quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Halloween

 

Além do Dia das Bruxas, hoje também é o Potter Day, porque foi neste dia, em 1981 (pra quem não sabe a saga se inicia em 1992, quando Harry completa 11 anos e vai pra Hogwarts), que Harry sobreviveu ao ataque de Você-Sabe-Quem.

HP

E outro dia, no blog da Fefa, Apaixonada por Papel, ela postou um curtinha do Tim Burton, lá de 1982, muito bacana, chamado Vincent, e achei muito legal compartilhar neste dia:

Fonte: YouTube

Por hoje é só! Beijos e até o próximo post!

Gatinho pumpkin

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Dia Nacional do Livro

 

Esse é rapidinho, só pra lembrar, antes da meia-noite, o Dia Nacional do Livro. E para isso eu vou pegar emprestada uma frase do blog da Fefa, Apaixonada por Papel, que por sua vez pegou emprestada de George R. R. Martin:

"Uma mente necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita de uma pedra de amolar se quisermos que se mantenha afiada." Tyrion Lannister

Livro vela

E se quiser saber porque ele é comemorado hoje, visite o Universe for Words, da Coral.

Beijos e até o próximo post!

domingo, 28 de outubro de 2012

Faixa a faixa–Chantal Kreviazuk–Plain Jane

 

Chantal plain janeJá falei dela algumas vezes, veja aqui, e m ais uma vez estava indecisa quanto a que álbum comentar, quando vi que minha irmã postou uma música dela no Facebook, e decidi. E também não custa nada divulgar esta cantora maravilhosa por aqui.

Plain Jane é de outubro (juro que foi coincidência eu ter escolhido, não sabia que era essa a data de lançamento) de 2009, e eu acho a capa uma das mais lindas que eu já vi. Ela lembra um pouco aquele ar de A Sombra do Vento, ou dos contos de Poe, apesar de o CD não ser em absoluto pra baixo. Ele é mais voltado para o jazz e blues. E como não tenho mais muita coisa falar dela, a não ser que a adoro, vamos lá:

1. Invincible: linda introdução, com o piano e depois combinado com um trabalho mais sutil de cordas, o refrão é uma delícia, e o clipe é igualmente delicado:

Fonte: YouTube

2. Half of me: faixa mais voltada para o blues, mas cresce no refrão, e é cheia de nuances, subindo e descendo toda hora, e Chantal acompanha lindamente com a voz tudo isso;

3. Ordinary people: começa calminha, só voz e piano, mas logo sobe e fia mais pop. Adoro o piano nesta faixa, aliás. Atenção para o backing vocal, bem colocado;

4. 5000 days mais intimista, começa bem calminha e aos poucos outros instrumentos vão se introduzindo à faixa. Lindo trabalho de cordas;

5. Today: começa mais paradinha, com uma batidinha mais truncada, mas vai crescendo aos poucos, e o refrão fica mais pop, com direito a um aponte bem bonita;

6. The way: mais pop, e otimista, batida gostosa, que dá vontade de levantar e dançar pela sala, sozinha;

7. Plain Jane: bem voltada para o blues, combina como título (Jane sem graça), mas vai crescendo e tem um piano lindo, a voz dela, às vezes sussurrada, também é condizente com o título. A princípio pode soar chata, mas não desista porque ela fica linda no final, com a adição dos instrumentos de sopro;

8. Say the word: e depois da sessão deprê anterior, uma mais alegre e com batida mais pop, também adoro o piano nesta faixa;

9. Kerosene lamp: introdução maravilhosa com um dedilhar de violão e cordas. Batida mais voltada para o blues também, e até um pouco MPB. Bem calminha;

10. Halfway around the world: bem calminha, com um belíssimo trabalho de cordas, com um toque nostálgico, e uns agudos meio impossíveis para nós, mortais;

11. Na miso: toque mais folk, é bem curtinha, e um doce para quem adivinhar que língua é essa (sério, eu não sei. Só acho que deve ser africana). Ela é curtinha e fecha muito bem o CD.

Bom, é isso. Espero que gostem.

Beijos e até o próximo post!

sábado, 27 de outubro de 2012

Música do Mês – Adele – Let the skyfall

 

adele skyfallNão é segredo nenhum que eu adoro Adele, e já mencionei essa música dela duas vezes, em A marca de Athena e Mais de As Crônicas do Gelo e do Fogo – Jon Snow e a quebra do juramento, apesar de a faixa ter sido lançada há mais ou menos um mês atrás. Para ver mais sobre Adele, veja em Faixa a faixa - Adele – 21 e Música do Mês - Adele - Rolling in the deep.

De novo, eu tinha outra música na fila pra este mês (não, apesar do Halloween, não era Thriller ;D), mas essa passou na frente. Simplesmente porque viciei nela, não consigo escutar uma vez só.

Ela faz parte da trilha de 007 – Operação Skyfall. Reconheço que não sou muito fã de James Bond (mas ouvir Daniel Craig dizendo “007 reporting for duty”, com aquele sotaque maravilhoso é de derreter), talvez porque só assisti 007 contra Goldeneye, que já ouvi dizer que não é dos melhores. mas tenho que admitir que a trilha dos filmes é sensacional. E Operação Skyfall não deixa a desejar.

Ela começa com os acordes iniciais da trilha original da série, mas depois dá uma acalmada. Só que claro que como vozeirão dela, não fica assim por muito tempo. Logo ela aumenta e fica orquestrada, com um trabalho lindo de cordas e metais.

A letra também é fantástica, toda rimada, maravilhosa. Não há muito o que falar dela, é simplesmente perfeita. Então, deixo vocês com este vídeo, para julgar por vocês mesmos:

Fonte: YouTube

Beijos e até o próximo post!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A marca de Athena–Os heróis do Olimpo #3–Rick Riordan

 

The mark of AthenaAnnabeth está apavorada. Justamente quando ela está prestes a se reencontrar com Percy – depois de seis meses estar separados, graças a Hera – parece que o Acampamento Júpiter está se preparando para a guerra. Como Annabeth e seus amigos Jason, Piper e Leo voam no Argo II, ela não pode culpar os semideuses romanos por pensar que o navio é uma arma grega. Com o seu mastro de dragão de bronze, a criação fantástica de Leo não parece amigável. Annabeth espera que a visão de seu pretor Jason no convés irá assegurar os romanos que os visitantes do Acampamento Meio-Sangue estão vindo em paz. E isso é apenas uma de suas preocupações. Em seu bolso Annabeth traz um presente de sua mãe que veio com uma exigência inquietante: Siga a Marca de Atena. Me vingue. Annabeth já se sente oprimida pela profecia que irá enviar sete semideuses em uma missão para encontrar – e fechar – as portas da morte. O que mais Atena quer dela? O maior medo de Annabeth, porém, é que Percy pode ter mudado. E se agora ele está ligado aos caminhos romanos? Será que ele ainda precisa de seus velhos amigos? Como a filha da deusa da guerra e da sabedoria, Annabeth sabe que ela nasceu para ser uma líder, mas nunca mais ela quer ficar sem o Cabeça de Alga ao seu lado. Narrado por quatro diferentes semideuses, A Marca de Atena é uma inesquecível viagem por terra e mar para Roma, onde descobertas importantes, sacrifícios surpreendentes e horrores indescritíveis aguardam. Suba a bordo do Argo II, se você ousar… 

ATENÇÃO! SPOILERS DOS LIVROS ANTERIORES!

Este começa imediatamente depois do final de O filho de Netuno, com Annabeth chegando ao Acampamento Jupiter a bordo do Argo II, em companhia de Leo, Jason, Piper e Coach Hodge. Percy acabou de se tornar praetor, o que causa um certo desconforto porque Jason também é. E não há maneira de os romanos terem 3 praetors.

Mas Percy, Hazel e Frank tem outra missão. Agora os sete semideuses da Profecia dos Sete estão juntos e tem uma semana (claro) para salvar Roma da completa destruição e também Nico das garras de Gaia. E Annabeth tem uma missão toda especial, e potencialmente mortal, só para ela. Em um encontro meio desconcertante com a mãe, Athena dá a Annabeth uma  moeda e diz apenas: "Siga a marca de Athena, corrija o que está errado. Vingue-me". Mas afinal, o que é a tal marca? E qual equívoco deve ser reparado? E justamente quando ela finalmente reencontra Percy.

Aliás, a cena do reencontro dos dois é ao mesmo tempo fofa e hilária. Eles correm um para o outro, se beijam,  mas sendo Annabeth, ela logo joga o garoto no chão num golpe de judô e o faz prometer que nunca mais irá se afastar. Típico ;D E a relação dos dois também segue firme e forte, depois de tantas coisas juntos e tanto tempo separados. Eles estão mais unidos e o namoro deles amadureceu também. O que não significa que eles não tem inseguranças e incertezas.

Annabeth, por exemplo, teme o que o tempo entre os romanos tenha feito com Percy, que efeitos isso terá sobre ele? Será que ele é o mesmo ainda? E Percy também teme que o tempo separados tenha enfraquecido o que Annabeth sente por ele. O que, claro, não acontece, se maias nada, ficou mais forte. Aliás, falando em Percy, agora que ele conheceu Jason, ele começa a questionar sua liderança. Afinal, os dois são líderes, e até que as coisas se acertem  é engraçado ver os dois competindo para ver quem é mais sensacional, fantástico, awesome que o outro (eu particularmente acho que é Percy, mas isso pode ser porque conheço Percy há mais tempo. Jason também é awesome. E eu queria usar outra palavra, em português, mas fico com vergonha ;D). Jason não entende como Percy pode ser tão imprevisível e não segue ordem ou plano nenhum. Jason é muito certinho (acho que é por isso que eu prefiro o Percy). Não dá pra dizer muita coisa sobre o que Jason pensa porque neste não há ponto de vista dele.

O que dá pra perceber sobre Jason vem do ponto de vista de Piper. E depois de encontrar Reyna, que tinha uma queda por Jason (n]ao sei se chegaram a namorar), Piper começa a se perguntar se o namoro dos dois é real ou ainda é resultado da atuação daquela fofa da Hera (também conhecida por Juno, uma flor de deusa). Ela começa a se perguntar se pode competir com Reyna e se agora que a reviu Jason vai continuar a gostar de Piper ou se velhos sentimentos irão se reacender.E além disso, depois de conhecer os outros semideuses da profecia, ela começa a duvidar de seu poder, acha que não é suficiente. Sinceramente, as partes dela são meio chatinhas por causa desse chororô todo (fazer o quê? Filha de Afrodite...)

O trio Leo/Frank/Hazel também está interessante. Tudo contado do ponto de vista de Leo. Isso porque surge uma competição entre Frank e Leo por Hazel. Leo tem alguma coisa a ver com o passado de Hazel, da primeira vez que ela estava viva. E isso será esclarecido neste (mas claro que não vou dizer o que é). Frank, por ter sua vida limitada ao pedacinho de madeira, é bastante inseguro, e piora quando Leo ativa seu poder de ignição das mãos. Mas os dois acabam por se entender. Leo ainda tem que lidar como estigma de ter iniciado uma guerra com os romanos, (acidentalmente). Esqueci de mencionar que os romanos são meio desconfiados dos gregos e vice-versa. E quando o Argo II chega ao Acampamento Júpiter, com a cabeça de Festus na proa, não é lá uma visão das mais amigáveis. E piora quando Leo dispara um tiro contra o acampamento.

