Esta é uma história mágica, que transita entre um mundo mítico e um castelo na Transilvânia…
Jena, uma garota de dezesseis anos, seu sapinho de estimação Gogu e suas quatro irmãs guardam um segredo: desde crianças, nas noites de Lua Cheia, fazem sombras com as mãos contra uma pedra, abrindo um misterioso portal para uma floresta mágica, onde passam a noite inteira dançando com encantadoras e bizarras criaturas fantásticas.
Porém, elas não imaginavam que suas vidas mudariam drasticamente: o pai adoece e, por recomendações médicas, viaja para Constanta, região onde o inverno é mais ameno. Jena e sua irmã Tati ficam encarregadas de cuidar dos negócios da família no castelo de Piscul Dracului. As coisas vão bem até que um trágico acidente deixa tudo fora de controle.
Jena então passa a lutar por suas adoradas irmãs. Com o amigo Gogu, ela terá de aventurar-se nos domínios de escuridão e enfrentar perigos para preservar não apenas aqueles que ama, mas sua própria independência.
Confesso que à primeira vista, A Dança da Floresta não parecia o tipo de livro que eu normalmente leria. Mas ao virar as páginas, tive uma agradável surpresa: um conto de fadas com tudo a que se tem direito – trolls, elfos, fadas, bruxas e princesas. E também gostei de saber um pouco mais sobre a cultura romena, em especial a região da Transilvânia.
Transilvânia? Vampiros, certo? É, eles estão presentes no livro, mas são chamados simplesmente como Seres da Noite, por escolha da autora, para evitar a associação direta com Drácula. O que é difícil não fazer, já que e descrição desses seres corresponde aos vampiros que conhecemos, desde Edward Cullen até o próprio Drácula.
Só vejo um problema com o livro: é meio óbvio. As personagens são planas demais. Jena, por exemplo é a filha exemplar, responsável, racional e defende com unhas e dentes sua família e seu lar. Ela começa o livro assim e acaba do mesmo jeito. Não há surpresas, ela não evolui.
Da mesma forma, o amor é aquele tipo idealizado, e as pessoas acham suas almas-gêmeas, aqueles a quem estão destinados. Não que não haja sofrimento. Há, e bastante, mas eventualmente todos encontram seu “e viveram felizes para sempre” (aliás, só faltou isso para ser mesmo um conto de fadas).
De qualquer maneira, é uma leitura leve e gostosa, que faz a gente se lembrar da infância. E mal posso esperar para ler a continuação, O Segredo de Cibele, bem como a coleção Sevenwaters, que, infelizmente, ainda não está disponível no Brasil.
Nota histórica
A Transilvânia deve sua fama a Vlad Tepes, príncipe voivode, considerado o Conde Drácula original, também conhecido pelo meigo apelido de Vlad, o Empalador. Ele dominou a região por três vezes, em 1448, entre 1456 e 1462, e, finalmente em 1476. Ele é famoso pela sua política de independência do Império Otomano e ao tratamento cruel que dava a seus prisioneiros. Mas é considerado herói popular na região até hoje. (Fonte:Vlad Tepes e Transilvânia)
Trilha sonora
Os bailes na floresta, mais uma vez, me fazem lembrar das músicas com toque celta (apesar de a história se passar bem longe dos territórios ocupados pelos celtas) do The Corrs, especialmente Haste to the Wedding e Old Hag. Também tem um quê de Loreena McKennitt, com The Mummers Dance.
Se você gostou de A Dança da Floresta, pode gostar também de:
- A Filha da Noite – Marion Zimmer Bradley
- O Trílio Negro – Marion Zimmer Bradley
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