domingo, 30 de setembro de 2012

Avatar

 

avatarAcho que até ontem eu era a única no mundo que ainda não tinha visto Avatar. Não fui ver no cinema quando saiu, mesmo sendo 3D e tendo revolucionado o mundo do cinema, aqueles seres azuis não me chamavam atenção. Ainda não chamam e acho uma super. sacanagem transformar o monumento que é Sam Worthington em um.

E para falar bem a verdade, eu não achei tudo isso que todo mundo fala. Talvez porque vi na TV e não no cinema. Certo, visualmente o filme é lindo, mas sou meio das antigas, prefiro os cenários reais, ou se for para ter cenários virtuais, criados por computação gráfica, que eles sejam em número limitado, dando preferência ao cinema old school.

Bom, se é que tem alguém que ainda não viu, a história é a seguinte: um veterano paraplégico do exército americano, Jake Sully (Sam Worthington) é chamado para ir para Pandora, um mundo selvagem habitado pelos Na’Vi (os tais seres azuis). Os humanos gananciosos e exploradores querem um mineral (acho) que fica bem embaixo da Árvore onde os Na’Vi moram. Para poder extrair o tal elemento, eles precisam que os Na’Vi se mudem, mas os nativos, claro, não querem e oferecem muita resistência.

É aí que entra Jake. Seu irmão gêmeo morreu, e somente ele pode se ligar ao avatar azul do irmão. Assim, ele tem a missão de se infiltrar entre os Na’Vi, ganhar sua confiança e persuadir os azuizinhos (modo de falar, porque na verdade são gigantes azuis) a se mudar. O que Jake não contava era se apaixonar por Natiri (Zoe Saldanha).

Jake e Natiri

História na verdade fraquinha e cheia de estereótipos (o militar cabeça dura que só fica feliz ao explodir coisas, o empresário ganancioso e inescrupuloso, a cientista idealista e brilhante, a militar que não concorda com o superior, o mocinho que abre mão de tudo pelo amor, e mocinha forte e que protege seu povo,etc), mas com forte apelo ambiental. Só vale mesmo pelo visual. A recriação de Pandora é perfeita, tenho que admitir. E a ideia de que tudo está conectado, como um só organismo, é muito bonita.

Em termos de atuação, fica difícil avaliar. Isso porque boa parte dos atores principais está por trás dos avatares azuis. Destaco destes Sam Worthington, mas pelos videologs que ele faz durante o filme. Essa é outra desvantagem da computação gráfica. E diga-se de passagem que nenhum dos personagens aqui é um Gollum, que mesmo sendo virtual, é sensacional. Nenhum chega nem perto. Nenhum tem a dramaticidade de Gollum.

Do outro lado destaco Giovanni Ribisi como o empresário inescrupuloso. Adoro ele, mas para mim, ele vai ser sempre o Frank Jr, irmão com uns neurônios a menos da Phoebe Buffay de Friends. Mas sua participação é pequena. Uma pena, porque ele está ótimo no papel.

Pandora

Para mim, mais do que a mensagem ecológica, o que chamou a atenção foi a exploração de Pandora mesmo. Não pude deixar de relacionar isso com a colonização tanto da América como da África, e os massacres dos nativos que habitavam essa terras há séculos. O extermínio de mulheres e crianças indiscriminadamente, sem se importar com as vidas em jogo, simplesmente porque eu posso e por dinheiro. Isso sim é chocante. E não se limita à Idade Média, ainda hoje isso ocorre. Triste isso.

No geral, o filme é um bom entretenimento. Não achei nada de excepcional, mas dá para divertir. E apesar de ser comprido, não é cansativo. Mas o principal menos foi a revolução cinematográfica que causou, sem dúvida. Porque de resto, é um filme mediano. Eu sei que vão me apedrejar por isso, mas honestamente, não passa de puro entretenimento. Nada mais. Confira o trailer:

Fonte: YouTube

Beijos e até o próximo post!

Meme – Os sete pecados capitais da leitura

 

Sete Pecados Capitais

 

Vi esse meme no blog Palavra em Movimento, da Nádia, e achei a ideia interessante, então vou responder.

1. Avareza: Qual o seu livro mais caro? E o mais barato?

Duas extravagâncias: A dance with dragons, do George R. R. Martin, de capa dura, e Winter of the world, do Ken Follet. O primeiro custou em torno de R$60,00 ano passado, logo que saiu, e o segundo R$ 72,00, semana passada. Ambos comprados por pura ansiedade E também uma edição de As Crônicas de Nárnia de capa dura toda ilustrada e colorida,  mas não lembro quanto foi, acho que R120,00.. O mais barato eu não sei, mas a maior barganha com certeza foi Mundo Sem Fim, do Ken Follett, que minha irmã comprou de R$ 70,00 por incríveis R$ 9,90 numa promoção do Submarino.

2. Ira: Com qual autor tem uma relação de amor e ódio?

Fácil: George R.R. Martin! Ao mesmo tempo que amo As Crônicas do Gelo e do Fogo, quero esganar o Papai Noel dos infernos (termo carinhoso, tá!) por matar os meus personagens preferidos. E essa tortura da espera do sexto (principalmente por algo que acontece no quinto e eu só vou sossegar quando ver a continuação no sexto) não contribui em nada.

3. Gula: qual o livro devorou e voltaria a reler sem qualquer vergonha?

Sou gulosa, são vários: qualquer um do Bernard Cornwell, As Crônicas do Gelo e do Fogo, do Martin, vários da Marion Zimmer Bradley, Harry Potter, O Senhor dos Anéis, Percy Jackson…não disse que era gulosa?

4. Preguiça: qual livro esqueceu ou deixou de lado por preguiça?

Não esqueci, mas acho que é Os Miseráveis. Todo mundo fala que é lindo, mas o exemplar que eu tenho é dividido em três volumes, e mesmo não tendo medo de encarar livros grandes, não sei porque este me dá uma preguiça…

5. Orgulho: qual livro te dá orgulho de ter lido?

De novo, vários. As Crônicas do Gelo e do Fogo em inglês (e neste caso, tenho também muito orgulho dos posts sobre a série), O Senhor dos Anéis (eu adoro, mas sei que não é uma leitura fácil) e Os Maias, do Eça de Queiroz (li duas vezes, não poetei nada porque faz tempo, mas, ele também se encaixa no quesito anterior. Dá uma preguiça reler…)

6. Luxúria: quais as personagens mais atraentes que já encontrou nas suas leituras?

Depende. No sentido de ser sexy e eu querer pra mim, em primeiro lugar Jon Snow (foi promovido recentemente, em parte por causa do Kit Harrington ;D); Dimitri Belikov, de Vampire Academy; Merthin, de Mundo Sem Fim; Heitor de O incêndio de Tróia e a primeira paixonite literária foi o Donal, de Rainha da Tempestade.

