Queda de gigantes é o novo épico de Ken Follett. O primeiro romance desta trilogia segue o destino de cinco famílias durante a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa. Aos 13 anos de idade, Billy Williams entra em um mundo de homens nos poços de mineração de Gales. Gus Dewar, um estudante de direito norte-americano sem sorte no amor, encontra uma carreira nova e surpreendente. Dois irmãos órfãos russos, Grigori e Lev Peshkov, embarcam em caminhos radicalmente diferentes separados por metade do mundo quando seus planos de emigrar para os Estados Unidos falham por causa da guerra e da revolução. Estes e muitos outros personagens têm suas vidas intimamente entrelaçadas em uma saga que se desdobra em drama intrigante e complexo. Queda de gigantes vai de Washington a São Petersburgo, da sujeira e do perigo de uma mina de carvão aos candelabros brilhantes de um palácio, dos corredores do poder para os quartos dos poderosos. Como sempre acontece com Ken Follett, o contexto histórico pesquisado é brilhante e a ação processada em movimentos rápidos. Os personagens são ricos em nuances e emoção. Está nascendo um novo clássico.
Acho que nem preciso dizer que depois de ler Mundo sem fim e Os Pilares da Terra, me apaixonei por Ken Follett. E não via a hora de ler o mais novo livro dele, Queda de Gigantes, o primeiro volume da trilogia (óbvio, se eu gosto…) O Século. Logo nas primeiras páginas já pude perceber que o livro seria maravilhoso. E não me enganei. Apesar das oitocentas e tantas páginas, dá pra ler rápido (só não acabei antes porque depois que comecei a ler voltei de férias no trabalho e na faculdade).
Mais uma vez, Ken Follett se utiliza de pesquisa rigorosa e a I Guerra Mundial e a Revolução Russa servem de pano de fundo para as histórias de cinco famílias que acabam se cruzando.
O livro começa com a iniciação de Billy Williams, aos treze anos, na mina de carvão. E é impossível não se apaixonar por ele só pelo prólogo. Só por aqui ele já mostra que é um jovem determinado e que enfrenta as dificuldades com a cabeça erguida. E ele também não é de levar desaforo para casa. Seu pai, um trabalhador do sindicato dos mineiros, é quem o ensina os ideais do partido trabalhador inglês, ideais esses que Billy não abandona e leva consigo para a guerra. E justamente por isso é que ele vai enfrentar problemas no decorrer da história.
Sua irmã Ethel, por outro lado, começa como uma criada na casa dos Fitzherbert, e para quem foi criada sem alienações, é bem burrinha. Orgulhosa, acha que o povoado de Aberowen, onde mora, é muito pouco para ela. Quer dizer, ela é que é importante demais para o vilarejo. Mas sua soberba tem um preço, e quando ela se envolve com o patrão, ela descobre que esse preço é amargo. Mas ela aprende a lição, e se torna uma mulher forte e de opinião.
Fitz, o patrão, é um lorde típico: alienado e que se acha o dono do mundo só porque faz parte da aristocracia. Como todo político, ele pensa primeiro no seu ganho, e, no início, é um completo idiota (na verdade, no livro inteiro, mas no começo é pior), sempre querendo se provar útil a seu país, puxando o saco de todos os homens influentes que encontra, mas que na verdade não tem ideia do que acontece fora dos muros de sua casa.
E nem dentro, pra falar a verdade. Sua irmã, Maud, na minha opinião a melhor personagem feminina da história, se apaixona por Walter, um espião alemão amigo de Fitz, mas que, ao contrário de Fitz, é um pacifista. Claro que os dois vão enfrentar muitos problemas, mas seu amor é mais forte que tudo e eles conseguem superar todos os obstáculos. Maud é uma rebelde, que ajuda os mais pobres e tem ideias bem avançadas para a época em que vive.
Outro personagem importante é Gus Dewar, um assessor do presidente americano, também colega de Fitz. Ambicioso, ele vê sua vida mudar completamente com a guerra (bem, todos os personagens, na verdade). Ele é meio desajeitado, e se transforma totalmente quando os Estados Unidos são obrigados a lutar.
Seu destino se mistura com o de Lev Peshkov, um órfão russo que sonha em emigrar para a América. Lev é ganancioso e vive de pequenos golpes e sempre acabe se metendo em encrencas, principalmente por causa de mulheres. No começo, ele vive em São Petersburgo com seu irmão Grigori, que é o oposto de Lev. Onde Lev é irresponsável e não tem medo de arriscar, Grigori é cuidadoso e reservado. Grigori vê seus sonhos irem por água abaixo por causa do irmão, e, apesar de amá-lo, se ressente por isso. Grigori é trabalhador e se opõe quase religiosamente ao Czar. E tem razões para isso. Desta forma, é absolutamente devotado ao partido Bolchevique e vai ser um personagem importante na Revolução.
Mais uma vez, Ken Follett traz uma história repleta de ação e romantismo e com um ritmo adequado. E um passeio delicioso pela História recente. O segundo volume vem em 2012, e já aguardo ansiosamente.
Nota histórica
Não vou comentar nada, porque todas as razões para a Guerra e a Revolução estão muito bem explicadas no livro, seria repetir o que o autor já faz de forma brilhante.
2 comentários:
Esse livro parece ser lindo. Adoro histórias com guerra, sempre dá um ar trágico e comovente que fica encantador.
Se você gosta de história de guerras, então vai gostar mesmo desse livro. Mas eu prefiro Mundo sem fim, e se você gostar de história, vai adorar este também.
Beijos, Thalinne!
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