sábado, 14 de novembro de 2015

O Parque dos Dinossauros _ Jurassic Park - Michae Crichton

Um magnata chamado John Alfred Hammond reúne quase 1 bilhão de dólares e ergue uma empresa que trabalha com engenharia genética (InGen Inc.), na ousada tentativa de recriar animais pré-históricos através da clonagem e inseri-los em uma espécie de parque temático, situado em uma distante e remota ilha da Costa Rica. 



Um punhado de cientistas é convocado a dar um passeio pela ilha e dizer sua opinião acerca do grandioso feito, estudando o comportamento de dinossauros vivos, recriados a partir da milagrosa empresa genética. 



Todo o programa do passeio corre bem, até que um descuido faz com que os responsáveis pelo parque percam o controle e o lugar vire um caos terrível na luta pela sobrevivência. 



Embalada depois de assistir Jurassic World, resolvi finalmente reler um livro que eu adoro, já li várias vezes, mas ainda não havia comentado. Claro que é Jurassic Park. Eu assisti o filme primeiro, lá em 1991/92, e amei instantaneamente. E, lógico, sendo leitora voraz já naquela época, logo fui atrás de ler o livro. 

O livro, claro, é bem mais abrangente do que o filme, mas a história é basicamente a mesma. O começo já é bem eletrizante e misterioso. É uma noite quente em alguma cidadezinha costeira da Costa Rica, o calor é insuportável, e tudo parece calmo para a Dra. Carter. Até que chega em sua pequena clínica, precária, um grupo em um helicóptero, em plena tempestade tropical, trazendo um rapaz todo mutilado, vindo da obra monumental que está sendo construída não muito longe dali. O responsável, Ed Regis conta que o rapaz foi atingido por uma retroescavadeira, mas logo fica óbvio para a Dra. Carter que a verdade não é bem essa, e que o rapaz foi na verdade atacado por um animal. E o livro segue assim, com relatos parecidos em várias partes da Costa Rica, já preparando o cenário para o que está por vir. 

Claro que a gente sabe muito bem qual animal atacou o pobre rapaz. Mas Michael Crichton faz um bom trabalho mantendo o suspense, construindo aos poucos esse thriller. E já mostrando que Ian Malcom estava certo o tempo todo. 

Aliás, todos os personagens do filme estão aqui, se bem que um pouco diferentes. Ian Malcom é o mesmo que no filme: um matemático estudioso da Teoria do Caos, que é bem explicada no livro, muito pragmático e cético, se um tanto quanto arrogante. Ellie Sattler é mais nova, e não é namorada de Dr. Grant. Ambos trabalham juntos em Montana, e começam a ser investigados pela sua ligação com a InGen, a empresa do bilionário John Hammond. Isso porque eles trabalham para a InGen sem saber exatamente o que a empresa faz. Sua personalidades são como no filme. Grant é o especialista prático e de ação. Mas, diferente do filme, Grant adora crianças E Ellie é uma jovem paleobotânica. aluna de Grant, trabalhadora e corajosa. 

Já Hammond...esqueça aquele velhote simpático, se um tanto irritante com seu "não poupamos despesas", e que queria oferecer um mundo fantástico para as crianças. Não. Hammond é arrogante, autoritário, e bem inescrupuloso. Mente deslavadamente para alcaçar seus objetivos. Sério, ele dá muita raiva no livro. Gennaro, o advogado, não morre na privada (admito que dou risada toda vez que vejo o filme) e tem participação maior. Ele é outro que só pensa mesmo em se dar bem. Foge da responsabilidade de ter criado o parque, é um covarde, como no filme. 

Nedry, aquele gordo que quer vender os embriões para a concorrente, também aparece mais, e no livro é bem mais inescrupuloso. Ele lida com Dodgson, o representante da Byosin, a empresa de engenharia genética concorrente da InGen. No filme, ele aparece só uma vez, mas no livro, ele aparece bastante, e é um canalha de marca maior. E no livro, essa situação é mais bem explorada. Sabemos porque Nedry vende os segredos, e qual o interesse da Byosin. 

As crianças também participam do passeio. Mas Tim é o mais velho, e Lex uma garotinha de uns 7 anos, e bem irritante, para falar a verdade. Aqui os papéis estão invertidos. Tim é o que se liga em computadores e dinossauros, e Lex a atlética. Mas, Lex, sinceramente, poderia ser cortada do livro sem prejuízo nenhum. Está lá só mesmo para acrescentar dramaticidade, o que é desnecessário, porque o livro tem isso em boa dose. 

