GoT 4x5 - First of His Name

 

Chegamos à metade da temporada (como assim????? Alguém por favor faz o relógio ir mais devagar!), e com mais um episódio que me deixou quase pregada à TV.

ATENÇÃO! SPOILERS DOS LIVROS! Você foi avisad@!

O episódio começa no esplendor do Salão do Trono, e com a coroação de Tommen da Casa Baratheon, Primeiro de Seu Nome, Rei dos Ândalos e dos Primeiros Homens, Lorde dos Sete Reinos. E que seu reinado seja longo (#oremos). Reparem na mudança de ambientação, mesmo que seja o salão do trono: já não há chamas ardendo que não seja das velas e as colunas estão pretas dos fogareiros que Joffrey instalou ali nas temporadas anteriores. Todos vão cumprimentar e prestar serviço a Tommen, que é observado por Margaery, lançando um olharzinho cúmplice a ele.

Mas daí que Cersei aparece na frente, formando uma barreira entre Tommen e Margaery. Um detalhe pequeno, mas que irá definir toda a relação entre as duas mulheres. Não se engane com o discurso amigável de Cersei para Margaery, admitindo o caráter do filho morto, e de que Joffrey seria o pesadelo de Margaery. Isso com certeza faz parte de algum estratagema de Cersei para se aproximar de Margaery. Atenção também para a reação de Margaery quando Cersei pergunta se ela ainda tem interesse em ser rainha. Dissimulando perfeitamente suas intenções. E ainda com direito a alfinetada ao dizer que não sabe do que chamar Cersei, mãe ou irmã. HEHE, tenho que admitir que eu ri com a tirada . Cersei obviamente não gostou da brincadeira como eu. Lena Headey e Natalie Dormer em uma atuação linda, assim como seus vestidos.

E um corte muito bem feito leva a gente para Meereen, onde chega a notícia de que Joffreyzinho morreu. E aleluia aos Sete, Dany finalmente mudou de roupa! E botou um vestido branco muito bonito, por sinal. Ela se encontra com seu conselho, Sor Jorah, Sor Barristan e Daario, que apenas ocupa espaço. Sério, pra quê ele ali, só para lembrar-nos que o ator fez seu melhor trabalho até aqui só mesmo como enfeite na cena? Bem, eles discutem as posses de Dany, quantos navios e quantos homens possui, e se isso é suficiente para tomar King´s Landing. Sim, a capital sim, mas todos os Sete Reinos, daí é outra história, como muito bem coloca Sor Jorah. Mas a discussão mais importante é a que vem a seguir. Chegam notícias do que aconteceu em Yunkai e Astapor depois que Dany libertou os escravos, e já começam as revoltas contra ela. E já há a menção a Cleon. Ah, sério mesmo que você achava que ia libertar os escravos e ia ficar tudo bem, Dany? Isso lá é pensamento de rainha? Tywin, por exemplo, nunca pensaria assim. Isso é um dado muito importante no arco dela daqui para a frente. Dany pede para todos saírem, menos Jorah, e diz que não vai para Westeros, não sem antes dar uma bordoada em Jorah (friendzoned) e seu conselho de ter cautela em Qarth (conselho este que foi ignorado, e resultou na perda dos dragões. Muito bem, Danaerys, parabéns!).

OK, Dany tem razão quando fala que não tem como segurar os Sete Reinos se não consegue nem segurar a Baía dos Escravos e tudo o que conquistou. Alguém mais aí se lembrou do Oliver dizendo que para consertar o que seu pai fez em Starling City precisa ser mais que simplesmente Oliver Queen quando Dany fala que precisa ser mais que Targaryen para conquistar Westeros? E nem acredito que ela vá direto a King´s Landing quando finalmente decidir ir para Westeros. Só o que vejo de falha nesse plano dela é pelo que eu já sei dos livros, (SPOILER) que daqui para a frente vem uma burrada atrás da outra. Certo, em boa parte, essas idiotices dela vem do fato de ela ser muito jovem, mas mesmo assim, sabendo disso, não dá pra botar muita fé quando ela diz que vai reinar. E tenho que confessar que ela me pareceu muito automática ao dizer isso, faltou emoção. Desse jeito, amiga, nem eu te sigo. Emilia Clarke deixando um pouco a desejar em termos de atuação nessa temporada, pelo menos por enquanto.