Mas no sentido de complexidade e profundidade, Theon Greyjoy, das Crônicas do Gelo e do Fogo; Snape, de Harry Potter; e Gollum, de OSDA e a Morgana de As Brumas de Avalon.

7. Inveja: qual livro seus amigos tem e você gostaria de ter também?

Não sei. Tenho tantos livros que acho difícil um que eu queira que meus amigos tem (no sentido que provavelmente se eles tem, eu também tenho). Talvez se alguém tiver a edição única de OSDA com o cartaz do filme, dos Argonath (aquelas estátuas gigantescas dos ancestrais de Aragorn) na capa. Ela saiu depois de eu comprar todos, e agora é difícil de achar. E Os Pilares da Terra de capa dura que saiu agora.

E você? Quais os seus pecados literários?

Beijos e até o próximo post!

Faixa a faixa – The Corrs – Home

 

Corrs HomeJá faz tempo que eu estou pra escrever sobre essa banda que eu adoro. The Corrs é uma banda irlandesa (e diga-se de passagem que eu adoro música irlandesa) que mistura pop e música típica. É formada pelos irmãos Andrea (vocais e flauta), Sharon (violino e backing vocals), Caroline (bateria, bodhran, um instrumento de percussão típico da Irlanda,piano e backing vocals) e Jim (violão, guitarra e piano) Corr. Eles tiveram bastante espaço, inclusive aqui no Brasil, na década de 90, mas infelizmente a banda não existe mais, por motivos pessoais (casamento, filhos, etc. Não foi por briga). Eles continuam trabalhando com música, mas até onde eu sei, só Andrea seguiu na carreira solo. Os outros fazem participações especiais ou coisas do gênero. Jim disse numa entrevista em 2010 que eles estavam conversando novamente sobre um novo álbum, mas até agora nada, então…

Escolhi Home porque é o CD mais folk deles, bem próximo das origens da música celta. Foi lançado em 2005 e o repertório vem principalmente de sua mãe. É um CD bem tranquilo, relaxante, mas também tem faixas mais animadas, uma delícia. E me leva direto ás aventuras de Derfel, Morgana e Artur, aos hobbits no Condado e às danças da floresta de Juliet Marillier, e até mesmo para Westeros, qualquer terra mágica. Então, sem enrolação, vamos ao CD:

1. My lagan love: uma faixa bem calminha, mas que pelos primeiros acordes já anuncia o toque celta, no piano. A voz suave de Andrea combina bem com a faixa (aliás, a voz dela combina com tudo, é linda), a letra também é bem típica das canções tradicionais, com palavras do irlandês, a começar pelo nome;

2.Spancill Hill: ainda mais típica, a letra é bem medieval (como aliás todas elas). Adoro o final com o violino, o bodhran e a flauta;

3. Peggy Gordon: adoro esta balada de amor. Imagino a dança da época, na corte;

4. Black is the colour: outra que eu adoro, e esta, diferente das anteriores, é o que se aproxima da cantiga de amigo medieval, porque canta o amor do ponto de vista feminino, da espera pelo amado. Também gosto do trabalho lindíssimo de cordas, combinado com a flauta e o vocal da Andrea, mais sóbrio, é perfeito;

5. Heart like a wheel: lamento delicado e triste, que Andrea consegue transmitir muito bem com sua voz doce. Belíssimo trabalho, praticamente só voz e piano, mas com cordas de fundo lindas;

6. Buachaill on Eirne: um doce para quem adivinhar que língua é essa! Não? Bom, é irlandês. E adoro essa faixa, mesmo não entendendo nada. O piano é lindo, assim como o violino, e mesmo sendo um língua complicada (no CD tem a letra, como no vídeo, e eu já tentei cantar, mas não consegui ;D), a faixa não perde em nada a sonoridade;

7. Old hag: apesar do nome (em português bruxa velha), a música é bem alegre. É uma faixa instrumental, e se hoje eu gosto de música instrumentais, isso se deve ao Corrs. Essa dá vontade de levantar e dançar;

8. Moorlough Shore: outra que dá pra imaginar as danças medievais. Ela é cheia de nuances, sobe e desce, e adoro o final dela também;

9. Old town: música animada, e talvez a menos folk do CD. Mas eu adoro, apesar de ser tradicional também. Gosto do trompete no meio, e da ponte também. A versão acústica dela também é bem bacana, confira:

Fonte: YouTube

10. Dimming of the day: balada melancólica, praticamente só voz e cordas, perfeita pra uma manhã preguiçosa;

11. Bríd Óg Ni Mhaille: de novo, mais um doce pra quem adivinhar a língua. mas agora ficou fácil, não? Mais uma em irlandês, bem tradicional, com uma batida gostosa e o violino lindíssimo. A introdução do vídeo é de outra música deles, agora só não lembro de qual;

12. Haste to the wedding: provavelmente a minha instrumental preferida (chegou a ser toque do meu celular), é bem animada, e mesmo instrumental levanta a galera no show (que eu tenho aliás, e é muito bom. O som não está muito bom, mas dá pra ter uma noção da música):

Fonte: YouTube

Espero que tenham gostado. Beijos e até o próximo post1

sábado, 29 de setembro de 2012

Mônica jovem # 50 – O casamento do século – Maurício de Sousa

 

MônicaComo todo mundo no Brasil, eu cresci com essa turminha adorada. Sou fã de carteirinha de Maurício de Sousa. Confesso que não curto muito a turma jovem, prefiro eles criancinhas. Assim, não me conformo com o casamento da Mônica e do Cebolinha (ops! Cebola. depois que cresceu não é mais Cebolinha).

Não tenho nada contra a revista jovem, em estilo mangá. Mas pra mim, como já disse, eles serão sempre crianças de sete anos. Cebolinha sempre fala elado, Mônica é sempre forçuda e invocada, Magali é a gulosinha e Cascão nunca (mas nunca mesmo) toma banho. Para quem não sabe, na versão jovem, Cebolinha (ops! Cebola!) só tloca os eles pelos eles quando está nelvoso, Mônica tenta controlar sua agressividade, Magali faz regime pra vigiar a balança e Cascão toma banho. Pessoalmente, não gosto dessas alterações, porque descaracterizam os personagens, mas quem sou eu pra discutir com o pai da turma toda? Também sinto falta das cortes na revista. Até hoje, só tinha lido a primeira, que minha irmã pegou emprestado uma vez, pra matar a curiosidade.