Se Otávio já era paranóico  agora então está pior. Ainda bem que Reyna é mais racional, apesar de estar magoada por Jason a ter esquecido e trocado por Piper. Mas não há muito que ela possa fazer, a não ser adiar o ataque o máximo possível. Então, enquanto Percy e cia. partem para cumprir a profecia e tentar parar Gaia, os romanos se preparam para atacar o Acampamento Meio-Sangue. Há duas narrativas paralelas. Mas a gente só vai ver o desenvolvimento dela mais pra frente, ao fim da missão dos Sete.

Como sempre, o livro conta com muito bom humor (eu ria sozinha, e tinha que fazer o maior esforço para não rir durante as aulas), principalmente nos pontos de vista de Percy e Leo. Como acontece nos anteriores, a narrativa é dividida entre 4 personagens: Annabeth, Piper, Leo e Percy. O ritmo é bom, ação do começo ao fim, mesclado com um

pouco de romance e tiradas sarcásticas sensacionais, como: '"A guerra das plantas', disse Percy, 'vocês vão armar todas as uvinhas com rifles de assalto em miniatura'" (p. 123. Fiquei imaginando uma trepadeira armada com uma submetralhadora minúscula e parecendo bem ameaçadora) e "'Uma bola de basquete para todos governar', resmungou Leo" (p. 461, parodiando "um anel para todos governar .."). E se prepare para um final surpreendente e chocante. Quase um George R. R. Martin.

Trilha sonora

Ordinary, do Train, pra começar. Skyfall, da Adele, serve não só pras Crônicas do Gelo e do Fogo, também se aplica aqui. Collision of Worlds, com Robbie Williams e Brad Paisley. Para Frank, Burn out bright, do Switchfoot. Ainda Bad day, do Daniel Powter (sometimes the system goes on the brink, and the whole thing turns out wrong, you might not make it back, but I know that you can be oh, that strong, and I´m not wrong...isso é muito uma coisa que Percy falaria pra Annabeth), Highway to hell, do AC/DC e Through hell, do We are the fallen (tenho a impressão de que estas duas últimas também vão servir para o próximo...).

Se você gostou de A marca de Athena, pode gostar também de:

  • coleção Percy Jackson - Rick Riordan;
  • coleção Harry Potter - J. K. Rowling;
  • trilogia As Crônicas dos Kane - Rick Riordan;
  • Ciclo A Herança - Christopher Paolini;
  • Tequila vermelha - Rick Riordan;
  • As Crônicas de Nárnia - C. S. Lewis;
  • Jogos Vorazes - Suzanne Collins;
  • O Senhor dos Anéis - J. R. R. Tolkien.

domingo, 21 de outubro de 2012

Citação do mês

 

“Contos de fada são a pura verdade: não porque nos contam que os dragões existem, mas porque nos contam que eles podem ser vencidos.”

G. K. Chesterton

Só não pode vencer os da Dany e o Banguela ;D Brincadeira, a frase é metafórica ;D

Beijos e até o próximo post!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Meme literário de 11 perguntas

 

Recebi esse meme da Nádia, do Palavra em Movimento hoje. E aí vão as regrinhas para participar: responder 11 pergunta literárias, indicar 11 blogs e criar 11 perguntas. Então vamos lá:

We read

1. Qual seu personagem favorito de todos os tempos?

São vários: Morgana LeFay, de As Brumas de Avalon; Derfel, de As Crônicas de Artur; Jon Snow, de As Crônicas do Gelo e do Fogo; Merthin e a Caris, de Mundo Sem Fim; Thomas de Hookton, de A Busca do Graal e Jack Builder e Aliena, de Os Pilares da Terra.

2. Qual seu livro favorito?

De novo são vários: As Crônicas do Gelo e do Fogo, As Crônicas de Artur, As Brumas de Avalon, Harry Potter, Mundo Sem Fim, A menina que roubava livros e A Sombra do Vento.

3. Que música combina perfeitamente com um livro?

Difícil responder essa. Mais recentemente Skyfall, da Adele é perfeita para As Crônicas do Gelo e do Fogo. Mas algumas casam perfeitamente com alguns personagens: Fairytales and castles do Lifehouse é Theon Greyjoy do começo ao fim, assim como Best of you e Walk, do Foo Fighters. Best of you também é a cara do Murtagh, do Ciclo A Herança. E para ele também The monster´s loose, do Meat loaf é Murtagh todinha (e não, ele não é um mostro).

4. Qual foi o melhor livro que leu este ano?

Bom, reli As Crônicas do Gelo e do Fogo. Mas novo, eu acho que foi Jogos Vorazes, A invenção de Hugo Cabret e O Prisioneiro do Céu.

5. Qual o seu autor preferido?

Vários. Bernard Cornwell, George R. R. Martin, J. K. Rowling, Carlos Ruiz Zafón e Marion Zimmer Bradley.

6. Qual o seu gênero literário preferido?

Fantasia e romance histórico.

7. Qual o critério usa para escolher seus livros?

Leio a sinopse e se eu gosto eu leio. Também conta recomendação de amigos e às vezes leio pela capa. raramente leio resenhas antes de ler, porque gosto de formar minha própria opinião, sem ser influenciada.

8. Qual o livro que você está mais ansioso para ler no momento?

The Casual Vacancy (Uma morte súbita), da J. K. Rowling. Está na estante porque The Mark of Athena, do Rick Riordan estava em cima, mas também estava ansiosa para ler ;D

9. Você leu algum livro achando que seria péssimo e acabou se surpreendendo positivamente?

Não achava que era péssimo, só não fazia questão de ler. Mas me surpreendeu como eu amei A Sombra do Vento. Não imaginava que iria me apaixonar tanto.

10. E qual livro te decepcionou? Por quê?

Me decepcionei muito com duas séries: A Irmandade da Adaga Negra, e Os Imortais. A primeira porque eu imaginava vampiros mais como devem ser, aterrorizantes e histórias sangrentas. Mas o livro se resume a sexo, a história fica pra segundo plano. Para esclarecer, não sou contra cenas de sexo nos livros, acho que são necessárias, mas tem que ter história também, não pode se resumir a isso. E Os Imortais porque começou com uma boa proposta, cheio de promessas, mas a autora não soube conduzir e cometeu muitos erros (como matar o vilão 2 livros antes do final da série. Hello!)

11. Cite uma frase de um livro que você goste muito.

Uma não, vou citar 3:

All you have to decide is what to do with the time that is given to you. (Gandalf, OSDA, Tolkien)

O destino é inexorável. (Merlin, As Crônicas de Artur. Bernard Cornwell)

Um leitor vive mil vidas antes de morrer. Aquele que nunca lê vive apenas uma vez. (Jojen, ADdD, GRRM).

Poderia citar muito mais, mas vou com essas.

Indicar 11 blogs para responder o meme.

Não vou indicar 11, mas só alguns, e se mais alguém quiser responder, à vontade:

Apaixonada por Papel

Abrindo os livros...

Sombra do Vento

O Guardião da Muralha

Não vou inventar perguntas, repasso as que eu respondi. E no blog da Nádia (link acima) também tem umas interessantes, se você quiser responder.

Beijos e até o próximo post!

PS: a figura lá em cima eu peguei no Facebook,não é do meme, não.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Dia dos Professores

 

Esse post é rapidinho. Já está quase acabando, mas não poderia deixar de homenagear o profissional resposável pelo blog existir: meus colegas professores. Se leio tanto hoje, se me formei em veterinária, se estudo na USP, devo isso tudo aos meus professores. Sem eles, não há médicos, veterinários, advogados, engenheiros, etc. Aqui fica o meu

MUITO OBRIGADA!

Gato professor

Beijos e até o próximo post!

sábado, 13 de outubro de 2012

O prisioneiro do céu – Carlos Ruiz Zafón

 

O prisioneiro do céuTudo começa pouco antes do Natal, na Barcelona de 1957. Daniel Sempere e seu amigo Fermín, os heróis de A Sombra do Vento, estão de volta à aventura para enfrentar o maior desafio de suas vidas. Já se passou um ano do casamento de Daniel e Bea. Eles agora têm um filho, Julián, e vivem com o pai de Daniel em um apartamento em cima da livraria Sempere e Filhos. Fermín ainda trabalha com eles e está ocupado com os preparativos para seu casamento com Bernarda no ano-novo. No entanto, algo parece incomodá-lo profundamente. Quando tudo começava a dar certo para eles, um personagem inquietante visita a livraria de Sempere em uma manhã em que Daniel está sozinho na loja. O homem misterioso entra e mostra interesse por um dos itens mais valiosos dos Sempere, uma edição ilustrada de O conde de Montecristo que é mantida trancada sob uma cúpula de vidro. O livro é caríssimo, e o homem parece não ter grande interesse por literatura; mesmo assim, demonstra querer comprá-lo a qualquer custo. O mistério se torna ainda maior depois que o homem sai da loja, deixando no livro a seguinte dedicatória: Para Fermín Romero de Torres, que retornou de entre os mortos e tem a chave do futuro. Esta visita é apenas o ponto de partida de uma história de aprisionamento, traição e do retorno de um adversário mortal.  Daniel e Fermín terão que compreender o que ocorre diante da ameaça da revelação de um terrível segredo que permanecia enterrado há duas décadas no fundo da memória da cidade. Ao descobrir a verdade, Daniel compreenderá que o destino o arrasta na direção de um confronto inevitável com a maior das sombras: aquela que cresce dentro dele.

Desde que eu vi que este livro era a continuação de A Sombra do Vento, eu estava louca para ler. Estava ansiosa para rever Daniel e Fermín, e retornar ao Cemitério dos Livros Esquecidos. Apesar de ser parte de uma trilogia, junto com O Jogo do Anjo, e A Sombra, o próprio autor adverte que eles podem ser lidos separadamente, em qualquer ordem. Realmente, eles tem histórias independentes, completos me si mesmos. Mas eu recomendo ler os outros dois antes deste, em qualquer ordem (eu li primeiro A Sombra do Vento e depois O Jogo do Anjo), porque vários acontecimentos deste remetem aos outros dois.

Ester começa quase dois anos depois do final e A Sombra do Vento. Daniel agora está casado com Bea, e tem um filho, Julián. Fermín trabalha na livraria Sempere e Filhos e está todo preocupado com os preparativos do casamento com Bernarda. A vida segue tranquila e sem grandes acontecimentos no Natal de 1957 em Barcelona. Isso até que aparece na livraria um sujeito esquisito, interessado em um dos itens mais valiosos da loja:um exemplar raríssimo de O Conde de Montecristo. Fica ainda mais estranho quando o sujeito escreve uma dedicatória misteriosa para Fermín. Daí o marasmo se transforma em uma missão para Daniel, que tenta desesperadamente ajudar o amigo.

Fermín, por sua vez, anda cabisbaixo e emagrecendo muito. O que preocupa Daniel, e obriga o garoto a esconder a estranha visita de Fermín. Só que ele também não pode manter o segredo por muito tempo, e assim, ele descobre muito mais de Fermín, bem como a verdadeira razão de sua aparente apatia.