E partindo da menina que quer governar, mas não sabe como, vamos para a menina que não quer governar, mas vai aprender com o melhor anyway. Estou falando de Sansa e MIndinho, claro. E que ambientação foi essa do Eyerie? Todo o vale é assustador, dá uma sensação de claustrofobia. Parabéns para a locação. E aqui mais uma mudancinha, Alayne caracterizada como sobrinha de Mindinho, em vez de bastarda. E antes que os fãs xiitas comecem seu mimimi eterno, ISSO NÃO FAZ DIFERENÇA NENHUMA PARA A HISTÓRIA! E vou retomar este pensamento daqui a pouco, aguardem. Petyr chega no Eyerie, e de cara vemos Robin (e caraca! Como esse moleque cresceu! Sim, minha gente, é o mesmo menino que fez na primeira temporada), mas numa cena bem menos perturbadora que anteriormente. Agora, ainda que esteja no colo da mãe, pelo menos não está mamando. Lysa, apesar das palavras amáveis, não esconde totalmente o desconforto de ter Sansa ali. Reparem a consideração de Robin com o presente que Mindinho lhe trouxe, jogando o presente pela Porta do Céu. E depois que Sansa e Robin saem, Lysa mais do que depressa ataca Mindinho, que não mostra nada além de desconforto também, mas como Lysa é parte de seu jogo, ele faz suas vontades. E aqui já vem à tona tudo que Mindinho já maquinou, desde a morte de Jon Arryn (e Lysa confessando que matou o marido, imagino a cara de quem não leu o livro!), até a ida de Ned para King´s Landing. Reforço aqui uma ideia que eu vi em algum lugar, e já coloquei. Por que Mindinho teria interesse em levar Ned para King´s Landing? Poder? Claro, mas é mais que isso. O que ele queria mesmo é uma vingança pessoal contra os Stark, por ter perdido (HA! Ele nunca teve!) Cat para Ned. Eles se casam ali mesmo (Lysa esperta, antes que Mindinho fuja já arranjou tudo! A cara dele ao ver o septão foi show! Aidan Gillen, para variar, ótimo). E, honrando o livro, Lysa grita como louca ao consumar o casamento (Aê, Pod tem concorrência! HAHAHAHA), deixando a pobre Sansa acordada.

E partimos para a discussão de outro casamento. O de Tommen e Margaery. Cersei faz o que prometeu e vai falar com Tywin sobre isso, mas já diz que também casará com Loras, quinze dias após Tommen. Novamente, essa docilidade de Cersei esconde algo. E Tywin já deixa clara a situação do reino, e a dívida ao Banco de Braavos, que é um templo, onde uma pedra cai, mas outra a substitui. Sim, Tywin resumiu o banco muito bem. E daí a necessidade de proximidade com os Tyrell. A coroa precisa desesperadamente de dinheiro. Atenção para o fato de Cersei tentar influenciar Tywin no julgamento de Tyrion, mas Tywin permanece impassível. Mas ela não perde a oportunidade de botar Tyrion para baixo frente ao pai, dizendo que o anão manchou o nome da família. Como se ela não tivesse feito pior. Lena Headey e Charles Dance sempre muito competentes.

E cortamos para Arya e sua oração, que vocês notaram que ficou maior, com nomes que não estão em sua lista no livro? Acréscimos: Melisandre, Thoros de Myr e Beric Dondarrion. Ou seja, aquilo que eu vivo shippando também, Arya e Gendry, tem muito fundamento, sim, e a separação pesou muito nela. Reitero que um dia eles irão se encontrar (e eu queria muito que fosse através da Nymeria, ia ser muito bacana se fosse assim). Mais tarde, ao acordar, Arya vai treinar a Dança na Água, relembrando seu antigo mestre de dança Syrio Forel, só para ser confrontada com a dura realidade de que isso não é páreo para um homem de armadura. Acho legal que com seu jeito bruto, o Cão contribui para a formação de Arya, e para o que ela vai ser. Reparem que em sua oração, o último nome foi dele. Guardem bem isso. A cena em si foi muito boa, Maisie Williams e Rory McCann tem boa química e atuam muito bem, mas novamente as cenas foram meio que jogadas, sem propósito. Ano passado isso aconteceu com o núcleo de Bran, agora é com Arya. Mas, com tantos núcleos assim. fica difícil mesmo acertar.

Voltamos ao Eyrie, onde Sansa toma o café da manhã com sua tia Lysa, e conversam relembrando Cat e seu gosto pode doces. E o que começa como uma conversa despretensiosa entre tia e sobrinha logo se transforma em acusações de Lysa, já mostrando sua paranoia e obsessão por Mindinho. Isso será fundamental mais para a frente. Por enquanto só posso comentar sobre a ambientação escura, perfeita para os segundos de horror que Sansa passa ali, o figurino, lindo, e as atuações maravilhosas de Sophie Turner e Kate Dickie, perfeitas.