Falta eu falar de Muldoon, Ele é o caçador que controla os animais. Gosto dele, tanto no filme como no livro Ele é cara sem meias palavras, que não tem medo de fazer o que for necessário para controlar uma situação sem controle. Calejado depois de milhares de safáris pelo mundo, ele sabe muito bem que os dinossauros são animais selvagens, que seguem seu instinto. Outros personagens, como o Dr. Wu, também tem participação maior, mas se eu ficar falando deles, não acabo nunca esta resenha.

O livro tem muito mais ação que o filme. Muito mais dinossauros, muito mais perigo. Os dramas pessoais são mais explorados também, criando conflitos que no filme ficaram de fora. Porém várias passagens são as mesmas, com falas tiradas diretamente do livro. O livro é narrado em terceira pessoa, mas em diferentes pontos de vista. A leitura é fácil, os capítulos são curtos e a narrativa bem encadeada, de modo que dá para ler bem rápido. Mesmo a parte mais técnica fica fácil de entender, e não é chata. E fica bem evidente no livro o debate moral que já é levantado no filme: será ético que cientistas banquem Deus? Quais os direitos de um animal clonado e fabricado pelo homem? Até que ponto podemos avançar? Até que ponto podemos continuar abusando da natureza, como estamos? Pense nisso.

Trilha Sonora

Welcome to Jurassic Park, John Williams. Podia ser outra? Essa é de Jurassic World, mas coloquei porque achei um toque de gênio incluir a original de John Williams no filme ( a amei o trailer só com os acordes, bem suaves). Do the evolution, do Pearl Jam. Eyes wide open, Gotye, especialmente por causa do que eu mencionei aqui no final. Preste bem atenção na letra.

Filme

Já falei que AMO o filme. Todos eles, mas o meu preferido é definitivamente o primeiro. Simplesmente por ser o primeiro, é aquela surpresa. Foi revolucionário. Hoje, os efeitos parecem baratos, mas na época, eram muito realistas, e Spielberg abriu as portas do CGI como conhecemos hoje com este filme. O elenco é muito bom também, com nomes relativamente desconhecidos na época, incluindo Samuel L. Jackson.E as sequências de ação são excelentes. Como não ficar apavorado com isso?



Sem falar que uma das cenas mais lindas da história do cinema está neste filme:


Parece que a gente está ali com eles, desfrutando dessa descoberta. Lindo! Spielberg no seu auge.

Se você gostou de O Parque dos Dinossauros, pode gostar também de: 


  • Mundo Perdido - Michael Crichton.

domingo, 8 de novembro de 2015

A Coroa de Ptolomeu

Depois do encontro de Percy e Carter, em O filho de Sobek, e de Annabeth e Sadie, em O cajado de Serápis, enfim chegou a hora de os quatro se unirem em uma divertida aventura mágica em um novo conto que une as séries de mitologia greco-romana e egípcia de Rick Riordan.

Em A coroa de Ptolomeu, Percy e Annabeth abrem mão de pegar um cinema no sábado para resolver um assunto bem chato: deter o espalhafatoso e lendário mago Setne, que mais parece um cruzamento de Elvis Presley com Prince versão 1980. Munido com o Livro de Tot e unindo as magias grega e egípcia, Setne - cuja história é contada em A sombra da serpente e que é relembrado em O cajado de Serápis - está tentando unir as duas coroas, do Baixo Egito e do Alto Egito, para se tornar um deus imortal.


Eu sei que vocês devem estar pensando  "Meus Deuses, mas a Fernanda agora só lê Rick Riordan!?!". Bom, não é segredo nenhum que eu AMO o titio Rick, mas o motivo é outro, bem mais simples: como bônus, minha edição inglesa de A Espada do Verão veio com este no final. YAY! :D

E a aventura crossover de Percy Jackson e os Kane tem o capítulo final (será?) neste. Agora, estão todos juntos: Percy, Annabeth, Carter e Sadie. Tudo narrado pelo ponto de vista de Percy, o que, claro, rende muitos comentários irônicos hilários. 

E, como eu havia dito antes em O Cajado de Serápis, Percy logo de cara simpatiza com Sadie. Isso porque eles são bem parecidos: impulsivos, sarcásticos e ligados no 220. E tenho que comentar que achei megafofo Percy imaginando que se tivesse uma filha com Annabeth, ela seria exatamente como Sadie. Imagino que sim, porque além de ser impulsiva e agir primeiro para depois pensar, Sadie também é inteligente. 

Tudo começa como um dia normal, Percy e Annabeth em um encontro, que, óbvio, acaba em desgraça para eles. De repente, eles se veem em meio a uma tempestade anormal em Governor´s Island, em NY, enfrentando um cara fazendo feitiços para... não, nada de spoilers! Basta dizer que o cara em questão é bem conhecido dos Kane, e doido de pedra. Além de ter um ego gigante, digno de um deus (literalmente, mas para saber exatamente o que quero dizer, vá ler o livro!)

