terça-feira, 25 de junho de 2013

A Luneta Âmbar – As Fronteiras do Universo #3 – Philip Pullman

 

luneta âmbarWill é o portador da faca sutil. Ele prometera ao pai, no leito de morte, que iria entregar a lâmina terrível ao Lorde Asriel. Está se aproximando uma guerra, a maior guerra de todos os tempos, e a lâmina é a única arma que pode render o inimigo. Um forasteiro num mundo estranho, Will começa sua jornada perigosa. Mas como pode cumprir a promessa quando Lyra, sua corajosa companheira, está desaparecida? Terceiro volume da trilogia Fronteiras do Universo

ATENÇÃO! SPOILERS CASO VOCÊ NÃ TENHA LIDO OS OUTROS LIVROS!

Depois de encontrar seu pai, Stanislau Grumman, mas conhecido por ele como John Parry, Will promete no leito de morte do pai que irá entregar a faca a Lorde Asriel, pois ela será uma arma importante para a guerra que está por vir. Mas acontece que Lyra foi sequestrada pela Sra. Coulter, e antes de mais nada, Will vai salvá-la.

Esse começo é meio chato, arrastado. Intercala os capítulos do Will, e outros personagens, com o sono inquieto de Lyra, já que ela está sob efeito de drogas fornecidas pela Sra. Coulter. Nesse sonho, ela vê seu amigo Roger, e a culpa por ter levado Roger a Lorde Asriel aumenta, pois ela vê que seu amigo está sofrendo. Então, nesse estado semi-comatoso, ela decide que deve ir atrás dele no Mundo dos Mortos e endireitar as coisas. Mas essa determinação virá a custo de uma traição muito grande. Mas não vou falar o que, senão perde a graça.

Will conta então com a ajuda de dois anjos para resgatar Lyra. E também de Iorek Bynison, que reaparece nest3e e tem um papel importante na guerra.  E quando ele finalmente consegue resgatar a menina, e ela diz que quer ir atrás de Roger no Mundo dos Mortos, Will não pensa duas vezes. Ele também quer reencontrar o pai e ter uma espécie de fechamento, de conclusão. E assim, ele descobre que tem uma missão junto a Lyra, que porá fim à morte.

Lyra está menos irritante neste. Eu diria até mais agradável. Ela está crescendo, e amadurecendo. Junto com isso, ela também descobre o amor, ao mesmo tempo que Will. Ela está menos arrogante, já admite que não pode fazer tudo sozinha, e nem que está certa sempre. E Will também está mais amadurecido, mais forte. Ambos sabem que não podem simplesmente ceder a seus desejos, e que devem abrir mão daquilo que desejam com mais força para o bem maior.

Eles não estão sozinhos nessa empreitada. Dois galivespianos, Lady Salmakia e Lorde Tyalis, dois espiões a serviço de Lorde Asriel, mas que acabam se afeiçoando aos meninos e ajudando em sua missão, a grande custo. Eles são dois serezinhos pequeninos, mas determinados. E eles tem uma espécie de ferrão, e quando picam alguém, eles tem um veneno poderoso que causa muita dor e alucinações. Ele é mais seco que Salmakia, que é mais doce, mas igualmente determinada.

E também, em paralelo em em outro mundo, está Mary Malone, a amiga cientista de Lyra. Ela escapa de Oxford por causa de sua pesquisa, e acha refúgio num mundo habitado por esses seres quadrúpedes estranhos, chamados mulefa. Eles são seres que lembram um elefante em miniatura, na minha cabeça, e são extremamente inteligentes. Eles vivem em simbiose com as árvores de seu planeta, mas suas existências podem estar ameaçadas. Mary descobre que é por causa do Pó, e promete que irá ajudá-los como puder. Essa parte eu acho meio maçante, pra ser sincera.

Também aparecem a Sra. Coulter, que depois de rogar a filha a mantê-la em estado quase vegetativo descobre que a ama (oi? Troféu joinha de mãe do ano pra você, querida!) e Lorde Asriel, seco e estoico como sempre. Mas ambos terão um papel importante, e também a grande custo.

A narrativa se divide em vários mundos e vários pontos de vista, mas os mais legais são os de Lyra e Will no Mundo dos Mortos. Os outros são meio arrastados, mas fundamentais para entender a história. A crítica à Igreja, que já era voraz, aqui fica ainda mais ácida, principalmente quando Mary relata porque renunciou à Igreja. Por isso não sei bem porque o livro é classificado como infanto-juvenil. Ele chega mesmo, em várias ocasiões, a ter insinuações sexuais. Não é u livro que eu recomende por exemplo aos meus alunos de 10 a 12 anos. Pelo tema, e pela complexidade da trama. Mas ela é interessante, e prende a gente. O segundo volume ainda é melhor, mas este também é bom, melhor que o primeiro, a meu ver. Como eu disse antes, muito disso se deve a Will, o melhor personagem da trilogia.

Trilha sonora

The Chronicles of Life and Death, do Good Charlotte cai perfeitamente, tanto pela letra como pela historinha do clipe; From Hell e Don´t leave me behind, do We Are the Fallen; Highway to hell, do AC/DC; e Bring me to life e My immortal, do Evanescence.

Se você gostou de A luneta âmbar pode gostar também de:

  • A mão esquerda de Deus – Paul Hoffmann;
  • As últimas quatro coisas – Paul Hoffmann;
  • Stardust – Neil Gaiman.

6 comentários:

Gabi Lopes disse...

Eu tenho a trilogia e já li há algum tempo.
Mas acho-a um pouco estranha e confusa, e concordo totalmente que não é um livro infanto juvenil..

Eu gosto da aventura, das buscas e do amadurecimento de Lyra e Will, mas a guerra eu acho cansativa e até um pouco 'viagem extrema' talvez por ser tão crítica e 'bater' tanto na questão da religião.

Abraços
Gabi Lopes
sonhosaventuras.blogspot.com

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Gabi!

A aventura em si é bem legal mesmo, e eu nem reclamo da crítica, apesar de achar muito forte. Não sou religiosa, mas respeito todas as religiões. E é muito complexo mesmo, confuso. Confesso que mesmo lendo pela segunda vez eu me perdi várias vezes.

Beijos!

alaor disse...

olá, exatamente hj acabei de ler o ultimo livro da trilogia, eu achei a luneta âmbar o melhor de todos ( o capitulo que se separa de pan, e no ultimo capitulo, me segurei.... EMOCIONANTE
e concordo com vocês em não ser um livro infanto-juvenil... Mas ainda não entendi uma coisa: PQ QUE TEM UM GATO Q PARECE UMA ONÇA DE OLHOS VERDES, SE NÃO ME LEMBRO DE NADA PARECIDO COM ISSO? abraço

vinicius

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Vinicius!

Eu também acho o último o melhor. Esse capítulo que você falou é angustiante. Acho que a capa é só porque o Pan assume a forma de um gato às vezes.

Beijos!

Anônimo disse...

Na verdade aquela é a ultima forma de Pan.. Eu achei perfeito o livro o melhor de todos.. N achei confuso.. Tem todo sentido.. Metratron a queda de "Deus" e o veu ser reconstruído.. Cara eu estudo bastante religiões ocultismo e entre outras coisas.. O livro é cheio de referencias diretas a esse meio..

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Olá!

Sim, o livro é recheado mesmo de referências, mas a narrativa é um pouco confusa sim,pelo menos para mim. E o ponto que eu quis fazer mesmo é que não é um livro juvenil, é complexo demais.

Fernanda