terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A Menina que Roubava Livros – filme

 

BookThiefDizer que o livro é mil vezes melhor que o filme é chover no molhado. Afinal, todo leitor que se preze sabe que 99% (sim, meus caros leitores, há exceções) das vezes isso é verdade. Dito isto, declaro que o filme é uma adaptação boa do livro, e que sim, ela vai mexer com você, talvez não tanto como o livro, mas com certeza você não sairá do cinema indiferente.

O filme começa exatamente como livro, com a Morte (aqui um adendo: você que começou a reclamar que a Morte é um homem, fique sabendo que em inglês, é assim mesmo. Enquanto para nós a Morte é feminina, em inglês é masculina. Vamos lembrar da narração do conto dos irmãos Peverell na voz da Hermione: The Tale of the Three Brothers. Reparem que ela sempre se refere à morte como “he”). E lá está o trem que leva Liesel e sua família, com seu irmão já morto. E em seguida já vem o primeiro roubo.

Liesel   Hans

Corta para o momento que Liesel (Sophie Nélisse) chega à Rua Himmel, recepcionada por sua mãe Rosa, rígida e reclamona como sempre (Emily Watson, perfeita) e seu pai, o saukerl Hans Hubermann (Geoffrey Rush, maravilhoso), carinhoso e de personalidade leve. Geoffrey Rush conseguiu transferir para a tela todo o carisma e caridade de Hans. E também ali quem vai roubar a cena toda vez que aparece: Rudy (Nico Liersch, perfeito no papel). E logo ali, na primeira cena, pedindo o primeiro beijo de Liesel, Rudy já nos conquista.

Liesel   Rudy

A Rua Himmel, confesso, não correspondeu às minhas expectativas, mas gostei do resultado, ficou acolhedor, como deve mesmo ser uma rua chamada céu. As casinhas, modestas, são aconchegantes, mesmo que sejam úmidas e frias. Os vizinhos, curiosos, parecem extensão da família. E Liesel ali, quietinha dentro do carro, assustada. Até que Hans chega, de mansinho, e a chama: Sua Majestade. Impossível não se apaixonar por Hans só por isso.

E assim, a vida vai seguindo aos pouquinho, devagarinho, na Rua Himmel. Liesel se consagra a campeã peso-pesado do pátio da escola, Hans pinta o dicionário para ela no porão, Rudy corre disfarçado de Jesse Owens, mais roubos acontecem, e os seguidores de Hitler se preparam para a guerra.

Hubermanns

Enquanto isso, em algum lugar distante, a SS vai atrás dos judeus. É quando aparece Max (Ben Schnetzer, ótimo), escapando e deixando sua família para trás, seu maior arrependimento. Max chega na casa da Rua Himmel e altera toda a rotina. Conhecemos a história por trás do acordeão de Hans, nos encantamos e nos emocionamos com Max. Torcemos por ele, sofremos junto, e acompanhamos como seus dias ficam mais cheios de vida no porão por causa dea saumensch Liesel.

Max   Liesel

E em outro ponto da cidade, a mulher do prefeito, que ganhou falas, poucas, mas estão lá. Barbara Auer transmite a melancolia da personagem com competência. E que biblioteca é aquele, pelos sete! Quero uma daquelas para mim! E marca bem o contraste entre a riqueza de uns, contra as dificuldades de outros. E, falando nisso, deixa eu mandar um recadinho. Como sempre, com filmes assim, tem aqueles manés que reclamam que os personagem parecem muito saudáveis e que não parecem passar fome. Olha, bom senso mandou lembranças, viu? Gente, é um filme, não é necessário que os atores passem fome, a regime de água (é, porque aparentemente para essa gente, até o pão é demais) para transmitir a fome, a pobreza e todo o perrengue de não ter o suficiente, Especialmente quando há crianças envolvidas. Então, gente, menos, tá? Tenham em mente que se trata de uma obra de ficção. (Tenho a impressão que as mesmas pessoas vão falar a mesma coisa de 12 years a slave…)

Liesel 2

Claro que muita coisa ficou de fora. O avião do americano não se espatifa na Rua Himmel, Liesel e Rudy não viram mestres do furto de frutas, e eu acho que a Morte podia ter mais interjeições, como no começo, poderia incluir toda a introdução enquanto mostra as nuvens, ou quando Rudy pede o beijo após resgatar o livro de Liesel do rio, dizendo que seria a última vez, ou explicando que a mulher do prefeito deixava a janela aberta para que Liesel roubasse seus livros, e o livro que Max escreve para Liesel. Faltou um pouco da poesia do livro, falar dos 3 encontros de Liesel com a Morte, das cores de cada um deles, mas nada que impeça você de se emocionar com a história. O filme continua sendo um relato sensível da Segunda Guerra Mundial, e de como ela marcou as vidas dos habitantes da Rua Himmel, além das nossas, mesmo que não tenhamos vivenciado esse horror. Vale o ingresso.

Beijos e até o próximo post!

Quando a morte

3 comentários:

Jéssica Soares disse...

Oi, Fe! Vi seu comentário lá no blog e, realmente, eu já tinha lido a sua resenha, só não deu tempo de comentar hehe Acho que concordamos no fato de que a Morte deveria ter aparecido em mais alguns momento, mas, realmente, seria preciso uma elaboração melhor do roteiro para que isso funcionasse.
Sério que ainda houveram críticas com relação a Sophie Nélisse? Estou realmente chocada com isso, ela foi uma Liesel tão perfeita que não poderia pensar em uma atuação melhor!
Enfim, como li o livro, estou satisfeita com o que assisti, mesmo com as alterações, a história ainda continuou bonita e causou outras várias reflexões em mim. É só lembrar do filme que dá vontade assisti-lo novamente hehe Bjão
Jéssica

Fefa Rodrigues disse...

Louca para ver mas não tá passando no cine aki na minha city!! :o(

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi meninas!

Jess, pelo que eu li da sua resenha, realmente temos opínões bem parecidas quanto ao filme. Eu também gostei bastante, e estou relendo o livro.

Fefa, que pena! Mas olha, tem gente que conseguiu baixar.

Beijos!