ATENÇÃO! SPOILERS DOS LIVROS! VOCÊ FOI AVISAD@!
E o post também é longo, então paciência até o fim, OK? Apesar de já estarmos no terceiro episódio, e a série estar pegando ritmo, ainda algumas introduções. No caso, dos Tully, e num momento tenso. Tudo começa com Robb e Blackfish empurrando a barcaça onde vai o corpo de Hoster Tully. Seguindo as tradições, Edmure lança uma flecha incendiária na barcaça. Ou melhor, tenta, em vão, 3 vezes. OK, perfeito, exatamente como no livro, onde se menciona o nervosismo dele nessa hora. E Tobias Menzies mandou muitíssimo bem. Atuação perfeita. Entra em cena Blackfish interpretado muito bem também por Clive Russell. Só o olhar de “como meu sobrinho é inútil” já valia a pena.
Corta para dentro do castelo de Riverrun, onde Edmure comunica a Robb que tomou um moinho e dois mini Lannister, todo cheio de orgulho, só para levar um acorda para a vida de Robb, que havia ordenado que Edmure esperasse e atraísse Tywin até ele. Mais uma cena fantástica, com atuações brilhantes de Tobias Menzies e Richard Maddenlicious. A cara de Edmure ao ser repreendido pelo sobrinho muito mais novo e milhões de neurônios mais inteligente foi sensacional. E, só um adendo, Tobias interpretando uma versão mais ousada, mas ainda assim sem muita personalidade de Brutus, que ele havia feito em Roma. Falhas de personagem à parte, atuação brilhante, e outro acerto da produção. Tobias Menzies captou Edmure direitinho.
Quanto ao único Tully que tem cérebro, Blackfish, ele retorna em outra cena carregadíssima emocionalmente, com Catelyn se lamentado pela morte do pai e a parente perda dos filhos. Sim, Catelyn é uma estrupícia, mas não podemos, novamente, menosprezar a atuação de Michelle Fairley. Transmitiu com maestria toda a angústia de uma mãe que não sabe o destino dos filhos, inclusive se eles ainda estão vivos. Retomando um pouco o que eu havia dito aqui sobre o monólogo dela sobre Jon, esta cena humanizou a personagem, já preparando a audiência para o que está por vir. E aumentando o choque quando finalmente acontecer, tanto para quem não leu os livros como para quem leu. Sim, porque não acho que ninguém jamais estará preparado para o nono episódio, não importa quantas vezes tenha lido isso. E acho esse rumo da personagem de Cat muito interessante, e aguardo ansiosa a atuação dela depois dos eventos retratados no nono episódio. E Blackfish nisso tudo? Como eu disse, consolando a sobrinha e Clive Russell mostra como já entrou bem no personagem, retratando a sensatez e o caráter realista dele. Pessoalmente, acho que essa cena foi um dos pontos altos do episódio.
Antes de ir embora de Riverrun, vale mencionar a cena de Talisa cuidando do dois pequenos Lannisters (tadinhos! Sério! Eles não merecem o que vão receber). E dando vida aos rumores de que Robb vira lobo à noite. Fofíssima! Mas o que ela diz para eles: “vocês não tem nada a temer do meu marido” doeu. Justamente porque Robb eles podem não temer, mas aquela praga do Karstark está lá também. E daí vem mais caca, mas não posso adiantar mais que isso.
E de Riverrun passamos para King´s Landing, onde acontece a primeira reunião do Conselho Menor sob o comando de Tywin Lannister. E mais mudanças. A sala é menor, mais apertada, como ressalta Tyrion, e mais escura. Acho que justamente antecipando mais do que vem por aí, afinal esta temporada é provavelmente a mais sombria para muitos dos personagens, alguns inclusive presentes no Conselho. A cena foi fenomenal, com cada membro chegando e se deparando não só com uma sala diferente, mas com uma nova disposição das cadeiras. Mindinho, Varys e Gran Maestre Pycelle, todos surpresos com a mudança. Mas a surpresa maior terão Cersei e Tyrion, ao ver que as cadeiras não estão dispostas ao redor da mesa e sim concentradas em um lado, com Tywin na cabeceira, lugar que já deixa clara sua posição mais elevada.E começa a versão mais fodástica da dança das cadeiras que eu já vi. Cersei, linda e diva, não se intimida, pega uma cadeira e a coloca ao lado direito do pai, como a mostrar ao mundo como ela á importante, pois é o braço direito do pai e a única de quem Tywin pode se orgulhar. O sorrisinho irônico dela para Tyrion foi um toque de sutileza maravilhoso. Mas sua alegria dura pouco, pois Tyrion não se dá por vencido e, arrastando a cadeira, a coloca na cabeceira oposta a Tywin, ele sim em posição de igualdade. Peter Dinklage e Lena Headey sensacionais em cena, dispensam comentários. confira abaixo:
E eis que no meio da discussão do Conselho surge o assunto de Harrenhall e Roose Bolton, que inevitavelmente leva à situação de Mindinho como Lorde de Harrenhall. Tywin mantém a fortaleza sob o domínio oficial de Mindinho, mesmo que na prática isso não se observe (prenúncio de um certo casamento ?) e anuncia que Mindinho seria uma boa opção como marido de Lysa Arryn, assegurando assim o Vale como aliado e aumentando a lista de inimigos de Robb. Mindinho recebe a incumbência feliz, e Tywin nem desconfia dos planos do antigo mestre da moeda, cargo agora exercido por Tyrion, para grande satisfação de Cersei e horror do anão.
