segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A Espada do Verão - Magnus Chase e os Deuses de Asgard #1 - Rick Riordan

Meu nome é Magnus Chase. Sou órfão e tenho levado uma vida dura nas ruas de Boston. E as coisas estão para ficar muito piores. 
Meu dia começou normalmente. Eu estava dormindo embaixo de um aponte quando um cara me chutou e disse "Eles estão atrás de você.". Quando dei por mim, estou reunido com meu tio mala, que casualmente me informou que meu pai há muito tempo perdido é um deus nórdico. 
Nada normal quanto a isso. E parece que os deuses de Asgard estão se preparando para a guerra. Aparentemente, se eu não conseguir a espada que meu pai perdeu dois mil anos atrás, vem desgraça. Juízo Final, para ser mais preciso. 
Um gigante de fogo atacando a cidade? Guerreiros imortais esquartejando uns aos outros? Lobos impossíveis de matar com olhos brilhantes? Tudo está vindo. 
Mas antes eu vou morrer. Esta é a história de como minha vida vai de mal a pior...

Tenho que confessar que depois de O Sangue do Olimpo eu andava como Magnus, meio órfã de aventuras dos semideuses mais legais da face da Terra. OK, eu tinha Os Heróis Gregos e Os Deuses Gregos para compensar, mas por mais awesomelicious que seja ver Percy contando essas histórias, não é a mesma coisa. Fora que eu estava megacuriosa para saber como seria a ligação entre as duas sagas, e como Annabeth se encaixava na história de Magnus. OK, eles são primos, mas e daí? Como as duas histórias se entrelaçam. Deixa eu dizer logo de cara que ainda não houve esse cross-over, mas tudo indica que, assim como acontece com os Olimpianos e os Heróis do Olimpo, Percy e cia. também vão ter uma participação neste. Titio Rick já deixou esse cliff-hanger para a gente e eu já estou me mordendo pra saber como vai ser.

Esqueci de apresentar Magnus. Bom, na verdade ele basicamente já se apresentou aí em cima. Órfão, ele vive como mendigo nas ruas de Boston, totalmente sem noção de que é filho de um deus nórdico (que permanecerá anônimo por enquanto). Aos 16 anos, a passagem para a vida adulta, sua voda vai mudar radicalmente, pois, claro, existe a profecia de que ele possa atrasar, ou possivelmente adiantar, o Ragnarok, o apocalipse viking (OK, people, eu sei que nem todos os nórdicos eram vikings, mas fica mais legal assim). Magnus é um tanto cético, e mais resistente do que Percy em relação a sua ascendência. Mas não muito. Depois de morrer e ir parar em Valhala, e de outras tantas coisas estranhas que acontecem com ele num prazo de menos de 12 horas, ele acaba aceitando tudo, mas mais como alguém que se conforma do que realmente porque acredita. Pelo menos a princípio. Magnus também é bastante sarcástico, mas diferente de Percy, que usa o sarcasmo para ser engraçadinho, Magnus faz isso com mais rudeza e amargura, mais com o Dr. Enxaqueca, ops, House. Mas nem por isso ele deixa de ter senso de humor:

"Você se parece com Kurt Cobain, minha mãe costumava me provocar, Eu amava Kurt Cobain, exceto pelo fato de ele ter morrido.
Bem, adivinhe só, mãe? eu pensei. Eu agora também tenho isso em comum com ele!" (p. 107, edição inglesa)

Mas Magnus tem motivos para tanta amargura. Já pensou ver a mãe morrer e viver de lixo (literalmente) nas ruas da gelada Boston por dois anos? E com um tio medonho que nem avisa o resto da família que ele sumiu? E se não bastasse tudo isso, ainda morrer pelas mãos de um gigante de fogo? Convenhamos que, mesmo indo parar no Tártaro, Percy teve uma vida melhor. Afinal, não estava totalmente sozinho, tinha amigos e a mãe por perto. E o pai, que de vez em nunca aparece.

