ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU OS LIVROS!
Continuando os comentários, teorias e afins nessa segunda leitura de As Crônicas do Gelo e do Fogo, agora chegou a vez do meu preferido de todos. E o livro com mais reviravoltas e passagens significativas por enquanto da série (na verdade, o quinto não fica atrás, mas vou focar no terceiro). Por isso aviso já, o post é longo.
Vou começar com algo que já joguei quando comentei o segundo. A queda de Winterfell, Theon, etc. Leia aqui tudo que se passou antes de continuar. Como eu disse nesse link, Reek chega em Winterfell ANTES de Theon tomar a fortaleza. O que eu deixei de fora foi o fato de Reek ser ninguém menos que Ramsay Snow disfarçado. E ele ainda se faz de morto. Eu não sei vocês, mas para mim Ramsay é um psicopata sádico doentio (redundante, eu sei, mas é a definição de Ramsay), mas não me parece lá muito inteligente. Para mim, isso tem a cara de Roose Bolton, seu pai. Quem articulou todo o embuste foi ele. E ANTES de Theon sequer pensar em invadir Winterfell. Acho que ele e o maldito do Frey estavam juntos muito antes. Já falei aqui que achava estranho a reação dos Frey no primeiro quando a estrupícia da Catelyn prende o Tyrion. Já fiquei com a pulga atrás da orelha. Me perguntei já aí desde quando os Frey estão mancomunados com os Lannisters. Bom, os Frey eu não sei, a não ser que um dos Lannisters é casado com uma Frey, e uma coisa pode-se dizer dos Lannisters: eles tomam conta de sua família, mesmo dos mais insignificantes.
Bom, mas o Bolton eu posso dizer. Não exatamente quando, mas o motivo da traição. E posso dizer que ele vem desde muito antes do Red Wedding, e acho que é até mesmo anterior à invasão de Theon. (SPOILER) Tywin Lannister promete a ele o posto de Guardião do Norte, além de revogar o título de bastardo de Ramsay, que passa a se chamar Ramsay Bolton. Já na página 260 (edição pocket americana com capa azul), Tyrion está em uma reunião com o pai, e se dá conta de que o velho está guardando algo para si. E se recorda de algo que o pai costuma dizer: “Algumas batalhas são vencidas com espadas e lanças, outras com pena e corvos”. Isso se passa pouco depois da batalha de Blackwater. E tem a ver tanto com a queda de Winterfell como com o Red Wedding. No final, já no epílogo, mais precisamente, Merret, um dos 50 mil Freys (não lembro se é legítimo ou bastardo, e também pouco importa) parte para recuperar um parente seu que está em poder de Lorde Beric Dondarrion, e no meio de suas lembranças, ele diz que Lorde Frey ordenou a matança no Red Wedding, mas que quem planejou tudo, até as músicas que sinalizariam a carnificina (e não custa nada lembrar que foi a famigerada The Rains of Castamere que foi o sinal, a música de Tywin. Ficou claro, não, quem está por trás do Red Wedding?) foi Lame Lothar junto com Roose Bolton (p. 1119).
E já que falei nesse maldito Red Wedding, tenho que dar o parabéns para George R. R. Martin. Mesmo lendo pela segunda vez, foi tão intenso como na primeira. Na verdade, foi até pior, porque eu sabia no que ia dar. O capítulo todo é muito bem escrito, tenso, deixa a gente com a sensação de perigo, de que algo está errado. Vai ser bem difícil ver isso na telinha. Admito que fiquei com os olhos molhadinhos no final. Não cheguei a chorar, mas ficou perto. E já que falei nisso, deixa eu comentar o golpe de Talisa/Jeyne. (SPOILER) Ela não cai de paraquedas na vida de Robb. Na verdade, a família dela também ganha um benefício de Tywin por ter vendido a filha (mas não lembro o quê, esqueci de marcar). Mas acho que mesmo assim, ela acabou por gostar de Robb (como não? Lindo e fofo daquele jeito e com aquela voz rouquinha e com sotaque maravilhoso? Quem resiste?) e vice-versa.