Mas não aguentei. Não só por curiosidade, acabei comprando. Trata-se de uma edição história, pra guardar para a posteridade. Então, hoje de manhã, acompanhada do meu Murruga, fui até a banca e mal cheguei em casa, já li, bem rapidinho. E confesso que quase chorei. A história é superfofa, bem contada, e também, como de costume, muito bem humorada. A melhor sacada  do Cascão: “o rei dos nós de coelhinho não consegue dar nó de gravata!” Rachei com essa. Mas tem muito mais.

Não vou contar a história pra não estragar. Mas vale a pena. Como eu disse é uma edição histórica, absolutamente necessária pra todos os fãs da turminha.

Mônica   Cebolinha

Beijos e até o próximo post!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Música do Mês – Between the raindrops – Lifehouse feat Natasha Bedingfield

 

LH BetweenDe novo, não era essa música que eu tinha planejado para este mês, mas daí o meu amado Lifehouse vai e faz isso comigo: lança uma música linda dessas…Não tive escolha, passo na frente.

Between the raindrops é o primeiro single do novo CD deles, mas eu não consegui ver o nome, nem quando vai ser lançado (e fui fuçar no site deles). Se não me engano, é a primeira parceria oficial deles com outro artista. Nesse caso, a cantora Natasha Bedingfield, que vocês podem conhecer pela música Pocketful of sunshine, do filme A verdade nua e crua (ai, Gerard Butler…suspiro).

A princípio confesso que estranhei um pouco, mas gostei da faixa. Até porque, baseada em Pocketful, não acho que tenha muito a ver Natasha Bedingfield e Lifehouse. Mas passa a estranheza inicial, o que ficou foi uma música deliciosa. Ela começa bem calminha, mas depois fica mais pop. E achei que as vozes de Jason e Natasha combinaram bem.

O começo da música é tão bem feito que parece mesmo com o barulhinho da chuva, bem delicado. E logo entra a voz rouquinha do Jason. E gosto da divisão entre os vocais. Ela só entra depois do refrão, como se estivesse respondendo. E os dois juntos no refrão fica lindo.

Então, sem mais, eu deixo o vídeo (que eu sei que tem letra errada, mas acho legal por causa das gotinhas) para vocês:

Fonte; YouTube
Beijos e até o próximo post!

domingo, 23 de setembro de 2012

Citação do mês

 

Esse mês, a citação vem de um dos  meus livros preferidos, e talvez o que me fez amar fantasia. no caso, em mais de um sentido. ela vem de A História Sem Fim, de Michael Ende, um clássico que todo mundo que gosta de fantasia deve ler:

“Há muitas portas para Fantasia, meu rapaz. Há muitos outros livros mágicos. Muitas pessoas não percebem isso. Tudo depende da pessoa em cujas mãos o livro vai parar.”

neverending story

E como bônus, deixo ainda um vídeo com a música, que é linda e marcou muito a minha infância e adolescência e continua uma das minhas preferidas até hoje:

Fonte: youtube

Beijos e até o próximo post!

Selinho

 

Mais um selinho! Desta vez do blog Palavra em Movimento, da Nádia (obrigada!)

selinho versatile

Regras:

  • postar o selo e quem mandou – feito!
  • dizer sete coisas sobre você:

1. sou são paulina e adoro futebol, isso não é segredo. Mas fora do Brasil torço para o Porto, de Portugal (honrar o sangue, né?), Manchester United na Inglaterra e Milan na Itália;

2. faz tempo que não faço, mas acredite, eu gosto de ponto cruz;

3. tenho 2 cachorros (Honey e Murruga) e 3 gatos (Tito Pullo, Sophia e Kyra) que eu amo, e também uma tartaruga (Nancy) e 2 peixinhos;

4. tenho asma, o que sempre rende olhares espantados quando digo que tenho o zoológico acima;

5. sou veterinária, mas não exerço mais a profissão (por isso de tantos bichinhos);

6. falo inglês e dou aluas desse idioma, mas minha habilitação na faculdade é em espanhol;

7. quando mais nova, gostava de dance music, o que hoje eu não suporto. e comecei a gostar de rock bem mais tarde.

  • presentear 15 blogs com esse selinho – não vou conseguir 15, mas:

Apaixonada por Papel

Abrindo os livros

Sombra do Vento

E mais quem quiser, sinta-se à vontade!

Beijos e até o próximo post!

A Mulher de Preto

 

Woman in blackJá fazia um tempo que eu queria ver esse filme. Não por causa do Daniel Radcliffe, apesar de estar curiosa (apesar de estranhar um pouco) para ver ele em algo diferente de Harry Potter, como disse aqui, a Fefa, do Apaixonada por Papel, mas por causa da história, que me chamou a atenção. Em geral, não curto muito filme de terror, mas de vez em quando aparece um que me atrai. Foi o caso deste, que me lembro outro bem legal também, Os Outros, com a Nicole Kidman.

Arthur Kipps (Dan) é um jovem advogado que perdeu a esposa alguns anos antes, e tem o filho pequeno para criar. Para manter seu emprego, ele viaja para o interior da Inglaterra para colocar em dia os papéis de uma propriedade, que será vendida. O que ele não sabe é que a casa foi palco de uma terrível tragédia, e que o lugar tem fama de assombrado. Cada vez que alguém vê a figura da mulher de preto que assombra o local, uma criança da vila morre de forma violenta e misteriosa.

Arthur

Chegando ao vilarejo, Arthur tem que lidar ainda com a desconfiança do povo local, naturalmente supersticioso. E ainda não consegue hospedagem no hotel (ou a aproximação disso) do vilarejo. Mas logo ao chegar, Arthur conta com a ajuda de Samuel (o excelente Ciarán Hinds, o César de Roma, Aberforth de Harry Potter e em breve Mance Rayder em Game of Thrones\o/ Para mim foi uma grata surpresa ele nesse filme), um homem prático e cético, que vive numa mansão com sua mulher, que depois da morte do filho, começou a ter ataques parecidos com convulsões. Mas nesses ataques, há um pouco de premonição também

Sam woman in black

Arthur por outro lado ainda não se recuperou da morte da esposa. Quase não sorri, e a parte mais triste foi logo no começo, quando o filhinho dele mostra o desenho que fez da família, e ele explica que o pai está triste porque é assim que o pai sempre está. Arthur é um personagem introspectivo, calado, cético, mas que quer desesperadamente acreditar que é possível se comunicar com o além, e além disso ele é assombrado pelo fantasma da mulher. Dan segura o rojão muitíssimo bem, e boa parte do filme é ele sozinho no casarão assombrado. Só o que não consigo conciliar é o fato de Dan fazer o papel de um pai, porque ele tem carinha muito de bebê. Pra mim, isso foi o mais difícil de aceitar. Mas não é nada que estrague o filme.

