sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Happy Halloween!

 

Life´s no fun without a good scare!

This is Hollween, ths is Halloween!

Adoro o Halloween, e eu sei que é repetitivo, mas simplesmente não tem Halloween sem Tim Burton e o Estranho Mundo de Jack Coração vermelhoCoração vermelhoCoração vermelho

Realmente, um mundo sem livros é assustador, e deve ser muito, mas muito chato!

E imagina só como eu surtei quando vi essa figura (do We Heart It), do Jack Skellington e o Zero como Jon Snow e Ghost Coração vermelhoCoração vermelhoCoração vermelho

Jack Skellington Snow

Beijos e até o próximo post!

Gotham

Essa fall season foi definitivamente dos heróis de quadrinhos. Mais uma super produção estreou, e já lá em cima. Estou falando da muito aguardada Gotham. E essa foi outra que me fisgou desde os primeiros minutos, com a que será a Mulher-Gato, aqui ainda uma adolescente de 13 anos, no telhado de um prédio. É mais uma noite típica em Gotham, e Selina Kyle anda pelas ruas cometendo pequenos furtos. Até que não muito longe dali, ela testemunha um assassinato.

Uma família sai feliz por um beco, comentando o resultado final de uma noite de cinema, quando um homem mascarado aborda os três, rouba o colar de pérolas da mulher, e atira no homem e na mulher, deixando o filho de 12 anos, que testemunha tudo, órfão. Claro que esse assassinato, dos Wayne, é o que vai definir a vida do pequeno Bruce, e é também o estopim para uma disputa territorial que pode facilmente virar uma guerra civil.



Entra em cena o então novato James Gordon (o lindinho e competentíssimo Ben McKenzie), detetive idealista e trabalhador, que consegue o que ninguém conseguiu: estabelecer uma conexão com o pequeno Bruce. E em muitos aspectos, essa ligação vai ser fundamental para a formação daquele que no futuro salvará Gotham. Mas Jim é sobretudo humano, e logo desde o primeiro episódio vemos que ele comete erros, confia nas pessoas erradas, e eu acho isso sensacional, humaniza muito o  personagem. E como eu disse ali em cima, Ben McKenzie faz isso muito bem. Ele transmite a cada cena a insegurança de ser um detetive novato e honesto no meio de um monte de veteranos da polícia mais corrupta do universo DC, mas sempre com muita convicção. Ele não abre mão de seus valores, e tem que enfrentar a desconfiança de todo o departamento por isso. A cada abuso de seu parceiro Harvey Bullock, também interpretado com a medida certa de truculência e ironia por Donal Logue, o desconforto de Jim é visível. E isso é um dos muitos pontos de atrito entre os dois, que rendem muitas sequências ótimas.



Quem também merece destaque é o elenco juvenil da série. David Mazouz impressiona como Bruce desde a primeira cena. E Camren Bicondova também dá vida a uma Selina Kyle forte, destemida e com a língua bem afiada para seus 13 anos. E ambos fazem isso com muita naturalidade. A química dos dois com Ben é ótima, e isso é muito bem explorado na série. Tanto Bruce como Selina tem uma relação especial com Jim.

E do lado dos vilões, não tenho nem o que falar. Jada Pinkett Smith brilha como a diva Fish Mooney, personagem criada especialmente para a série. Ela trabalha para Falcone, mas na verdade não vê a hora em que Falcone cometa um deslize para se colocar no topo como rainha do crime. E a briga entre Falcone e Maroni é o cenário perfeito para ela. Impiedosa, mestra manipuladora, dissimulada e sexy, ela comanda com punho de ferro, sem perder a feminilidade, e planeja tudo com perfeição, sem sujar as mãos com unhas postiças perfeitas. Trabalhando no departamento de polícia encontramos também Ed Nygma, o futuro Charada, também muitíssimo bem representado por Cory Michael Smith, com uma OCD aguda e a dose certinha de comicidade sem cair no caricato (erro, aliás, que todos os filmes sobre o Homem-Morcego antes da trilogia Dark Knight cometeram).