Como nos outros dois, este tem uma história dentro de outra história. E desta vez, a história é do próprio Fermín. E sua história está intimamente ligada à de Daniel, e pode revelar coisas que era melhor deixar o tempo esquecer. Verdades que podem colocar a própria existência de Daniel em xeque. mas Daniel, impaciente e ávido por ajudar o amigo, ouve mesmo assim, e descobre que sua vida jamais será a mesma depois de saber a verdade.

Como eu já havia dito antes, Fermín sofreu um bocado na vida. Foi injustamente trancafiado na pior prisão de Barcelona. Lá, ele vencia horrores e desgraças dignas das piores masmorras. Ainda assim, Fermín consegue se manter lúcido e de coração puro, se agarrando à um último fio de esperança. A prisão não mudou seu jeito peculiar de ver a vida, e ele consegue manter um certo otimismo, mesmo frente aos tormentos da prisão.

É na prisão que ele conhece um personagem já nosso conhecido: David Martín, o herói de O Jogo do Anjo. David passa muito tempo com Fermín, e elabora um plano engenhoso para a fuga de Fermín, à la Conde de Montecristo. David também sofre horrores na prisão, até mais do que Fermín, graças à indisposição do diretor da cadeia, Mauricio Valls, um sujeito ambicioso e capaz de tudo para se dar bem na vida. David, que antes de ser preso já era recluso, só faz piorar, e agora é ainda mais pessimista do que era. De certa forma, ele e Fermín se completam. David não é só preso na cadeia, mas também de seus próprios demônios. Mas está disposta a tudo para ajudar Fermín, que na verdade é a chave para sua salvação.

Há ainda Salgado, outro preso companheiro de cela de Fermín. Salgado cumpre pena por ter supostamente roubado um tesouro, tesouro este que Valls ambiciona, e não hesita em usar Fermín para consegui-lo. Salgado é rabugento e nunca dá para saber se está falando sério ou não. Prestem atenção nele ao ler. Não posso falar muito dele, porque senão dou spoiler. O mesmo vale para Valls. Basta saber que eles são importantes.

Daniel, agora mais maduro, não perdeu a curiosidade, e o fervor ao proteger quem ama, e também mostra um lado mais esquentado, e desconfiado, que ele não tinha antes. Ainda é movido pela paixão, o que o faz agir impulsivamente às vezes. O que pode não ser bom para ele, e pode colocar em perigo tudo que ele mais preza.

Ambientado na mesma Barcelona chuvosa e fria dos outros, o clima também é sombrio. Mas a história é envolvente, e não dá vontade de largar. A narrativa se divide entre o passado (1940) e o presente (1957), e leva a gente num passeio fascinante pela Barcelona franquista, num retrato fiel da época. E ele acaba com um gancho para um próximo livro com Daniel Sempere e cia. Uma leitura apaixonante e deliciosa, de se perder nas páginas.

Trilha sonora

Silent lucidity, do Queesnryche é perfeita (I- will be watching over you, I- am gonna help you see it through, I- will protect you in the night, I- am smiling next to you, in Silent Lucidity). Eleanor Rigby (ah! Look at all the lonely people), Hey Jude (essa é a cara do Fermín) e Yesterday, dos Beatles (aliás, algumas músicas dos Beatles me lembram muito a melancolia dos livros do Zafón).

Se você gostou de O prisioneiro do céu, pode gostar também de:

  • O Jogo do Anjo – Carlos Ruiz Zafón;
  • A Sombra do Vento – Carlos Ruiz Zafón;
  • Marina – Carlos Ruiz Zafón;
  • A menina que roubava livros – Markus Zusak;
  • O Conde de Monte Cristo – Alexandre Dumas.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Cidade dos Anjos Caídos–Os Instrumentos Mortais #4–Cassandra Clare

 

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU OS OUTROS LIVROS DA SÉRIE!

Cidade dos Anjos CaídosA guerra acabou e Caçadores de Sombras e integrantes do submundo parecem estar em paz. Clary está de volta a Nova York, treinando para usar seus poderes. Tudo parece bem, mas alguém está assassinando Caçadores e reacendendo as tensões entre os dois grupos, o que pode gerar uma segunda guerra sangrenta. Quando Jace começa a se afastar sem nenhuma explicação, Clary começa a desvendar um mistério que se tornará seu pior pesadelo.

Depois dos acontecimentos e da luta contra o exército de Valentim, que acabaram por forjar uma aliança entre os do Submundo e a Clave ideia de Clary, e com um feitiço dela), Clary e cia. estão novamente em NY, enquanto a cúpula da Clave se reúne em Alicante para discutir um novo Acordo.

Clary agora treina para se tornar Caçadora de Sombras (com ninguém menos que Jace, nham!), está feliz da vida e bem atarefada, ajudando sua mãe nos preparativos para o casamento com Luke. Clary continua a mesma, mas amadureceu, e não é mais aquela menininha frágil do primeiro. Mas claro que as coisas não duram, e quando alguém começa a matar Caçadores, tudo vem a baixo. Para piorar, Jace começa a se afastar sem motivo aparente, fica mais distante e não consegue olhá-la nos olhos. Ela sabe que ele a ama, e o sentimento é mútuo, mas ainda assim, não consegue evitar as dúvidas. Só que ela não é garota de ficar remoendo as coisas, e parte para investigar o que anda matando Caçadores, bem como outras aberrações que aparecem. Mas como ela não pode contar totalmente com Jace, ela parte para a ação, mas aprendeu a lição e chama Isabelle.

Jace também aproveita os momentos que tem antes de começar a se afastar. Ele tem seus motivos: começou a ter pesadelos em que mata Clary, ou a machuca de alguma forma. E ele tem medo que venham a se realizar. E ele volta a achar que talvez seja mais como Valentim do que gostaria. Ele teme se tornar mais um Valentim, e só por isso já mostra como ele é diferente do homem que o criou até os 10 anos. Só que ele não vê dessa forma, e, sendo Jace, prefere se atormentar como forma de punição. Mas por Clary ele é capaz de tudo. E na tentativa de evitar Clary, ele se junta a Simon, porque é o que ele acha que a deixa mais perto (mas eles não são amigos, viu! ;D). Uma coisa não muda (ainda bem): ele continua sarcástico e com um humor afiado delicioso.

Simon é que está numa enrascada, se equilibrando para manter duas namoradas: Maia e Isabelle.Simon ainda tenta de tudo para parecer normal. Continua ensaiando com sua banda, que sabe que ele é vampiro, mora com sua mãe e fazendo as mesmas coisas de sempre. Só que por ser Diurno, ele é disputado por Rafael e uma nova personagem: Camille, a antiga chefona dos vampiros de NY antes de deixar Rafael no comando. E tem mais gente atrás dele também, por sua combinação única de vampiro com sangue de Nephilim .Esse livro é mais centrado nele, mas Clary também tem sua parte. Mas Simon agora é mais forte e aguenta bem os trancos, menos o de ter duas namoradas ao mesmo tempo.

Outro personagem novo aparece: Kyle, o novo vocalista da banda de Simon. Kyle é um jovem prestativo e simpático, mas que tem um segredo (que eu não vou revelar, pra não estragar). Gosto de Kyle, ele é um bom contraponto em relação aos outros personagens masculinos do livro. E acho que ele retorna no próximo (eba!). Só posso dizer que ele é mais um ser fantástico que eu gostei (esse ser já existe, mas não sou muito fã deles. Quem me segue há algum tempo pode ser que já tenha sacado ;D).

Não posso falar muito do inimiga deste livro, porque senão vou dar spoiler. Mas que assistiu a terceira temporada (e melhor) de Supernatural não vai se decepcionar. Posso dizer que agora Clary, Jace e cia estão para enfrentar os grandes mesmo. Valentim perto desses é fichinha. E também há a volta de alguns personagens. De novo, não vou revelar.

O livro é novamente bastante ação, o romance está presente, mas é elemento secundário, e a trama está ficando cada vez mais intrincada. E, como sempre, Cassandra Clare deixa um excelente gancho para o próximo volume. O livro tem um ritmo bom, dá para ler bem rápido e a trama é envolvente. Não dá vontade de soltar o livro. E ele vai virar filme, estrelando a nossa bitch favorita, Queen Cersei. E também o lindo, maravilhoso, gostoso e um Henrique VIII sexy pra burro, Jonathan Rhys-Meyers (be still my heart!), previsto para agosto do ano que vem. Confira na página do filme do IMDB, aqui. Não tem muitos detalhes porque ainda estão filmando. Mas digitando o nome da série no Google dá pra ver um monte de fotos e se você quiser mais informações sobre a série, veja em Mortal Instruments Brasil, site oficial reconhecido pela autora. Enquanto isso, aproveite os livros.

Trilha sonora

Sympathy for the devil, do Guns ´n´Roses. Stand my ground, do Within Temptation bate direitinho com Simon. Good enough, do Lifehouse cai como uma luva para Jace, e não só neste livro. Mess of me, do Switchfoot, Running blind, do Godsmack e Send the pain below, do Chevelle.

Se você gostou de Cidade dos Anjos Caídos, pode gostar também de:

  • Harry Potter – J. K. Rowling;
  • A batalha do Apocalipse – Eduardo Spohr;
  • série Fallen – Lauren Kate;
  • série Hush, Hush – Becca Fitzpatrick;
  • saga Crepúsculo – Stephenie Meyer;
  • Vampire Academy – Richelle Mead;
  • série Os filhos do Éden – Eduardo Spohr;
  • coleção Percy Jackson – Rick Riordan;
  • coleção Os heróis do Olimpo – Rick Riordan;
  • série House of Night – P. C. e Kristin Cast;
  • Jogos Vorazes – Suzanne Collins.

domingo, 7 de outubro de 2012

Mais de As Crônicas do Gelo e do Fogo – Jon Snow e a quebra do juramento

 

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU TODOS OS LIVROS! VOCÊ FOI AVISAD@!

 

E caso você é daqueles que não liga para os spoilers, um aviso: acontecimentos chocantes neste! Prepare-se! E este post também é longo, então paciência até o fim.

Começando do princípio. Já discuti aqui a paternidade dele, e o Game of Thrones BR fez uma série de posts também sobre os pais dele, veja aqui - Quem são os pais de Jon Snow? (de novo, este link é do último post, mas tem links para os primeiros. Eu recomendo ler na ordem) Não vou ficar repetindo o que já falaram. Vou falar o que eu acho.

Pra mim, Jon é filho de Lyanna e Rhaegar. De todas as outras teorias, e candidatos, este é o único que faz sentido para mim. Se Jon não for filho de Ned, só faz sentido se for filho de Lyanna. Ned não levaria Jon para casa, atraindo a ira e ciúme de Catelyn (e por favor, né? Não é porque ela não fala nada que não ficou irada. E ela pode até ter motivo – eu não acho – para não gostar de Jon, mas falar um monte de asneiras dele como ela faz? Please, né, filha! O garoto vive na sua casa por 14 anos e você nem tem a decência de conhecer ele? Me faça o favor! #prejudicedbitch!) se Jon fosse filho de outra pessoa. E sendo filho de Lyanna, ele só pode ser filho de Rhaegar, porque foi só com ele que Lyanna se relacionou.

