segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Cavaleiro da Morte

 

O cavaleiro da morte O Cavaleiro da Morte é um belíssimo relato de lealdades divididas, amor relutante e heroísmo desesperado. O livro começa no dia seguinte aos eventos de O último reino, primeiro volume da série.
São tempos terríveis para os saxões. Derrotados pelos vikings, Alfredo e seus seguidores sobreviventes procuram refúgio em Æthelingæg, a região a que ficou reduzido o reino de Alfredo. Aí, encobertos pela neblina, viajam em pequenos barcos entre as ilhas na esperança de se reagruparem, e encontrarem mais apoio.
Ao reunir o Grande Exército, os vikings têm apenas uma ambição: conquistar Wessex. Quando atacam em uma escuridão impiedosa, Uhtred se vê surpreendentemente do lado de Alfredo. Aliados improváveis: um rei cristão devoto e um pagão que vive da espada. Alfredo é um erudito; Uhtred, um guerreiro cheio de arrogância. No entanto, a desconfortável aliança é forjada e os conduzirá dos pântanos para a colina íngreme, onde o último exército saxão lutará pela existência da Inglaterra.

Este segundo livro das Crônicas Saxônicas começa logo após o fim do primeiro. Depois de perder tudo que o unia aos dinamarqueses, e de ficar como refém com os eles, Uhtred (ops! Percebi só agora que escrevi errado o nome dele na outra resenha…Sorry!) retorna ao sul, deixando de lado até a glória de ser reconhecido como o guerreiro, para sua casa, sua mulher e seu filho. Mas não demora nada para que o tédio se instale e ele parte com um navio e vai saquear a costa da Cornualha. A primeira parte do livro é dedicada a esse episódio, e é aí que começam a se estabelecer alianças e traições que vão entremear todo livro.

Da Cornualha também vem a grande personagem feminina deste livro: Iseult, uma rainha bretã, pagã e vidente. Em um dos ataques na costa, Uhtred a encontra e, na verdade, a resgata de sua casa. Iseult é inteligente, bondosa e desprezada por ser pagã, mesmo depois de fazer um grande favor a Alfredo. É uma mulher forte, e aguenta bem a pressão, mas é infeliz. Apaixonada por Uhtred, ela vai com ele para todo lugar e Uhtred segue todos os seus conselhos.

Também resultado desta incursão vem um dos maiores desafetos de Uhtred: monge Asser. Esse é um sujeitinho asqueroso, que tem ódio de todas as mulheres (porque na verdade, morre de medo delas) e o responsável por mais uma das desavenças entre Uhtred e Alfredo.

Falando em Alfredo, gosto um pouco mais dele neste livro. Após a invasão de Wessex pelos dinamarqueses, Alfredo se vê obrigado a fugir com sua família e a se esconder em um pântano, onde passa boa parte do gelado inverno inglês. Aos poucos, ele começa a perceber que as batalhas não são ganhas por Deus, mas por soldados, e, apesar de não gostar nada de Uhtred, começa a confiar um pouco mais em sua experiência como guerreiro. Não totalmente, claro, e ela ainda é tão carola como antes, só que está aprendendo o ofício de governar uma terra devastada pela guerra.

Sua mulher é que é uma praga. Não vou escrever o nome dela, que é muito complicado, mas ela é que é a grande influência negativa em Alfredo. Odeia Uhtred com todas as forças, e está sempre querendo se meter em questões de Estado (não que mulheres não possam fazer isso, mas é que a fulana é burra como um porta e ainda mais carola que Alfredo).

Também merece destaque outro personagem britânico, que aparece mais para o final: padre Pyrlig. Ele chega ao pântano e  começa uma amizade com Iseult, e logo consegue vencer a desconfiança de Uhtred. Apesar de ser padre, se opõe a muitos dos conselheiros de Alfredo (que são em sua maioria padres), e é um homem bem-humorado e também é um soldado. Também inteligente e tem a mente aberta.

Finalmente, do lado dos dinamarqueses, é bom destacar Svein. Um dos principais comandantes dinamarqueses, ele é temido por todos. Aparece mais como comentários dos saxões, mas dá pra perceber que é um homem ambicioso e impiedoso. Como todos os dinamarqueses, é um guerreiro nato e um líder formidável.

No geral, achei este livro melhor que o primeiro, e estou começando a gostar mais de Uhtred. Ele ainda é arrogante, mas está mais amadurecido. De qualquer forma, é uma delícia de ler, como todos os livros de Bernard Cornwell, e estou ansiosa para ver o que ainda vem por aí.

Nota histórica

Não vou me prolongar, porque para quem leu o livro, o próprio Bernard Cornwell dá uma explicação ao final. Só vou comentar que acho interessante que Alfredo realmente ficou bastante tempo no pântano, e formou seu exército ali.

Se você gostou de O Cavaleiro da Morte, pode gostar também de:

  • As Cônicas de Artur – Bernard Cornwell
  • A busca do Graal – Bernard Cornwell
  • Os Pilares da Terra – Ken Follett
  • Mundo Sem Fim – Ken Follett

4 comentários:

Guilherme Primo disse...

adicionei teu blog na minha lista da barra lateral! abraço!

Junior disse...

Olá Fernanda! Que grata surpresa este blog, adicionei ele aos meus favoritos e sempre vou dar uma passada para pegar dicas de livros, também sou um apaixonado por leitura. Cheguei pelo blog pesquisando sobre "A mão esquerda de Deus", que estou lendo no momento e gostando bastante.

Um livro muito bom que li há algum tempo foi "Labirinto", não sei se chegou a ler, mas é muito bom. Cheguei a ter noites de sono perturbadas por causa dele... rsrsrs.

Finalizando, vi no seu mapa que é de Taboão da Serra, correto? Morei aí até os meus 13 anos de idade, depois vim embora para Cerquilho.

Obrigado, bjos.
Junior

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Junoir! Obrigada pelo comentário. Eu também adorei A mão esquerda de Deus, e Labirinto está na minha lista de leitura, assim como a continuação dele, Sepulcro. Engraçado você mencionar que teve noites perturbadoras por causa dele, porque minha irmã, que trabalha numa biblioteca, disse que uma amiga dela que leu Sepulcro também teve medo,mas disse que os dois são muito bons.
E quer mais uma coincidência? Eu estudei veterinária em Botucatu, aí pertinho de Cerquilho!
Beijos e volte sempre!
Fernanda

Anônimo disse...

Olá Fernanda!

Não sabia que "Labirinto" tinha uma continuação, mais um para minha lista de aquisição.

Bjos.
Junior