Magnus também é muito inteligente, se não muito hábil com a espada, ou com lutas em geral. E é um sobrevivente, acima de tudo. Sabe muito bem se virar nos apertos. Outra característica marcante dele é que ele é naturalmente desconfiado de todo mundo, e não tolera muito contato físico. Em outras palavras, falta um tanto de trejeito social, mas não confunda isso com frieza ou indiferença. Muito pelo contrário. Ele tem um senso de certo e errado muito apurado, e tem bons instintos quando se trata de pessoas. Ele pode ler as intenções delas muito bem. E acho que podemos esperar muito dele, como desenvolvimento de personagem, nos próximos. Digo isso porque neste ele já mostra isso.

Bem, dizer que Magnus está totalmente sozinho é um pouco de exagero. Claro que ele tem seus guardiões, que ele não tem ideia de que sejam isso. Um é Blitz, um anão com senso de moda melhor que o meu, que sofre bullying entre os outros anões. E o outro é Hearth, um elfo mudo, mas que compensa com magia poderosa das runas. Adoro Hearth, mais do que gosto de Blitz. E gostei de como o tio Rick, mais uma vez, encaixa um personagem imperfeito e trata o assunto como se isso não fosse nada demais, tanto no caso da inclusão de Hearth como no caso de tolerância quanto a Blitz. Porque realmente, essas coisas não são nada de mais. São pessoas como todas as outras. Fim.

E claro que tem de haver uma grande mulher, no caso uma grande garota, por trás de todo grande garoto. No caso ela responde por Samirah, ou Sam, e ela enfrenta o mesmo tipo de desconfiança que Blitz por ser filha de... HAHAHA descubra lendo! E não é só isso. Sam ainda é descendente de árabes, e acho que não preciso dizer o que isso significa nos Estados Unidos pós-11 de setembro, certo? Mas Sam usa essa hostilidade como combustível para se levantar a cada tombo, e ficar cada vez mais forte, equilibrando as obrigações de Valquíria (as servas de Odin, também encarregadas de levar os heróis caídos em batalha para Valhala) e as obrigações de uma adolescente, menina, numa família muçulmana tradicional. Ele vive com os avós, já que sua mãe também morreu, e acho que ser Valquíria (e filha de... Valar Lerolivro!) é o jeito dela de se rebelar quanto ao fato de não ter muita escolha na vida real. E, ou eu muito me engano, ou Samirah ainda vai ter muitos problemas mais pela frente. E não estou falando de sua vide de demigoddess.

O livro, como é marca de titio Rick, é bem agitado, Os capítulos são curtos, e a ação é frenética, misturada com muito bom humor. E mil e uma menções a nossa cultura nerd. Eu pirei com Thor, o deus do tanquinho mais bem esculpido de Asgard do Trovão falando de Arrow e The Walking Dead e Game of Thrones, fora mais outras mil indiretas, também musicais, mas que eu esqueci de marcar. E achei bem bacana perceber que vários dos mitos nórdicos são bem parecidos com os gregos. E amei conhecer melhor essa mitologia, que eu confesso que conhecia mais pelos filmes dos Avengers. E falando nisso, Thor e Loki fazem suas participações, mas mesmo com descrições físicas bem diferentes dos dois, na minha cabeça eles eram:




Com direito às vozes de Chris Hemsworth e Tom Hiddlestone na minha cabeça. E já estou babando para o próximo, Magnus Chase e o Martelo de Thor (mais uma observação nada a ver: toda vez que eu lia o nome do martelo, Mjolnir, eu ouvia a Darcy chamando ele de mewmew).

Trilha Sonora

Cry Wolf, dos também nórdicos A-ha, só podia estar aqui; Hungry like the wolf, do Duran Duran também, por motivos bem óbvios; Stand my groundWhat have you done now e Our Solemn Hour (que OK, nem tem tanto a ver assim, mas eu coloquei só porque ela é simplesmente awesometastic), do Within Temptation não poderiam faltar.

Se você gostou de A Espada do Verão, pode gostar também de:

  • Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan;
  • Os Heróis do Olimpo – Rick Riordan;
  • As Crônicas Kane – Rick Riordan;
  • Ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • Harry Potter – J. K. Rowling;
  • As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis;
  • O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien;
  • O Hobbit – J. R. R. Tolkien;
  • A Crônica do Matador de Reis – Patrick Rothfuss.

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