Voltando a Theon e Winterfell, já sabemos que ele, apesar de levar a culpa, não toca fogo na fortaleza. Theon nunca faria isso, people! Não estou defendendo o que ele fez, mas ele não entende onde sua lealdade está. E além disso, ele sempre quis um lugar entre os Stark, lugar que foi negado, mas em sua inveja, ele ambiciona o castelo para si, não a destruição do lugar. Theon facilita as coisas para Bolton, mas acho que independentemente de Theon tomar Winterfell ou não, Bolton ainda assim encontraria um meio de destruir o local. Theon agiu inesperadamente para todo mundo, até para os próprios Ironborn, e acabou involuntariamente ajudando um golpe maior.
Antes que eu me esqueça, deixa eu corrigir algo. Lembra que eu falei para guardar a informação sobre Lysa para o quarto. Eu me enganei. Na verdade, era para este, mas como fazia tempo que eu tinha lido, os livros meio que se misturavam em minha cabeça. Bom, dito isto, eu disse antes que Lysa sempre foi apaixonada por Mindinho. Isto é fato, sempre foi mesmo, só a self-absorbed da Catelyn não percebia. E também é fato que Lysa perdeu sua virgindade com Mindinho. E chegou a engravidar dele. Mas seu pai descobriu, e a fez abortar. Catelyn menciona algo nesse sentido, de Lysa ter alguma vez ter sofrido um aborto, mas não lembro exatamente quando ela faz isso. De qualquer modo, Lysa se ressente de ter sido forçada a se casar com Jon Arryn, não suporta o marido, e também se ressente da irmã por ela ser o centro das atenções de Mindinho. (SPOILER) Por isso, quando Mindinho pede para Lysa matar Jon Arryn, ela não pensa duas vezes. Ela até tenta justificar que foi porque o velho Mão iria mandar sua cria, o pequeno e detestável Robert para Dragonstone para ser criado por Stannis, mas na verdade é só mesmo porque Mindinho pede com a promessa de que assim podem ficar juntos, como sempre quiseram. Sendo assim eu me pergunto por que Lysa foi tão rápida ao julgar Tyrion quando ele esteve preso no Ninho da Águia. Agora fica claro que isso era somente mais uma das maquinações de Mindinho, e tanto Lysa quanto Catelyn fizeram exatamente o que ele quis que elas fizessem. E não se engane, ele está usando Sansa da mesma forma. Mas eu acho que de alguma forma Sansa vai escapar das garras dele. Só não tenho ideia de como. Ao contrário dos outros Stark (até o meio Stark), ela eu não consigo pensar no que vai dar. Para ela eu ainda não tenho teoria nenhuma. Talvez se tornar Lady de Winterfell.
E já que falei de Mindinho, aproveito para colocar uma coisa que eu achei muito interessante. Vi outro dia num fórum do westeros.org um ponto que eu não tinha pensado sobre o Mindinho. Sua determinação de destruir tanto os Lannisters como os Stark. Sim, você leu corretamente, Stark. E faz todo o sentido do mundo. Mindinho sempre foi apaixonado por Cat, mas como é de uma classe mais baixa que ela, nunca poderia se casar com ela. Ainda que ele tenha tentado. Mas Cat foi prometida a Brandon Stark, que além de ser tudo o que Mindinho não era, tenho certeza que fazia bullying com Mindinho. Aí Brandon Stark morre, mas quem toma seu lugar é Ned. Foi a gota d’água. A partir daí, Mindinho teve tempo mais que suficiente para planejar sua vingança, que como todo mundo sabe, é melhor servida fria. Já que ele não pode ter Catelyn, desconta em todo o resto. Isso é só suposição, mas que faz sentido, isso faz. E eu nunca entendi muito bem as intenções de Mindinho, só sabia que não eram tão nobres assim. Afinal, ele mesmo diz para Ned que ele deve desconfiar de todos, inclusive o próprio Mindinho.
