Perigo. Desolação. Escolhas. A eternidade é tempo demais para esperar pelo verdadeiro amor?
Em sua terceira busca, a jovem Kelsey Hayes e seus tigres precisam vencer desafios incríveis propostos por cinco dragões míticos. O elemento comum é a água, e o cenário de mar aberto obriga Kelsey a enfrentar seus piores temores.
Dessa vez, sua missão é encontrar o Colar de Pérolas Negras de Durga e tentar libertar seu amado Ren tanto da maldição do tigre quanto de sua repentina amnésia. No entanto o irmão dele, Kishan, tem outros planos, e os dois competem por sua afeição, além de afastarem aqueles que planejam frustrar seus objetivos.
Em A Viagem do Tigre, terceiro volume da série A maldição do tigre, Kelsey, Ren e Kishan retomam a jornada em direção ao seu verdadeiro destino numa história com muito suspense, criaturas encantadas, corações partidos e ação de primeira.
A épica saga dos tigres já foi lançada em 18 países e ocupou os primeiros lugares na lista dos mais vendidos do The New York Times.
ATENÇÃO! SPOILERS DOS ANTERIORES! Você foi avisad@.
Depois de cumprir mais uma tarefa de Durga para quebrar a Maldição do Tigre, Kelsey, Ren e Kishan partem para mais um desafio. E desta vez o desafio vai levar o trio para o fundo do mar, exigindo mais habilidade e coragem. Eles precisam trabalhar em conjunto, mas contam com um pequeno detalhe: Ren perdeu a memória depois de ficar prisioneiro de Lokesh. Ou, mais exatamente, é uma perda de memória seletiva, porque ele na verdade só não lembra de Kelsey. E claro que isso tem um impacto profundo na garota.
Vou adiantar um pouquinho de dar um spoilerzinho besta (e previsível): Ren recobra a memória, óbvio. Mas por não ter conseguido salvar Kelsey numa hora, ele se afasta dela. Tarefa nada fácil considerando que os três estão confinados num iate gigante. E para piorar a situação, Ren começa a circular com periguetes interesseiras, esfregando na cara de Kelsey que não quer mais nada com ela. Mas, como eu disse, ele recupera a memória, e lá pelas tantas, percebe que ainda ama Kelsey, e que vai lutar por ela (já volto a falar dela). Só que tem um imenso porém: Ren se torna extremamente controlador, pela insegurança, a ponto de tentar ditar o corte de cabelo de Kelsey.
Aparte meu agora, que não tem nada (mais ou menos) a ver com o livro: o que faz essas autoras pensarem que nós, mulheres, gostamos de homens possessivos e controladores? Edward Cullen, Christian Grey (esse, pelo que sei, porque não li nem faço questão de ler o livro, ao extremo) e agora Ren. Sério? For the record: não, qualquer coisa que tolha a minha liberdade, para mim, pelo menos, não é nada atraente. Muito pelo contrário. Acho ridículo, risível. Eu não conseguiria ficar com alguém que precise controlar o cumprimento do meu cabelo, como eu devo me vestir, ou com quem posso andar. Nunca. E vale o contrário também, viu, meninas? Por que não esses romances não investem em homens (ou namorados) mais maduros e seguros de si? Vou dar dois exemplos de namorados fictícios que, fossem reais, eu queria para mim. Um: Adrian Ivashkov. Adrian nunca desiste de Sydney, faz de tudo para salvá-la, seja de um perigo real, seja dela mesma (por exemplo, é ele que abre os olhos da garota dos perigos da magreza extrema). E nunca, em momento algum, tenta controlar a vida dela. Não comenta seu cabelo, não diz quem deve ou não ser seu amigo, e, apesar de suas inseguranças, ele confia plenamente em Sydney. Outro exemplo assim é Percy Jackson. Da mesma forma que Adrian, Percy dá bastante liberdade a Annabeth, e não a abandona quando a menina cai no Tártaro. Ele cai com ela. Também tem plena confiança nela, dá liberdade e compartilha das ambições de Annabeth, em vez de tentar impor as suas. Esses dois sim valem a gente sonhar.