O filme é bem sombrio, o cenário é de total abandono e desolação. O casarão em questão é bem afastado, a ponto de ficar completamente isolado pela maré em determinados horários do dia. A fotografia é belíssima, e reflete toda a desolação, com dias chuvosos e nevoentos. A trilha sonora também é condizente, com poucos e tristes acordes.

Arthur casa

O filme demora um pouco para engatar, mas desde a primeira aparição da tal mulher de preto, é bem tenso. E eu ainda fui inventar de assistir sozinha, à noite. Levei alguns sustos e confesso que fiquei com o coração na boca. Principalmente quando Arthur entrava em um quarto cheio de brinquedos bem assustadores: bonecas de porcelana com a cara triste e já meio envelhecidas, palhaços e macacos bem esquisitos. É por isso e Poltergeist (que eu assisti quando tinha 7/8 anos, e nunca mais. Morro de medo até hoje, e não esqueço algumas cenas) que eu detesto palhaços. Mas isso não quer dizer que eu não gostei do filme, pelo contrário. Ele é aquele tipo de suspense que deixa a gente preso até o fim, eu mal conseguia desviar o olhar da telinha.Ele lembra muito A volta do parafuso, A menina que não sabia ler com toques de Edgar A. Poe, e é baseado num livro de mesmo nome, de Susan Hill, que nem preciso dizer, que mesmo com todos os sustos, fiquei morrendo de vontade de ler, né? Vale a pena.

Aí vai o trailer. Arrepie-se!

Beijos e até o próximo post!

domingo, 16 de setembro de 2012

O Legado Bourne

 

Bourne legacyJá comentei várias vezes que adoro a trilogia Bourne. Não sei porque ainda não comentei, mas acho muito provável que assista tudo de novo, como fiz com Batman (aqui só está O Cavaleiro das Trevas, mas os outros dois estão linkados). Assim, semana passada fiquei no maior dilema: assistia este ou Abraham Lincoln - caçador de vampiros? Ganhou o que tinha a sessão mais cedo ;D Mas compensei essa semana.

Aviso para quem ainda não foi: assista os três primeiros, especialmente O ultimato Bourne, porque este ocorre mais ou menos simultaneamente ao terceiro, e os eventos deste são desencadeados justamente por tudo que acontece com Jason Bourne.

Cross

Aaron Cross (Jeremy Renner) é um agente da Outcome, resultado de uma série de experimentos para transformá-lo em uma espécie de arma de última geração, exatamente como Jason Bourne. Ele depende de medicamentos fabricados por uma empresa farmacêutica, e seu estoque já está quase no fim, de forma que sua vida está em risco. Mas, diferente de Bourne, Cross sabe quem é e o que foi feito com ele. E quando Bourne parte em sua vingança atrás da Treadstone, Cross corre risco também, pois ele pode expor a CIA e toda a sujeira sobre Bourne. E claro que isso não pode vir a público.

E perseguindo Cross para evitar isso, está Eric Byer (Edward Norton, excelente, e que eu adoro!). Ele é o chefe das investigações, e também sabe tudo sobre Bourne. Junto com ele estão Ezra Kramer (Scott Glenn) e Mark Turso (Stacy Keach), ambos supercompetentes também.

Eric Byrne

Mas Cross não está sozinho. Ele tem a ajuda da Dra. Marta Shearing (Rachel Weisz, linda e numa atuação perfeita), responsável pelos medicamentos de Cross, e, depois de sobreviver a um ataque ao laboratório em que trabalhava. Agora ela também é um alvo, e precisa de Cross para sobrevier, assim como ele precisa dela.

Marta

Assim como nos outros, o filme intercala sequencias de ação e de tensão dramática com eficiência, e mantém a gente preso até o fim. E, sendo Bourne, claro que tem que ter uma sequencia de perseguição eletrizante, dessa vez nas ruas de Manilla. E, para Rachel Weisz, numa entrevista, a cena que deu mais medo (dá para entender, mas por outro lado, ela ficou agarradinha com Jeremy Renner ;D). E falando nele, Jeremy Renner não tem a mesma densidade de Matt Damon, mas Cross também é um personagem mais leve. E ele aguenta o tranco de encarar o protagonista na franquia, faz o papel muito bem. E o filme também deixa um gancho para uma continuação, desta vez juntando Cross e Bourne, que aliás não é esquecido em nenhum momento do filme. O filme passa rápido, e é preciso prestar atenção nos detalhes, como nos outros. E, como já é marca registrada, a gente sabe que acabou ao ouvir os primeiros acordes de Extreme ways, do Moby, aqui com uma cara nova.

Só tenho uma reclamação: o casal do meu lado, que não parava de falar. E não eram adolescentes, eram de meia-idade Smiley triste. No começo, o homem ficava explicando para a mulher tudo que acontecia, relembrando os eventos dos anteriores. depois, ele ficava dando pitaco. Assim, se você quer dar sua opinião, veja em casa, onde não vai incomodar ninguém. E, claro, quando o filme acabou, e ela podia falar, calou a boca. Respeito é sempre bom.

E, como sempre, aí vai o trailer para você ficar com mais vontade de ver:

Por hoje é só. Beijos e até o próximo post!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Abraham Lincoln – Caçador de vampiros – Seth Grahame-Smith

 

AL Vampire hunterIndiana, 1818. A luz da lua cai através das florestas densas que cercam a cabana de apenas um quarto onde um Abraham Lincoln com apenas 9 anos se ajoelha ao lado do leito de morte de sua mãe. Só mais tarde o entristecido Abe descobriria que o ferimento fatal de sua mãe era, na verdade, culpa de um vampiro. Com o dom de suas legendária altura, força e habilidade com um machado, Abe sai em um caminho de vingança que irá levá-lo até a Casa Branca.

 

Confesso que estava meio como pé atrás para ler este livro. Só quis ler mais próximo do filme. Não sei explicar porque estava relutante em ler, afinal tem vampiros (que eu amo) e também história. Talvez por se tratar de história americana, que não é lá a minha preferida. Mas fui surpreendida por um livro delicioso, que mistura muito bem fato e fantasia.

O livro começa com um depoimento do próprio autor, contando porque resolveu escrever (foi a pedido de um vampiro de identidade desconhecida). O relato desse encontro é bem envolvente e já desperta a curiosidade.

O livro é dividido em três partes: Menino, Caçador e Presidente. E começa com o nascimento de Abe, e passa por sua infância, a morte da mãe e a relação difícil com o pai. Diferente do filme, a gente acompanha Abe por toda a adolescência, e a vida adulta, até seu assassinato no teatro.