E falando em Catelyn, não posso deixar de comentar o Red Wedding. (SPOILER) Por que, POR QUE, pelos sete novos deuses, e pelos deuses antigos sem conta, GRRM trouxe essa fulana de volta dos mortos? Se ela já era chata antes de morrer, depois de morta fica ainda pior. Mas uma coisa é certa, ela sabe dar conselhos. Pode não segui-los, mas seus conselhos geralmente são bons. E no caso, ela não se cansou de dizer para Robb o tamanho do erro que havia cometido ao se casar com Jeyne. Eu adoro que Robb tenha feito isso, porque pela primeira vez mostra que pensa por si próprio (pode ser com a de baixo, mas pensa), saiu das barras da saia da mãe e da sombra do pai. Mas foi irresponsabilidade, sim, não nego. Só que eu acho que Robb morreu mesmo bem antes do Red Wedding. Quando Cat questiona porque Grey Wind não está mais o tempo todo com ele, logo que Robb chega e conta para a mãe que se casou, Robb dá uma resposta que me tirou o ar. Cat diz: “Ele faz parte de você, Robb. Temê-lo é temer você. " Ao que ele responde: “Eu não sou um lobo, não importa do que me chamem.” (p. 197). Pra mim, foi aqui que Robb assinou sua sentença de morte. Basta lembrar mais uma vez a fala simples de Bran no primeiro, quando Sansa começa a mentir e se comportar de maneira estranha: “Ela perdeu seu lobo. “ Me lembrei disso na hora. Catelyn retoma essa questão várias vezes.
E mais tarde, quando o velho Karstark, em meio a seu desejo de vingança contra os Lannisters pela morte de seus filhos (e taí mais uma megaburrada, pra não falar outra coisa, de Catelyn. Ao soltar Jaime, além de cometer traição, ela joga os aliados de seu filho contra ele…), em um ataque de idiotice extrema, o cara mata os dois jovens Lannisters (agora não tenho certeza se não eram Freys…bom, um ou outro) que Robb mantinha cativos. Por esta traição, Robb é obrigado a executar Rickard Karstark, e o velho lança a maldição: “Nenhum homem é tão amaldiçoado quanto o que mata seu parente” (p. 281). E GRRM ainda dá mais dicas da desgraça que vem, não só com a Casa dos Imortais e o que Dany vê, mas também neste. Arya encontra por duas vezes aquela anãzinha que tem green dreams (não lembro como ela é chamada). A primeira vez, em High Heart, a velhinha diz: “Eu sonhei com uma sombra com um coração em chamas, que matava um cervo dourado, sim. Eu sonhei com um homem sem rosto, esperando em uma ponte que balançava. Em seu ombro havia um corvo afogado com algas penduradas em suas asas. Eu sonhei com um rio caudaloso e uma mulher que era um peixe. Morta ela deslizava, com lágrimas vermelhas em suas bochechas, mas quando seus olhos se abriram, oh, eu acordei em terror” (p. 302). Neste primeiro, já dá para ver a premonição das mortes de Renly (o cervo dourado), Balon Greyjoy (o homem sem rosto) e da própria Catelyn (a mulher que era um peixe). E mais tarde, de novo em High Heart, ela sonha de novo: “Eu sonhei com um lobo uivando na chuva, mas ninguém, ouvia o seu lamento. Eu sonhei com tal clangor que eu pensei que minha cabeça iria explodir, tambores, e cornetas e trombetas e gritos, mas o som mais triste eram os pequenos sinos. E sonhei com uma donzela em um banquete com serpentes púrpuras em seu cabelo, veneno pingando de suas presas. E mais tarde eu sonhei com essa donzela novamente, matando um gigante em um castelo feito de neve” (p. 593). O lobo é com certeza Grey Wind, que pressentiu toda a carnificina, mas Robb não deu atenção.(SPOILER) E a donzela é Sansa, e já há aí a menção à rede dos cabelos dela, de onde cai a pedrinha que mata Joffrey. E o castelo de neve, será Winterfell, ou é uma referência ao castelo de neve que ela constrói já no Ninho da Águia, e que Robert destrói, mais ou menos na mesma hora que Mindinho beija a menina? E só para constar, eu adoro quando o Joffrey morre, mas não foi muito legal. Deixa eu explicar: eu acho que Sansa devia matar Joffrey sim, mas de maneira consciente, com uma adaga, e requintes de crueldade, não como foi.