Cortando para o meio do nada na King´s Road, e um bom alívio cômico. Pod e Brienne rumam para a Muralha, atrás de Jon, e Pod tenta em vão montar o cavalo. Brienne está muito incomodada de ter Pod com ela, mas Pod já mostra a mesma lealdade que tinha com Tyrion para ela. Mais tarde, quando Pod tenta cozinhar um coelho sem tirar a pele (sério, pior que eu na cozinha!), Brienne ainda meio desgostosa com ele, mas aos poucos Pod vai ganhando a confiança dela, especialmente depois de ele dizer que matou um homem em Blackwater Bay. Ambas as cenas foram muito bem feitas, Daniel Portman tem um ótimo timing cômico, e Gwendoline Christie também impecável. Se eu já adorava esse núcleo no livro, agora gosto ainda mais. Mais um ponto para a série.

Voltamos a King´s Landing onde pela primeira vez Oberyn aparece sem putaria. Até que enfim! E mostrando outro de seus inúmeros talentos, Agora ele escreve poesia, quando chega Cersei, mas uma vez divando num vestido preto lindo. Ele por outro lado também já passou da hora de trocar o casacão amarelo (se bem que Pedro Pascal fica bem em qualquer coisa). Atenção para a pequena declaração de Cersei de que Oberyn não poderia mesmo recusar uma escolta real para passear nos jardins. Muito sutilmente ela mostra quem é que manda. Legal a menção das Sand Snakes já. E principalmente a dificuldade de lidar com Elia, a quinta. Cersei já se aproximando de Red Viper, seguindo o que seu pai falou antes, assegurando-se de uma aliança com os Martell. A conversinha sobre sentir saudade de Myrcella é só um pretexto. Claro que Cersei sente falta da filha, podem falar o que for dela, mas ela faz de tudo pelos filhos. E algumas coisas me passaram agora pela cabeça revendo a cena. Primeiro, quando Oberyn diz que nem sempre se pode proteger quem se ama, mas sempre pode-se vingá-los, Cersei concorda, e pensando em como ela está certa de que Tyrion matou Joffrey, e sabendo o desenrolar dessa história, penso que ela tenha justamente isso em mente ao se aproximar de Oberyn, vingar o filho. Sim, eu sei no que isso vai resultar, mas ela não. Depois, quando Oberyn fala que não se machucam menininhas em Dorne, me lembra o que realmente vai acontecer com Myrcella lá.

Vamos para Além da Muralha, onde Locke espiona a pocilga de Craster antes do ataque. Atenção que ele já vê Bran e cia. aprisionados, mas não fala nada para Jon mais tarde, com certeza pensando em cortar a garganta de Bran ele mesmo. E a observação de Locke é interrompida justamente por mais uma visão, dessa vez de Jojen. Visível como a saúde dele deteriora a cada episódio. Jojen já vê Bran no represeiro, e ressalta o papel dele, Meera e Hodor como guias de Bran na jornada. Importante: “este não é o fim, não para você.”. Não sei exatamente o que Jojen quis dizer com isso, mas para mim, que vivo batendo na tecla de que Bran não vai acabar seus dias forever alone preso numa árvore, acho que é justamente isso, que a história de Bran não acaba no represeiro. Interessante também que Jojen se vê pegando fogo. Que Jojen vai morrer, isso é fato, mas agora ele vê que seu corpo será queimado, talvez, e assim não se tornará um WW.

Locke volta para os outros patrulheiros que estão aguardando, e adorei o diálogo dele e Grenn. Amei como Grenn ainda duvida dele. Mark Stanley mandou bem com o “ainda não”. Adorei a ironia na fala. E enquanto o grupo de Jon descansa, lá vai Karl tentar abusar de Meera. Mas, previsivelmente, Jon ataca e a menina é salva. Gostei de ver Jojen, mesmo debilitado como está, tentando defender a irmã. E como ele viu que Karl morre nessa noite. Mais precisamente, o que ele diz é: “eu vi a neve cair e seu corpo queimar”. Isso me lembra as visões de Melisandre sobre Azor Ahai renascido, como ela só vê “neve”. Exatamente como nas dela, o snow aqui é o Snow, não a neve mesmo. Muito boa sacada (OK, só peguei agora revendo, mas foi genial mesmo assim). E dito e feito, lá vem Snowy Goodness tocando o terror na pocilga de Craster.