Abe cresce movido pelo desejo de vingança contra o assassino da mãe. E esse fato é que vai definir sua vida toda. Ele culpa o pai dele pela morte da mãe, e o livro retrata bem essa relação como pai. Abe é determinado e quando começa algo, vai até o fim. Também é extremamente emocional, ainda que nem sempre demonstre. A passagem da morte de seu primeiro filho mostra isso (na verdade, ele teve 4, dos quais só um sobreviveu até a idade adulta), mas outras também evidenciam esse lado de Abe.

Henry é um dos poucos personagens do filme que estão também no livro. E também, como no filme, é ele quem salva a vida de Abe naquela primeira tentativa de matar um vampiro. E ensina tudo o que sabe (que é considerável) ao jovem Abe. Henry é misterioso, quase não fala de si mesmo e é movido pelo mesmo desprezo em relação aos vampiros que Abe. Mas não posso falar mais que isso, para não estragar. Adoro Henry, só isso.

Mary, sua mulher, também está no livro, claro, mas ela nunca soube dos vampiros ou o que seu marido fazia na calada da noite. E sofria de depressão (iniciada com a morte do primeiro filho) possivelmente esquizofrenia e enxaquecas.

Contado em formato mais jornalístico, mais próximo à biografia, o livro tem um linguagem um pouco diferente. Entremeados entre os relatos do autor, há trechos do suposto diário de Abe. E o relato do começo, o encontro do autor com o tal vampiro (que se o livro tem uma falha é não revelar quem ele é. Gosto de pensar que era Henry) e fotos da época acrescentam em veracidade. Mas a leitura é fácil (eu li em pouco mais de 3 dias, isso porque enrolei um pouco), e mistura ironia (por exemplo o fato de o Abe Honesto manter segredos da mulher) e humor. A ação fica mais em segundo plano. E por isso, eu digo que se o livro fosse adaptado fielmente para o cinema, o filme não seria tão legal.

Curiosidade

Apesar de fantasiar, o livro também traz fatos reais, como a luta de Abe pela abolição da escravatura e toda sua vida política, sua mãe morreu mesmo quando ele era menino, mas não por causa de um vampiro. E a Guerra Civil Americana foi o maior embate da América, o Sul escravagista contra o Norte industrializado. E hoje o mundo seria muito diferente se o Sul tivesse ganhado, com certeza. Para saber mais: Abraham Lincoln e Guerra Civil Americana.

Trilha sonora

Só tem uma: Sympathy for the devil, com o Guns.

Se você gostou de Abraham Lincoln – caçador de vampiros, pode gostar também de:

  • As Crônicas Vampirescas – Anne Rice;
  • Vampire Academy – Richelle Mead;
  • os de vampiros do André Vianco;

domingo, 9 de setembro de 2012

Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros (filme)

 

Abraham LincolnSó por ter um dedinho de Tim Burton na produção deste filme já me dava vontade de ver. E depois de ver Sombras da Noite e ver que Seth Grahame-Smith era o roteirista dos dois era tudo que eu precisava.

Já aviso para quem leu o livro que, fora os personagens e as circunstâncias de Abe se tornar caçador de vampiros, o filme não tem nada a ver com o livro (aguardem resenha nos próximos dias). Mas, com eu disse lá em cima, o responsável por todas as alterações é o próprio pai da criança, então ele sabia muito bem o que estava fazendo. E posso dizer que deu certo. O resultado é um filme recheado da ação e mais ágil que o livro.

Abe

Tudo começa quando, ainda criança, Abe testemunha o assassinato de sua mãe, aqui por um vampiro, acendendo no pequeno Abe a sede de vingança contra tudo quanto é sanguessuga no mundo. Mas, nove anos se passam até que ele tenha idade suficiente para tanto.

HenryE é aí que entra em cena Henry (o fofo Dominic Cooper, que arrasa no papel, mas pra mim vai ser sempre o noivo lindinho da Amanda Seyfried em Mamma Mia!, que eu adoro, antes de dar a impressão errada), um homem misterioso, que acaba por salvar a pele de Abe (Benjamin Walker, muito bem no papel também) na primeira e patética tentativa de matar o assassino de sua mãe.

Henry toma para si a tarefa de treinar Abe, e ensina tudo que sabe ao pupilo, mas guarda um segredo que pode abalar a amizade dos dois no futuro. Abe aprende rápido, e segue as instruções de Henry, matando os vampiros que Henry manda. Mas lá pelas tantas, Abe percebe que um homem só. E daí surge o desejo que entrar na política.

Abe   Mary

Outra coisa que atrapalha um pouco na missão de caçar vampiros de Abe é o fato de não poder constituir família, ficar sozinho. A princípio ele não tem problema com isso, até que aparece em sua vida Mary (Mary Elizabeth Winstead, que segura as pontas muito bem). Aí Abe entra em conflito e decide sair da vida de caçador, para não colocar Mary em perigo. Mas ele nem desconfia que Mary já está em perigo, porque seus inimigos sabem dela. Cabe a Henry chamar Abe de volta para sua vocação.

E que inimigos são esses? Bom, os dentuços, claro, mas há um chefão entre eles. No caso é Adam (Rufus Sewell, que eu adoro, e, tirando o Tom de Pilares da Terra, só faz vilões. E aqui não deixa por menos, e faz o papel lindamente). Ele tem um pacto com os grandes fazendeiros do sul dos Estados Unidos e vai ser um dos grandes instigadores da Guerra de Secessão, a Guerra Civil Americana. Sua braço direito é Vadoma (Erin Wasson).

Abe   Adam

Como eu disse lã em cima, o filme não tem nada a ver com o livro, mas é bem legal mesmo assim. A caracterização é perfeita, assim como a ambientação. Os cenários são lindos, e a fotografia é maravilhosa. As cenas de ação são de tirar o fôlego, apesar de forçar um pouco em certos momentos, mas nada que estrague a diversão. O filme também mescla bem humor, ação e romance, e passa rapidinho. O filme é curto, não tem nem duas horas, mas o ritmo dele faz parecer ainda menos. E como bônus, a música dos créditos finais é do Linkin Park. Achei esta aqui – Powerless, mas ela não é a mesma. Ou é uma versão diferente. De qualquer modo, eu gostei dela, e ela é do filme mesmo, dá para perceber pelo clipe. E quase me esqueço de mencionar uma coisa muito importante: o machado! Cheio de truques! Quero um pra mim! E Abe maneja o machado como ninguém. Quase tão legal quanto um arco!

Abraham machado

E, para finalizar e deixar você com aquela vontade de ir ao cinema, aí vai o trailer:

Beijos e até o próximo post!

sábado, 8 de setembro de 2012

Mais de As Crônicas do Gelo e do Fogo – OFDC

 

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU OS LIVROS!