Ainda nesta passagem, Arya está meio escondida ouvindo a conversa da mulher com Beric (aquele que morre uma dúzia de vezes, e sempre volta à vida), mas a anãzinha percebe, e diz para ela se aproximar: “Eu a vejo, criança lobo. Criança sangue. Eu pensei que era o lorde que cheirava a morte…Você é cruel de vir à minha colina, cruel. Eu engoli tristeza em Summerhall, eu não preciso da sua. Vá embora daqui, coração negro. Vá embora!”. Aqui eu faço mais uma suposição sobre o futuro de Arya. Já havia dito que acho que ela irá se transformar em algo como Jaqen, uma espécie de anjo da morte. Também no westeros.org, eu vi um outro painel interessante, sobre os sete deuses retornando e como cada um se aplica a um personagem diferente. Veja aqui - The Seven in human form. E no livro, tem uma hora que o Sam canta para a Gilly, e a canção traz a descrição de cada um dos deuses (p. 641, não sei na edição brasileira),mas não vou transcrever porque é muito longa. Dito isto, Arya seria a representação do Estranho, o deus da morte. Não tem mais ninguém que se encaixe. E isso reforça o que eu acho, que ela se tornará uma assassina profissional. E aqui, pela primeira vez ela tem os green dreams, e também mostra a capacidade de se fundir a Nymeria, ainda que não entenda isso muito bem. E, falando nisso, e retomando um pouco o que falei sobre Robb e Grey Wind, de todos os Stark, só quem aceita, mesmo sem entender direito isso, são mesmo Bran, Jon e Arya. Claro que não sabemos o PDV de Robb e Rickon, mesmo Shaggydog sendo tão incontrolável quanto ele, mas eu deduzo que eles três são os que tem o dom em maior grau. Posso estar enganada, e espero que Rickon volte e com PDV. E uma última coisa sobre Arya. Veja: “eu queria me transformar em uma loba e ter asas e voar para longe” (p. 1036). Já disse que ela pode ser a outra a montar o dragão. Para mim, isso é uma possibilidade pequena, acho mesmo que o destino dela é ser uma assassina profissional, é para isso que ela está treinando e Jon eu acho que será a outra cabeça do dragão (especialmente se ele for realmente um Targaryen, como eu acredito, a Alfie Allen andou dando com a língua nos dentes, veja neste post do Game of thrones BR), mas Arya também é uma possibilidade.