Da mesma forma, como eu disse aqui, o mesmo raciocínio se aplica a Jon Connington e Aegon. Não faz sentido pra mim que ele tenha criado Aegon como seu filho se não fosse mesmo filho de Rhaegar também. Mas no caso de Aegon, temos que levar em consideração que os envolvidos são Varys e Illyrio, trocentas vezes mais maliciosos que Ned. E, ao contrário de Ned, eles sabem jogar o jogo. Tremenda bola dentro da série foi essa imagem:

Game of thrones

Voltando um pouco pra Jon, outra candidata a mãe dele é Ashara Dayne. Mas como diz o post do Game of Thrones BR, essa possibilidade é pequena, mas com certeza Ashara tem algo com Ned. Ambos se conheceram no Torneio em Harrenhall e se apaixonaram. Mas ele casou com a estrupícia da Catelyn e deixou Ashara. Num forum do westeros.org, este aqui - The nasty tourn -ey  of events in Harrenhall, que fala que Ashara teria sido estuprada por Aerys, e depois tem a memória de Ser Barristan, que era apaixonado por Ashara: “Nenhum bem veio do silêncio também. Se eu tivesse derrubado Rhaegar e coroado Ashara a rainha do amor e beleza, ela teria me procurado em vez de Stark?” (p. 963) Da primeira vez que li, achei que ele se referisse a se apaixonar mesmo, o que pode ser que tenha sido o caso. Mas depois de ler a segunda vez, e de ver o forum acima, outra interpretação é que Ashara tenha se voltado para Ned para pedir ajuda, depois de se ver em uma sitauação complicada. Há teorias a respeito dela e Brandon Stark também, mas o que de concreto é que parece que ela engravidou, não importa de quem, e que seu filho (ou filha) tenha nascido morto. E, antes de manchar a honra dela, por ter um bastardo (que, convenhamos, em Westeros é bem pior pra uma mulher que para os homens), ele prefira que se disseminem boatos manchando a honra dele, para preservá-la. Isso é a cara dele. E ele também faria isso por Lyanna, sem dúvida.

De qualquer jeito, Jon é pelo menos meio Stark, é o que eu acho. Olha o que Ned diz pra Jon nessa cena (eu choro…you are never coming home, never coming home…):

Fonte: YouTube

Você não tem meu nome, mas tem meu sangue.

Ele não diz que é pai dele. No livro, Ned diz isso pra Catelyn, quando ela pergunta, mas acho que na série teve mais impacto.

Em ADWD, vemos mais de perto Jon como Lorde Comandante da Patrulha da Noite. E logo de cara, suas ações são polêmicas, levando muita gente, inclusive leitores desavisados, a pensar que ele quebrou o juramento. Bom, ele quebrou, mas com Ygritte, não quando deixou os selvagens atravessarem a Muralha. Como diz neste forum do westeros.org, The Night´s Watch takes no part - analysing Jon Snow´s oathbreaking, ele não quebrou. Vamos retomar uma parte do juramento:

Sou o fogo que arde contra o frio, a luz que traz consigo a alvorada, a trombeta que acorda os que dormem, o escudo que defende os reinos dos homens.

Ênfase no REINO DOS HOMENS. Bom, os selvagens são homens, afinal de contas. E depois tem o que Lorde Comandante Mormont diz a Sam: nós nunca soubemos. Mas já soubemos um dia. A Patrulha da Noite se esqueceu de seu verdadeiro propósito, Tarly. Não se constrói uma muralha de setecentos pés para impedir que selvagens em peles roubem mulheres. A Muralha foi feita para guardar os reinos dos homens…e não contra outros homens, que é o que os selvagens são no final das contas. Muitos anos, Tarly, muitas centenas e milhares de anos. Perdemos a noção do verdadeiro inimigo. E agora ele está aqui, mas não sabemos como lutar contra ele.” (p. 450, ASOS). Isto está no terceiro.

E Jon sabe exatamente o que os espera no inverno, que como os Stark fazem questão de nos lembrar toda hora, está chegando, caso os selvagens fiquem do outra lado da Muralha: “’Deixe eu dizer o que vai acontecer’, disse Jon. ‘Os mortos irão se levantar, em centenas e milhares. Eles irão se erguer como monstros, com mãos negras e olhos azuis pálidos, e eles virão atrás de nós.” (p. 574, edição pocket americana).

Sam   Jon

E quanto a não tomar parte, esta não é mais a situação. Um dia, talvez, a Patrulha pode ter sido imparcial. No passado, servir na Patrulha, como diz Ned na cena acima, era uma honra. As famílias mais poderosas e nobres enviavam filhos para o serviço na Muralha. Agora, ela está decadente, formada principalmente ladrões, estupradores e assassinos. Em suma, a escória de Westeros. Nenhum desses homens, à exceção de Jon, está lá por livre escolha, e desta forma, nenhum deles serve com o cometimento que deveria.

Jon é extremamente perspicaz, se mais nada. E não é burro, como eu já vi por aí. Muito pelo contrário. Acontece que, com a Patrulha no estado de decadência em que se encontra, ele tem que tomar partido. Ele escreve a todos os reis restantes pedindo ajuda, mas ninguém se digna a ouvir. Apenas Stannis. E, se for pra ser sincera, na verdade, quem ouve é Davos. E se o velho contrabandista não tivesse lido a carta, e aconselhado Stannis, duvido muito que Stannis ajudaria na Muuralha. Claro que Stannis tem seus objetivos, mas para Jon, ele é a solução para parte dos seus problemas. E Jon sabe muito bem jogar, não pensem que não.

O problema maior de Jon, é como o de Dany: ele não tem em quem confiar, pois todos com quem ele podia contar (Sam, Pyp e Grenn) foram para longe. A diferença é que ele os mandou para longe com um propósito, não foi por idiotice, como Dany. E os que restaram são de pouca confiança ou fracos. E nenhum desses conselheiros tem a perspicácia de Jon, eles só pensam no aqui e agora. Leia mais em Learning to lead (novamente, este link é da última parte,mas há links para os primeiros). E isso vai fazer com que surjam muitos inimigos para Jon. E veja esta cena entre Jon e Comandante Mormont na segunda temporada:

Fonte:YouTube

O que Mormont diz é:” Você que liderar um dia? Então aprenda a seguir.” Guarde isto, vou retomar mais tarde, mas acho que foi mais uma daquelas bolas dentro da série. E eu acho que esse ‘liderar’ se refere a mais que a Muralha, acho que é Westeros toda.

Lembra quando eu disse aqui que Cersei está obcecada por matar Jon? E que Tywin Lannister tenta tirar proveito de Janos Slynt na Muralha? (SPOILER) Bom (ai, como me dói falar isso!), há realmente um plano e um ataque a Jon no fim do livro (damn you, GRRM! Como você pode? E deixar no suspense! Cruel!). Certo, Jon mata (YAY!) Slynt, mas ele não está sozinho: “Nenhum bastardo filho de um traidor irá dar ordens a Janos Slynt! Eu não estou sem amigos, eu aviso. Aqui e em King´s Landing também.” (p. 119) E vamos lembrar que Slynt era amiguinho de Aliser Thorne também, que por sua vez é amiguinho de Coter Pyke, que se não me engano, está entre os que atacam Jon. Meu ponto é: quem garante que Slynt não disseminou a ideia de atacar Jon pela Muralha?

Só Melisandre parece aconselhar Jon direito. E também Mance, ligado a ela por um feitiço, mas ele é mandado para Winterfell para resgatar “Arya” (na verdade Jeyne Poole). Tudo bem, Mance eu concordo, acho que mesmo sem feitiço, ele ficaria do lado de Jon, mesmo Jon sendo um dos corvos, como eles chamam. Isso porque Mance, acho, pela convivência, conhece Jon, e sabe o que ele tenta fazer. Já Melisandre…vou voltar nela daqui a pouco.

Antes, uma colocação que  princípio me deixou perplexa. Lembra quando eu disse que Robb morreu na hora que negou Grey Wind? Bom, Jon diz algo parecido: “Eu não sou lobo” (p. 418). Mas muita calma nessa hora. Isso foi no começo, quando ele ainda não entendia direito que pode se ligar a Ghost. Mais tarde, ele já está mais à vontade com isso, já aceita, pelo menos, se não entende: “Jon sentiu o cheiro de Tom Barleycorn antes de vê-lo. Ou foi Ghost que o cheirou? Ultimamente, Jon Snow às vezes sentia que ele e o direwolf eram um só, mesmo acordado.” (p. 511). Aos poucos, ele segue o conselho de Melisandre: Você tem poder. Use-o. (não lembro a página, tirei a marca ;P).

E acho também (e é meio que consenso), que Jon não morreu de verdade. Bom, ele morre sim, mas vai renascer. Mais ou menos como Gandalf tem que morrer para se tornar Gandalf the White, mais poderoso. Ou Harry tem que morrer para se tornar o Senhor da Morte. No caso de Jon, acho que ele é Azor Ahai renascido. Veja aqui e também aqui. Há muitas evidências de que seja Jon. Certo, também tem muita coisa que aponta pra Dany (ela nasceu perto do mar, fez surgir os dragões de pedra, etc.), mas ela não preenche o requisito mais básico. Se AA é renascido, significa que morreu em algum ponto, e DANY NÂO MORRE! Nem figurativamente, como Theon. Jon sim.

E se isso não é suficiente, há as visões de Melisandre: Stannis? ela pensou, só por um momento…mas não, não eram os traços dele. Uma face de madeira, branca como cadáver. Era o inimigo? Ele me vê. A seu lado, um menino com a face de um lobo ergueu sua cabeça e uivou. (…) As chamas estalaram suavemente, e em seus estalos, ela ouviu o nome  Jon Snow sussurrado. Seu rosto apareceu em sua frente, contornada de laranja e vermelho (…) Agora ele era homem, agora lobo e agora homem novamente” (p. 448). Vamos por partes. O rosto de madeira é claro uma weirwood, e o menino acho que é Bran.  Depois é bem claro. Observe a sequência: homem > lobo > homem. Acho que vai acontecer o seguinte: Jon é atacado, desmaia e fica à beira da morte. Imediatamente, ele warg em Ghost, vai ficar um tempo assim, até que retorna a seu corpo. Seu próprio corpo, não como white walker.

Bran   Jon   Robb

E já que falei em Ghost aqui, lembra que falei pra ter em mente que os dragões provavelmente sentem Dany, e Summer salva Bran, Grey Wind pressente o RW? Bom, Ghost também percebe o perigo iminente para Jon: “O direwolf não ficava quieto. ele andava de um lado a outro, passando pela fria forja, e de novo. ‘Calma, Ghost’, Jon disse. ‘Senta, Ghost. Senta’ Ainda assim, quando ele fez menção de tocar o lobo, ele se arrepiou e mostrou os dentes.” (p. 990). Jon acha que é por causa de um selvagem warg, que tem um bando de javalis. Mas acho que ele está muito enganado. Quando Jon sai do quarto, Ghost tenta sair também, e Jon com muito esforço o coloca de novo para dentro. Isso acontece minutos antes do ataque contra Jon. Mas a teimosia é traço característico dos Stark. Não importa quanto Ghost tenta, e dos avisos de Mel, de adagas na escuridão, e para ficar com o lobo sempre por perto, Jon não escuta (POR QUÊEEEEE?). Mas também acho que Ghost não vai fazer parte do salvamento de Jon só no sentido de warg. Afinal, Summer também estava trancado quando Bran foi atacado, e no primeiro, quando Lorde Comandante Mormont é atacado pelos white walkers com Jon, Ghost também não está por perto e arrebenta a porta para salvar seu dono.