Mas realmente quem rouba a cena toda vez que aparece é Oswald Cobblepot, aka Pinguim. Robin Lord Taylor está perfeito no papel. Ele mistura muito bem a dose de inocência, sadismo e oportunismo. E sabe jogar muito bem com as adversidades e já molda o futuro de um dos vilões mais emblemáticos do universo DC. Um papel de muito peso, e, como Heath Ledger fez em O Cavaleiro das Trevas, Robin renova o personagem, mas sem perder a essência do Pinguim, e dá de mil a zero no Pinguim feito por Danny DeVitto.



Para mim, por enquanto, o ponto fraco é Barbara, a noiva de Jim, vivida por Erin Richards. Mas ainda é cedo para tirar qualquer conclusão sobre ela. Nós sabemos que, a série sendo absolutamente fiel aos quadrinhos, Jim vai mesmo se casar com ela, mas Barbara tem lá seus segredos e é ainda uma personagem dúbia. E pessoalmente acho que a série faz bem em revelar Barbara bem aos poucos, retirando uma camada de cada vez.



A ambientação é tão espetacular que merece um parágrafo só para ela. A Gotham da série, diferente dos filmes (e do que é mais ou menos consenso entre os fãs) não é representada como Chicago (sendo que Metropolis seria o equivalente a NY), mas sim pela Big Apple mesmo. Várias cenas externas são filmadas em NY, mas por meio de CG, os produtores deram uma cara que ao mesmo tempo que é reconhecível no mundo real, também é completamente único, e tem sua própria personalidade. Gotham é sexy, sombria e ao mesmo tempo decadente e vibrante. E o toque de mestre, e que dá todo o charme da série, é que ela é atemporal. Temos celulares, computadores, e outras comodidades da vida de hoje, mas os carros são modelos antigos, as TVs não são de LCD ou plasma, e o figurino (lindo, aliás) tende ao clássico, com exceção de Fish Mooney. As decorações também tendem a ser mais do tipo de coisa que você encontra em um mercado de pulgas ou antiquário, tudo muito bem escolhido e de acordo com cada ambiente.

E também não pode ficar de fora o roteiro, muito bem escrito, misturando elementos de drama procedural ao universo e mitologia da DC, graças à mão de Danny Cannon, responsável pela franquia CSI e Bruno Heller, criador de Roma e The Mentalist, o roteiro é de qualidade e interessante, prende a nossa atenção do começo até o fim, com diálogos inteligentes e tramas paralelas tão interessantes quanto a principal. E uma das coisas mais bacanas é ficar esperando uma surpresa dos roteiristas, seja como uma menção de alguém, ou algum detalhe de fundo, alguma referência ao mundo de Batman. Logo no episódio piloto Poison Ivy já apareceu, e também acho que já tivemos um gostinho de quem vai ser o Curinga (uma cena rapidinha, no cabaré de Fish Mooney #ficadica). E o tempo todo paira a dúvida: afinal, quem matou os Wayne?



Enfim, série que mal estreou e já entrou para o pódio das queridas, já não vejo a hora de sair em blu ray (porque, como Oliver Queen, Jim Gordon merece high definition) para ver e rever a hora que quiser, fora os bônus. Uma série para os fãs de Batman, porque agrada os seguidores do Homem-Morcego, mas também para quem não é tão fã assim, mas que gosta de uma história bem contada. Recomendo. Confira aí o trailer e tire suas conclusões:


Então, antes do Curinga, antes do Charada, antes da Mulher-Gato, antes do Batman, já existia Gotham. Descubra todos os segredos da cidade que deu origem a tudo.

PS: eu sei que esse post ficou meio surtado, mas sério que não tenho nada além de amor por essa série.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Dia Nacional do Livro

 

“Um leitor vive várias vidas antes de morrer. O homem que não lê vive apenas uma.”

GRRM

Só para desejar um

FELIZ DIA NACIONAL DO LIVRO!

E você, como vai comemorar o dia do seu amigo de papel? Eu vou passar com Ken Follett e Edge of Eternity Alegre

domingo, 26 de outubro de 2014

The Flash

Normalmente eu espero o desfecho da temporada para dar minha opinião sobre uma série, mas Flash me ganhou antes mesmo de estrear. Isso porque Barry Allen apareceu originalmente no episódio The Scientist, da segunda temporada de Arrow (que, para constar, foi ainda melhor que a primeira, e a terceira, no ar na Warner faz duas semanas, já começou com tudo!), episódio esse que foi um dos melhores da segunda temporada, e apresentou Barry Allen de forma mais que satisfatória.