E já que estou falando dela, por que não falar de sua cara-metade, Gendry? Ele também se encaixa nesse negócio dos deuses reencarnados (ou como você quiser chamar), no papel do Ferreiro. Não é à toa que seu ofício é esse. E digo mais, acho que ele vai forjar uma espada muito importante, para Arya, de aço valiriano. Não digo Lightbringer (ou Luminífera), porque eu acho que Melisandre está enganada nas suas visões, e a tal espada que vai livrar o mundo das sombras. Já disse, acho que isso tem a ver com o Jon, e a tal espada seja Longclaw (não lembro o nome dela em português). Falo em Snowy Goodness daqui a pouco, deixa eu voltar pro Gendry. Este livro traz mais pistas de que ele e Arya eventualmente vão ficar juntos (não casar, não porque ele seja bastardo e ela não, mas porque eu quero só ver quem vai ser tolo o suficiente de achar que pode forçar Arya a qualquer coisa. Não, ela e Gendry vão ficar juntos por livre vontade). E também torço para ele ganhar PDV. Porque tenho certeza que ele também gosta muito de Arya, mas talvez ainda não tenha completa consciência disso. Ou melhor, começa a ter. Quando eles estão no salão de Lady Smallwood, que faz Arya se vestir como menina, ele se sente mal, e sai do salão. Arya vai atrás dele, e ele diz: “Você está diferente agora. Como uma menina” Arya responde: “Eu pareço um carvalho, com todas essas castanhas idiotas”. Gendry: “Mas bonita. Um carvalho bonito. Você até tem o cheiro bom, pra variar” (p. 308). Arya responde que ele não, e empurra ele na lama. Os dois rolam na lama, rindo. A cena seria super carregada sexualmente, se Arya não tivesse somente 10 anos e ele 14. Na situação que eles se encontram, ela é só fofa (awwwnnn!). Mais tarde, em uma taverna qualquer, Arya se vê ameaçada por um bêbado. Quem aparece para salvá-la? Gendry, claro, dizendo que ela é sua irmã e mandando o sujeito deixar Arya em paz. Arya fica brava, e diz que não é irmã de Gendry, ao que ele responde, também bravo: “Está certo. Eu nasci um maldito humilde, não posso ser parente de uma dama da nobreza” (p.402). (SPOILER) Tudo bem, eles acabam se separando, mas como no caso de Nymeria, tenho certeza de que Gendry e Arya vão se reencontrar.
Falando de Bran agora. Ele é outro que se encaixa na descrição dos deuses, desta vez da Sábia, e acho que é o mais forte nesse quesito. Mas esta é que tem mais candidatos, volto neles mais tarde. Lembra que eu falei que Bran é um dos que vai montar um dragão, mais especificamente o verde (se não, veja aqui). Bom, Jojen também sonha com isso: “Eu sonhei com um lobo alado preso à terra por correntes de ferro, e fui a Winterfell libertá-lo. As correntes já foram soltas, mas você ainda não voa.” (p. 131). Certo, ele pode estar se referindo ao corvo de três olhos, e ao fato de Bran não se juntar aos animais (ainda não, neste momento). Mas também já disse que seus sonhos são passíveis de erro, pois dependem de interpretação. Também já falei da ligação especial entre Bran, Jon e Arya. Neste, quando Snowy Goodness foge dos wildlings, quem aparece para ajudá-lo é Summer (que Jon inicialmente pensa ser Grey Wind). Sim, Bran está no lobo nessa hora, mas mesmo assim, não tenho certeza se Bran consegue controlar as ações de Summer neste momento, talvez mais tarde. Sinceramente não me lembro, e no livro isso não fica claro. Acho que sim, mas de qualquer modo, acho muito significativo que Summer estivesse por perto. Momentos antes, Bran não estava com Summer. E antes, Bran está em Summer, compartilhando seus pensamentos, e o lobo lembra que a irmã não está mais livre, que decidiu percorrer os corredores de pedra feitos pelo homem, e que uma vez dentro, é difícil achar o caminho de volta ao ar livre (p. 123). Acho que isso é um lamento por Lady, e liga com o que eu disse lá em cima sobre Robb e Grey Wind e Sansa e Lady. E Bran também sonha com o Red Wedding.
E falando na ligação entre Bran, Jon e Arya, acho muito significativo que Sam encontra justamente Bran e Arya em sua jornada. E aposto que foi Sam que plantou a ideia de levar Gilly e dizer que o filho dela é seu, para protegê-la. Ele diz algo assim na p. 1046. E acho que Sam pode ser outro candidato à Sábia. Sam lê muito, e sabe muitas histórias, e também mostra que é mestre da manipulação, como fez com a eleição de Jon a Lorde Comandante. Já disse antes (mais precisamente aqui) que Sam vai ter um papel importante na união de Jon e Dany. Mas acho de partir o coração que Sam não pode contar a Jon que Bran está vivo, vendo todo o sofrimento do amigo.
