Nem é o famoso nono episódio, mas este com certeza é um daqueles que vai entrar para a história como um dos mais épicos de todos. E, sim, precisei de muita preparação mental pra assistir, e mesmo assim, não foi suficiente. Mais uma vez, a série mostra a incrível capacidade de surpreender (e chocar) até mesmo quem já leu os livros. E isso é uma das mil e uma razões porque, mesmo com alterações, eu simplesmente AMO a série.
ATENÇÃO! SPOILERS DOS LIVROS! Você foi avisad@.
Começamos o episódio em Mole´s Town, numa noite qualquer, onde tudo continua como sempre: irmãos da Patrulha vão se divertir no bordel, as putas recebem seu dinheiro, e Gilly está fazendo seu serviço. Mas, de repente, a paz do lugar é abalada pelo soar de uma trombeta, e Gilly, sendo wildling, sabe muito bem o que ela significa. E, pronto, o bando de Tormund chegou a Mole´s Town, tocando o terror e massacrando todo mundo que encontra. Sério mesmo que a Ygritte ainda está com ódio do mundo? De verdade, ainda bem que o arco dela está acabando, porque está me irritando cada vez mais quando ela aparece com aquela cara de … quem comeu algo estragado e precisa ir urgentemente chamar o Hugo (o que não quer dizer que quando fatalmente acontecer o que está reservado para ela eu não vá chorar como uma condenada). Mas ela ganhou uns pontinhos comigo por ter poupado a Gilly e o bebê.
E cortando para Castle Black, Jon, Sam e cia. comentam o que aconteceu, e Sam mostrando arrependimento por ter deixado Gilly em Mole´s Town. Grenn com muita raiva, e citando o juramento: proteger o reino dos homens. Vale sempre a pena lembrar essa parte do juramento, por causa das atitudes de Jon mais tarde, que não foram mais do que honrar o juramento à risca. Pyp fofinho consolando Sam dizendo que Gilly pode muito bem estar viva, porque ele mesmo havia pensado que todos eles estavam mortos. Fala extremamente sensível, e muito bem colocada. Juro que me partiu o coração ver Pyp falando assim. E Edd (AI!), também reforçando tudo isso. Notem que somente Jon, Sam, Pyp, Edd e Grenn estão em cena, e me dando a impressão que já meio que se organizando entre eles para o que está por vir, por trás de Alliser Thorne. Chorando com isso:
“Quem morrer por último seja um bom menino e queime o resto de nós. Porque quando eu for embora deste mundo, eu não quero voltar”
Edd, por quê você faz isso? #heartbreaking. E devo destacar a atuação de todos: Kit Harignton, John Bradley, Josef Altin, Mark Stanley e Ben Crompton. Parabéns a todos, a cena ficou ainda mais linda por causa de vocês.E a cena toda reforça também algo que eu venho falando há tempos: há 3 pessoas em quem Jon pode confiar a vida (seriam 4, mas…). E eu não vou falar quem são (caso você ainda não tenha adivinhado), para não dar spoiler.
E do Norte, vamos lá para Meereen, e mais um pouco de ZzzZZZzzzzzzzzZZZZzzz. Mas antes, Grey Worm nadando e de longe observando Missandei. Oi? Então ele só fez uma vasectomia, porque se fosse mesmo eunuco, não teria estes impulsos, já que não circularia testosterona em seu organismo. (HBO, I volunteer as tribute to consult on such matters). E Missandei também safadenha, conversando com Dany confessa que já imaginou como Grey Worm é pelado. Hum-hum! E, OK, o romance deles, mesmo sendo um tanto complicado e inventado, é fofo, e na verdade, mais interessante que Danaerys em si. Emilia Clarke é outra que está me irritando porque toda hora que aparece está com cara de tédio. E por que raios Dany está penteando Missandei? Entendo isso no livro, onde Missandei é bem pequena, mas na série? Repeteco da cena entre Selyse e Melisandre em Mockingbird. E completando a fofura, Grey Worm falando com Missandei, se esforçando para falar (inglês) na língua comum.