Barry Allen, cientista forense de Central City chega em Starling City para ajudar em uma investigação conectada com um caso que ele está trabalhando em Central City. Só que Barry não é exatamente honesto e seus motivos para estar em Starling City são um pouco mais pessoais que isso. E é aí que a conexão com sua própria série começa.


O primeiro episódio de Flash é narrado por Barry, e voltamos no tempo, quando Barry, então com 11 anos, testemunha o assassinato de sua mãe. Ele desce para a sala, onde vê um relâmpago envolvendo sua mãe e dentro do relâmpago, ele jura que vê um homem. Claro que ninguém acredita nele, e essa crença é que vai acabar definindo Barry até a idade adulta. Agora com 20 e poucos anos, Barry trabalha para a polícia de Central City, ao lado do Detetive Joe West, homem que o criou depois que sua mãe morreu, e que seu pai foi injustamente condenado pelo crime, e cumpre pena em Iron Heights.

Barry é um cara comum, inteligentíssimo, meigo, e sempre, sempre atrasado para o que quer que seja. E, num desses compromissos, que ele para variar esquece, ele vai com sua melhor amiga Iris (Candice Patton, na minha opinião a mais fraquinha do elenco, mas ainda é cedo e prefiro dar o benefício da dúvida. Eu também não gostava da Laurel, achava a Katie Cassidy o ponto fraco em Arrow, mas hoje eu a adoro), que ele espera que seja algo mais, a um evento nos famosos Star Labs, onde inauguram o acelerador de partículas. Só que uma tempestade acontece ao mesmo tempo, e o experimento sai de controle, e cria uma onda magnética que atinge toda a cidade. Barry é atingido por um raio, fica em coma 9 meses, e quando acorda é o homem mais rápido do mundo. Só para constar, o acidente de Barry é mostrado no episódio The Scientist, e tanto a estreia de Flash como a premiere da terceira temporada de Arrow se interligaram com este acontecimento, o que eu achei muito bacana. Stephen Amell também tem uma participação bem bacana na premiere de Flash, e Grant Gustin aparece em Arrow. Aliás, esse teaser de Flash eu achei hipercriativo:


HAHAHAHAHA Show-off! Sensacional!

Grant Gustin aliás, leva o papel de Barry muito bem. Ele vê em seu acidente a oportunidade de tentar inocentar seu pai, mas não deixa de ser o mesmo Barry de antes, atrasado, atrapalhado, fofo, com um humor leve delicioso e um lado de menino ainda.

Claro que Barry não está sozinho. Assim como temos o Team Oliver, temos também o Team Barry, e ele é constituído pela Dr. Harrison Wells, dono do Star Labs (e muito bem representado por Tom Cavanagh), pela Dra. Caitlin Snow (a linda e competente Danielle Panabaker), sempre mau-humorada (mas eu shippo imensamente Baitlin - hehe, acabei de inventar) e o hilário Cisco Ramon (Carlos Valdes, perfeito!). Um aparte dobre Harrison Wells: não sou muito familiarizada com os quadrinhos, mas esse cara me dá medo. Não vou elaborar mais, assistam para saber.

A ambientação é mais clara, Central City é mais borbulhante que a sombria Starling City, O tom da série também é mais leve, e tudo é mais corrido. O elenco, como já disse, é muito bom. A série ainda precisa de alguns ajustes, na minha opinião, mas já chegou com potencial e virou sensação. Como eu disse, ainda é muito cedo para uma análise mais detalhada, mas Flash é com certeza é promessa de boas histórias, mais bons personagens e entretenimento de primeira. Confira o trailer:


Entã, RUN, BARRY, RUN! And keep running!

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Citação do Mês

 

Aproveitando a época de eleições, e que eu acabei de reler Harry Potter e o Enigma do Príncipe (sério que mesmo depois de todo este tempo ainda não me conformo com este título em português…Irritado):

“Você tem alguma ideia de quanto os tiranos temem o povo que eles oprimem? Todos eles percebm que, um dia, entre suas muitas vítimas, certemante haverá um que se erguerá contra eles e contra-atacará!”

