Drácula, é uma história de vampiros e lobisomens; de criaturas que estando mortas permanecem vivas. É também uma história de pessoas corajosas que se lançam à destruição de uma insólita e maléfica ameaça. Como quer que seja, permanece intacta nestas páginas a mesma emoção de milhões de leitores e espectadores que penetraram na história que se inicia num castelo desolado nas sombrias florestas da Transilvânia. Lá, um jovem inglês é mantido em cativeiro, à espera de um destino terrível. Longe dele, sua noiva bela e jovem é atacada por uma doença misteriosa que parece extrair o sangue de suas veias. Por trás de tudo, a força sinistra que ameaça suas vidas: Conde Drácula, o vampiro vindo do fundo dos séculos.
Apesar de adorar vampiros, eu já havia tentado ler este livro, lá na minha adolescência, mas desisti. Porém, foi só começar a assistir a série com o lindo, gostoso, sexy maravilhoso Jonathan Rhys-Meyers (bite me, seu lindo) e pirar com Drácula sibilando os Ss que me deu vontade de tentar ler de novo. E sabe aquela história do livro errado na hora errada? Então, foi exatamente isso da primeira vez. Agora, mas velha e com uma cabeça diferente, eu não só terminei o livro, como gostei dele.
Mas se você pensa que o livro é uma história de amor, onde o Conde Drácula vai atrás de Mina Murray porque ela é a reencarnação de sua falecida e muito amada esposa, engana-se. Essa versão mais conhecida da lenda não poderia estar mais longe da história original do livro.
Tudo começa quando o jovem Jonathan Harker vai à Transilvânia numa negociação por uma propriedade em Londres. ele se hospeda no castelo do Conde, e lá é feito cativo e coisas estranhas acontecem: pessoas que saem no meio da noite rastejando pelas paredes, lobos uivando e avançando sobre os visitantes, mulheres que se materializam de uma névoa estranha. A sensação de claustrofobia que essa parte do livro causa é sufocante, e chega até a ser difícil continuar a leitura. Porém, como vocês devem saber, Jonathan consegue escapar, e retorna a Londres.
Lá, coisas também estranhas estão acontecendo, como um navio que chega no meio da noite, e sem tripulação. Os cães começam a se comportar de maneira esquisita, e Lucy, melhor amiga de Mina Murray, a noiva de Jonathan, começa a ter ataques de sonambulismo. E começa aí uma caçada desenfreada ao Conde Drácula, a fim de salvar Lucy e toda a humanidade.
O time de caçadores compreende o já mencionado Jonathan, jovem digno e idealista, que adora acima de tudo sua noiva, Mina. Esta, que é uma jovem de 18 anos, mas já uma mulher de fibra, e que inspira nos outros a mais profunda admiração. Não é por menos. Para os padrões da época, Mina é muito moderna, ajudando o marido (sim, pessoas. Spoiler alert: ele se casa com Jonathan) em sua pesquisa, e é muito independente também, coisa que no fim do século XIX é bem inovadora. Dr. Abraham Van Helsing, que é o expert em vampiros, e quem lidera o grupo, por ter mais experiência, mas também por sua própria personalidade prática. Também o Dr. Seward, um jovem médico psiquiatra determinado. E ainda Quincey Morris, americano amigo de Lorde Arthur Godalming, noivo de Lucy. As vidas dessas pessoas vão se misturar, e elas nunca mais serão as mesmas depois dos horrores relatados.
Vale a pena também destacar Reinfield, um paciente do Dr. Seward, zoófago (e os animais que ele come não são nada agradáveis), com hábitos no mínimo bizarros, mas extremamente loquente, e filósofo ainda por cima. Ele vai ser peça fundamental na caçada por Drácula. E Lucy, claro, jovem fútil e rica, amiga de Mina.
Aliás, na verdade, o livro nem é tão aterrorizante assim para os padrões de hoje, mas temos que levar em conta a época em que foi escrito (1897), muito mais conservadora. Ele é contado na forma de cartas e diários, que se intercalam entre os personagens, o que na verdade pode dificultar um pouco a leitura, principalmente no começo, mas no fim tudo converge para um ponto comum. A narrativa também às vezes é meio arrastada, com um excesso de descrições e vocabulário rebuscado também podem prejudicar a leitura, mas vale a pena persistir. No fim, a história é mesmo de pessoas comuns, que não desistem frente a algo muito maior que eles, e que abrem mão de quem são, do que tem, em favor do próximo. Preciso ressaltar que minha edição traz vários erros de ortografia (na verdade, provavelmente de digitação), a revisão deixou muito a desejar. Porém, não me arrependo de ter dado mais uma chance ao livro. Confira você também.
Trilha sonora
Time is on my side, dos Rolling Stones é perfeita. E não tem jeito, depois de Entrevista com o Vampiro, não tem como não ler um livro de vampiros decentes sem ter em mente Sympathy for the Devil, que apesar de ser dos Stones, é muuuuito melhor com o Guns.
A série
Ela não tem muito a ver com o livro, fora os personagens, mas vale muito a pena ver, só pra se deliciar (em vários sentidos) com a atuação de Jonathan Rhys-Meyers como Drácula. A série é ótima, ainda que tenha diversas liberdades, mas a história é ótima, a ambientação é maravilhosa, e o elenco é sensacional, contado além de Jonathan, com Jessica de Gouw (a Caçadora de Arrow. E olha a sorte dela: já tirou uma casquinha de Stephen Amell e de Jonathan Rhys-Myers!) como Mina Murray, Nonso Anonzie (de GoT) como Reinfield e Oliver Jackson- Cohen (de O Corvo - The Raven) como Jonathan Harker. Todos ótimos. Pena que a série teve vida curta. Ela foi cancelada para dar lugar a Constantine (eu não vejo porquê, mas em se tratando de Hollywood, vai entender. E eu também quero muito ver Constantine, a série não tem culpa de os executivos terem cancelado essa). Mas vale a pena conferir, mesmo que seja só uma temporada (que terminou sem final, aliás. )
Se você gostou de Drácula, pode gostar também:
- Crônica Vampirescas – Anne Rice;
- O Historiador – Elizabeth Kostova
- Os Sete – André Vianco;
- Bento – André Vianco;
- O Vampiro-Rei – André Vianco.
4 comentários:
Oi, Fê! Tudo bem?
Eu ainda não li a história do "Drácula" e a visão que eu tenho do personagem é, provavelmente, a mais errada possível devido aos vários filmes que já se utilizaram do nome dele (ou da essência, coisa e tal). Mas ainda assim, tenho uma curiosidade enorme para conferir como o Bram Stoker apresentou o personagem e também por já ter assistido o filme "Nosferatu" que é baseado no livro e possui um vampiro MUITO creepy (assisti quando era mais nova, não lembro muito bem da história, mas lembro que o Max Schreck me assustou e muito haha). Curti a resenha e, como sempre, as indicações das músicas! Bjs
Jess
Oi Jess!
Eu também tinha essa ideia mais romântica do Drácula, dos filmes mesmo. Mas não me decepcionei não, gostei muito do livro. Vale a leitura.
Beijo!
Fê
Oi, Fê. Adorei sua resenha.
Eu li esperando o romance do filme, mas mesmo assim adorei! Tem algumas coisas que eu não gostei no livro (falei bastante sobre isso na resenha), mas achei o livro ótimo. :)
Beijos.
Oi Na!
Eu também, e acho que isso é um erro comum de quem leu, por causa dos filmes mesmo.
Beijo!
Fê
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