Mais ação desenfreada, muito humor, e confesso que ri muito de Percy tentando entender como o mundo dos Kane funciona, até porque neste ele experimenta na pele como é ter um deus egípcio na sua cabeça. Novamente, o conto é bem curtinho e dá pra ler bem depressa. Eu só levei 3 dias porque, como já disse, ando trabalhando mais, e chego em casa bem cansada, consigo ler bem menos do que eu lia antes. Mas certeza de que se estivesse de férias (ou na faculdade, onde eu lia durante as aulas), eu teria acabado em mais ou menos uma hora. Anyways, titio Rick fechou bem este crossover, mas também deixou a porta aberta para novas possíveis aventuras envolvendo o Acampamento Meio-Sangue e a Casa da Vida. 

Trilha sonora

Collision of Worlds, do Robbie Williams e Brad Paisley, óbvio. Everybody wants to rule the world, da Lorde.

Se você gostou de A Coroa de Ptolomeu, pode gostar também de:

  • Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan;
  • Os Heróis do Olimpo – Rick Riordan;
  • As Crônicas do Kane – Rick Riordan;
  • Os Arquivos Semi-deus – Rick Riordan.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A Espada do Verão - Magnus Chase e os Deuses de Asgard #1 - Rick Riordan

Meu nome é Magnus Chase. Sou órfão e tenho levado uma vida dura nas ruas de Boston. E as coisas estão para ficar muito piores. 
Meu dia começou normalmente. Eu estava dormindo embaixo de um aponte quando um cara me chutou e disse "Eles estão atrás de você.". Quando dei por mim, estou reunido com meu tio mala, que casualmente me informou que meu pai há muito tempo perdido é um deus nórdico. 
Nada normal quanto a isso. E parece que os deuses de Asgard estão se preparando para a guerra. Aparentemente, se eu não conseguir a espada que meu pai perdeu dois mil anos atrás, vem desgraça. Juízo Final, para ser mais preciso. 
Um gigante de fogo atacando a cidade? Guerreiros imortais esquartejando uns aos outros? Lobos impossíveis de matar com olhos brilhantes? Tudo está vindo. 
Mas antes eu vou morrer. Esta é a história de como minha vida vai de mal a pior...

Tenho que confessar que depois de O Sangue do Olimpo eu andava como Magnus, meio órfã de aventuras dos semideuses mais legais da face da Terra. OK, eu tinha Os Heróis Gregos e Os Deuses Gregos para compensar, mas por mais awesomelicious que seja ver Percy contando essas histórias, não é a mesma coisa. Fora que eu estava megacuriosa para saber como seria a ligação entre as duas sagas, e como Annabeth se encaixava na história de Magnus. OK, eles são primos, mas e daí? Como as duas histórias se entrelaçam. Deixa eu dizer logo de cara que ainda não houve esse cross-over, mas tudo indica que, assim como acontece com os Olimpianos e os Heróis do Olimpo, Percy e cia. também vão ter uma participação neste. Titio Rick já deixou esse cliff-hanger para a gente e eu já estou me mordendo pra saber como vai ser.

Esqueci de apresentar Magnus. Bom, na verdade ele basicamente já se apresentou aí em cima. Órfão, ele vive como mendigo nas ruas de Boston, totalmente sem noção de que é filho de um deus nórdico (que permanecerá anônimo por enquanto). Aos 16 anos, a passagem para a vida adulta, sua voda vai mudar radicalmente, pois, claro, existe a profecia de que ele possa atrasar, ou possivelmente adiantar, o Ragnarok, o apocalipse viking (OK, people, eu sei que nem todos os nórdicos eram vikings, mas fica mais legal assim). Magnus é um tanto cético, e mais resistente do que Percy em relação a sua ascendência. Mas não muito. Depois de morrer e ir parar em Valhala, e de outras tantas coisas estranhas que acontecem com ele num prazo de menos de 12 horas, ele acaba aceitando tudo, mas mais como alguém que se conforma do que realmente porque acredita. Pelo menos a princípio. Magnus também é bastante sarcástico, mas diferente de Percy, que usa o sarcasmo para ser engraçadinho, Magnus faz isso com mais rudeza e amargura, mais com o Dr. Enxaqueca, ops, House. Mas nem por isso ele deixa de ter senso de humor:

"Você se parece com Kurt Cobain, minha mãe costumava me provocar, Eu amava Kurt Cobain, exceto pelo fato de ele ter morrido.
Bem, adivinhe só, mãe? eu pensei. Eu agora também tenho isso em comum com ele!" (p. 107, edição inglesa)

Mas Magnus tem motivos para tanta amargura. Já pensou ver a mãe morrer e viver de lixo (literalmente) nas ruas da gelada Boston por dois anos? E com um tio medonho que nem avisa o resto da família que ele sumiu? E se não bastasse tudo isso, ainda morrer pelas mãos de um gigante de fogo? Convenhamos que, mesmo indo parar no Tártaro, Percy teve uma vida melhor. Afinal, não estava totalmente sozinho, tinha amigos e a mãe por perto. E o pai, que de vez em nunca aparece.

