quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Mundo Perdido - Michael Crichton

Seis anos se passaram desde os eventos catastróficos que puseram fim ao sonho milionário de John Hammond e da InGen, seis anos desde que a Ilha Nublar em que o Parque dos Dinossauros fora construído foi esvaziada, as instalações e os dinossauros eliminados, ou pelo menos era o que se achava... Afinal, misteriosos animais têm sido encontrados mortos nas regiões costeiras da Costa Rica. O governo faz de tudo para impedir que informações sobre o assunto vazem. Donos de empresas de biotecnologia estão interessados.

Em meio a tantos boatos um paleontólogo destemido e inconsequente, Richard Levine, decide averiguar essa história mais a fundo. Ele quer empreender uma busca pelo Mundo Perdido, por dinossauros vivos, e quer contar com a ajuda do professor Ian Malcolm, que presenciou o incidente na Ilha Nublar, seis anos antes.

Que segredos as florestas costa-riquenhas escondem? Qual a herança deixada pela InGen? Com diálogos sarcásticos, além de várias discussões sobre assuntos científicos, o livro é um prato cheio para quem curte ficção científica de qualidade.

Já faz um tempo que terminei de reler este livro, mas acabei demorando para postar a resenha por enrolação mesmo. Sorry, guys! 

Seis anos depois da tragédia na Isla Nublar, todo mundo pensava que os dinossauros todos haviam morrido. Mas o que ninguém sabia era que a InGen, secretamente, mantinha outra ilha, a linha de produção, onde ficavam os produtos que davam errado, ou até que tivessem idade suficiente para se manter sem dependência de humanos. A mortalidade era alta, e ninguém sabia como cuidar dos dinossauros, de modo que a Isla Sorna era onde eles criavam os dinossauros e tentavam mantê-los, através de tentativa e erro. 

Mas algo deu muito errado na  ilha, e ela foi abandonada e os animais soltos. Algum tempo depois disso, incidentes estranhos começam a acontecer na Costa Rica, com relatos de ataques de lagartos esquisitos e aparições de carcaças exóticas no litoral. Mas o governo abafa tudo, descartando como animais pertencentes à fauna local. Só que esses acidentes acabam chamando a atenção de um paleontólogo famoso, chamado Levine, que decide investigar as coisas no local. E, quando ele desaparece, uma equipe parte em seu resgate.

O livro é bem diferente do filme, a não ser pelos dinossauros e pela cena dos trailers no penhasco. Fora, isso, é uma história completamente diferente. Esqueça Hammond pedindo ajuda para Malcom, esqueça Nick e os interesseiros da InGen querendo tirar animais da ilha e transferir para o continente. Tudo vai girar em torno do resgate de Levine, e os interesses de Dodgson. Mas ele pode ser completamente descartado, sinceramente. Não representa nada no livro, a não ser um incidente com Sarah Harding, mas eu não vou falar qual.

Richard Levine é um cientista por esporte. O que quero dizer é que o cara vem de família rica, e fez qualquer curso só por fazer, porque na verdade não precisa. E, como todo playboy filhinho de papai, Levine é mimado e cheio de vontades. Quer tudo do jeito dele, quando ele quer. E é um covarde de primeira, apesar de não admitir isso. E também é arrogante, só ele sabe como fazer as coisas e só ele faz certo. Deu pra perceber que detesto Levine, ceto?

Junto com ele está Ian Malcom, que morre no livro anterior, mas como ele é o alter-ego do escritor, ressuscitou neste. Grande erro, a meu ver. Malcom não é herói de ação, e seu pessimismo só faz piorar neste. Só está presente mesmo para dar suas opiniões fortes e doutrinárias sobre a ciência e seus perigos. Novamente, o debate sobre a ética na ciência é forte neste livro, até mais profundo que no primeiro. E, diferente do filme, Malcom não é namorado de Sarah. 