Claro que isto só podia sair da boca dele, o maior mago que já viveu, Albus Percival Wulfric Bryan  Dumbledore.

Harry Potter and the Half-Blood Prince, J. K Rowling, p. 510.

 

Beijos e até o próxmo post!

sábado, 18 de outubro de 2014

Os Deixados para Trás – Tom Perrotta

 

O que aconteceria se, de repente, sem nenhuma explicação, pessoas simplesmente desaparecessem, sumissem no ar? É o que os perplexos moradores de Mapleton, que perderam muitos vizinhos, amigos e companheiros no evento conhecido como Partida Repentina, precisam descobrir. Desde o ocorrido nada mais está do mesmo jeito — nem casamentos, nem amizades, nem mesmo o relacionamento entre pais e filhos. O prefeito da cidade, Kevin Garvey, quer acelerar o processo de cura, trazer um sentimento de esperanças renovadas e propósito para sua comunidade traumatizada. Ainda que sua família tenha sido desfeita com o desastre: sua esposa o deixou para se juntar a um culto cujos membros fazem voto de silêncio; seu filho, Tom, abandonou a faculdade para seguir um profeta duvidoso chamado Santo Wayne; e sua filha adolescente, Jill, não é mais a dócil estudante nota dez que costumava ser. Em meio a tudo isso, Kevin ainda se vê envolvido com Nora Durst, uma mulher que perdeu toda a sua família no 14 de Outubro e continua chocada com a tragédia, apesar de se esforçar para seguir adiante e recomeçar a vida. Com emoção, inteligência e uma rara habilidade para enfatizar os problemas inerentes à vida comum, Tom Perrotta escreve um romance impressionante e provocativo sobre amor, conexão e perda.

Não confunda este livro com a coleção Deixados para Trás. Este é uma ficção científica e que, ao contrário da coleção de mesmo nome, não tem nada de religiosa. Na verdade, ele faz é uma crítica pesada ao fanatismo e religiosidade.

A vida corre pacata e sem muitos acontecimentos extraordinários na pequena Mapleton, quando em 14 de outubro (eu tinha esquecido a data, é pura coincidência eu postar isso agora) pessoas aleatórias desaparecem no ar, sem deixar vestígios e sem explicação. As pessoas estavam lá, e no segundo seguinte, simplesmente não estavam. E daí não demora para o caos se instalar. Acidentes aconteceram em diversos lugares, aviões caíram porque seus pilotos sumiram, e o pânico, junto com a incredulidade dos desaparecimentos. Afinal, por quê essas pessoas se foram? Para onde? Vão voltar?

Fast-forward 3 anos, e o prefeito de Mapleton, Kevin, tenta colocar um pouco de normalidade de volta na cidade, criando um dia especial para celebrar os Desaparecidos e mostrar que ainda há vida depois da Partida Repentina. Kevin mesmo perdeu sua família. Sua esposa o deixou, o filho largou a faculdade e a filha adolescente anda desconectada de tudo. Mas Kevin tenta levar a vida como se nada tivesse acontecido. Logico que ele sente, está também meio que no limbo, mas ele tem um trabalho a fazer. Kevin é um homem comum, pai de família solitário que procura alguém para dividir seu tempo.

Sua filha, Jill, é a típica adolescente que reage de forma estranha (porém previsível) às mudanças em sua vida. De aluna aplicada, popular e linda, ela passa a não ligar para a escola, raspa o cabelo num ato de rebeldia e começa a passar as noites bebendo e fumando maconha com os amigos. Seu irmão, Tom, é o aluno popular também, com boas notas, atleta que consegue bolsa numa universidade prestigiada, mas que larga o curso depois dos desaparecimentos e do abandono de sua mãe. E sua mãe, Laurie, que não é religiosa no começo, saiu de casa para se juntar a um culto que prega o voto de silêncio, e tem o hábito muito desagradável de simplesmente ficar encarando as pessoas para que não se esqueçam dos que sumiram.

