantes.

Enquanto isso no lado dos vivos, Lena e Amma fazem o que podem para ajudar Ethan. Elas sabem que ele não se foi realmente, principalmente Amma, por causa do acordo que ela havia feito com o bokor. E mesmo que não acreditem nisso, Link, Liv e John as apoiam incondicionalmente. John especialmente. E o que ele está disposto a fazer para reaver Ethan é o máximo da nobreza. Não estou exagerando. Ele realmente mudou muito, e sabe que tem uma dívida grande com Ethan. Como eu havia dito, na verdade, John é vítima das circunstâncias, mas ele soube fazer a escolha certa. Claro que ter Liv em sua vida ajudou, e os dois estão mais juntos que nunca. Só não dá para saber muito deles porque eles aparecem pouco, e pelo ponto de vista de Lena, que está focada em uma coisa, e uma coisa apenas: reaver Ethan.

Lena está sofrendo pela falta de Ethan, mas se ocupa procurando pistas de que ele esteja tentando se comunicar com ela (o que claro, ele está), e formas de trazê-lo de volta. Ela também amadureceu muito, aceitou que tem tanto Trevas como Luz dentro de si, e mesmo sofrendo muito entende o sacrifício de Ethan. Lena com certeza é uma das mocinhas mais fortes que eu já vi. Não fica chorando pelos cantos, e faz o que tem que fazer, independente de sua vontade. Gosto muito dela por isso.

Outros personagens retornam. Ridley, com sua imprevisibilidade e dualidade (ela é das Trevas mesmo, ou é do time do bem? Ela gosta mesmo de Link, ou só dela mesma?), e isso a torna fascinante; Abraham, a forma de todo o mal no universo de Gatlin; Sarafine, e o ódio por tudo e por todos. Cada um tem sua participação e seu papel na jornada de Ethan.

O livro é mais sombrio, e mais paradinho, cheio de descrições e questionamentos. Mas mesmo assim não dá para largar. Ele perde por ser um tanto previsível, mas nada que afete a trama. E as autoras souberam dar um bom fechamento para a história, apesar de a gente querer ficar mais tempo com Ethan e Lena, Link e Ridley e John e Liv. Aliás, seria muito legal se surgissem spin-offs com eles. Seria uma forma de explorar esses personagens ricos e cheios de camadas.É uma coisa que eu esqueci de mencionar nos outros: prefiro o nome em português: Dezesseis, Dezessete, Dezoito e Dezenove Luas, do que em inglês. A saber: Beautiful Creatures, Beautiful Darkness, Beautiful Chaos e Beautiful Redemption. Acho em português, com a sequência das luas mais legal. Eu confesso que não esperava muita coisa da série,mas acabei me apaixonando. Vale a leitura.

Trilha sonora

Começo com Darkness (stay with me, stay with me, please, cause I´m living, living in the darkness…) e Every Night (I´m coming home to you, every night… My mind is made up, nothing can change that), as duas do Imagine Dragons; essa é mencionada por Ethan, e tem tudo a ver: You can´t always get what you want, dos Rolling Stones; Perfect memory, do Remy Zero, é, sem trocadilho, perfeita; Walk, do Foo Fighters também tem a ver; mais uma vez My immortal e também Bring me to life, as duas do Evanescence; e finalmente Forever may not be long enough, do Live.

Se você gostou de Dezenove Luas, pode gostar também de:

  • Vampire Academy – Richelle Mead;
  • Harry Potter – J. K. Rowling;
  • A sombra do vento – Carlos Ruiz Zafón;
  • Marina – Carlos Ruiz Zafón;
  • O retrato de Doria Grey – Oscar Wilde;
  • A volta do parafuso – Henry James;
  • Os Instrumentos Mortais – Cassandra Clare;
  • Dragões de Éter – Raphael Draccon.

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