Saímos de Meereen para Moat Cailin (vocês repararam na abertura?), e Theon se preparando para a investida no Fosso, tomando o lugar para os Bolton. Mais uma cena linda entre Iwan Rheon e Alfie Allen. Sério, por mais sádico que Ramsay seja, por mais doentias que as cenas entre os dois sejam, eu não me canso delas, simplesmente pelo prazer de ver esse dois atores sensacionais trabalhando.
E já dentro da fortaleza, Theon, ou melhor, Reek, desempenha o papel de Theon muito bem, mas reparem que ele está mais inseguro, falta a arrogância típica de Theon. Tanto assim que nem o Ironborn com quem ele fala não acredita que ele seja mesmo Theon. Até que um outro vem por trás e enfia o machado na cabeça do cara. Bem a cara dos Ironborn, se voltar contra eles mesmos. E o corpo do cara esfolado deu o toque macabro da cena, representando bem o costume dos Bolton. Apesar de achar a cena meio isolada no episódio, gostei dela, e já delineou um pouco o papel de Theon, que vai ter que se passar por ele mesmo mais uma vez, pelo menos. Gostei também da cena em que Ramsay encontra seu pai, e descobre que foi legitimado, e que um dia pode ser herdeiro de todo o norte. Para logo depois chamar Reek novamente, e agora quem precisa de um banho é ele. Notaram a inversão? Adorei a sutileza.
E daí que vamos para o Eyerie, e Mindinho tem que enfrentar os Lordes para esclarecer a morte de Lysa. Para variar, Aidan Gillen perfeito em cena. A surpresa foi Sansa admitindo quem ela realmente é (o que não acontece no livro), e por um segundo eu achei mesmo que ela fosse entregar Mindinho. Mas no último instante ela toma seu lado, e diz que ele só o fez para salvá-la. Sansa aprendendo muito rápido o jogo, e se mostrando uma bela jogadora. Sophie Turner brilha, numa cena sutil, simplesmente um olhar mais determinado. Linda. E a mentira assegura Mindinho como o Protetor do Vale.
E mais tarde, no quarto dela, ela já não é mais a menina medrosa e frágil do começo da série, ela é uma mulher, dura e determinada. Preste atenção ao que Mindinho diz: “melhor apostar no homem que você conhece do que nos estranhos que você não conhece.” E a resposta dela é ainda mais significativa: “eu sei o que você quer”. Veja que ela sabe exatamente com quem está tratando, e me deu a impressão, ou melhor, reforçou minha teoria, de que ela vai usar isso como uma forma de se beneficiar, e que uma vez que ela tenha aprendido tudo o que pode de Mindinho, vai chutá-lo para escanteio. E para coroar tudo isso, a cena dela saindo do quarto, com um vestido que mostra que ela definitivamente não é mais uma criança, e com a pose altiva, não mais de menina acanhada. Uma verdadeira jogadora. Admito que fiquei boquiaberta com ela descendo as escadas. E outra coisa que eu gostei foi Mindinho, na série, também meio que ensinando Robin Arryn o que é ser Lorde do Vale. Será que teremos mais um jogador, ou só uma pecinha no jogo, para ser descartada na jogada certa?
Voltando a Meereen, Sor Barristan recebe uma carta de King´s Landing. E eu gostei muito dessa parte, Sor Barristan descobrindo a traição de Sor Jortah. Gostei de Sor Vovô ir falar com Sor Jorah antes de falar com Dany. E se mostrando o maior protetor dela. Pena que ela insiste em não ouvir os conselhos de quem tem mais experiência que ela. E lá vai Sor Jortah para o abate prestar esclarecimentos a Sua Majestade, Danaerys. E pela primeira vez na temporada Emilia Clarke mostrou algo mais do que tédio ao mandar Sor Jorah embora.Mas ainda faltou naturalidade, muito mecânica, e não sento que ela estava com raiva. Muito corajoso do Rei da Friendzone admitir que realmenrte havia cometido traição. Mas quem brilha mesmo na cena é Iain Glen. Que triste ver Sor Jorah indo embora, sozinho, em seu cavalo…
Por outro lado, dando um toque de humor ao episódio, o Cão finalmente chega ao Eyrie para entregar Arya, mas descobre logo no portão que Lysa morreu, e levanta a mão quem morreu de rir junto com Arya e suas risadas histéricas, de quem diz “se f*deu: o/. Atenção quando o Cão dizendo que veneno é a arma de uma mulher. Ao que Arya rebate dizendo que ela nao usaria veneno (I am not a lady!), Realmente eu não acho que ela usaria mesmo, e acho que nunca usará, pelo caminho que ela está traçando. Ceninha meio isolada, e jogada, mas neste episódio, extremamente necessária para aliviar um pouco a tensão.