AryaFalando ainda das visões de Mel, ela também vê uma menina que ela acha ser Arya, mas na verdade não é. É uma prima distante, Karstark, que foge do casamento e procura Jon para proteção. Mas Mel diz: “Sua irmã não está perdida para você.” (p. 417). Já falei que os Stark vã se reencontrar algum dia, e ela pode ter errado aqui, afinal, ela mesma diz que as visões não erram, mas estão sujeitas a sua interpretação, e ela, Melisandre, é falível. Aí você pensa: mas você disse que Jon é filho de Lyanna e Rhaegar, então não é irmão de Arya. Certo, mas sinceramente, não acho que exista alguém que não veja Jon como irmão dos outros Stark, E além disso, ele foi criado como irmão deles, então para todos os efeitos, é irmão e ponto final.

E outra que eu acho que  vai ter um papel importante na volta de Jon é Val. Ela é meio feiticeira também mas o que me chamou atenção foi uma coisa. Lá pelas tantas, Jon manda Val atrás de Tormund para propor uma aliança e permitir a passagem dos selvagens. Ao retornar, Jon, que tinha ido encontrar Tormund além da Muralha com Ghost, chama o lobo, que aparece junto com Val, ela de branco e Jon pensa: “Parece que eles pertencem um ao outro.” (p. 770). E Val também tem visões: “Reis e dragões.” (p. 567). Os dragões aliás são recorrentes nos PDVs de Jon neste livro. Ele mesmo brinca que gostaria de ter um na Muralha, para espantar o frio (p. 641). Val também sente Shireen e sabe que ela é doente, e acho que prevê sua morte: “Você não pode deixá-lo perto da menina morta.” (p. 777) ela pede, para deixar o filho de Gilly longe da garota. Também acho que Val pode servir para mais do que ressuscitar Jon, senti um climinha entre os dois. Mas mais ou menos do mesmo modo que Daario e Dany, só como companhia mesmo, nada muito profundo, porque Jon é central demais, seu par também tem que ser central. Val é muito secundária. Os dois juntos seria como Harry e Parvati Patil, simplesmente não dá. Com a diferença que Val não tem a mesma índole de Daario, e não tem interesse em nada que Jon possa oferecer. Ela já tem tudo que quer, por ser mulher livre. O que ela e Dany tem em comum é o mesmo espírito rebelde que a gente sabe que faz totalmente o tipo de Jon. Ele não iria ficar com um princesinha como Sansa, por exemplo (e olha lá! Não estou insinuando uma relação incestuosa entre os dois! É só um exemplo!).

Mais uma evidência de que Jon deve ser AA renascido é que ele sonha com isso: “Jon estava com uma armadura de gelo negro, mas sua espada queimava vermelha em sua mão.” (p. 842). E a gente sabe que ele sonha com a queda de Winterfell (veja aqui). E ele ainda pensa no aço valiriano de sua espada, Longclaw: ela foi forjada nas forjas de Valyria, com fogo de dragão e feitiços. (p. 853). Eu já disse que Lightbringer de Stannis não é A Lightbringer. Eu acho que a verdadeira é Longclaw. A verdadeira Lightbringer foi forjada com feitiços, e era quente ao toque porque foi forjada com o sangue de Nissa Nissa, a esposa amada de Azor Ahai (p. 159). Não sei como se daria a transformação de Longclaw. Tenho duas teorias: 1. ou ela se transforma junto com Jon; ou 2. com o sangue de  Melisandre. Você pensa: mas Melisandre não é esposa amada de Jon, essa você diz que vai ser Dany! Certo, mas uma coisa que todo mundo fala no livro é que Melisandre é fogo feito gente. E ela emite calor: “Jon podia sentir seu calor, mesmo através da lã e do couro.” (p. 65).

Kit   EmiliaE agora eu retomo um pouco da profecia de Dany: “Quando o sol nascer no oeste e morrer no leste, quando os mares secarem e as montanhas soprarem no vento como folhas ele retornará”. Acho que ‘ele’ pode também se referir a AA, ou Jon. Tenho para mim que várias coisas acontecem ao mesmo tempo: a morte de Quentyn, as pirâmides queimando, Dany menstruando (e foi menstruação, não acredito que seja um aborto) e Jon morrendo.

Retomo a ideia de Jon sobre o sangue para ‘acordar o dragão’, que eu tinha falado aqui. Ele fala de ‘sangue real’. Bom, ele é atacado com pelo menos 4 (ai! Dói em mim! Quando reli, me deu falta de ar…) facadas, e seu sangue com certeza escorre na neve (o que Mel também vê) e eu pensei que pode ser o que é necessário.E afinal, se ele for mesmo filho de Rhaegar, ele tem sangue real. Quando eu dizia que Jon ainda não atingiu todo seu potencial, era a isso que eu me referia, a esta transformação. E mais uma coisa que Jon lembra de Maester Aemon falando: “Mate o garoto, Jon Snow. O inverno está quase aqui. Mate o garoto e deixe o homem nascer." (p. 113). Agora isso tem outro sentido. Literal mesmo. O menino morre, e o homem nasce.

Kill the boy

E com a morte, o serviço de Jon na Patrulha acaba, e dessa forma ele não quebra juramento nenhum no futuro. Ele fica livre para casar, ter filhos e tomar terras, tudo que eu já disse que acho que vai acontecer.

E para finalizar, outra coisa que eu acho que vai acontecer. A Muralha vai cair. Sempre somos lembrados que a Muralha só existe enquanto a Patrulha for verdadeira. Pois então, ao atacar Jon, a Patrulha perdeu seu propósito, e os feitiços deixam de ter efeito, e a Muralha pode cair. Não sei quem vai soprar a corneta de Joramun, acho que Tyrion, mas não importa agora. Só que a Muralha com certeza vai cair.

Trilha sonora

Deixei esta para este post de propósito: Skyfall, da linda Adele. A letra é muito a saga. E a parte Let the sky fall, and it crumbles, we will stand tall, and face it all together, me veio a imagem da Muralha caindo. Tem mais algumas que eu pensei especialmente para Jon e Dany (não vou esperar até o final da saga para 1, não esquecer, e 2, vai que acontece alguma coisa com o Santa from hell…bate na madeira!;D). a primeira é Collide, do Howie Day, que tem tudo a ver. Também Signal fire, do Snow Patrol (olha aí, até o nome do grupo é perfeito ;D E curiosidade: Gary Lightbody, o vocalista, vai fazer uma participação na terceira temporada! E esse clipe é tão fofo!). Broken road, da Melodie Crittenden é linda e tem tudo a ver também (eu não conhecia essa versão, mas gostei dela também). Mais We belong together, do Gavin DeGraw (we belong together, like the open seas and shores, wedded by the planet´s force, we´ve both been spoken for) e finalmente I´d do anything for love, do Meat Loaf. Ela é perfeita, mas tem uma frase em especial que me chama a atenção: some nights you´re breathing fire, and some nights you´re carved in ice, some nights are like nothing I´ve ever seen before,or will again.

Mais uma vez, obrigada a minha amiga Fernanda, que compartilha muitas ideias comigo no caminho da faculdade. Sem ela, este outro post provavelmente não teria saído. E obrigada a você, que ficou comigo até aqui. beijos e até o próximo post!

sábado, 6 de outubro de 2012

Mais de As Crônicas do Gelo e do Fogo – ADdD

 

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU OS LIVROS! VOCÊ FOI AVISAD@!

Game of Thrones 2

Depois do terceiro, este é o que tem mais reviravoltas, por isso prepare-se que o post é longo. Também vou escrever um post separado só sobre Jon (sim, eu amo Jon Snow de todo coração, mas não é por isso que vou escrever só sobre ele. É que tem muita coisa pra falar), então aguarde para fazer comentários sobre ele depois.

CatMas vou começar com algumas coisas que eu esqueci de mencionar aqui. Em primeiro lugar, Lady Stoneheart, também conhecida como UnCat ou Cat zumbi. O que esqueci de falar antes é que ela voltou diferente depois de morrer. Vale lembrar que o feitiço que sempre trazia Beric de volta era feito por Thoros de Myr, mas em Cat quem faz o feitiço é o próprio Beric, e ele não dá certo por algum motivo. Talvez por Cat ter permanecido mais tempo morta, sei lá. O ponto é que para mim ela perdeu toda a humanidade. O que ela tinha de bom (o amor pelos filhos, por exemplo) se foi pra sempre, e o que tinha de ruim (preconceito, teimosia, arrogância, prepotência) está elevado à décima potência. Ela agora é movida puramente pelo desejo de vingança, não por justiça. Não confundam as duas coisas. Portanto, quem espera um reencontro cheio de arco-íris e borboletas e coraçõezinhos entre ela e os filhos, esquece. O próprio nome da criatura diz tudo: Coração de Pedra. Eu, particularmente, acho que ela vai sim reencontrar os filhos, mas pelo menos Arya, que é mais racional e, mais que isso, viu a mãe morta pelos olhos de Nymeria, não vai aceitar a Lady Stoneheart, vai rejeitá-la de alguma forma.

Outra coisa que eu não elaborei direito foi Gendry. Eu disse que queria muito que ele tivesse PDV, mas GRRM já jogou um balde de água fria em mim, ao revelar que não fará mais PDVs novos (sniff, sniff). Concordo, ele agiu como um FDP, mas o que chama atenção, e eu esqueci de mencionar é que o Gendry do quarto não corresponde ao Gendry dos anteriores. Agora ele está mais revoltado, e amargurado, o que para ele é totalmente fora de caráter. O Gendry dos anteriores é prestativo, protetor (isso não se perdeu) e leva as adversidades numa boa, até com bom humor. O que me pergunto é o que pode ter ocorrido para ele passar a agir de forma tão estranha. Tenho para mim que é uma mistura de coisas: revolta mesmo por toda a injustiça, ganância e tudo mais que ele encontra pelo caminho, mas também, secretamente, acho que tem um pouco de falta de Arya, talvez até por achar que ela morreu em Saltpans. Talvez esta seja uma visão meio romântica, mas não acho coincidência que justamente quando rumores de que o Cão está tocando o terror na área, e das várias mortes justamente onde Arya disse ser seu destino. Por isso que eu queria muito um PDV dele, pra tentar entender o que vai por sua cabeça. Quanto a ele se “aliar” a Lady Stoneheart, continuo achando que ele não tem ideia muito clara do que ela realmente é. Mais sobre Gendry/Arya, leia aqui. Gostei particularmente da parte que diz que ele poderia ficar amigo de Nymeria a ajudar Arya a se lembrar de quem é.

Gendry

E uma coisa me chamou muito a atenção outro dia, revendo a série. Mais precisamente aquela cena de Arya perseguindo o gato em King´s Landing e ouvindo uma conversa entre Varys e Illiryo, ainda na primeira temporada. Mais tarde, em uma cena que não está nos livros, há um diálogo entre Varys e Mindinho, onde um diz abertamente que espia o outro. Achei digno de nota. E mostra que Mindinho está por dentro das armações de Varys, provavelmente sabe de Dany e dos dragões e talvez até mais. O que me leva a outra armação da Aranha. Veja a cena aqui. De novo, acho que foi uma tremanda bola dentro da série. Guardem isto.