Game of Thrones 2

Continuando esse meu projeto de reler As Crônicas do Gelo e do Fogo, chegou a vez de comentar O Festim dos Corvos, para mim o mais chatinho. O que não quer dizer que eu não goste do livro. Pelo contrário, só que os meus personagens preferidos não estão presentes, Mas já falei tudo isso quando fiz a resenha do livro da primeira vez. Agora meu foco é analisar mais a fundo a história. Aviso já que o post, mais uma vez, é longo, então paciência para seguir em frente;

Começo pelo começo, mesmo. Para quem andava com saudades de Jaqen (aí Fefa!), acho que ele já aparece de novo neste, mas passa despercebido (valeu Fê!). Logo no prólogo, alguns aprendizes a Maester estão numa taverna em Oldtown, conversando. Entre eles está Alleras, a Esfinge, e Pate. Guardem estes nomes, vou retomar já, já. Eles falam de dragões, e fazem inclusive menção a Dany. Conversa vai, conversa vem, descobrimos que Pate tem uma queda por uma tal de Rosey, e que também deve dinheiro a um tal de alquimista. Bom, o tal alquimista vai cobrar a dívida depois que Pate sai da taverna. Só que esse alquimista, que não sabemos o nome, não é quem aparenta, e acaba por matar Pate, de forma bem misteriosa, lembrando aquele cara que Jaqen matou com um dardo envenenado em Harrenhal. Já morrendo, quando Pate pergunta quem é o alquimista, este responde “ Um estranho. Ninguém. Verdadeiramente” (p. 21 edição pocket americana de capa vermelha). A descrição física do sujeito é: ” um rosto comum, jovem, com bochechas altas e uma sombra de barba. Uma cicatriz aparecia levemente do lado direito. Ele tinha nariz adunco, e uma massa de espessos cabelos negros que se curvavam ligeiramente ao redor das orelhas”. Não me lembro exatamente como é a descrição do livro, mas ela bate com o novo rosto de Jaqen na série (ai, ai, adeus rostinho lindo…chuif, chuif).

Jaqen

(SPOILER) Mais tarde, já no último capítulo, que é um PDV de Sam, o gorduchinho “encontra” (já explico porque das aspas) uns carinhas em Oldtown que oferecem ajuda para ele, para encontrar Dany. O encontro não foi por acaso. Quem encontra Sam é justamente Alleras, a Esfinge (que todo mundo sabe que é um enigma em si só), e este leva Sam para uma salinha, onde ele vê pela primeira vez a vela de obsidiana, e em um canto, um jovem louro, quieto, que já desperta as suspeitas de Sam, pois ele não para de encarar o gordinho. Pois bem, a última frase do livro é do louro se apresentando a Sam: “ Eu sou Pate” (p. 976). Mas Pate morreu no prólogo, sacou? Bom, já mencionei que não acho coincidência Sam encontrar em seu caminho justamente os dois irmãos com quem Jon tem mais afinidade, Bran e Arya, e agora mais uma ligação de Sam com Arya. E também já disse aqui que Sam vai desempenhar um papel na união de Jon e Dany. de novo, não acho que GRRM jogou isso à toa. E isto já estabelece um laço entre Dany e Jon, ainda que muito distante. Mas já é um começo.

Sam   Jon

E você deve estar se perguntando por que Sam quer encontrar Dany e os dragões. Porque ele fez uma promessa para Maester Aemon antes de este morrer. O velho maester queria ver os dragões mais uma vez (mesmo que o último dragão tenha morrido antes de seu nascimento, 102 anos atrás). É bem verdade que no final a mente do maester já estava mais pra lá que pra cá, mas acho que no meio de seus delírios tem alguma coisa que faz sentido, ainda que ainda não saibamos o quê. Mas veja nesta passagem: “Eu os vejo em meus sonhos, Sam. Eu vejo uma estrela vermelha sangra no céu. Eu ainda me lembro do vermelho. Eu vejo suas sombras na neve, ouço o estalar de suas asas de couro, sinto seu hálito quente. Meus irmãos sonhavam com dragões também, e os sonhos os mataram, cada um. Sam, nós trememos na ponta de profecias meio lembradas, de maravilhas e terrores que nenhum homem vivo poderia esperar compreender (…) Eu não deveria ter deixado a Muralha. Comandante Snow não tinha como prever. O fogo consome, mas o frio preserva. A Muralha…mas não é tarde demais para retornar. O Estranho espera em minha porta e não será recusado. Escudeiro, você me serviu fielmente. Faça mais uma coisa por mim. Vá até os barcos, Sam. Aprenda tudo o que puder sobre os dragões.” (p. 545). Vale lembrar também que Aemon é um dos poucos Targaryen que restaram, e Dany tem sonhos que se realizam. E mais um vez a menção a neve (snow).

E o maester vai ainda mais longe, a ponto de insinuar, mais uma vez, que Melisandre está errada em assumir que Stannis é Azor Ahai renascido, e que Lightbringer é A Linghtbringer: “ Nós enganamos a nós mesmos, quando queremos acreditar. Melisandre mais que todos, eu creio. A espada está errada, ela tem que saber disso…luz sem calor…um encanto vazio…a espada é errada, e a falsa luz só pode nos levar ainda mais para a escuridão, Sam. Daenerys é nossa esperança. Diga-lhes isso, na Cidadela. Faça-os escutar. Eles precisam mandar a ela um maester. Daenerys precisa ser aconselhada, ensinada, protegida. (p.744). Guardem isso que vou retomar quando reler o quinto. Por enquanto, acho importante ressaltar o desespero do maester em proteger Dany. Acho que isso tem a ver com a profecia sobre os falsos dragões, e com mais coisas que ela vê na Casa dos Imortais (para relembrar, leia aqui - Explicando a casa dos Imortais, do Game of Thrones BR). E Sam vai voltar para a Muralha também. Em seu último capítulo, antes de saber da “identidade” de Pate, Marwyn, um dos que mostram a ele a obsidiana, diz: “Você deveria ficar e forjar sua corrente. Se eu fosse você, faria isso rapidamente. Pode chegar o tempo em que você será necessário na Muralha.” (p. 975). Ele diz isso na mesma fala em que diz que irá para Slaver´s Bay tentar achar Dany.

cersei trono

E falando em profecias, deixa eu comentar uma personagem que só ganha PDV aqui. Cersei. Neste a gente vê a Rainha Regente se afundando cada vez mais no vinho e fazendo suas armações. Chego nelas já, já. Antes, a profecia dela. E neste, mais do que nunca, Cersei está obcecada pela profecia feita por uma maegi (o mesmo tipo de feiticeira que fez a profecia de Dany), que ela chama de Maggy, em sua infância. Junto com duas amigas, Cersei vai à tenda dessa maegi, num desafio. E lá, a feiticeira faz a seguinte profecia: “Rainha você será…até surgir outra, mais jovem e mais bonita, para derrubá-la e tomar tudo o que você mais preza.” E quando Cersei pergunta se terá filhos, a maegi diz que sim, e completa: “ Douradas serão suas coroas, e douradas serão suas mortalhas. E quando as lágrimas a tiverem afogado, o valonqar irá envolver as mãos em seu pescoço pálido e sufocar a vida de você.” (p. 771).