Ironicamente, enquanto Jon se ocupa de acabar com Karl e os outros, Locke chega e ameaça Bran. Ele ainda tenta chamar o irmão, mas Jon está ocupado demais com o ataque, e não ouve. #heartbreaking. Mas daí vem mais um momento ninja de Bran. Ele warga em Hodor novamente (vocês repararam nos olhos de Hodor ficando brancos?), e mata Locke com as mãos mesmo. Adorei a cara de Hodor quando Bran o solta e ele vê o sangue nas mãos. Kristian Nairn mandando muito bem. A série me mostra que eu estava errada, Locke morreu e não vai encarnar Bowen Marsh (depois que eu escrevi, vi no IMDB que Bowen Marsh foi escalado, e acho que até já apareceu na série). E daí, para os fãnazis de plantão, que ficaram de mimimi porque Jon iria encontrar com Bran, a série deu uma resposta à altura. Não, eles não se encontram. Bran até tenta ir atrás de Jon, mas aquela coisa fofa do Jojen o lembra de sua jornada, e que Jon não deixaria ele ir. E assim, eles se separam.

Eu disse que Jon sabendo que Bran estava Além da Muralha abria a possibilidade de eles se encontrarem E há uma diferença enorme entre uma possibilidade para a realização de algo), e mesmo se isso ocorresse, não acho que Jon impediria Bran, pelo mesmo motivo que Jon não foi atrás de Robb, como Sam o lembrou. Jon e Bran são movidos por um senso de dever muito grande, que herdaram de Ned. Então que eu dou risada quando o povo fica de mimimi, “mudou muito o arco do meu personagem favorito, não gostei, mimimi”, porque a série deu outro rumo, mas o resultado foi o mesmo. E isso se repete com frequência. Gente, já falei, há muitas mudanças, algumas bem vindas, outras não, mas o centro da história permanece inalterado. Não foi Jojen que sonhou com o mar invadindo Winterfell, foi Bran, mas isso não impediu Theon de tomar a fortaleza. Dany não vê o RW na Casa dos Imortais, mas isso não impediu de acontecer. Então, retomando o que eu havia dito lá em cima, no fim, sem ver o resultado é o mesmo. Não faz diferença. E os produtores sabem exatamente onde podem  e onde não podem mexer. E o que eu achei disso? ÓTIMO! Foi muito mais hearbreaking os dois chegarem tão perto um do outro e se separarem. A HBO não poupa nossas emoções. E se você não gosta, simplesmente não ligue a TV na HBO no domingo às 22h. Simples assim.

Enquanto Bran enfrenta seus problemas no puxadinho, Jon lá fora combate a toda. Até que tem que enfrentar Karl, e acaba também levando uns sopapos. O que eu acho? Muito legal. Mostra que Jon é só humano, tem falhas, não importa o treinamento dele. Ele tem limitações. Adoro heróis falhos. Isso só faz humanizar o personagem. Vi que muita gente não gostou de como Karl morreu, mas eu achei épico ver Longclaw saindo da boca de Karl daquele jeito. Amei, e foi o melhor momento do personagem nessa temporada. Karl, eu quero dizer. E, falando nisso, vi muita gente reclamando que a luta não foi muito mostrada, que aliás essa é uma falha na série, que se concentra no jogo político e esquece as batalhas. Vem cá, esse povo leu o mesmo livro que eu? Porque nem nos livros as batalhas são muito descritas. Gente, George R. R. Martin não é Bernard Cornwell, por mais amigos que os dois sejam. Não confundam Jon Snow com Derfel Cadarn, period. E eu estava quase subindo na TV de tão empolgada com toda essa sequência, até o final.

E assim resta saber o que será das esposas/filhas de Craster. Elas irão se juntar a Mance, ou irão para outro lugar? É esperar para ver. E ao fazer o levantamento de quantos mortos, Jon nota que Rast não está ali. Sim, a praga fugiu, e quem foi atrás? Corvos. Os de asas, não os de preto. É quando Rast nota que a jaula de Ghost está aberta, e nessa o lobo leva a melhor. Adeus, Rast, eu disse que o seu estava guardado, Não foi como no livro, mas você morreu do mesmo jeito, e é isso que importa.

E daí um reencontro lindo, que eu esperava muito ver. Ghost e Jon de novo Sério, quase chorei. Daí vem o povo dizer que faltou emoção e Kit Harington não foi expressivo o suficiente. Pessoas, Jon é introspectivo e não demonstra suas emoções facilmente ou com frequência. Então, parabéns, Kit, você retrata Jon perfeitamente! Vejam bem, no livro, Jon reencontra Ghost sozinho. Na verdade, ele sente o lobo antes de vê-lo. E assim, faz todo sentido que ele deite e role no chão, com mil brincadeiras com seu lobo. Mas na série, com os outros irmãos da Patrulha e as mulheres de Craster olhando nunca que Jon faria isso! Então, dentro da situação na série, a cena foi sim muito comovente, e com a medida certa de emoção.

E assim, metade da temporada já passou, nem percebemos, e a série segue com a melhor temporada até aqui. E vamos curtir o que ainda em por aí!