Seguindo os eventos de O Olho do Mundo, o protagonista Rand al’Thor e seus companheiros, Mat e Perrin, partem em busca da Trombeta de Valere. Segundo lendas, o artefato tem o poder de reviver heróis, e eles podem ser de grande ajuda no combate às forças da Sombra. No entanto, há algo que Rand teme ainda mais do que a Sombra: ele sabe que está condenado à loucura e à morte e se pergunta se conseguirá ajudar seus amigos antes que isso aconteça ou se será ele próprio o responsável por destruí-los.
Ao mesmo tempo, Egwene e Nynaeve treinam para fazer parte da ordem de mulheres que podem manipular o poder que gira a Roda do Tempo, conhecidas como Aes Sedai. Estão as jovens destinadas a se tornarem inimigas de Rand al’Thor?
ATENÇÃO! SPOILERS DE O OLHO DO MUNDO!
Lembro que assim que terminei O Olho do Mundo fiquei super ansiosa para ler a sequência. Acabei demorando para dar um tempo na fantasia, e li só agora. Não sei se porque demorei para ler, e perdi o embalo, ou se porque li este em inglês, mas o fato é que achei que iria me empolgar mais com a leitura. Não me entenda mal, não é que eu não tenha gostado do livro, muito pelo contrário, mas ele simplesmente não de fisgou como o primeiro. E por isso acabei demorando para ler.
Ele começa exatamente onde terminou o primeiro, logo após a descoberta de que Rand pode canalizar o Poder. E com isso vem o conhecimento de que ele pode ficar louco. E isso o atormenta, junto com a possibilidade de Mat morrer logo, se não conseguir se desprender da adaga que encontrou. Além disso, há a preocupação com Egwene, que foi com Nynaeve para Tar Valon estudar para se tornar Aes Sedai. E aqui entra uma coisa que, francamente, me incomodou um pouco no livro: Rand está tão determinado a não ser peão de Aes Sedai (entendo o lado dele), mas acaba cercado por elas, e Egwene, que também vê as Aes Sedai com desconfiança, vai treinar com elas? Certo, ela precisa do treinamento, assim como Nynaeve (chego nela já), mas não havia um modo alternativo? Eles passaram por tantas coisas, e não percebem que continuam sendo peões? Acho que isso se deve principalmente pela pouca idade dos personagens, mas me encheu um pouco.
Já Nynaeve foi a personagem que teve o desenvolvimento mais legal do livro. Cada vez mais ciente de seu poder, e seu potencial, ela sim vê as manipulações e sutilezas das tramas políticas. E não se conforma com isso, ela toma atitudes de claro desafio frente as Aes Sedai. E muito mais. Nynaeve se firma como personagem feminina forte, e torço para que seu desenvolvimento continue, e ela não caia na estagnação.
Mais personagens femininas retornam neste, e se firmam como personagens fortes: Min e a princesa Elayne. A primeira é aquela vidente que lê a aura das pessoas, e ela tem papel de mais destaque neste, e vai ser muito importante na trama. Min é um alívio no livro. Determinada, ela é rebelde e não se conforma com o status quo, sempre encontra um modo de mostrar sua rebeldia, seja no modo de se vestir, seja nas atitudes que toma. E Elayne também tem mais destaque, e não se abala muito com seu status de princesa herdeira. Pelo contrário, ela até em certos momentos abre mão das facilidades que sua posição traz para ajudar Rand, Egwene, e cia. Loial também tem mais destaque neste, sempre com um livro a tiracolo, e a gente até conhece um pouco mais de seu povo neste, e eu achei isso bem legal. Posso adotar Loial?
Dois personagens novos aparecem, e tem posição de destaque. Um é Ingtar, comandante do grupo que sai para caçar a Trombeta de Valere, e que mesmo sem conhecer Rand muito bem, apoia incondicionalmente este último. Ingtar é aquele tipo de líder que ganha a confiança de seus homens sem esforço, por puro carisma. Tem uma liderança fácil e é muito sensato. E Húrin, rastreador que acaba se tornando grande amigo de Rand, e traz um pouco de comicidade para a trama.
E falando na trama, ela fica mais intrincada e, sinceramente, complicada. O universo de Robert Jordan se expandiu, e muito, mas também achei que houve muita enrolação neste. Há muitas reviravoltas e surpresas, mas achei o ritmo mais arrastado que do primeiro. A narrativa por vezes é fluida, mas outras demora mais para engatar. E ela se divide entre os personagens, alguns principais, e outros secundários, mas o foco maior ainda é Rand. E, pelo menos para mim, o mais intrigante são as visões de Min, e como ela vê as vidas dos personagens estando todas interligadas, mas não elabora. E isso me intriga muito, e estou bem curiosa para ver como a Roda do Tempo vai girar para eles.
Trilha sonora
Stand my ground e It´s the fear, do Within Temptation; Fear of the dark, Iron Maiden; Nemo, Nightwish; Arise, Flyleaf; Ameno e Divano, Era; O Fortuna, Carmina Burana; e The Mystic´s Dream, Loreena McKennitt.
Se você gostou de A Grande Caçada, pode gostar também de:
- As Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R. Martin;
- Ciclo A Herança – Christopher Paolini;
- A Crônica do Matador de Rei – Patrick Rothfuss;
- O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien;
- As Brumas de Avalon – Marion Zimmer Bradley;
- O Trílio Negro – Marion Zimmer Bradley;
- As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell;
- O Único e Eterno Rei – T. H. White.
Um comentário:
Feliz ano novo, Fê! Tudo de bom em 2015 e excelentes leituras!
Beijos. :**
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