Magnus também é muito inteligente, se não muito hábil com a espada, ou com lutas em geral. E é um sobrevivente, acima de tudo. Sabe muito bem se virar nos apertos. Outra característica marcante dele é que ele é naturalmente desconfiado de todo mundo, e não tolera muito contato físico. Em outras palavras, falta um tanto de trejeito social, mas não confunda isso com frieza ou indiferença. Muito pelo contrário. Ele tem um senso de certo e errado muito apurado, e tem bons instintos quando se trata de pessoas. Ele pode ler as intenções delas muito bem. E acho que podemos esperar muito dele, como desenvolvimento de personagem, nos próximos. Digo isso porque neste ele já mostra isso.

Bem, dizer que Magnus está totalmente sozinho é um pouco de exagero. Claro que ele tem seus guardiões, que ele não tem ideia de que sejam isso. Um é Blitz, um anão com senso de moda melhor que o meu, que sofre bullying entre os outros anões. E o outro é Hearth, um elfo mudo, mas que compensa com magia poderosa das runas. Adoro Hearth, mais do que gosto de Blitz. E gostei de como o tio Rick, mais uma vez, encaixa um personagem imperfeito e trata o assunto como se isso não fosse nada demais, tanto no caso da inclusão de Hearth como no caso de tolerância quanto a Blitz. Porque realmente, essas coisas não são nada de mais. São pessoas como todas as outras. Fim.

E claro que tem de haver uma grande mulher, no caso uma grande garota, por trás de todo grande garoto. No caso ela responde por Samirah, ou Sam, e ela enfrenta o mesmo tipo de desconfiança que Blitz por ser filha de... HAHAHA descubra lendo! E não é só isso. Sam ainda é descendente de árabes, e acho que não preciso dizer o que isso significa nos Estados Unidos pós-11 de setembro, certo? Mas Sam usa essa hostilidade como combustível para se levantar a cada tombo, e ficar cada vez mais forte, equilibrando as obrigações de Valquíria (as servas de Odin, também encarregadas de levar os heróis caídos em batalha para Valhala) e as obrigações de uma adolescente, menina, numa família muçulmana tradicional. Ele vive com os avós, já que sua mãe também morreu, e acho que ser Valquíria (e filha de... Valar Lerolivro!) é o jeito dela de se rebelar quanto ao fato de não ter muita escolha na vida real. E, ou eu muito me engano, ou Samirah ainda vai ter muitos problemas mais pela frente. E não estou falando de sua vide de demigoddess.

O livro, como é marca de titio Rick, é bem agitado, Os capítulos são curtos, e a ação é frenética, misturada com muito bom humor. E mil e uma menções a nossa cultura nerd. Eu pirei com Thor, o deus do tanquinho mais bem esculpido de Asgard do Trovão falando de Arrow e The Walking Dead e Game of Thrones, fora mais outras mil indiretas, também musicais, mas que eu esqueci de marcar. E achei bem bacana perceber que vários dos mitos nórdicos são bem parecidos com os gregos. E amei conhecer melhor essa mitologia, que eu confesso que conhecia mais pelos filmes dos Avengers. E falando nisso, Thor e Loki fazem suas participações, mas mesmo com descrições físicas bem diferentes dos dois, na minha cabeça eles eram:




Com direito às vozes de Chris Hemsworth e Tom Hiddlestone na minha cabeça. E já estou babando para o próximo, Magnus Chase e o Martelo de Thor (mais uma observação nada a ver: toda vez que eu lia o nome do martelo, Mjolnir, eu ouvia a Darcy chamando ele de mewmew).

Trilha Sonora

Cry Wolf, dos também nórdicos A-ha, só podia estar aqui; Hungry like the wolf, do Duran Duran também, por motivos bem óbvios; Stand my groundWhat have you done now e Our Solemn Hour (que OK, nem tem tanto a ver assim, mas eu coloquei só porque ela é simplesmente awesometastic), do Within Temptation não poderiam faltar.

Se você gostou de A Espada do Verão, pode gostar também de:

  • Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan;
  • Os Heróis do Olimpo – Rick Riordan;
  • As Crônicas Kane – Rick Riordan;
  • Ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • Harry Potter – J. K. Rowling;
  • As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis;
  • O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien;
  • O Hobbit – J. R. R. Tolkien;
  • A Crônica do Matador de Reis – Patrick Rothfuss.