(SPOILER!) Neste livro, uma das maiores bombas explode. Lá pelas tantas a gente conhece Griff e seu filho Jovem Griff, um garoto de 18 anos. Só para levar o nocaute de descobrir que Griff é na verdade Jon Connington, que todo mundo achava que estava morto, e o Jovem Griff é ninguém menos que o próprio Aegon, filho de Rhaegar, que teria morrido com o crânio espatifado contra a parede pela Montanha (detalhe importante: o garoto ficou irreconhecível depois do trabalho de Clegane). Quem descobre isso é Tyrion, que passa um tempo com os dois a bordo de seu barco. Quem engendrou toda a fuga de Aegon e Jon Connington foi justamente Varys e Illyrio. Não vou elaborar mais, mas veja no post que o Bacellar fez, O resto da saga de acordo com as profecias (parte I - O dragão pantomimeiro), no Game of Thrones BR. Particularmente, acho que Aegon pode muito bem ser mesmo quem diz (ou acredita) ser. Na minha cabeça não faz sentido que Jon Connington criasse Aegon como se fosse seu filho se ele não fosse mesmo filho de Rhaegar, seu melhor amigo (vou retomar um pensamento parecido quando comentar Jon Snow, guardem isso). O que não quer dizer que Aegon não possa ser realmente o dragão pantomimeiro (sério? Tá certo que GRRM abusa da palavra “mummer” no original em inglês, mas não poderiam deixar como falso, ou farsante, que é um sinônimo? Para mim cairia melhor, porque pantomima é um ato teatral). Viserys era Targaryen, com certeza, ninguém duvida, mas também não resta dúvida de que ele não era sangue do dragão. Além disso, há o aviso de Quaithe: “ Logo virá a égua pálida, e depois dela, outros. Kraken e chama negra, leão e grifo, o filho do sol e o dragão do farsante. Não confie em nenhum deles.” (p.166, edição pocket americana).

Vamos por partes. Quaithe fala isso pra Dany, claro, numa de suas aparições. A égua pálida é a doença que assola o acampamento fora dos muros de Meereen, o kraken é Victarion, leão é o Tyrion e o filho do sol é Quentyn Martell. Bom, chama negra se refere a Blackfyre e o falso dragão é Aegon. Não vou ficar repetindo as coisas, mas ambos são mencionados no link acima, como parte da conspiração. E só mais uma esperança do que uma suposição. Tudo indica que Aegon pode se casar com Arianne Martell, o que faz sentido, e é bem possível. Eu acredito que possa haver uma outra possibilidade: Sansa. Não há nada no livro que indique isso, mas não é totalmente fora de órbita também. Eu disse lá em cima que Mindinho está por dentro das armações de Varys, e, tudo bem, eles estão separados, Mindinho no Ninho e Varys na capital, mas também eu disse que Mindinho não está, de forma alguma, alheio ao que acontece em Westeros. E ele está procurando um marido para Sansa. Certo, no Vale, mas se a notícia da existência de Aegon chegar a seus ouvidos, é bem possível que ele mude os planos. Depois, Aegon é tudo que Sansa sempre sonhou: educado, valente, bonito, jovem…em suma, o próprio príncipe encantado com quem ela sonha. Além disso, a história de Rhaegar e Lyanna se repetiria (talvez com um final mais feliz): um Targaryen (se ele for mesmo um, como eu acho) se apaixonando por uma Stark.

Dany dragonsE já que falei de Dany e suas profecias, vamos a ela. Bom, neste quinto ela segura uma paz inquieta em Meereen, já mencionei isso quando fiz a resenha do livro. Mas sua posição só faz despertar a cobiça, e com seus atos passados, assolando cidade atrás de cidade, libertando escravos, ela fez também muitos inimigos. A maior ameaça é dos Filhos da Harpia (está certo?), que sistematicamente mata aliados de Dany. A solução, para ela, é casar-se com Hizdahr seja lá o que for, o homem mais poderoso de Meereen e que garante a paz a Dany. Para proteger seu povo, ela topa, mas isso foi uma burrice sem tamanho. Ser Barristan saca logo que o interesse de Hizdahr é somente em ser rei, e planeja matar Dany na primeira oportunidade (SPOILER!), como diz aqui: “ele insistiu em que a rainha experimentasse os gafanhotos com mel. São muito saborosos…doces e picantes…mas ele nunca tocou em um sequer (p. 810. Nota pessoal: ECA!). Acontece que os gafanhotos estavam envenenados, mas Dany não experimenta, em vez disso Belwas come todos e é quem morre no lugar. Só que ninguém nota, porque quando isso ocorre, Dany estava, após o casamento, assistindo na arena, que havia sido reaberta por seu marido. (SPOILER!) Dany está incomodada com isso, e do nada, aparece Drogon, que havia fugido, e toca o terror, matando mais gente. Nessa, pra tentar controlar o bichão, Dany pula na arena e vai embora montada nele. Então, no meio da confusão, a morte do tal fulano passa despercebida, e todo mundo acha que o que matou o cara foi a agitação do dia. Só Ser Barristan percebe.

E não é só. Já comentei da obsessão de Dany com Daario Naharis, que se torna amante dela. Daario é seu capitão da guarda, e foi ele que fez com que seu bando de mercenários, os Corvos da Tempestade (interessante como corvos são recorrentes. Mas o que me chama atenção aqui é que os selvagens também se referem aos Patrulheiros como corvos. Hummm…) a se juntar a Dany. Para fazer isso, ele decepa a cabeça do antigo líder, assume seu lugar e presenteia Dany com essa coisa meiga. Daario é só luxúria por Dany, a cobiça demais para ser qualquer coisa mais profunda. Desde o primeiro momento que a vê, o cara só faz insinuar coisas. E Dany cai como um patinho. Ela sabe muito bem que o cara não é nada confiável: “ele tem a consciência de um mercenário, o que quer dizer nenhuma” (p.618). Ainda assim, ela cai na rede dele e conta todas as traições que irá sofrer (burra, burra, burra!). E ela ainda diz que achava que ele que iria traí-la: “Eu pensei que você iria me trair. Uma vez por sangue e uma vez por ouro e uma vez por amor, os feiticeiros disseram. Eu pensei…nunca pensei que seria Brown Ben” (p. 531). A tolinha pede para ele prometer que nunca irá traí-la, o que claro que ele faz. Só pra deixar claro, Daario fala para Dany exatamente o que ela quer ouvir, não significa que ele seja sincero. Mais tarde, há mais um aviso, desta vez de Galazza Galare, a líder das Green Graces (como está em português?), o clã de sábios de Meereen: ”Eu queria falar da presunção de um certo mercenário capitão” (p. 623). Dany acha que se trata de Brown Ben, mas eu acho que é Daario.

Acontece que Dany, apesar de inteligente, é muito nova, como costuma lembrar, e está cercada de conselheiros fracos e não confiáveis (o único que poderia guiar Dany, em quem ela podia confiar, era Ser Jorah, mas ela o afastou no terceiro, e agora paga o preço. E sim, ela se arrepende de ter feito isso, o que não muda o resultado), como diz no forum Learning to lead, do Westeros.org (o link que eu pus é a parte final do projeto, mas há links para os primeiros fóruns. Ah, e em português o nome do fórum é Aprendendo a liderar, e ele faz um paralelo nos estilos de liderança de Jon e Dany. Mas como eu disse, vou falar de Jon em um post separado, então vou retomar este fórum). Sua relação com Daario não passa do resultado de solidão e a atração de uma menina, literalmente, novamente como percebe Ser Barristan: “a menina nela ainda ansiava por poesia, paixão, e riso” (p. 860), tudo que Daario oferece, na medida. Dany acha que a traição por ouro foi Ser Jorah, mas eu acho que é Daario. O cara é mercenário, afinal, vende sua lealdade ao maior preço. E depois, Ser Jorah só queria ir para casa, não queria dinheiro: “Pelo lar. Minha casa era tudo que eu sempre quis” (p.1031, Dany sonhando com Ser Jorah). Acho que ser Jorah será a traição por amor, naquelas: eu não posso ter, ninguém mais vai. Ou “eu fiz isso pra te proteger”. Não podemos esquecer que Ser Jorah ama Dany.

Dany   Ser Jorah

(SPOILER!) Voltando um pouquinho a Dany e Drogon. No capítulo que eu mencionei, em que ela sai voando em Drogon, quando ele aterrissa na arena, tocando fogo em tudo, tentam matar o bichão. E isso acontece: “Dany e Drogon gritaram como um só” (p. 763), após ele ser atingido por uma lança no pescoço. Isso me fez pensar se Dany não tem com seus dragões o mesmo tipo de ligação que os Stark tem com os direwolves. Talvez em menor grau, ou ela não tenha consciência disso. Também o fato de ele aparecer quando aparece, em um momento em que Dany está fula da vida e correndo perigo. Fazendo um paralelo com os Stark, Grey Wind pressente o Red Wedding, Summer salva Bran do ataque em Winterfell, Ghost pressente o perigo dos white walkers que atacam Lorde Comandante Mormont e Jon (guardem este último). E os dragões sentem quando Dany está por perto.

Voltando à outra profecia dela: “ Quando o sol nascer no oeste e morrer no leste, quando os mares secarem e as montanhas soprarem no vento como folhas (ele retornará)” (p.324). Esta profecia já se realizou, metaforicamente, neste.(SPOILER!) O sol a que se refere é Quentyn Martell, que vem do oeste para morrer em Meereen; os mares são o Mar Dothraki, de grama, que aparece seco e morrendo quando Drogon leva Dany de Meereen; e as montanhas são as pirâmides de Meereen, que são incendiadas por Viserion e Rhaegal. (SPOILER!) Deixa eu explicar: Quentyn, depois que Dany some com Drogon, resolve que vai pegar um dos dragões, porque tem uma gota de sangue Targaryen, e porque acha que assim não vai voltar pra casa de mãos abanando e pode conseguir o apoio do povo de Dany. Só que ele não consegue controlar as feras, e acaba tostado. Os dragões, que estavam presos, escapam e tocam fogo nas pirâmides da cidade. Assim sendo, todas as condições para que Dany tenha filhos se realizam, tanto que ela acaba menstruando no final: “Quando ela acordou, com um ofego, suas coxas estavam ensopadas de sangue” (p. 1029). Esta profecia também pode significar outra coisa, mas vou retomar quando falar de Jon.

tyrionE mais um que está atrás de Dany é Tyrion. Depois de matar seu pai e Shae, ele foge e vai atrás de Dany, esperando ganhar seu favor e voltar a ficar por cima. Mas ele tampouco vai atrás dela à toa. Quem arquiteta sua ida a Meereen é justamente Illyrio, que o coloca no mesmo barco que estão Jon Connington e Aegon disfarçados de pescadores. Só que o anão percebe logo quem é Griff e a farsa cai por terra. Só que no caminho as coisas dão errado e Tyrion vai parar num mercado de escravos e é vendido, junto com Penny, sua amiga anã, e Ser Jorah Mormont, que na verdade tinha capturado o anão a fim de entregá-lo a Dany e assim voltar às graças com a loira. Como eu disse, tudo dá errado, e todos acabam como escravos. Eles escapam graças à astúcia de Tyrion, mas não sem antes sofrer um bocado. E no caminho, Tyrion está em Volantis (que eu acho interessante que seja exatamente essa cidade a origem de Talysa da série. Certo, ela pode ter mentido sobre seu nome e sua origem, mas ainda é de se pensar. Só para saber, Volantis é uma das cidades que marcha em guerra contra Dany) ele vê numa praça um espetáculo de fogos onde o artista ou sacerdote (há muitos templos também em Volantis) mostra grifos valirianos, em que Tyrion reconhece as palavras DESTRUIÇÃO e  ESCURIDÃO (doom e darkness, acho interessante que em inglês ambas começam com a mesma letra. P. 389) e isso bate com as visões de Melisandre e o que eu já mencionei aqui.