Nora é uma mulher atraente que acaba se envolvendo com Kevin, mas que enfrenta a depressão por ter perdido toda a sua família em 14 de outubro. Ela tenta se comportar como uma pessoa normal, é ciclista, sai, mas no fundo não consegue se desapegar do passado, dos episódios de Bob Esponja que a aproximam dos filhos pequenos. Ela tem altos e baixos durante a trama.

Ainda de destaque no livro eu poderia citar Meg, a parceira de Laurie no culto, uma menina de uns 25 anos, que estava para se casar, tinha a vida feliz e acertada, mas que do nada decide se juntar ao culto, e Aimee, amiga de Jill, que mora em sua casa para fugir do lar abusivo em que vive, e que é um respiro no livro. Ela é a única que mostra algum tipo de vida, os outros personagens simplesmente observam a vida passar, à espera que um milagre aconteça.

A narrativa se divide entre os personagens, mas eles são, para mim, muito superficiais. O autor se preocupou mais em registrar o cotidiano de cada um, e como cada um lida com a dor da perda, e isso ela faz muito bem. Mas senti falta de algo mais, ou de uma evolução dos mesmos.

Outra coisa que foi bem descrita foram os cultos. Com o desaparecimento repentino de aproximadamente 20% da população (não sei se mundial, porque a história é centrada em Mapleton, mas pelo pouco que é mencionado do mundo fora de Mapleton, acredito que o fenômeno seja mundial), uma coisa que pipoca aqui e ali são cultos comparando o desaparecimento com  o Arrebatamento Divino. O de Laurie é um deles, e seu filho Tom segue um pastor, digamos assim, que se aproveita do desaparecimento para fundar uma religião, e ganhar dinheiro com isso, mas ele acaba sendo acusado (com razão) de pedofilia, e acaba preso. E o autor não poupa críticas a estes cultos a ao fanatismo.

Só que deixou a desejar no ponto do que está acontecendo fora de Mapleton, e também o próprio desaparecimento não foi muito explorado, não há especulação de quem está por trás dele, por exemplo, como acontece em  Sob a Redoma. Não há também o conflito de poder que se instala em Chester´s Mill, ou na Pagford de Morte Súbita. E senti falta disso, o que acontece com as pessoas numa situação extrema?, o que é muito bem explorado nestes dois livros. Também não me agradou muito o final, que foi muito repentino, e não amarrou nenhuma ponta. Ficou em aberto. Eu não tenho nada contra isso, mas deixe um cliff-hanger, ou o mínimo espaço para especulação, o que não há, porque simplesmente não temos pistas do que pode ter acontecido, o que está por trás dos desaparecimentos, por exemplo. Ato divino? Abdução extra-terrestre? Coma em massa induzido? Não sei. A narrativa é fluida e fácil, mas é um livro no máximo morno. Eu li porque me interessei pela série da HBO, que eu ainda não assisti, mas que vou começar e espero que seja mais bem desenvolvida que o livro.

Trilha sonora

Sober, da Pink tem a ver com alguns personagens. Aftermath, do Adam Lambert eu acho que tem a ver com Jill. E finalmente, para o livro como um todo, Somewhere out there e Life do Our Lady Peace.

Se você gostou de Os deixados para Trás, pode gostar também de:

  • Sob a Redoma – Stephen King;
  • Morte Súbita – J. K. Rowling.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dia dos Professores

 

Rapidinho, só para homenagear esse profissional, eu incluída, sem o qual não teríamos aqueles que mais amamos. Se você hoje pode acompanhar Harry Potter atrás das horcruxes, Percy Jackson tentando salvar o mundo rotineiramente, as aventuras dos hobbits pela Terra-Média, ou mesmo acompanhando as maquinações dos Lannisters em King´s Landing, é porque em algum ponto, um professor abriu as portas de diversos universos a nossos mestres e que eles gentilmente compartilham conosco.

Imagem: Conselhos de uma Coruja.

Por isso tudo, nosso muito obrigad@!

