quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A Maldição do Tigre – A Saga do Tigre #1 – Colleen Houck

 

Kelsey Hayes perdeu os pais recentemente e precisa arranjar um emprego para custear a faculdade. Contratada por um circo, ela é arrebatada pela principal atração: um lindo tigre branco.
Kelsey sente uma forte conexão com o misterioso animal de olhos azuis e, tocada por sua solidão, passa a maior parte do seu tempo livre ao lado dele.
O que a jovem órfã ainda não sabe é que seu tigre Ren é na verdade Alagan Dhiren Rajaram, um príncipe indiano que foi amaldiçoado por um mago há mais de 300 anos, e que ela pode ser a única pessoa capaz de ajudá-lo a quebrar esse feitiço.
Determinada a devolver a Ren sua humanidade, Kelsey embarca em uma perigosa jornada pela Índia, onde enfrenta forças sombrias, criaturas imortais e mundos místicos, tentando decifrar uma antiga profecia. Ao mesmo tempo, se apaixona perdidamente tanto pelo tigre quanto pelo homem.

Eu já queria ler esse livro faz tempo por motivos de: o tigre na capa. Mas antes de começar a resenha mesmo, preciso dizer que sou radicalmente contra circos com animais. Já vi maus-tratos demais a animais de circo para durar uma vida, e no começo do livro isso foi uma coisa que me incomodou um bocado. E olha que o circo de Ren é até que OK, fora o uso de um tigre e cães para entretenimento (olhar de repulsa), eles até são bem tratados, dentro do possível. Porém, sendo bem sincera, Colleen Houck até faz ums crítica a isso. OK, desabafo feito, moving on.

Kelsey é uma garota normal de 17 para 18 anos, que perdeu os pais há alguns anos, mas que lida com isso muito bem. Ela está de férias e mora com os pais adotivos, e precisa encontrar um trabalho temporário antes de entrar para a faculdade comunitária (explicaçãozinha: as faculdades mais conhecidas nos EUA, como Harvard, UCLA, Princeton, etc, são absurdamente caras, e nem todo mundo pode cursar. Mas existem as faculdades comunitárias, que se não me engano são gratuitas, ou muito baratas, e oferecem cursos profissionalizantes de auxiliar judiciário, de antropologia, etc.) local. Kelsey é bem tranquila, prestativa, simpática, mas, até por ter perdido os pais, um tanto introspectiva. Gosta de ler, principalmente Shakespeare, desenhar e filmes de artes marciais. Mas quando Kelsey conhece Ren, o lindo tigre branco de olhos azuis penetrantes, ela imediatamente sente uma forte ligação com o animal.

O que Kelsey sequer suspeita é que Ren é na verdade um príncipe indiano que foi amaldiçoado 300 anos atrás. E quando Kelsey aparece na vida de Ren, coisas extraordinárias acontecem com ele também, mas não vou revelar, descubra lendo. Ren deixou de envelhecer quando foi amaldiçoado, por isso aparece como um jovem lindo (óbvio), muito respeitoso, com um senso de humor levemente sarcástico (que combina com Kelsey, aliás), inteligente e sensível. Clichê mais óbvio que este não existe. O que eu acho legal em Ren é que ele é uma mistura de gerações. Deixa eu explicar. Ao mesmo tempo que ele tem um linguajar mais ou menos moderno, e acompanha as novidades tecnológicas da vida de hoje, ele ainda não entende bem algumas coisas por ter vivido 300 anos atrás. E ele é um pouco de um choque de culturas também, entre o ocidente, onde viveu como tigre boa parte da vida, e o oriente da Índia, sua origem. E eu acho isso fascinante, esse dualismo.

O livro tem relativamente poucos personagens (pra quem está acostumada com a infinidade de ASOIAF, praticamente nada), mas bem construídos. Vale a pena destacar o Sr. Kadam, administrador dos bens de Ren (pessoas, ele é um príncipe, óbvio que é bilhardário), um senhor de meia idade, tão fofo que é um avôzinho. Sábio, paciente e um ótimo professor, é ele que lida com Kelsey enquanto ela não descobre que Ren é um príncipe. E também Kishan, irmão de Ren e igualmente amaldiçoado. Kishan é mais brincalhão e jeito de bad-boy, mas daqueles adoráveis que a gente quer levar para casa. Kishan no primeiro tem participação menor, mas já dá para ver isso dele. E não vou elaborar mais para não dar spoiler.

A narrativa é em terceira pessoa focada em Kelsey, é fluida e leve, os capítulos são curtinhos e dá para ler bem rápido. Eu li de uma tacada só, em um dia. Só o que me incomodou um pouco (fora o lance do circo, que eu já coloquei lá em cima), foi que Kelsey aceitou tudo muito fácil. Um belo dia o Sr. Kadam chega no circo, diz que vai comprar Ren para levá-lo para a Índia para viver num santuário, e precisa levar Kelsey, e pá-pum!, lá vai ela no minuto seguinte embarcando para um país exótico, que ela não conhece, com um senhor que ela nunca viu na vida. Isso é irreal. Certo, a história toda é irreal, mas o que quero dizer é que esse não é o comportamento de uma adolescente, menos de idade, ainda por cima, sensata como Kelsey. Mas isso é um problema menor comparado com o resto.

O que eu gostei bastante foi de ter um pouco de contato com essa cultura tão diferente que é a indiana. No primeiro ainda é bem pouca coisa, mas já estou  no devorando segundo, e isso se acentua. Também gostei de que apesar de ter momentos enjoativamente doces (quase entrei em coma diabético), o foco maior é na ação. Imagine um Twilight (OK, não vale de muita coisa), mas melhor desenvolvido misturado com Indiana Jones e o Templo da Perdição, e você tem o que é ler esse livro: uma leitura prazerosa, envolvente e apaixonante.

Trilha sonora

The Reason, do Hoobastank, por motivos óbvios (confira a letra) e Hunting High and Low, do A-ha, mais pelo clipe do que pela música (apesar de ser uma das minhas all time favourites).

Se você gostou de A Maldição do Tigre, pode gostar também de:

  • Beautiful Creatures – Margaret Stohl e Kami Garcia;
  • As Crônicas dos Kane – Rick Riordan;
  • Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan;
  • Os Heróis do Olimpo – Rick Riordan;
  • Os Instrumentos Mortais – Cassandra Clare;
  • Ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • A Viagem de Theo – Catherine Clement (esse fala de religião, e fala bastante das religiões da Índia, vale a pena conferir).

2 comentários:

Jéssica Soares disse...

Oi, Fê! Tudo bem?
Eu tenho todos os livros dessa série, mas eu ainda não arrumei aquela coragem de conferi-los por medo de ser muito meloso. Por outro lado, fico muito curiosa com relação a cultura indiana e, depois do que você escreveu, fiquei beeem interessada nesse Kishan heim haha Ultimamente estou só me decepcionando com os romances sobrenaturais, faz tempo que não leio um que realmente me empolgue, mas aproveitando que eu tenho os livros e a sua indicação, vou dar uma chance! ;) Bjão
Jess

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Jess!

Se você começar, vai ler rapidinho, vai ver só. Ele até tem umas partes bem melosas, mas os outros tem mais, mas as cenas de ação mais que compensam isso. E é bem bacana mesmo descobrir um pouco mais dos mitos indianos. Já estou terminando o terceiro, e vou embalar logo com o quarto, porque também tenho todos (minha irmã aproveitou a blacK friday no submarino e comprou o box, mesmo a gente já tendo o primeiro). E quero ver a sua opinião quando você ler!

Beijo!