domingo, 20 de junho de 2010

Eu e minha dona – parte 4

 

Tito Então é isso que todo mundo anda fazendo… Vou fazer também. Meu nome é Tito Pullo. Minha mãe de duas patas me deu esse nome por causa de um personagem da série Roma. Sou legionário Tito Pullo! Ela diz que é o personagem preferido dela.

Digo minha mãe de duas patas porque na verdade minha mãe é a Kira. Amo minha mamãe. Todos os dias me esfrego nela e ela me dá uma porção de beijos. E eu adoro! Fico todo feliz e ronronando. É uma delícia! Mas adoro as minhas mães de duas patas também. Adoro ficar perto delas, ganhando carinho e assistindo televisão. Ronrono alto…E as minhas mães ficam felizes também. Sabe, elas adoram ronron de gatinho. Elas falam que é o melhor som do mundo.

Vim parar aqui por acaso. E muuuuita sorte. Minha mãe Fê estava indo para uma entrevista de trabalho, três anos atrás, pela avenida Morumbi, e eu estava bem no meio da pista, deitadinho. Eu era só um filhotinho de dois meses, e tinha sido atropelado. Minha mãe me viu, e, no começo, ela me disse que achou que eu estava morto. Ela ficou super triste. Mas aí, quando o carro dela passou perto de mim, eu me mexi. Daí, dei sorte que o semáforo fechou, e a Fê pulou do carro, e me botou pra dentro. Desconfio que mesmo que o semáforo não tivesse fechado, ela teria dado um jeito de me pegar. Ela nem ligou para a bronca que eu dei nela. E depois foi embora para a tal entrevista. Fiquei sozinho no carro, num cantinho ao pé do passageiro até ela voltar. Estava um calor danado, mas ela deixou uma frestinha do vidro aberta para mim.

Quando ela voltou para casa, me tirou do carro e me levou para o quarto. Eu me escondi debaixo da cama dela, e fiquei por lá. Sabe, eu quebrei a bacia e eu sentia muita dor e não deixava ninguém chegar perto.  Até mordi a Fê. Mas eu estava com dor e assustado, e ela sabia disso, e nem ligou. Ficava escondido embaixo da cama. As duas (a Fê e Lu) até me chamavam, mas eu tinha muito medo. Não confiava em ninguém. Aos poucos, percebi que ninguém ia me machucar. Quando a dor começou a passar, eu comecei a brincar (fazia a maior farra com meu ratinho de brinquedo à noite debaixo da cama!), até que um dia resolvi subir na cama. Daí, não demorou muito para eu me entregar. Percebi que estava protegido, e comecei a confiar naquelas pessoas, que me acolheram com tanto carinho. Mas fiquei um mês escondido debaixo da cama. Mais um detalhe: minha mãe Fê estava morrendo de medo de contar para o pai dela, receosa de que ele me mandaria embora. Então, além de me esconder por medo, eu era um clandestino, mantido em segredo. Só não entendo como ele não percebeu antes. Eu fazia um barulhão de noite! Miava alto… Até acordava as minhas mães. E olha que para acordar a minha mãe Fê é difícil…

Quando saí debaixo da cama, vi que tinha um monte de outros amiguinhos para eu brincar. Só fiquei decepcionado quando vi aquele monstro babão. Ele me dá arrepios. Até hoje, eu fico com medo, fico com os pelos todos eriçados, quando ele chega perto. Mas minhas donas me protegem. Porém, de todos os amigos, quem eu mais gostei foi a Kira. Ela foi a única que quis brincar comigo, e me dar beijos. Até que apareceu o Blue. Ele era meu melhor amigo. Mas alguém pegou ele, e eu senti muito sua falta. Nós adorávamos brincar de luta. Ficávamos horas lutando no quintal! Da Sophia, eu até tento ser amigo, mas ela não gosta de mim…

É por isso que eu tenho medo de sair, porque roubaram meu amigo. Mas já passei por um susto. Uma vez, minha dona Fê queria me mostrar uma amiguinha gatinha na rua, mas eu me assustei com o monstro babão (vulgo Murruga), e saí correndo. Só que eu não sabia onde eu estava indo. Me enfiei no primeiro buraco que encontrei. Eu sei que as minhas donas me chamaram muito, foram atrás de mim, mas eu estava muito assustado. Passei uma noite inteira fora. Quando voltei, foi a maior festa. Me pegaram no colo, me deram um monte de beijos… Nunca mais saí de casa.

Falando em colo, toda vez que minhas donas me pegam no colo eu reclamo. E muito. Mas no fundo eu gosto. E, acredite, não é fácil me pegar no colo. É que estou um pouquinho acima do peso… Mas minhas donas não se importam. Me pegam do mesmo jeito, independente dos meus protestos. Só tenho uma reclamação: minhas mães não me dão comida suficiente. Eu tenho que ficar pedindo, e às vezes, tenho que dar bronca. Mio bem alto: COMIDAAA! Mas elas dizem que eu sou um gatinho muito bonzinho. Realmente, nunca ataco ninguém. Nada mal para um gatinho desconfiado, que não deixava ninguém chegar perto. Que bom que eu resolvi sair de baixo da cama!

Um comentário:

Kathleen disse...

Ownt, ele é a cara do meu gato Atchum *-*