Under the Dome entrou para uma das melhores leituras do ano passado, sendo mencionado no Balanço 2013 e ganhando várias categorias, incluindo melhor livro, na tag Oscar Literário, Dale “Barbie” Barbara ganhou o prêmio de melhor personagem coadjuvante masculino e ainda entrou para o Top Piriguetagem 2013. Pergunta se eu gostei? Tanto do livro como da série. E como ela terminou pela TNT essa semana que passou e eu havia dito que comentaria separadamente (mesmo já fazendo um breve comentário na resenha do livro), vim cumprir.
Começo logo dizendo que se você só leu o livro e não assistiu a série ainda, pode se decepcionar. Inicialmente, como eu disse nos links acima, a série não tem quase nada a ver com o livro, a não ser pelo fato de Chester´s Mill ser isolada do mundo por um misterioso domo que surge do nada, e dos nomes dos personagens. A maioria deles, inclusive, tem o mesmo nome do livro, mas são personagens totalmente diferentes. Agora, se você deixar de lado as comparações e pensar na série separadamente, e com a cabeça fria, verá que a série é sim muito boa. E, mesmo eu, que li o livro, tenho que dar o braço a torcer e me retratar por algo que eu disse nos links ali em cima. Muitos dos acontecimentos narrados no livro acontecem sim na série, só de forma diferente. Mas eu só percebi isso conforme a série se encaminhou para o final. E isso é até fácil de se pensar: sendo uma série que (#oremos) tenha vida relativamente longa, há a necessidade de criar outras situações e outros conflitos, para dar continuidade. E não vamos esquecer que Stephen King, ele mesmo, é produtor executivo da série, o que significa que ele tem poder de decisão no decorrer da série. E também não dá para não falar de Steven Spileberg na produção, sempre com coisas boas. Isto posto, vamos lá.
Tudo começa num dia qualquer, numa cidadezinha pacata e sem graça do interior do Maine, nos Estados Unidos. A vida corre como sempre, quando o tal do domo cai sobre a cidade, isolando-a do resto do mundo. A partir daí, tudo muda. A cidade sem graça e meio que fim de mundo que todos pensavam conhecer vira uma panela de pressão prestes a explodir com os segredos e falhas de seus habitantes e de quem teve o azar de estar passando por lá quando o domo caiu. E uma pausa aqui para falar dos efeitos especiais na hora que o domo cai. O que foi aquela vaca cortada ao meio, minha gente? Fiquei com pena da vaca, mas foi legal, assim como o avião logo em seguida se espatifando no domo. Muito bem feitos.
Voltando. Um dos que tem o azar de estar de passagem (mais ou menos, mas não vou dar spoilers) por Chester´s Mill é justamente o supracitado Barbara. E logo de cara ele nos deixa com a pulga atrás da orelha: ele está enterrando alguém na floresta. Porém, depois disso ele é tudo de bom. E tenho que confessar que esse lado meio misterioso dele só me faz gostar dele ainda mais. E ele muda muito depois da queda do domo. E, como eu já disse, Mike Vogel dá vida a Barbara com muita competência. Ele já havia arrasado em Bates Motel, e não decepciona aqui. Ele faz bonito com a mistura de badass e sensibilidade de Barbara. Como no livro, ele é ex-militar, e já foi cozinheiro, mas acaba aí. E isso não é ruim, pelo contrário, o personagem é extremamente rico exatamente por não ser sempre o mocinho. Ele continua inteligente, sagaz e tem um espírito de liderança fantástico. Ele logo de cara saca Big Jim Rennie, e peita o cara de igual para igual, sem medo nenhum. Deu para perceber que eu sou doidinha por Barbara, não? Uma das melhores falas da série vem dele:
Barbara: Você pensa que é um deus para essa gente, mas eu e você sabemos o que você realmente é.
Big Jim: O quê? Um criminoso?
Barbara: Pior. Político.