Mais tarde, ainda em King´s Landing, Tyrion consulta Mindinho sobre as incumbências do cargo que agora é seu, enquanto o primeiro se prepara para ir para o Vale. Mindinho passa tudo o que pode para Tyrion, que segue com Bronn e Pod entre os corredores do bordel de Mindinho. Conversa vai, conversa vem, Tyrion se dá conta de que não recompensou Pod por ter salvado sua vida. E aí vem a sequência mais hilária da série até agora desde que Ygritte humilhou Jon ainda na segunda temporada. Para surpresa de Pod, o anão o presenteia com o mesmo que já havia oferecido a Joffrey antes: mulheres (leia-se p**as). E desta vez, Tyrion é ainda mais generoso, fornecendo logo 3 de cara para que Pod perca a virgindade. SEN-SA-CIO-NAL! Daniel Portman arrasou na cena, a cara de surpresa misturada com ansiedade foi perfeita. E desta vez, o anão acertou, pois o resultado foi bem diferente do que havia ocorrido com Joffrey. Passa um bom tempo, Tyrion está conversando com Bronn em seus aposentos, discutindo como irá manter as contas do reino, quando Pod retorna, com a cara bem satisfeita e com as moedas de ouro, deixando Tyrion, o expert em satisfazer as prostituas, e Bronn, concorrente de Tyrion no quesito, boquiabertos como fato de que as p**as recusaram o dinheiro ! AÊ POD! VIORU O GARANHÃO DE WESTEROS! O virgem conseguiu o que Tyrion e Bronn, com toda a sua experiência, nunca conseguiram. Agora só falta Jon, um dos últimos virgens de Westeros (ainda tem o Sam, que vai esperar um pouquinho mais) pegar emprestado um pouquinho desse sex appeal (tá chegando! E ele vai aprender direitinho! ). E a cerejinha do bolo: Tyrion pedindo detalhes copiosos do que ocorreu naquele quarto. Baba visível em Tyrion e Bronn. Chorei de rir! Sim, eu sei que essa cena não está no livro, e Pod no livro é uma criança, mas levanta a mão quem acha que a cena foi fantástica e necessária sim, como um alívio cômico antes de toda a tragédia que se anuncia: o/
E falando em Jon, vamos lá para Além da Muralha junto com Snowy Goodness. O grupo de Mance chega no Punho dos Primeiros Homens e se depara com uma cena grotesca: uma espiral desenhada com restos de cavalos mortos. Mance ainda ironiza, “os artistas”, mas fiquei pensando o significado daquilo. Vale lembrar que na primeira temporada, no prólogo, também há um desenho formado pelos restos humanos pelos walkers. Chama a atenção neste da primeira temporada o fato de todas as cabeças estarem voltadas para fora. Isso me lembra os rituais relatados por Derfel nas Crônicas de Artur, onde colocavam-se crânios humanos numa porta, por exemplo, formando o que eles chamavam de cerca-fantasma, para manter afastados os inimigos e o mal. Já no Punho, o desenho forma um espiral, o que para a simbologia celta (que creio que foi a inspiração), a espiral simboliza a união de duas grandes forças naturais, que dividem o ano em duas partes: uma clara e uma escura. Elas eram desenhadas em diversos rituais celtas, com significados diferentes: durante o Beltane (equinócio de primavera), ela representa a parte clara do ano e marca um período de ação exterior. Já no Samhain, ou seja, no equinócio de outono, ele cruza a parte escura do ano, marcando um período de busca interior e união de dois mundos: espiritual e material. Bom, a história se passa no outono, ou seja, o começo da parte escura do ano, e como diz Melisandre, a grande batalha será entre o bem e o mal, o gelo e o fogo.
