sábado, 24 de março de 2012

A invenção de Hugo Cabret – Brian Selznick

 

Hugo Cabret Hugo Cabret é um menino órfão que vive escondido na central de trem de Paris dos anos 1930. Esgueirando-se por passagens secretas, Hugo toma conta dos gigantescos relógios do lugar: escuta seus compassos, observa os enormes ponteiros e responsabiliza-se pelo funcionamento da máquinas.
A sobrevivência de Hugo depende do anonimato:ele tenta se manter invisível porque guarda um incrível segredo, que é posto em risco quando o severo dono da loja de brinquedos da estação e sua afilhada cruzam o caminho do garoto.
Um desenho enigmático, um caderno valioso, uma chave roubada e uma homem mecânico estão no centro desta
intrincada e imprevisível história, que, narrada por texto e imagens, mistura elementos dos quadrinhos do cinema, oferecendo uma diferente e emocionante experiência de leitura.

Não sei porque não me interessei por esse livro logo de cara. Também não assisti o filme (ainda. Pode demorar, mas vou assistir), e de novo não sei o motivo. Afinal, trata da história do cinema, e eu sou apaixonada por filmes. O fato é que alguém emprestou pra minha irmã, e ela veio me mostrar o livro, que é lindo, todo ilustrado (só rivaliza com essa edição de As Crônicas de Nárnia, que eu tenho também. E essa é parte da minha página no Skoob, pra quem quiser saber). Daí, já despertou a minha curiosidade.

O livro conta a história de Hugo, um menino de 12 anos, órfão, que vive na estação de trens de Paris na década de 30. Hugo é um menino curioso, mas triste. Nem podia ser diferente. Sem pai nem mãe, seu único parente vivo, um tio que cuida do relógios da estação, desaparece misteriosamente, deixando o menino a cargo de cuidar dos relógios. Só que ninguém sabe do sumiço do homem, e Hugo vive com medo de que o inspetor da estação descubra que ele mora na estação e o manda para um orfanato. E esse não é o único segredo que ele guarda.

Antes de morrer, seu pai deixou para ele um autômato. E Hugo além de manter os relógios da estação, é muito bom consertando coisas. O autômato não funciona, mas Hugo o conserta, certo de que o boneco guarda uma mensagem do pai. Mas falta algo para o funcionamento da engenhoca. A vida segue mais ou menos calma para Hugo, até que entram em cena dois personagens que irão mudar sua vida.

Um deles é Isabelle, uma menina mais ou menos da mesma idade que ele. Isabelle também é curiosa como Hugo, e por algum motivo é atraída pelo garoto. Nada romântico não. Como ele, ela é órfã e vive com os padrinhos e sem contato com outras crianças. Então é só pela idade próxima mesmo. E também por causa do segredo que ele guarda. Ela também é um tanto mandona, pra falar a verdade, mas é doce. E fica genuinamente intrigada por Hugo. Mas ela também é persistente e aos poucos vai vencendo a resistência dele. E acaba por ajudá-lo no fim das contas.

O outro é o padrinho de Isabelle, Georges Méliès. Ele é o dono de uma loja de brinquedos na estação, e Isabelle várias vezes o ajuda na loja também. Mas Georges também tem um segredo, ligado a um desenho misterioso (mas famoso). E, apesar de parecer durão, ele na verdade tem a saúde frágil. E ele é a chave do mistério de Hugo. E só pra esclarecer, (SPOILER) Georges Méliès é um personagem real. Ele foi um dos pioneiros na história do cinema. E criou vários autômatos, que se perderam no sótão de algum museu. Depois eles foram resgatados, e eventualmente restaurados. Isso está nos agradecimentos do autor no final do livro.

Vale a pena também destacar Etienne, um jovem estudante da Academia de Cinema Francês e amigo de Isabelle. E também a madrinha da menina. Eles acabam ajudando também a desmascarar o mistério de Hugo.

Na verdade, o que mais chama a atenção nesse livro não é a trama em si. O livro é infantil, e escrito para crianças, em uma linguagem fácil. É encantadora, sim, mas o fascinante é a forma como ela é contada. Como eu disse, o livro é todo ilustrado, com uma figura mais linda que a outra. Mas, diferente dos livros ilustrados, incluindo a edição de Nárnia que eu mencionei aí em cima, é que as figuras não são meramente ilustrativas. Elas também contam a história, por vezes, a narrativa pára, vem um seqüência de figuras, e quando a narrativa recomeça, ela retoma do ponto onde as figuras pararam. Desta forma, apesar das 530 páginas, dá pra ler bem rápido. Eu levei 2 dias porque tenho que trabalhar e ir pra faculdade. Se não fosse por isso, eu provavelmente teria terminado em questão de algumas horas. Enfim, é um passeio belíssimo pela história do cinema, e com um final emocionante. Eu quase chorei. Recomendadíssimo.

E aí vão algumas das ilustrações do livro. E uma curiosidade: elas são todas feitas pelo autor:

autômato

consero do ratinho

hugo cabret 2

hugo e isabelle

trem

uma viagem à lua

Trilha sonora

Tonight tonight, do Smashing Pumpkins. Não pela música, mas o clipe é todo em cima do filme Uma viagem à Lua, de George Méliès. Não dá pra evitar, eu via as figuras no livro e imediatamente lembrava do clipe.

Se você gostou de A invenção de Hugo Cabret, pode gostar também de:

  • A história sem fim – Michael Ende;
  • As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis;
  • coleção Harry Potter – J. K. Rowling;
  • Os contos de Beedle, o Bardo – J. K. Rowling;
  • O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien.

3 comentários:

Fefa Rodrigues disse...

Feee... mais um para a lista de compras!!!

Peguei um livro infantil com minha irmã que chama Pippi Meia Longa, já viu? Ainda não comecei a ler, vai ser o próximo... como é infantil, acho que da pra ler junto com outr aleitura... livros infantis, desta qualidade, são um "deleite para a alma", não é verdade???

Kathleen disse...

Ah, desde que descobri sobre as filmagens do filme eu quis ver - no começo era só por causa da Chloe Moretz (não sei porque, mas eu gosto dela :D) - então depois eu vi a sinopse e não via a hora dele estar nos cinemas.
Até que chegou a hora, eu fui vê-lo nos cinemas e como era de se esperar - Kathleen, a cinéfila - eu amei e meus amigos odiaram (qualquer dia escrevo sobre isso no meu blog), mas nem ligo ú.ú
Só depois que eu descobri o livro, e ele já foi direto pa wishlist.
Adorei você ter falado do clipe "Tonight tonight" do Smash Pumpkins. Eu não gostava da música, mas gostava dos instrumentos e do clipe então sempre acabava ouvindo e acabei gostando :)

Escrevi demais... bjkss ;*
http://ogatofeio.blogspot.com

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

OI Kath!

Se você gostou do filme, então vai gostar do livro, com certeza. Eu ainda nào assisti, mas já ouvi dizer que é lindo, e eu quase chorei no fim do livro.

Tonight, tonight é a única que eu gosto do Smashing Pumpkins, acho que porque gosto muito do clipe, que é lindo. E tem tudo a ver com o livro, por causa do filme do Melière.


Beijos!