Esta é uma mulher forte e independente, estuda grandes predadores na savana africana sozinha e por isso mesmo tem muito senso prático e consegue manter a cabeça fria nas situações de maior risco. E, independente da descrição física dela mo livro, para mim ela sempre será a linda da Julianne Moore. Só que a Sarah do livro não tem tanto senso de humor como a do filme. 

A equipe ainda conta com Eddie, o engenheiro que constrói os equipamentos usados na ilha, e ele não morre como no filme. Gosto de Eddie.  A equipe ainda conta com Dr. Thorne. Ele é  paciente e um bom professor, também tem senso prático de sobra e consegue manter a calma nos momentos de crise. 

E, como não podia faltar, tem que ter criança no meio disso tudo. Arby e Kelly são ambos alunos e assistentes de Levine. Esqueci de dizer que Levine tem que dar aulas em uma escola pública como parte de uma pena dada por um juiz, mas não lembro porque. sobre Arby e Kelly. Ambos são muito inteligentes. Arby inclusive pulou algumas séries na escola. Mas sinceramente, poderiam ser cortados do livro sem prejuízo nenhum. Arby ainda tem conhecimento bom de informática, e é ele quem ajuda a desvendar o paradeiro de Levine quando ele desaparece. Mas Kelly está só fazendo número, e é atéum tanto irritante em certo ponto, com uma adoração quase patológica por Sarah. Sério, qual a criança que venera uma cientista perdida no meio da África? Ambas as crianças só fazem acrescentar mais tensão pouca quando os dinossauros aparecem. Neste sentido, no filme elas são bem melhor aproveitadas. 

Como em Jurassic Park, o livro é repleto de ação, misturada com explicações científicas, sem ficar chato. E os capítulos são curtos, com pontos de vista se revezando entre os personagens. Apesar de o livro contar com os bad guys, como sempre, os grandes vilões mesmo são os dinossauros. A luta central é pela sobrevivência. E, como no caso do primeiro, neste há mais dinossauros que o filme, e portanto mais tensão. Mas o primeiro ainda é melhor. Até mesmo o filme tem momentos em que supera o livro. 

Filme

Como disse aí em cima, em certos momentos, eu acho que o filme supera o livro, apesar de o segundo ser o piorzinho da franquia. A cena do trailer, como eu disse, continua no livro, mas com desfecho diferente do filme. E algumas das minhas cenas - e falas - favoritas ever, não estão presentes, como:



E essa é impagável:



"Tem um dinossauro no nosso quintal". Dou risada toda vez, mesmo que o T-Rex coma o cachorro. E acho esse ataque dos velociraptores muito legal:



E isso eu sinto falta no livro. 

E, rapidinho, como não tem livro dos filmes 3 e 4, deixa e comentar. O terceiro eu acho melhor que o segundo, acertaram em trazer de volta Dr. Grant, mas a mocinha podia morrer que não fazia falta. Téa Leoni só faz gritar, é uma inútil. Já o garotinho, eu gosto. E o quarto, agora com o nome de Jurassic World, é uma delicinha, puro entretenimento, simplesmente por: Chris Pratt. E a moça, a linda da Bryce Dallas Howard, faz um bom contraponto e alívio cômico. Fora o Ty Simpkins também muito bem, lembrando que ele rouba a cena em Iron Man 3. 


Trilha sonora

Jurassic Park Theme, óbvio. E também Do the evolution, do Pearl Jam.


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  • Jurassic Park - Michael Crichton

2 comentários:

Thiago Willyam disse...

Olá, sou dono de um blog de livros também, gostei muito da sua resenha e só me fez ficar mais interessado no livro.
Eu queria saber onde você comprou pois acabei de terminar a leitura da nova edição da editora Aleph, e quero muito o segundo livro.
Aguardo sua resposta.

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi! Desculpe a demora. Olha, faz tempo que comprei o livro, entao nem lembro mais... Mas acho que você encontraa em grandes livrarias. Ou então em algum sebo.