E se um grande homem tem uma grande mulher por trás, isso também se aplica a Chester´s Mill. No caso, estou falando de Julia, vivida também com competência pela linda Rachelle Lefèvre. Ela é jornalista também, e acabou de ser abandonada pelo marido (pessoal que viu a série, eu sei que não é bem isso, mas não vou dar spoilers). É uma mulher forte, determinada e independente. É outra que não tem medo nenhum de Big Jim. É bem racional, mas também tem seu lado meigo, é uma mocinha sem ser chata como de costume. Além disso, Rachelle e Mike tem uma química incrível, que foi muito bem explorada na série. E, como todos os outros na série, ela também tem lá seus segredos. Ela é naturalmente boa, e sempre vai ajudar quem precisa.
E dentre os personagens bonzinhos vale também destacar os adolescentes, que também fazem bonito. São eles Joe MacAlister (no livro é outro nome, mas agora não lembro) e Norrie Calvert, interpretados respectivamente por Colin Ford e Mackenzie Lintz. Eles, junto com a irmã de Joe, Angie (a linda e também ótima Britt Robertson) e Junior Rennie (o também ótimo Alexander Koch) tem uma certa ligação com o domo. Enquanto os dois primeiros são adolescentes normais, Junior e Angie tem uma relação tensa de amor e ódio. Junior é perturbado, não tanto como no livro (e eu entendo, necrofilia não cairia nada bem na TV), mas é uma delícia amar odiar Junior, que é um personagem dual, e muito bem trabalhado. Fora que, paranoias à parte, Alexander Koch é uma gracinha também. E Angie é forte e apesar de novinha, peita Jim Rennie como uma igual. E neste caso, é muito bom que ela é diferente do livro. Mesmo.
O contraponto de tudo isso, e desafeto de boa parte dos personagens, é Big Jim Rennie, o vereador local, o tal com complexo de deus ali de cima. Dean Norris faz Big Jim muito bem. Outro que dá gosto odiar, tipo o Joffrey (sim, eu odeio o reizinho, mas adoro ver o Jack Gleeson trabalhando). Ele é exatamente como Barbara disse: o político por excelência, capaz das atrocidades mais baixas para remover quem estiver em seu caminho (isso é importante, mas não vou falar mais), sempre com a desculpa de que é para o bem da cidade, e depois mente para se safar, com a cara mais lavada, posando de santinho. Qualquer semelhança não é pura coincidência. Tenho vontade de entrar no domo e dar uns safanões nele. Ele me enoja, mesmo, e isso se deve tanto a Stephen King, que é pai do personagem, como a Dean Norris, que entrou perfeitamente no papel. Ao mesmo tempo que não vejo a hora de ele pagar pelos abusos, também quero mais dele em tela, porque realmente é bom de ver.
Quem me irrita na série é Linda, a xerife. Ela está sozinha em Chester´s Mill, já que seu noivo foi para a cidade vizinha, e Duke Perkins, seu mentor, morre. No começo eu até gostava dela. Ela tomava decisões polêmicas, muitas vezes contrárias a Jim Rennie, e era forte e determinada, Mas no final eu me decepcionei com ela. Do nada ela passa a ser peão de Jim, e isso me irritou muito. Tenho vontade de dar uns bofetões nela, pela perda da personalidade. A atriz, Natalie Martinez, porém, a retrata muito bem.
Há outros personagens legais também, e interpretados com a mesma competência, mas se fosse falar de cada um deles, ficaria aqui até amanhã. Dentre eles destaco a participação mais que especial de Samantha Mathis como a mãe de Norrie (e o legal é que na série Norrie tem duas mães, e ninguém julga) e Natalie Zea, que já brilhou como a mulher de Joe Carroll em The Following, e aqui também não faz por menos.