Bom, abri espaço para especulação. Vivo dizendo que o nome da saga, As Crônicas do Gelo e do Fogo é bem sugestivo, e que Jon e Dany vão acabar se unindo. Também vivo dizendo que os produtores sabem como a saga termina e que eles colocam uns spoilers dos livros durante a série. Acho que este é mais um deles, e reforça o que eu venho dizendo sobre Jon e Dany desde o início.
A espiral também representa o movimento de evolução a partir de um ponto inicial, e um movimento sem fim. É associada com o feminino e a fertilidade e a vida e é um símbolo auspicioso (leia mais aqui). Eu acho que a simbologia celta tem mais a ver com a série.
Retornando a Mance, Jon e cia., vem a parte mais assustadora. Mance interroga Orell, que havia dito que tinha visto “corvos mortos”. Mance esperava encontrar os restos dos Patrulheiros que foram atacados, mas nada. Gelei, junto com Jon e cia, que já sacou de cara o significado disso. Frente a isso, Mance planeja um ataque a Castle Black, pelo meu ponto de vista, porque quer proteger seu povo do que está por vir. Então, ele manda Tormund escalar a Muralha e levar junto Jon, não sem antes dar um bullying básico em Jon: “Se ele não se comportar, jogue-o da Muralha e veja se corvos pode voar”. Tadinho do Jon, só porque ele é bonitinho (bonitinha sou eu, ele é lindo!)!
Enquanto isso, respondendo à pergunta que Jon havia feito sobre sobreviventes, os Patrulheiros restantes chegam à cabana de Craster. E dentro da cabana, Craster nota a redução do número de Patrulheiros enquanto Gilly se esgoela em algum lugar dando luz a seu filhinho. Depois de sofrer um bullying básico de Craster por ser fofinho (ri mesmo seu velho idiota! Mal sabe você que o gordinho vai traçar a sua filha! É, Sam, quem ri por último ri melhor!), e da ameaça de Craster de bater em Gilly, Sam, sem aguentar mais tanta baboseira, sai e vai atrás de Gilly. Só para chegar assim que nasce o garoto e da triste constatação de que é um menino. O olhar que os dois trocaram disse tudo. Já mostrou toda a cumplicidade entre os dois. John Bradley e Hannah Murray mandaram muito bem, e sem dizer nada. E, antes de chegar, para quem estava preocupado com a falta de Ghost ao lado de Jon, a série também já deu um jeito ao mostrar que o lobo vai embora, se afastando de Sam, certamente para ir atrás de seu dono. Isso já era bem previsível, eu já imaginava que fariam algo do tipo. Assim, eu penso que Ghost ficou com Sam enquanto ele mais precisava, e vai retornar a Jon justamente quando Jon mais precisa. De novo, acho muito legal essa ligação deles. Mostra que Sam realmente é um dos poucos em quem Jon pode confiar a vida.
Partindo para a estalagem no meio do nada, mais uma despedida. Thoros de Myr se prepara para ir embora, junto com Arya e Gendry. Lá vem o Cão e mais bullying (esse episódio foi cheio! ): “você é muito feio, não quero te ver mais". HIHIHI. Arya, toda cheia de fazer marra, enfrenta Clegane, perguntando se ele se lembra da última vez que ele esteve ali, se referindo ao massacre de seu amiguinho filho do açougueiro, morto pelo Cão na primeira temporada. Claro que o Cão se lembra, mas finge que não. É aí que vem Hot Pie, com um pão com forma bem tosca de lobo, para se despedir de Arya e Gendry. Que cena mais fofa, minha gente! Adorei! O que já me deixa o coração apertadinho, imaginando como será a despedida de Arya e Gendry (prevejo lágrimas).
De Sam passamos a Theon, ainda crucificado, mas recebendo a ajuda do “boy” que a gente sabe muito bem quem é. Raiva,muita raiva! E o pobre Theon, sem desconfiar de nada, ainda promete uma recompensa a este digníssimo FDP! Parte meu coração. E lá vai Theon, montado num cavalo branco, só para mais tarde ser “surpreendido” por um bando de homens mau-encarados. Entre aspas porque não tem nada de aleatório nesse encontro. Começa a caçada ao Theon, ameaça de estupro e mais sofrimento. Mas eis que na hora H, surge o Arqueiro Verde (ops, série errada) e o salva do perigo, ganhando ainda mais a confiança de Theon. Mais um show de Alfie Allen, e a quimica entre ele e Iwan Rheon é ótima. Precisa ser. E não se engane, isso é só parte do esporte. Se você ainda não entendeu, fique tranquilo que quando a hora chegar, eu explico melhor. Talvez nem todo mundo saiba, mas nestas cenas estamos testemunhando a construção de um personagem com perfeição.