E nas masmorras de King´s Landing Tyrion conversa dom Jaime, que levou um pouco de vinho, que sempre ajuda. Interessante o diálogo dos dois, relembrando um primo que tinha por prazer matar besouros. A explicação mais convincente que eu vi sobre esse diálogo é uma metáfora sobre como os deuses brincam com as vidas dos homens, exatamente como seu primo acabando com os besouros, Desculpem, não lembro onde foi, provavelmente no blog do Leandro (Drunkwookieblog), mas não lembro quem foi que fez essa analogia. E é apropriado que Tyrion relembre isso, é afinal, a sua perspectiva da morte iminente que está em jogo. E tocam os sinos, chamando para o combate.
E que combate, pelos Sete Deuses, e pelos deuses antigos sem conta! Tudo nele foi épico: as caras de assombro de Tyrion e Ellaria ao ver o Montanha (e aqui uma obsevação de decepção por a série não aproveitar mais uma atriz do porte de Indira Varma, ela apareceu super pouco, merecia bem mais espaço), as caras de puro deleite de Cersei e Tywin cada vez que o Viper levava uma patada, a luta ultra maravilhosamente coreografada, a habilidade incrível de Pedro Pascal com o bastão, a agilidade da luta, tudo, simplesmente tudo, épico.
E o que foi Red Viper peitando Tywin, o único cara em Westeros capaz de jogar aquelas acusações sobre o homem mais poderoso dos Sete Reinos, aquilo foi lindo. Me arrepiei toda. E como eu queria que a luta acabasse ali, como eu vibrei quando o Viper enterrou a lança no peito do Montanha!
Mas, a soberba é uma qualidade da qual não se pode abusar num duelo. E foi esse o pecado de Red Viper. OK, ele conseguiu o que queria, a confissão do assassinato de Elia, quem foi o mandante, o povo agora sabe, mas a que preço? E que cena foi aquela do Montanha esmagando o crânio do Viper? Assisti duas vezes, e em nenhuma delas eu consegui ver, me escondi, virei o rosto, e só vi o resultado. Mostrou toda a selvageria do Mountain. E as caras de derrota de Tyrion e Jaime, e de triunfo de Cersei (Lena Headey, linda, arrasou sem dizer uma palavra), foi tudo. Só perderam para o grito desesperado de Ellaria Sand. Como eu disse, uma pena que a série usou tão mal uma atriz como Indira Varma. Em um segundo ela transmitiu tudo o que todo mundo sentiu ao ver o duelo. Já disse isso, e repito. A série deveria ter aproveitado mais Pedro Pascal e Indira Varma, ter aumentado o arco deles, mesmo que isso significasse invenções como se eles já não tivessem feito isso, porque assim teríamos mais desses dois atores sensacionais, principalmente Pedro Pascal que agradou muito, e deixou um personagem já muito querido, ainda melhor.
E que se faça um minuto de silêncio em honra de Dorne. Unbowed. Unbent. Unbroken.
PS: eu sei que demorei para postar, mas acontece que tive um problema com o computador, e fiquei sem ele uns dias. Junte-se a isso o fato do começo da Copa (eu sou contra os gastos, contra a FIFA, mas como fã do esporte, me rendo ao espetáculo que é ver futebol de alto nível, privilégio que temos apenas a cada quatro anos. E, sim, tenho consciência de como isso é contraditório, mas I´m a Walking contradiction, e depois assista este, vídeo, e você vai entender o que eu sinto).
2 comentários:
Senti muita falta. Estou aguardando ansioso os próximos posts; E..sim, fiquei muito triste com a morte de Oberyn...de longe um dos meus favoritos...
Oi Leonardo!
Estou com eles atrasados, vou ver se consigo colocar em dia nos feriados. Pelo menos 3 posts para fazer ainda.
Beijo!
Fê
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