Margaery

Vamos por partes. Em primeiro lugar, a rainha mais nova. Cersei tem certeza que é Margaery, e sua obsessão é tamanha que Cersei faz de tudo e mais um pouco para prejudicar Margaery. Volto a falar dela já, já. Deixa eu falar da Cersei. Acho que ela está redondamente enganada. A rainha a que a profecia se refere é Dany, não Margaery. Na verdade, Qyburn tenta avisar Cersei das rebeliões de escravos em Meereen (isso vai fazer mais sentido depois de ler o quinto, mas mostra que os dois livros acontecem ao mesmo tempo), falando inclusive dos dragões mas Cersei não dá importância (p. 501). E guardem o Qyburn, que já vou falar nele de novo. Quanto aos filhos, é importante dizer que a feiticeira estava certa quanto ao número, e acho que infelizmente quando às mortalhas. Joffrey já foi, Myrcella quase vai neste. Acho uma pena, porque Myrcella e Tommen são fofos, nada como o insuportável Joffrey. E Cersei vai viver o suficiente para ver seus filhos morrerem.

E falta o valonqar. Esta é a palavra para irmão. Cersei tem certeza que quem vai matá-la é Tyrion. Talvez, todo mundo sabe que o anão odeia Cersei mais que qualquer um, mas vale lembrar que Cersei nasceu antes de Jaime, então ela tem mais um irmão mais novo (valeu de novo Fê!). E Jaime tem motivos de sobra para querer estrangular Cersei. E demonstra isso: “ Não. Tommen já perdeu o  irmão e o homem que ele pensava que era seu pai. Se eu matasse sua mãe, ele iria me odiar por isso” (p. 951). Então, pode muito bem ser que Jaime mate Cersei.

Jaime Cersei

E de volta a Qyburn. E vou adiantar um pouco para o quinto e Jon. Ao deixar que Stannis se estabeleça no Norte e formar uma aliança com ele, Jon desequilibra a já precária situação política de Westeros. Leia aqui neste forum do Westeros.org sobre a pretendida imparcialidade da Patrulha da Noite, e o que a aliança com Stannis significou. Bom, para manter o poder, claro que Cersei não pode ficar de braços cruzados. E para ela, Jon é uma ameaça, tanto pelo que fez com Stannis, como pelo fato de ser, para todos os efeitos, filho bastardo de Ned. O único vivo, ao que todo mundo pensa. Bom, lembra que eu disse que Tywin tenta tirar proveito da posição de Janos Slynt na Patrulha? O que Qyburn faz é bolar um plano para assassinar Jon (guardem isso. Vou retomar no quinto, é importante, e tem a ver com a minha teoria de Snowy Goodness ser Azor Ahai renascido). Esse plano é colocado na p. 355: “ Sua Graça deveria mandar 100 homens para a Muralha. Para vestir o preto, ostensivamente, mas na verdade…

…remover Jon Snow do comando” completa Cersei. Nem preciso dizer que ela adora a ideia. Ela planeja mandar um dos Kettleblack, não me lembro qual. Também não faz diferença, porque todos eles comem (literalmente) nas mãos de Cersei. E depois, porque com o que acontece neste, ele não chega a ir para a Muralha. Mas esse plano está no início, relativamente, do livro, e o que impede Kettleblack de ir para a Muralha está no final, muito tempo transcorre, e Qyburn é sorrateiro, não duvido nada que também aja por conta própria. E de qualquer forma, Kettleblack era somente um entre 100, quem diz que Cersei não chegou a mandar alguém? De novo, eu sei que isso não está fazendo muito sentido, mas aguardem eu comentar o quinto, que vai fazer.

E a outra rainha? Margaery? Bom, já salientei neste post gigantesco que os Tyrell provavelmente planejavam a morte de Joffrey desde o anúncio do casamento dos dois. Não acho que Cersei estava certa quando acusou Margaery de adultério, e etc. Mas também não acho que ela seja inocente. A garota é ambiciosa, e mais uma vez a série deu uma tremenda bola dentro quando colocou a fala: “Eu não quero ser rainha. Quero ser A rainha” na boca de Margaery.

Margaery   Renly

Voltando um pouco em Dany e o falso dragão. E mais uma vez, o que vou colocar aqui vai fazer mais sentido quando eu postar sobre o quinto. Um núcleo que ganha destaque neste é Dorne. Conhecemos as Sand Snakes e Arianne Martell. Esta é forte e decidida, e também ambiciosa. Mas também seu pai, com fama de bobalhão mostra que qualquer coisa, menos isso. O cara também é insidioso, e Dorne entra no jogo dos tronos, sem ninguém perceber. Digo isso porque enquanto Arianne conspira para coroar Myrcella, a grande custo e sem sucesso, seu pai, em segredo, já havia prometido Arianne a Viserys e, com a morte dele, lança mão de outro esquema para conquistar Dany. Sem que ninguém saiba, ele manda seu filho Quentyn para Meereen atrás de Dany. Mais que isso não vou dizer, para não estragar. Mas já faz menção várias vezes neste da ida de Quentyn para o outro lado do Mar Estreito (é assim? Em inglês é Narrow Sea), disfarçado de mercante.

Outro núcleo que ganha destaque neste livro é o dos Ironborn, os Homens de Ferro. Após a morte de Balon, eles começam a brigar entre si (oh povo briguento…todos querendo o que não é deles…) e acabam elegendo Euron Greyjoy para sentar no Trono do Mar. E este é mais um de olho nos dragões de Dany, tanto que manda Victarion atrás dela. Claro que Victarion já planeja trair Euron (não disse?). Mas não é exatamente deles que eu quero falar. Vamos ver o verso que eles tanto gostam de repetir: “Que o que está morto possa nunca morrer ,mas se ergue novamente, mais duro e mais forte” (p. 36). Já falei quando fiz a resenha do quinto que Theon retorna no quinto. Sem entrar em detalhes, posso dizer que essa frase deles fica com uma nova perspectiva depois de ler tudo o que acontece com ele no próximo livro. E depois, há uma fala de Aeron que diz o seguinte: “ Um rei de ferro deve surgir novamente e sentar no Trono do Mar e governar as ilhas” (p. 383). Eu acho que esse rei pode ser Theon, ou um de seus descendentes (espera aí você que leu o quinto! Eu sei muito bem o que dizem, mas vou elaborar melhor quando for falar quando quinto). Acho que os últimos são mais prováveis, pois apesar de adorar Theon, eu acho que ele vai morrer no fim da história. E sinceramente acho que só assim para ele se redimir de tudo que fez.