E também tem aquele pessoal que acha que Tyrion vai montar um dos dragões de Dany. Particularmente não acho que ele seja um candidato muito forte, mas quem acha se baseia no fato que ele sabe muito sobre dragões e porque ele tem um sonho em que está rodeado por dragões. Não sei, acho isso muito fraco para explicar, e pode significar exatamente o contrário, que ele será devorado, por exemplo. Até onde eu penso, Tyrion não tem os green dreams que Dany, Jon e Bran tem. Sim, ele pode ajudar, mas porque lê muito, assim, acho que talvez ele possa ensinar Dany a controlar as feras, mas como Quaithe avisou, ele não é confiável. E no final, meio que para provar isso, ele se junta aos Second Sons de Brown Ben, que havia traído Dany. E ele se junta a Brown Ben com razão. Em um passado não muito distante, a Casa Plumm, de Brown Ben, pertencia a Casterly Rock, o que quer dizer que é aliada dos Lannisters (p. 839).

E lembra que os Greyjoy também estão atrás de Dany? Euron, depois de se coroar em Pyke, manda Victarion atrás de Dany, pensando em se casar com ela. Victarion por sua vez, já parte pensando em trair Euron, como vingança por Euron ter dormido com a mulher de Victarion, obrigando este último a matá-la. Assim, Victarion já parte pensando em tomar Dany para si (HA! Dois iludidos se acham que ela ia se submeter a qualquer um deles! O lema dos Greyjoy, em vez de “Não semeamos” devia ser “Queremos tudo que está fora de nosso alcance” ;D). Só que eu acho que nenhum dos dois vai chegar perto. E acho que Euron vai morrer. Quando o barco de Tyrion (agora não mais com Jon Connington) está passando perto de Valyria, ele está conversando com Moqorro, mais um sacerdote do Senhor da Luz (nem reclamem que eu não escrevo o nome do sujeito. Já tentei e não consegui) vê no fogo todo mundo que está atrás de Dany, um com mais frequência que os outros:”Apenas suas sombras. Uma mais que todos. Uma coisa alta e deformada, com um olho negro e dez longos braços., velejando num mar de sangue.” (p.490). Acho que a referência a Euron, também conhecido como Olho de Corvo (olha eles aí de novo…) é clara. E como ele está tocando o terror na costa de Westeros, o mar de sangue fica óbvio. E acho que também indica sua morte.

Agora, Bran, eu acho que é um candidato forte para montar um dragão, como eu já disse várias vezes. Neste ele continua sua peregrinação até o corvo de três olhos, que prometeu que irá ajudar Bran a voar. No terceiro, Bran encontra Sam, que havia sido guiado por Coldhands (Mãos Frias), um ser misterioso que monta um alce gigante, tem mãos frias e negras e nunca mostra o rosto. Ele também não pode passar pela Muralha, devido ás proteções mágicas. Ou seja, pela descrição, parece ser um white walker. Bom, tenho pra mim que este em particular é Benjen Stark. Isso explica porque ele ajuda Bran e cia. E também não acho que GRRM daria tanto espaço para o desaparecimento de Benjen se não fosse voltar a isso. Este forum do westros.org discute a fundo a identidade de Coldhands. E GRRM dá pistas no livro de que seja ele mesmo (apesar de ele colocar umas falsas): “Seu monstro, Brandon Stark” (p. 77). Isso entra numa cena em que Bran e cia. estão discutindo quem é Coldhands, e aqui o “seu” é pronome possessivo mesmo, não tem outro sentido. Mais tarde, Jon e Ser Alliser (aquela besta) estão falando dos outros e isso sai da boca do infeliz do Thorne (de vez em quando o cara dá uma dentro): “Aqueles que os Outros matam não ficam mortos…e eles se lembram.” (p. 409). Não sei porque ele é diferente dos outros white walkers, talvez, diferente de Cat, ele tenha conseguido manter um pouco de sua humanidade. Ou talvez ele tenha um pouco do dom dos outros Stark, sei lá. Também posso estar errada, porque também faz sentido que Coldhands seja outra pessoa, como discutido no forum, e eu não vou ficar repetindo, mas pra mim faz mais sentido se for Benjen.

Bran   Jon   Robb

E mais uma evidência da ligação entre Jon e Bran neste: “Do outro lado o vento era ainda mais frio, o lobo sentiu. Era lá que seu irmão estava, , o irmão cinza que cheirava a verão.” (p. 52). Isto é Jon, em Ghost. E só pra lembrar, verão em inglês é Summer. E Bran continua indo cada vez mais pra lá da Muralha. Seu dom está mais forte também, conforme treina e toma cada vez mais consciência do que ele é. Agora ele também entra em Hodor, chegando a controlar as ações do gigante, e voa num corvo (só pra reforçar, acho que ele vai voar literalmente, não só como warg) numa passagem ao mesmo tempo tensa e fofa, ele fala: “Ele pensou o que Meera diria se ele de repente dissesse que a amava.” (p. 190). Isso é Bran pensando, só que ele está no corpo de Hodor, no meio de um ataque de white walkers, logo antes de chegar na caverna onde ficam os Filhos da Floresta (tá assim ou como crianças em português? Qualquer uma das opções é válida). Achei meigo e bem precoce,né, Bran! Mas sério, alguém ainda duvidava disso? E acho digno de nota que a montanha em questão é o Punho dos Primeiros Homens, justamente onde os Patrulheiros sofrem o maior ataque de white walkers.

Falando nas crianças da floresta, numa das lições de Bran com Brynden, este último diz: “Aqueles que você chama de filhos da floresta tem olhos dourados como o sol, mas uma vez em muito tempo, um nasce com olhos vermelhos como sangue, ou verdes como musgo numa árvore no coração da floresta. Por estes sinais os deuses marcam aqueles escolhidos para receber o dom. Os escolhidos não são robustos, e seus breves anos na terra são poucos, pois toda canção deve ter seu equilíbrio.” (p. 495). Interessante aqui notar nas cores: vermelho (os olhos de Ghost são vermelhos), dourado (Dany tem cabelos dourado-prateados, e tem um dragão verde-musgo). Poderiam ser eles os escolhidos? Acho que sim. Quanto ao tempo na terra, é relativo. O que para nós é muito tempo, para os filhos da floresta é muito pouco. Só pra constar. E é interessante notar que apesar de Bran estar lá na árvore, ele não tem nenhum dos atributos que Bryden menciona (olhos vermelhos, dourados ou verdes). E também não tem mais muita coisa de Bran neste. Só deixa eu falar uma coisa. Tem gente que acha que ele nunca mais vai sair da árvore. Eu acho isso besteira. GRRM não investiria tanto tempo e páginas em Bran pra deixar ele preso numa árvore o resto da vida. Hello! Tudo bem que GRRM é imprevisível, mas acho que ele não faria isso. É erro de principiante. E antes que eu esqueça (e quase esqueço mesmo), há uma passagem que Ser Barristan está conversando com Dany e diz isso: “ Ela veio à corte como Jenny of Oldstones. Uma coisa raquítica, grotesca de se olhar. Uma anã, a maioria disse, apesar de cara a Lady Jenny, que sempre disse ser uma filha da floresta.” (p.329). Pode não dizer nada, mas acho muito esquisito que no mesmo livro em que as crianças da floresta ganham muito espaço Ser Barristan também menciona elas a Dany, aparentemente do nada.

Theon

Quando disse que era só isso de Bran, quis dizer que ele não tem muitos capítulos neste. Mas ele reaparece sim. Só que através de – pasmem! – Theon. Antes de chegar lá, vamos voltar um pouco na história. Quando deixamos Theon, ele tinha sido capturado por Ramsay Snow, agora Bolton, graças a uma recompensa dos Lannisters. Não vou ficar repetindo que Theon NÃO tocou fogo em Winterfell, etc. Mas até entendo porque o povo acha que ele é culpado por isso também. Na verdade, GRRM faz um jogo muito bacana com Ramsay e Roose, levando a crer que realmente foi Theon que cometeu todas as atrocidades em Winterfell: “’Os filhotes de Stark estão mortos’ disse Ramsay, enchendo mais uma vez seu copo, ‘e eles ficarão mortos. Deixe que mostrem suas caras feias, e minha garotas irão fazer pedaços deles. Quanto mais cedo eles aparecerem, mais cedo eu os mato novamente’ O Bolton mais velho suspirou. ‘ Novamente? Certamente você se enganou. Você nunca matou os filhos de Lorde Eddard Stark, aqueles garotos doces que todos amávamos. Isso foi trabalho de Theon Viracasaca, lembra? Quantos de nossos relutantes amigos manteríamos se a verdade fosse conhecida?’” (p. 467). Taí, isso prova duas coisas: 1. Theon não matou os Stark e nem botou fogo em Winterfell, e 2. o cérebro é realmente Roose Bolton, como eu já tinha cantado bola. Não estou forçando ninguém a gostar do Theon por isso, mas se for odiá-lo, pelo menos odeie pelos motivos certos, e não inventados. Mas eu entendo a confusão, Martin faz esse jogo tão bem que engana mesmo.

De volta a Theon, ele primeiro aparece como Reek (Fedor). Lembra que eu falei das frase que os Ironborn não cansam de repetir: “Que o que está morto possa nunca morrer, mas se erguer novamente, mais duro e mais forte”. Bom, podemos considerar que figurativamente Theon morreu, dando lugar a Reek. Reek é o brinquedo favorito de Ramsay, e não falo isso de forma boa. Ramsay é um sádico de primeira, e tortura Theon por esporte. Você, Theon hater, deve estar pensando: bem feito, ele merece! Não, ninguém merece. Theon merece punição, sim, mas não o que sofre. Não vou entrar em detalhes, mas é brutal. Tanto física quanto psicologicamente.

De início, Theon é Reek, criatura abjeta, que nunca toma banho (daí seu nome), e está preso numa cela na masmorra do Dreadfort, se alimentando de um rato. Reek é pálido, com cabelo ralo e quebradiço, totalmente branco, e esquelético. Um cadáver em vida, vamos dizer. Ou, se quiser visualizar, é como Gollum. É medroso, e com razão: “ Meu nome (…) Se eu disser errado, ele irá tirar outro dedo, ou pior, ele…ele…” (p. 178). O nome é Reek. É assim que ele tem que dizer para Ramsay não torturá-lo. Ele passa boa parte do tempo assim. Como Reek, Theon passa boa parte do tempo na corte de Ramsay, e presta atenção em muita coisa, despercebido, já que ninguém presta atenção nele. Ele é um nada, afinal de contas. Mas aos poucos, ele vai se lembrando de quem é (se é que algum dia realmente esqueceu) e vai juntando pedaços de informações aqui e ali. É ele que nota que Jeyne obviamente não é Arya (relembrando, os Lannisters mandam Jeyne como se fosse Arya para casar com Ramsay e assim assegurar a aliança com os Bolton e a lealdade dos lordes do Norte).(SPOILER!) Também percebe logo quando Mance, disfarçado de bardo (quem queimou no lugar dele na fogueira de Melisandre foi Rattleshirt, o Lorde dos Ossos) chega a Winterfell (a mando de Stannis, pra libertar Jeyne, porque todo mundo acha que é Arya). Não vou enrolar muito mais, este forum do westeros.org, Reek, Reek it rhymes with...redemption (Reek, Reek, rima com…redenção. Não pus Fedor porque não daria muito certo aqui. Aliás, estou curiosa pra saber como está isso em português. Vou ter que perguntar pra minha irmã depois – preguiça monstro de ver no livro dela…).