A ambientação é linda, Chester´s Mill parece uma cidadezinha idílica. O que é bem diferente é que não há, pelo menos por enquanto, na série, o problema ambiental que há no livro. Esqueci de dizer na resenha que o domo causa todo tipo de alteração climática na cidade, e o ar se torna tóxico. Isso é uma das causas de mais aflição ao ler o livro. Mas a série também não deixa essa sensação passar. Os episódios 1x 4, Outbreak, quando um surto de meningite assola o hospital, e 1x 6, The Endless Thirst, quando a água começa a faltar (e acontece o piquete no mercado) são angustiantes. E isso se repete em cada episódio, estou só citando alguns exemplos. Até que culminou com o episódio final, 1x13 Curtains. E este acabou com um ótimo cliff-hanger para a segunda temporada, que só sai lá nos EUA em junho. Só para dar uma ideia, o final foi equivalente aos finais de HP e o Cálice de Fogo, A Dance with Dragons e A Marca de Athena. E enquanto isso, eu fico aqui, angustiada.
6 comentários:
Oi, Fê.
Baixei a primeira temporada da série, mas só vou assistir depois de ler o livro. Mesmo sabendo que são diferentes. Mas estou com muita vontade de assistir e ler. :)
Beijos.
Eu assisti à série antes de ler o livro.
Via de regra prefiro ler o livro antes de assistir ao filme/série, mas como só li um livro do King até hoje (que não foi lá tudo o que eu esperava), temi ler "Sob a Redoma" antes e não gostar.
Ah! Também li uma novela das quatro que contém o livro "Depois da Meia-Noite". Tenho de admitir: o King é um gênio! rs
No momento estou no finalzinho de "Sob a Redoma" (sofrendo demaaais por ter pouco tempo para ler. A ânsia é de ler tudo de uma só vez! Sem parar pra mais nada!).
Agora, conhecendo o enredo do livro, sinto falta, na série, do Rusty. Espero que mais adiante alguns dos muitos acontecimentos do livro entrem em alguns episódios "para a nossa alegria"! rs
Ótima resenha!!! Adorei!
Oi Fê! Então, até hoje eu não tomei vergonha na cara para assistir a série, mas estou bem animada para conferi-la. Mesmo que ela não seja extremamente fiel ao livro, só de saber que Stephen King está por trás do projeto já está bom, se o autor está apoiando o que eles estão fazendo, quem sou eu para discordar?? Pois é. Vou aproveitar que a série só tem 13 episódios e assistir nesse comecinho de fevereiro! Bjs
Jéssica
Fernanda, eu sou louco por essa série, quando vi o primeiro episódio já fiquei louco, rs. Acho que as coisas acontecem aos poucos e isso faz a série ser muito boa, sempre nos prendendo com um mistério a cada episódio. Não vejo a hora da série voltar para a segunda temporada.
Abraços!
Feeee não sei pq, mas não consegui passar do 3º capítulo.... :o/
acho que vou tentar dar mais uma chance...
OI gente!
Desculpa a demora, mas eu não estava conseguindo acessar o painel do blogger pra publicar os comentários.
Nádia, você que já gosta de ficção vai gostar. Tanto um como o outro são muito bons.
Amanda, eu também estava na dúvida se lia ou não Sob a Redoma, mas acabou que eu amei o livro, E a série também. E quanto a série, o Rusty aparece, ele é o noivo da Linda, mas como ele ficou fora da redoma, aparece bem pouquinho, e só no comecinho, e acaba que não tem o mesmo destaque do livro, o que é uma pena, o Rusty é muito legal. Por outro lado, a série aproveitou bem a Angie, o que eu adorei porque ela é muito badass.
Jess e Fefa, assistma que vlae a pena. Ela começa meio morninha (não foi o que eu achei, desde o começo me pegou), mas depois fica cada vez melhor.
Vitor, é isso mesmo que eu gosto na série, como ela sempre acaba com um mistério e deixa a gente ansioso pelo próximo episódio. E com aquele final (mesmo eu sabendo que XXXX não vai XXXXX, eu fico angustiada, louca para que junho chegue logo pra poder conferir!
Beijos!
Fê
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