terça-feira, 15 de abril de 2014

O Conde de Monte Cristo – Alexandre Dumas

 

Monte CristoO futuro do jovem marinheiro Edmond Dantés parecia promissor. No entanto, a conspiração de três inimigos invejosos ocasionou sua prisão por catorze anos. O que ninguém esperava era que ele conseguiria sair da prisão, com uma sede de vingança que não pouparia nenhum dos responsáveis pela sua tragédia.

Se é verdade que a vingança é um prato que se serve frio, ninguém sabe disso melhor que Edmond Dantés. Dantés começa a história como um jovem de 20 anos, com a vida pela frente e um futuro brilhante a sua frente, ainda que tenha nascido pobre na Marselha. Dantés é feliz, tem um pai que o ama, uma noiva apaixonada por ele, um patrão que é como um segundo pai, e está entusiasmado com a promoção que teve no trabalho. Porém, claro que tanta felicidade gera a inveja, e alguns inimigos.

Numa de suas viagens (esqueci de mencionar que Dantés é marujo), onde teria recebido uma carta de Napoleão, que na época estava no exílio em Elba, para seus aliados na França, o que constituiria traição, não fosse pelo pequeno detalhe que Dantés não sabia do que se tratava a carta. Na verdade, a carte era dirigida ao juiz de Villefort. Mas, Danglars, um de seus colegas marujos, acaba descobrindo a carta, e junto com mais dois amigos, Ferdinand Mondego e o próprio Villefort, acabam armando para Dantés, e entregando às autoridades. Dantés então é julgado sumariamente, e condenado á prisão às vésperas de seu casamento com Mercedes. Tudo isso em questão de horas. E assim, num passe de mágica, Dantés vê toda a sua vida ser arrancada dele.

Na prisão, ele conhece o abade Faria, que resgata Dantés do desejo da morte. Faria passa muito conhecimento a Dantés, enquanto cavam um túnel para fugir do temido Castelo de If, prisão praticamente inescapável. Praticamente, porque, né, o nosso Dantés consegue, e começa a colocar em prática seu plano de vingança, muito bem elaborado durante 14 anos de encarceramento.

Agora, o jovem idealista e sonhador dá lugar a um bilionário (antes de fugir, Dantés consegue um tesouro, deixado pelo Faria), mas misterioso, que viajou todo o Oriente, e chega a Paris com todo requinte e já causando. Nasce o Conde de Monte Cristo, homem charmoso, sofisticado, e popular, que é procurado por todos para conselhos, festas, e tudo mais. E claro, por ser tão exótico e ter viajado muito, ele já inspira na alta-sociedade parisiense muita curiosidade. Também pelo fato de antes de chegar á França, ele salva Albert de Morcerf, filho do barão de Morcerf, das garras de salteadores na Itália.

E assim, o conde se infiltra entre os mais poderosos da sociedade, ganhando sua confiança. O conde é dissimulado, e sabe enganar perfeitamente seus inimigos. Mas essa não é a única personalidade assumida por Dantés, que também se disfarça de padre e Simbad, o Marujo. E sob cada um desses pseudônimos, ele vai traçando sua vingança.

Enquanto isso, outras histórias paralelas se desenlaçam, como o romance proibido de Morrel, jovem pobre, mas digno e de boa índole, com Valentine, filha do agora procurador real Villefort. Valentine estava prometida para Albert, mas não queria se casar com ele (nem ele com ela). E também a própria história de Albert e seu rapto. Todas essas narrativas estão interligadas, mas a gente só descobre no final. Confesso que ficava me perguntando o que elas tinham a ver com Dantés. E cada um dos personagens que armaram para Dantés, agora bem sucedidos em suas vidas, tem uma identidade diferente, mas não vou falar quem é quem, para não estragar a surpresa ao ler (menos de Villefort, que já falei).

A narrativa é boa, fluida, e a história prende. Só demorei (e muito) para ler porque o meu livro, que é edição de bolso, tem nada menos que 1663 páginas (ou seja, não é bem de bolso, né?), e acabei intercalando com outras leituras e releituras. Alexandre Dumas retrata muito bem a França da Restauração, onde a sociedade é fútil e alienada. E é uma delícia ir descobrindo o plano de Dantés aos poucos, não fica ponto em aberto. Leitura recomendada, para ser degustada exatamente como a vingança: com paciência e aos poucos.

Filme

Confesso que só assisti à versão mais recente (e nem tão recente assim), com Jim Caviezel (que você talvez conheça da série Person of Interest e como Jesus no filme de Mel Gibson) e Henry Cavill no papel de Albert. O filme é legal, mas pelo que lembro (e não é muito faz muito tempo que vi), também diferente do livro. Mas desde que vi estou atrás do livro para ler, e só agora, com o lançamento da Editora Zahar consegui.

Se você gostou de O Conde de Monte Cristo, pode gostar de:

  • Os Três Mosqueteiros – Alexandre Dumas.

2 comentários:

Jéssica Soares disse...

Oi, Fê! Tudo bem?
Um dos livros que eu realmente preciso ler é "O Conde de Monte Cristo"! Gosto muito do Alexandre Dumas pela história dos "Três Mosqueteiros", o autor me marcou positivamente e desde então eu nunca encontro a oportunidade certa para continuar lendo as suas obras. Gosto bastante de todo esse cenário histórico atribuído ao livro e se narrativa flui, independente de quanto tempo eu demore para ler o livro, isso já conta para mim! Sua resenha me empolgou (aliás, desde a sua resenha de "Os Miseráveis" estou com aquela vontade de ler algum clássico assim hehe)! Bjão
Jess

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Só tenho uma coisa pra te dizer, Jess: leia. Os dois! Vale muito a pena, você vai ver.

Beijos!