Theon se arrepende, e muito, chega a desejar a morte e o desejo de ser como os Stark. Ele finalmente admite para si mesmo que é mais Stark que Greyjoy. Não que isso adiante muito agora, na verdade agora é tarde. Mas é o começo de sua redenção. Ele salva Jeyne, e aqui começa a surgir algo. Só acho que Theon não compreende ainda, ou então não se acha digno. Mas que eu acho que Theon e Jeyne terão alguma coisa no futuro, eu acho. E calma aí você que acha que Theon foi castrado. Com certeza, ele perdeu alguns dedos das mãos e dos pés, os cabelos embranqueceram, ele perdeu vários dentes, mas EM LUGAR NENHUM diz que ele foi castrado. Todo mundo baseia isso na hora que Ramsay vai consumar o casamento com Jeyne e manda Theon “prepará-la”, ao que este responde que não pode. Ramsay então diz para ele usar a boca (é, lá onde você pensou). Mas esse “não posso” pode significar sim, que ele foi castrado, que ele não consegue (no sentido de precisar de Viagra), ou simplesmente que não pode porque Ramsay é seu senhor (neste momento, ele ainda é Reek, e mostra respeito, pelo menos na frente de Ramsay. Sinceramente, foi sempre assim que eu interpretei, nunca me ocorreu que ele pudesse estar castrado) e ele não pode tocar a esposa do seu senhor. Dito isto, eu retomo o que já disse antes que Pyke pode passar para um de seus descendentes. Também pode passar para Asha. Uma das muitas frases que parecem não indicar nada (como a e Maester Aemon falando pra Jon que ele não sabe o que é ter o filho recém-nascido nos braços, que eu já mencionei), mas que podem dizer muito é: “Eu não sou rainha, nem nunca serei” (p. 368), no pensamento de Asha. Essa certeza é bem típica nessas situações, e depois o contrário do que a personagem pensa acontece.

Asha

Me desviei um pouco do que queria dizer. De volta a Theon. Lembra quando disse lá em cima que Bran não tinha sumido de vez, e que voltava justamente através de Theon. Bom, parte do treinamento de Bran faz com que ele viaje pelo tempo e espaço através das weirwoods (as árvores com as caras esculpidas, nunca sei o nome delas em português. Não deve ser árvore coração, porque esse termo se refere à árvore mais importante do bosque sagrado, não é necessariamente uma dessas árvores. Pode ser um carvalho, por exemplo). Numa dessas viagens, Bran vê seu pai, e também Lyanna pequena lutando com um dos irmãos. (p.504) Importante: Bran a princípio acha que se trata de Arya, porque as duas são parecidas. Guardem isto. E também fala, chama as pessoas. Chama seu pai, que ouve, e mais tarde, Theon diz isso: “’Theon’ elas pareciam sussurrar. ‘Theon’. Os deuses antigos, ele pensou, eles me conhecem.” (p. 674). Para mim, quem chama é Bran. Assim, acho que Theon ainda vai ter um papel importante ainda a desempenhar. E com Bran. Também acho interessante a metamorfose que ele sofre. na ordem: Reek > Viracasaca > Príncipe de Winterfell > Fantasma de Winterfell > Theon. Todas as fases, mais ou menos como Arya(até no fantasma, no caso dela de Harrelhall). E, reforçando o que eu venho dizendo, que Theon sabia o tempo todo onde Bran e Rickon estavam escondidos: “Ele não gostava das criptas, mas não era estranho a elas.” (p. 596).

(SPOILER!) Uma coisa que me chamou atenção desta vez foi num PDV de Davos (acho que o único dele neste livro. Se ele tiver mais, é só um). Ele chega a White Arbor para pedir a lealdade de Manderly para Stannis. Lá ele é primeiro aprisionado, e Manderly finge que mata Davos, para poder mandá-lo atrás de Rickon. Mas Manderly não pode fazer isso abertamente porque tem Freys no palácio, e não pode sozinho contra os Bolton. Mas no conselho onde Davos vai pedir, há uma moça, neta de Manderly, que se chama Wylla (e não, ela tem só uns 16 anos, e não pode ser a suposta mãe de Jon) que mostra uma lealdade absurda a Robb, mesmo depois de  morto: “Os Freys o assassinaram. Se Lorde Stannis for vingá-lo, deveríamos nos aliar a ele.” (p. 274). A moça tem sobrancelhas louras e cabelos verdes, claramente não a cor natural. Mas por que ela defende Robb tão intensamente? Não deve ser à toa. Mas não acho que ela seja Jeyne (de Robb) disfarçada, porque ela parece mais nova, e mais magra, o que não bate com a descrição dada por Catelyn. Só acho que aí tem coisa.

Arya

Falando de Arya um pouco, ela permanece em seu treinamento em Braavos. Mencionei ela lá em cima quando falei de Gendry e também fazendo um paralelo com Theon. Só quer no caso de Arya, ao invés de sofrer uma metamorfose para se lembrar de quem é, ela faz o contrário, para esquecer. Não acho que ela vá esquecer completamente, afinal, mesmo com a distância, ela ainda tem a capacidade de se ligar com Nymeria, mas quanto mais tempo ela passa no templo, mais ela se afasta de quem é. Por outro lado, ela também fica mais próxima de se tornar outra como Jaqen. E seus dons, como os de Bran e Jon, também estão mais fortes, tanto que neste, sem que ninguém a guiasse, ou dissesse alguma coisa, ela já consegue warg (não há termo em português, me refiro a quando eles entram nos outros, animais ou não) em um gato, e vê que é o Kindly Man  que bate nela, enquanto ela está cega:Eu vi você. ‘ Eu te dei três, não preciso dar quatro.’ Talvez na manhã seguinte ela contasse sobre o gato que a havia seguido até em casa na noite anterior desde Pynto´s, o gato que estava se escondendo nas vigas, observando os dois. Ou talvez não. Se ele podia ter seus segredos, ela também podia.” (p. 661) E ela, como os outros dois, aceita isso sem resistência. E já tira proveito. E quanto ao que ela tem que dar ao velhote, trata-se das três coisas que ela não sabia e agora já sabe, que tem que dizer todo dia.

cersei tronoSó falta eu falar de Cersei, e vai ser rapidinho, porque de novo, não tem muita coisa dela neste. Só que os dois (acho) capítulos que tem dela são importantes. Um é o seu Walk of Shame. Certo, eu adoro, acho o máximo, mas o alto septão pegou pesado ao mandar ela desfilar nua em praça pública. Ninguém merece essa humilhação. E se isso não fosse suficiente, ela ainda tem que passar pelo julgamento (pra mim, só o julgamento já estaria de bom tamanho. Ela merece a morte, não desfile). E é aqui eu eu quero chegar. No livro anterior, a Montanha está quase morrendo nas masmorras de King´s Landing, devido ao ferimento sofrido em combate com Red Viper, porque lógico que a arma (não lembro se espada ou lança, e não importa) estava envenenada. tanto que muita gente dá Clegane como morto. Só que ele está sob os cuidados de Qyburn, essa peste (morre logo, praga!), que o mantém vivo de alguma forma, ou então o traz de volta dos mortos, como Thoros. De qualquer jeito, Cersei escolhe o julgamento por espadas, e como ela é a Rainha Regente, ela só pode ser defendida por um membro da Guarda Real. Só que Loras, está doente, quase morrendo, Jaime está em Riverrun, e outros não estão disponíveis. Só resta a ela criar um, e ela diz para seu tio Kevan falar com Qyburn: “Meu campeão precisa de um novo nome bem como uma nova face. ‘Qyburn saberá. Temos nossas diferenças,Tio, mas pelo sangue que compartilhamos e o amor que sentia por meu pai, pelo bem de Tommen de sua pobre irmã desfigurada, faça o que eu peço. Vá até Lorde Qyburn em meu nome e leve uma capa branca, e diga-lhe que chegou a hora’” (p. 798). Mostra que ela já havia planejado algo parecido, e sabe muito bem o que Qyburn faz. Também, no epílogo, ela já esta no palácio, jantando com seu tio, e o manipula direitinho para que mande Taena (outra víbora) para a corte,para fazer companhia a Cersei. E o tal campeão agora é Robert Strong, um homem muito alto, e que nunca mostra o rosto nem fala. Acho que pode ser Clegane.

Trilha sonora

Mais algumas me surgiram na cabeça ao reler. Algumas, são repetidas, outras não, e algumas servem para mais de um personagem, e mais de um livro. Para começar, Running blind, do Godsmack, dá pra Jon, Dany, Bran, Arya e Theon e mais de um livro. I don´t wanna be, do Gavin DeGraw é perfeita para Dany e Jon (não como parzinho, não. Mas: I´m surrounded by liars, everywhere I turn, I´m surrounded by imposters, everywhere I turn, I´m surrounded by idendity crisis, everywhere i turn…são os dois). I think I´m paranoid, do Garbage é para…Cersei, claro! Shake it out, de Florence and the machine (é incrível como várias músicas dela batem com a série, e com os livros. Será que ela é fã? ;D). Hurricane, do 30 seconds to mars também cai bem. Aluminum, do Barenaked Ladies também (you can shine like silver all you want, but you´re just aluminum) é ótima, e vale para todos os que se passam por uma coisa e são outra (e aqui há vários). Walk e Best of you, do Foo Fighters, e Mess of me, do Switchfoot, são Theon do começo ao fim. Ghost of you, do My Chemical Romance, é especial para o Jon, em relação a Ned (at the end of the world or the last thing I see, you are never coming home, for all the things that you never ever told me, and all the smiles that are ever gonna haunt me…for all the wounds that will ever gonna scar me, for all the ghosts that are never gonna catch me…Eu pesei nela outro dia, quando estava assistindo a série, na cena que Ned se despede de Jon…eu chorei). Mais uma vez, Nemo, do Nightwish. Ainda Somewhere, do Within Temptation e finalmente Everything you want, do vertical Horizon, especialmente para Ser Jorah, em relação a Dany. E esqueci de ua especial para o Tyrion, Lady Marmalade, com Christina Aguilera, P!nk, Lil’ Kim e Maya.

Antes de terminar, um agradecimento. Esse post não sairia sem a contrinuição da minha amiga Fernanda, que não cansa de me ouvir falar de qualquer coisa relacionada com a série ou os livros, e dá muitas ideias para minhas teorias, e compartilha as dela. Obrigada Fê!

Obrigada a você também, que mais uma vez ficou comigo até o fim de mais um post gigante. Beijos a até o próximo post!