Voltando ao livro. Ren, resumidamente, é um perfeito jerk (sou educada demais para dizer escroto o que eu realmente penso dele em português), e sua tática tem efeito imediato. Não só ele afasta Kelsey, como também machuca feio a garota. E isso pesa na decisão de Kelsey. Neste, ela deve fazer uma escolha, e, depois desse comportamento deplorável de Ren, sua escolha ficou muito mais fácil (pessoalmente, eu acho que ela devia mesmo ficar com Kishan, mas tenho quase certeza de que no final ela vai ficar mesmo com Ren :/), mesmo sabendo que seu coração bate bem mais forte (e mais algumas coisas) por Ren, ela decide que não vai abandonar Kishan (apesar que o namorinho deles é tããããão morninho…), porque, sim, Kelsey ama Kishan (não do mesmo modo, e ela sabe disso, mas está em negação), e sabe que ele fará de tudo para fazê-la feliz. Ele nunca faria o que Ren fez, por exemplo, desfilando as periguetes no barco. E sabe que, se ela assim quiser, Kishan a ama o suficiente para abrir mão dela para que fique com Ren. E, por essas e outras, Kelsey neste está mais insegura. Mas, ela ergue a cabeça e segue em frente porque sabe que de nada adianta ela ficar reclamando da vida e se escondendo no quarto. Ela ainda tem duas tarefas de Durga a cumprir.
E Kishan está mais feliz com a escolha de Kelsey, mas ele sabe que no fundo ela não é apaixonada por ele. E ele, retomando o parágrafo de desabafo ali em cima, dá o espaço necessário para Kelsey, não a força a nada. Kishan, mesmo sabendo que é o segundo, tem segurança o suficiente para isso. Kishan é um guerreiro nato, gosta de uma boa briga, mas também é sensível, e bom. Muito bom. Até demais para Kelsey. E tem um super big extra plus: ele não fica enchendo o quaro, a mochila, a cabeça, de Kelsey com poemas o tempo todo. Sério, pessoas, chega uma hora isso irrita. Já disse, podem culpar a minha falta de romantismo em George R. R. Martin e Bernard Conrwell (não que eu não seja romântica, mas tem limite. Flores de vez em quando, um jantar, OK, mas todo dia, toda hora, aff! Sai pra lá!). Kishan mostra o seu amor com atitudes, o que eu acho mil vezes mais válido.
E lembra que eu disse na resenha de O Resgate do Tigre que ainda não sabia exatamente o que Lokesh queria. Bom, na verdade eu não podia falar na hora. Seguinte, Ren e Kishan tinham amuletos que são fragmentos de um maior, e eles conferem poderes especiais a quem os tem. Ren deu o seu ao Sr. Kadam, que teve um avida longa por isso (tem mais, mas de novo ainda não posso comentar) e Kishan deu o seu para Kelsey, que com ele tem um poder de fogo, literalmente. Ela consegue atirar raios com a mão. Como eu disse, eles são fragmentos de outro maior, e os outros 3 pedaços estão com, drumroll, please, você adivinhou, Lokesh, E seu objetivo é juntar todos eles, para ter, citando Palpatine, Poder, Poder ilimitado! Ele ainda cobiça mais, mas não quero dar spoilers.
Este é mais denso, tem mais nuances e uma gama maior de sentimentos envolvidos. As tarefas que eles devem cumprir são mais elaboradas, e envolvem dragões (que máximo é isso?!?). Há uma mistura de culturas aqui, entrando um pouquinho na chinesa, o que eu achei bem bacana. Há um tanto de enrolação, e mais momentos melosos, mas de novo, a ação mais que compensa por isso. E o final eu achei até surpreendente. Leitura leve, fácil e que vai rapidinho.
Trilha sonora
Sailing, do N´Sync, só por causa do mega iate (OK, eu sei, mas 1: eu acho essa versão deles mil vezes melhor que a original; e 2: eu fecho os olhos e me imagino navegando num iate com mar e céu azuis, relaxando); Feel the quiet river rage, Live; Aquarius, Within Temptation; Animals, Maroon 5; Look after you, The Frey.
Se você gostou de A Viagem do Tigre, pode gostar também de:
- Beautiful Creatures – Margaret Stohl e Kami Garcia;
- As Crônicas dos Kane – Rick Riordan;
- Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan;
- Os Heróis do Olimpo – Rick Riordan;
- Os Instrumentos Mortais – Cassandra Clare;
- Ciclo A Herança – Christopher Paolini;
- A Viagem de Theo – Catherine Clement.
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