Theon

E votando um pouco em Cersei e sua obsessão em manter o trono, e com a tal rainha. Já disse que acho que a profecia se refere Dany, mas meu ponto aqui é que Cersei deveria abrir os olhos para mais perto de casa. Não me refiro a nenhum Lannister, mas a um Baelish. Sim, Mindinho, treinando Sansa, agora um pouco menos sonsa, no jogo dos tronos. Em uma conversa com Alayne (aka Sansa-menos-sonsa), a garota acaba confessando que tem medo de Cersei, que ela não é gentil e é mentirosa. Ao que Mindinho responde: “ Eu talvez tenha que removê-la do jogo mais cedo que esperava” (p.477). Isso faz a gente pensar em quem entregou Cersei no final do livro, fazendo com que ela seja presa. Mindinho pode estar isolado no Ninho, mas não está alheio ao que está acontecendo em King´s Landing, de forma alguma. E isso casa direitinho com o que eu já disse sobre ele querer destruir os Lannisters. E Sansa sabe muito bem que está sendo usada: “Ele está me servindo mentiras também” (p. 210) (não disse que ela está um pouco menos sonsa?). Acho que ela só faz o papel de Alayne enquanto for conveniente. E porque ela não tem mais para onde ir, e sente-se segura. Mas acho que assim que tiver oportunidade (ou quando seu príncipe aparecer), ela vai se mandar.

Deixa eu falar de Arya rapidinho. Mais uma prova de que ela vai ser uma assassina profissional, como Jaqen, é que o templo em que ela está em Bravos serve ao Estranho, o deus da morte. E um detalhe que passa despercebido é que ela mata Dareon, o patrulheiro que parte com Sam, a fim de encontrar mais homens para a Patrulha, mas que deserda em Bravos.

Gendry

Brienne continua em sua missão de achar Sansa. Mas quem ela vai encontrar é Gendry. E ela sabe na hora quem Gendry é, só não tem oportunidade de contar a ele, porque chegam os bandidos e ela acaba capturada e levada a Lady Stoneheart, a Cat morta-viva. Tudo bem, Gendry foi um verdadeiro (desculpe o termo) FDP, mas deve ter seus motivos. Não temos como saber sem PDV dele (espero que ele ganhe PDVs nos próximos!), mas vale lembrar que na verdade, quem salva Brienne é Gendry. Se não fosse por ele, ela morreria na hospedagem. E também acho que ele não tinha como saber que a Cat zumbi faz com Brienne, ou exatamente o que é a Cat zumbi. Só para ressaltar, a morte mudou Cat, como mudou Beric Dondarrion, segundo Ser Arwood Frey, um dos “aliados” de Jaime em Riverrun: “ A morte o mudou, as pessoas dizem” (p. 646). Cat agora é tomada por vingança, e se era preconceituosa antes, isso aumentou em taxa exponencial.

Brienne

Ao final do último PDV de Brienne neste, ela está presa em poder de Cat, que imediatamente julga Pod meramente pelo crime de ser parente distante de Ilyn Payne, e escudeiro de Tyrion. E sem querer ouvir as justificativas de Brienne, já a condena também. Mas oferece uma opção, morrer ali, junto com Pod, ou matar Jaime. A última coisa deste capítulo é que Brienne grita uma palavra. Esta palavra é ESPADA, como o próprio GRRM já revelou. Bom, acho que sendo Brienne como é, vai dar um jeito de salvar Pod e também não vai matar Jaime.

RobbE falando em Jaime, acho digno de nota que ele conhece Jeyne, a rainha de Robb. Mas ela não bate com a descrição de Jeyne dada por Cat antes de morrer: “Ela tinha quadris estreitos, seios do tamanho de maçãs, uma massa de cabelos castanhos” (p. 944). Uma das coisas que Cat não se cansa de ressaltar é justamente que Jeyne tem quadris largos, bons para dar filhos fortes a Robb. É o consolo dela frente a irresponsabilidade do filho. Bem, acho que esta Jeyne não é a mesma, acho que é outra menina, passando por Jeyne. E não duvido nada que apareça mais para frente um herdeiro de Robb para agitar ainda mais as coisas no Norte. Afinal, segundo o próprio Robb e Jeyne, eles treinavam bastante para isso (sério, ele fala isso pra mãe!).

Para finalizar, mesmo Snowy Goodness não aparecendo muito neste, tenho algumas considerações. Uma, ele sempre diz que “a Patrulha não toma partido”, mas ele não é tão imparcial assim: “ É morte de destruição que eu quero trazer à Casa Lannister, não desprezo” (p. 111). MORTE e DESTRUIÇÂO. Interessante a escolha de palavras, principalmente considerando que eu acho que ele e Dany vão se juntar, com mais gente, contra os Lannisters. E que eu acho que ele que vai montar um dos dragões. E acho que total imparcialidade é impossível mesmo, como diz no link lá em cima, do westeros.org, pelo menos não mais, na situação da Muralha agora, e frente à ameaça dos White Walkers.

JOn trono

Depois, uma observação que ele faz sobre as intenções de Melisandre: “Sangue de rei para acordar o dragão. Onde Melisandre espera encontrar um dragão adormecido, ninguém sabe. É bobagem. O sangue de Mance não é mais real que o meu. Ele nunca usou uma coroa ou sentou em um trono. Ele é um bandido, nada mais. Não há poder no sangue de um salteador” (p. 113). Só peço para guardarem isso, vou retomar nos comentários do quinto. Mas acho interessante a escolha de palavras “acordar o dragão”, a mesma que Viserys não se cansa de repetir. E levando-se em consideração que Jon pode ser Targaryen, isso ganha outra conotação.

Trilha sonora

Claro que pensei em mais algumas músicas mais. Para começar, Falling, da Alicia Keys, cai perfeitamente para Jaime e Cersei, que, como disse a Fefa, do Apaixonada por papel, tem uma relação desigual: Jaime ama mais Cersei do que é correspondido (how dou you give me so much pleasure, and cause me so much pain). Nerve damage, do Lifehouse também combina (pensei nessa quando escrevo o Faixa a faixa - Smoke & Mirrors ;D). Like a stone, do Audioslave, é perfeita, e ninguém canta a morte com Chris Cornell. Para Arya, claro (in your house I long to be..). De novo para Jaime e Cersei, I alone, do Live (I alone loved you, I alone damned you…).

Por enquanto é só. Obrigada por ficar comigo em mais um post superlongo.

Beijos e até o próximo post!