E falando em Jon e Dany, lembra que Dany tem sonhos que se concretizam? Bom, ela sonha com alguém ao seu lado, um homem em sua cama: “Às vezes ela fechava seus olhos e sonhava com ele, mas nunca era com Jorah Mormont que ela sonhava; seu amante era sempre mais jovem e mais bonito, apesar de sua face permanecer uma sombra inconstante” (p. 325). (SPOILER) Mais tarde, ela acha que se trata de Daario Naharis, e tenho que dizer que a obsessão dela por ele no quinto é irritante, mas acho que ela está enganada. Com Daario, só o que rola é sexo mesmo, não há uma ligação mais profunda como ela tinha com Drogo, por exemplo. E ela também sonha com Rhaegar, e como ela chega a Westeros montada num dragão (p. 375). E mais tarde, pouco antes de invadir Meereen, ela conhece Brown Ben, que se diz ter sangue de dragão (p. 784). Só menciono isso porque uma das profecias diz para ela tomar cuidado com os falsos dragões, e eu acho que esse é um deles.
E agora falando de sua futura cara-metade, meu querido Snowy Goodness. Neste, como eu já disse quando fiz a resenha do livro pela primeira vez, Jon é confusão só. Forçado a trair a Patrulha e se juntar aos selvagens por Quorin, Jon começa a questionar algumas coisas, como o próprio juramento e começa a reconhecer um pouco de ressentimento pelo fato de ser bastardo. Ele reconhece pela primeira vez que quer sim constituir família (e isso fica evidente quando Gilly já está em Castle Black, amamentando o filho de Val, e ele sorri ao ver isso. Essa passagem é contada pelo ponto de vista de Sam, mas dá para perceber certo desejo melancólico por parte de Jon). Depois, lembrem-se do que Maester Aemon disse a ele no segundo, que ele não sabe o que é segurar o filho recém-nascido nos braços. Não foi à toa. Já disse e repito, Jon vai ser o pai do filho de Dany, e vai viver por tempo suficiente para pelo menos segurar seu filho. Essa frase do velho Maester (que aliás é outro que se encaixa na Sábia) não é de graça. Como também não é à toa que ele pede para ver a espada de Stannis, Luminífera (p. 1080). Claro que ele sabe sobre a lenda da tal espada mágica de Melisandre, mas há algo que o velho Maester não conta. Quem descreve a espada para ele é Sam (essa passagem de novo é contada a partir do PDV de Sam), e ao terminar Maester Aemon diz: “Eu vejo agora, Sam. Uma espada cheia de luz do sol. Tão linda de se olhar”. Ora, por que raios o velho maester cego quer ver uma espada? O Maester pode ser cego, mas enxerga muito mais que muita gente, e acho que ele sabe que a espada de Stannis não é a espada de Azor Ahai. Mais tarde, no final desse capítulo, ele diz que a espada tem luz, mas não tem calor. Já disse lá em cima, eu acho que essa espada é Longclaw. Mas não vou elaborar mais para não dar spoiler do quinto livro.
Me desviei um pouco, mas deixa eu voltar. Uma das coisas que Jon se pergunta é se Arya ainda é sua irmã (p. 356) Suas palavras exatas são: “Ela ainda é minha irmã? Será que algum dia foi?”. Isso poderia ser atribuído simplesmente ao fato de ele estar entre os selvagens e estar questionando suas lealdades, não fosse pelo fato de ninguém saber sua verdadeira identidade, e a hipótese de ele ser filho de Rhaegar e Lyanna, e não de Ned.