Em Dragonstone, Melisandre se prepara para deixar Stannis por um tempo, para desespero do que se acha o verdadeiro rei. Mais uma cena que eu chorei de rir. Stannis todo fogoso (Oi? Quem é você e o que fez com Stannis?), pedindo mais um filho à Mulher Vermelha (mentira, ele quer é sexo. Acabou gostando da brincadeira ) só para ouvir isso: “Seu fogo está se apagando, meu rei”. Tradução para quem não entendeu: você está broxa e vou atrás de um jovenzinho bem bonitinho e gostosinho para me satisfazer. . E mais nada. Mas valeu para ver a atuação impecável de Stephen Dillane e Carice van Houten. E, pode ter sido impressão minha, mas a perspectiva de ir atrás de carne nova parece ter dado uma rejuvenescida em Mel. Melhor que botox .
Enquanto isso, em Astapor, Dany passei pelo famigerado Walk of Punishment, que dá nome ao episódio, tenta em vão dar água a um escravo e discute com Jorah e Barristan o seu futuro: será melhor ir embora ou comprar um exército? Pessoalmente, eu adorei quando Ser Barristan diz que Rhaegar levantou um exército de homens que o seguiam por acreditarem nele, e não porque ele os havia comprado. Não me entendam mal, eu adoro Ser Jorah, e entendo a situação de Dany e sei o papel que os Imaculados terão, mas acho que tem mais valor o que Ser Barristan disse. De todo o jeito, Dany volta a negociar e anuncia que quer comprar todos os Imaculados. Claro que o tal lá recusa, mas daí veio o melhor blefe da história de Westeros (can´t read my, can´t read my, no he can´t read my poker face…Me veio na cabeça na hora): eu te dou um dragão em troca. OK então. E Coelhinho da Páscoa e Papai Noel existem. E ainda pede Missandei de presente. D*I*V*A*. Maravilhosa! E voltando a falar como khaleesi, mantendo a autoridade e ameaçando Jorah e Ser Barristan caso eles contestem suas ações em público novamente. Essa é a Dany que a gente conhece e ama.
E só falta falar do casal sensação da série: Jaime e Brienne. Eles começam numa floresta a caminho de lugar nenhum, ao som de The bear and the maiden fair, para variar discutindo e Jaime dando sábios conselhos em como ser estuprada sem muito trauma. Aí quem já está reclamando: aprendam a pegar as ironias! E este diálogo, onde Jaime fala para Brienne fechar os olhos e imaginar Renly foi um dos mais irônicos que eu já vi. É óbvio que os escritores não são a favor do estupro e essa fala não é a sério. Mas ela se encaixa na realidade enfrentada por Brienne. E mostra na verdade uma preocupação genuína de Jaime em relação a Brienne. E mais tarde, já à noite, quando este momento quase chega, e Jaime vem com aquela lorota das safiras, mais uma vez, mostra a preocupação genuína de Jaime. Perfeito. Mais uma vez, o olhar de Brienne agradecida depois de Jaime a salvar, disse tudo. Milhões de mensagens passaram entre os dois somente com o olhar, sem uma palavra. Ambos os atores, Nikolaj Coster-Wardau e Gwendoline Christie, mostram que está perfeitamente à vontade em seus respectivos papéis. Atuação mais uma vez impecável. E o ápice: a mão cortada de Jaime, recompensa por inventar lorota. E Noah Taylor, com Locke, que incorpora características de Vargo Hoat, também perfeito no papel.
Melhor episódio até agora, e dá para perceber que realmente os produtores estão dosando bem as emoções, aumentando gradativamente. Reservando tudo para o que está por vir. Antes de terminar, preciso comentar The Bear and the Maiden Fair. Adorei que este episódio acabou com ela, quebrando a tensão deixada pela amputação da mão de Jaime, e também adorei a música, bem debochada exatamente como no livro. Com uma batida moderna, mas quem sou eu para falar alguma coisa? Sempre atribuo as músicas mais improváveis aos livros, mas sempre por algum motivo (geralmente é porque e letra bate com alguma coisa). Então, só nos resta esperar angustiados pelo próximo episódio, que só pelo nome, And now his watch is ended, já anuncia fortes emoções. E deixo vocês com a versão do Hold Steady de The Bear and the Maiden Fair.
Beijos e até o próximo post!
2 comentários:
esse episódio foi realmente de tirar o fôlego! Mal posso esperar pelo próximo!
Oi Dora!
Também, mas como coração apertado, porque já teremos baixas significativas no próximo episódio.
E concordo, esse por enquanto foi o melhor.
Beijos!
Fê
Postar um comentário