Retomando a teoria de que Jon é Azor Ahai renascido, na p. 348 Melisandre esta falando do Senhor da Luz (não sei escrever o nome desse deus) com Davos, e diz que há dois lados: um do Senhor da Luz (juro que desta vez tentei escrever o nome do tal, mas não deu) e contra ele está o Grande Outro, cujo nome não deve ser dito (será Voldemort? ;D), o Senhor das Trevas, a alma de Gelo, o deus da Noite e do Terror. Bom, depois do final da segunda temporada, acho que ficou evidente até para quem não leu os livros que a luta maior não é entre Baratheon ou Lannister, mas sim contra os White Walkers. E acho que ficou bem claro quem é o tal do Senhor das Trevas, não? É aí que entra Jon como Azor Ahai, e Longclaw como Lightbringer (tradução literal para o português é a que traz a luz). E falando nisso, um dos propósitos da Patrulha da Noite é justamente manter a salvo o reino dos homens. Veja aqui, mas cuidado, há spoilers do quinto livro. E de qualquer modo, o Lorde Comandante Mormont faz questão de lembrar a Sam: “nós nunca soubemos. Mas já soubemos um dia. A Patrulha da Noite se esqueceu de seu verdadeiro propósito, Tarly. Não se constrói uma muralha de setecentos pés para impedir que selvagens em peles roubem mulheres. A Muralha foi feita para guardar os reinos dos homens…e não contra outros homens, que é o que os selvagens são no final das contas. Muitos anos, Tarly, muitas centenas e milhares de anos. Perdemos a noção do verdadeiro inimigo. E agora ele está aqui, mas não sabemos como lutar contra ele.” (p. 450). E só há um capaz de derrotar os servidores das trevas, segundo Melisandre. E antes de Jon ser eleito Lorde Comandante, durante a batalha contra os selvagens, Jon é apontado por Donal Noye para chefiar a Muralha. Nas palavras de Maester Aemon: “A Muralha é sua, Jon Snow” (p. 882).
Mais tarde, Stannis está falando com Davos, que mais uma vez, pede encarecidamente a Stannis para deixar Melisandre de lado. Mas Stannis não quer e diz que viu nas chamas, como mandou Melisandre, “as cinzas eram brancas, se elevando em uma corrente, mas de repente parecia que elas estavam caindo. Neve, eu pensei. Então as faíscas no ar pareciam circular, e se tornaram um anel de tochas, e eu olhava através do fogo de cima de uma colina em uma floresta. As cinzas se transformaram em homens de preto atrás das tochas, e havia formas se movendo pela neve. Apesar de todo o calor do fogo, eu senti um frio tão intenso que eu estremeci, e a visão se foi” (p. 500). De novo, acho que Stannis vê uma coisa, mas interpreta de forma errônea. Lembrando, neve = snow. Guardem isto, que vou retomar quando for falar do quinto de novo.
E, voltando ao juramento da Patrulha, ele diz: “eu não vou tomar terra”. Bom, já disse que Jon vai quebrar cada uma das linhas desse maldito juramento. E vai mesmo. Para todos os efeitos, Jon é bastardo de Ned, o que por si só já é mal-visto por todo mundo em Westeros. Seu estigma é ser visto como traiçoeiro porque nasceu de uma relação ilegítima. Bom, Robb, pressentindo que poderia não viver por muito mais tempo, e achando que seus irmãos estão mortos ou perdidos, lembra a estrupícia da mãe que ele ainda tem um irmão, e que Jon pode muito bem ser seu herdeiro através de um decreto real. E diz que ainda encontrariam um forma de ele se livrar dos votos (p. 629). Claro que a estrupícia não gosta, e ainda tem o desplante de dizer que Jon iria trair Robb se Robb fizesse isso. Oi? Ela nem sequer conhece Jon!!! Ele nunca faria isso. E a situação aqui não tem nada a ver com Theon, antes que alguém mencione. Theon era melhor amigo de Robb, mas Jon sempre foi considerado irmão. Jon nunca faria isso, até por seu caráter, que tem mais de Ned do que a estrupícia pensa. Acho que ainda pode aparecer algum documento deixado por Robb nesse sentido, mas pessoalmente eu acho mesmo é que Jon vai é ficar com Westeros toda, junto com Dany. Aliás, ela é a que tem a reivindicação mais justificada, seguida por Snowy Goodness. Só coloco para se pensar.
E só mais uma consideração sobre a Muralha. Ela não é tão imparcial como todo mundo gosta de lembrar. E isso é realmente impossível, como consta no fórum que eu linkei acima. E prova disso é que Janos Slynt é mandado para lá, e Tywin Lannister tira proveito da situação (p. 439), tentando influenciar a votação pelo novo Lorde comandante. Novamente, guardem isto, que vou retomar no quinto. Por enquanto basta lembrar que ele era um dos concorrentes ao posto de Lorde Comandante.
E agora só falta falar do outro acontecimento chave desse livro. O casamento de Joffrey e Margaery. Acredito que tudo estava planejado muito antes do que todo mundo pensa. Antes mesmo de os Tyrell saírem de Highgarden. Logo que chega em King’s Landing, Margaery convida Sansa para um jantar, para saber mais de Joffrey, e armar para Sansa sair da corte. Sansa avisa a outra menina para não se casar com Joffrey , que ele irá machucá-la. Ao que Margaery responde: “eu não acho que vai” (p. 223), com uma certeza de congelar o sangue. E vale lembrar que a avó de Margaery está na conversa também. E depois, já no casamento, pouco antes de Joff morrer, Tyrion deixa bem claro que sabe muito bem que foi ele que mandou matar Bran em Winterfell, com a adaga (p. 805).
Uma última coisa. Quando Jaime chega em King’s Landing e assume o cargo de Comandante da Guarda, ele prende Brienne, mas depois a solta com um missão: encontrar Sansa e Arya. E lhe dá uma espada, a Oathkeeper (não sei em português mas deve ser algo como mantedora de promessas). Só guardem isso para quando eu falar do quarto, isso vai ser importante.
Trilha sonora
Claro que pensei em mais algumas músicas. Algumas se aplicam a mais de um livro, e mais de um personagem. Para começar, Boulevard of Broken Dreams, do Green Day cai como uma luva para Bran, Jon, Dany e Arya em sua jornada, não só neste, mas nos livros seguintes. Para Jon e, mais especificamente, para Dany, Sweet dreams (are made of this), do Eurythmics (some of them want to use you, some of them wanna get used by you…). E novamente, não só para este livro. Para Sansa e Joffrey, The horror of our love, do Ludo, diz tudo no nome. Good girls go to heaven (bad girls go everywhere), do Meat Loaf é para Jon só por um trechinho (Johnny, Johnny, why are you shaking, when a boy should do whatever he can, you’ve been nothing but an angel every day of your life, and now you wonder what it’s like to be damned), se bem que com esse nome, também pode ser pra Ygritte. Nemo, do Nightwish cai direitinho para Arya,não só neste,mas nos seguintes também (e posso comentar como eu adoro o casaco da Tarja nesse clipe?). Fire and Ice, do Within Temptation diz tudo no título. Everything burns, do Ben Moody feat.Anastacia é perfeita para Dany e Arya. Ever fallen in love,do Pete Yorn dá tanto para Cersei/Jaime quanto para outros casaizinhos, como Gendry/ Arya (e coloquei esse vídeo porque eu super concordo que Draco tinha uma queda por Mione, e acho uma supersacanagem da Goddess Rowling não ter incluído uma bitoquinha da Mione no Draquinho ;D). Finalmente, uma que eu não tinha pensado: Even flow, do Pearl Jam é perfeita para Ned.
Por hoje é só. Obrigada por ficar comigo até o final de mais umpost superlongo.
Beijos e até o próximo!