O Sangue do Olimpo – Os Heróis do Olimpo #5 – Rick Riordan

 

No desfecho da série Os Heróis do Olimpo, os tripulantes gregos e romanos do Argo II têm feito progresso em suas constantes missões, mas ainda não estão nem perto de vencer a sanguinária Mãe Terra, Gaia. Os gigantes estão de volta — mais fortes do que nunca —, e os semideuses precisam impedi-los antes da Festa de Spes, momento em que Gaia planeja despertar, derramando o sangue do Olimpo. Para piorar, visões frequentes da terrível batalha no Acampamento Meio-Sangue assombram os sete semideuses. A legião romana do Acampamento Júpiter, comandada por Octavian, está se aproximando das fronteiras do acampamento grego. Por mais que seja tentador usar a Atena Partenos como arma secreta contra os gigantes, eles sabem que a estátua é necessária em Long Island, onde talvez consiga impedir uma guerra entre os acampamentos. A Atena Partenos irá para o oeste, enquanto o Argo II segue para o leste. Os deuses, ainda sofrendo com a dupla personalidade, não podem ajudar. Como os jovens conseguirão vencer sozinhos um exército de gigantes? A viagem para Atenas é perigosa, mas não há outra opção. Elas já sacrificaram muito para chegar onde estão. E se Gaia despertar, será o fim.

Começo esta resenha com o coração apertadinho, e com aquela dúvida: será que ainda veremos mais de Percy? Espero que sim (#oremos). Ficou aquele gostinho de quero mais e ao mesmo tempo de saudade já. Depois de um total de 10 livros na companhia do semi-deus mais fofo e badass de todos (sorry Jason lovers, mas Percy is THE MAN), a saga chega ao fim, com perdas, ganhos e todas as pontas amarradas.

“Seven half-bloods shall answer the call,
To storm or fire the world must fall.
An oath to keep with a final breath,
And foes bear arms to the Doors of Death.”

Desculpem, mas não coloquei a profecia em português para não errar no fraseado (e estou com preguiça de ir ver nos livros da minha irmã). E aos poucos, a profecia se encaminha para a realização. Porque é clássico, TODA profecia se concretiza, e não há como evitar. Príamo que o diga. Tentou evitar que Tróia caísse, mas suas ações só fizeram a profecia se realizar mais rápido. E essa lição nossos heróis já estão cansados de saber. E com essa consciência, eles partem para enfrentar seus destinos.

O livro começa com Jason, Annabeth e Piper em Ithaca, a mítica terra de Odisseu, onde eles buscam respostas que possam ajudar em sua missão. Claro que Ítaca não é bem o paraíso. Lá ainda restam os fantasmas dos pretendentes de Penélope (se você quer saber a história toda, veja aqui, que eu conto tudo depois da resenha de Mar de Monstros), e, como é de se esperar, todos são bem bonzinhos #sóquenão. E as coisas começam a complicar um bocado. Não ajuda muito o encontro com Juno, aka Hera, aquela flor de deusa #sóquenão, mas que já de cara rende um comentário ótimo:

“Odisseu e Penélope – a epítome do casamento perfeito!”

Só porque Juno é a deusa do casamento mesmo, né? Vamos ignorar que Odisseu ficou longe mais de 20 anos e que se envolveu com Circe e Calipso durante a Odisséia. Eu TINHA que comentar isso Smiley piscando.

E a cada passagem, cada lugar que eles visitam, vem com uma nova encrenca. E o tempo todo a pergunta paira no ar: quem deverá dar a vida para que Gaia seja destruída?

E enquanto os sete semi-deuses da profecia se aproximam cada vez mais do Olimpo original, Reyna e Nico levam a estátua de Atena Pártenos para o Acampamento Meio-Sangue através de shadow travel (não sei como traduziram isso, então fica em inglês mesmo). Só que depois de seu aprisionamento e o tempo passado no Tártaro, qualquer pulo de Nico pelas sombras pode ser o último.

Aliás, Nico tem POV neste. e a gente acompanha de perto como Nico sempre se sentiu sozinho, isolado e que não se encaixa em lugar nenhum. Se eu gostava de Nico antes, agora gosto ainda mais. E o que eu realmente adoro nele é que mesmo se sentindo isolado de todo mundo e não apreciado (o que está só na cabeça dele, aliás), ele ainda acha força para cumprir suas tarefas e ajudar. E também aqui a gente vê que depois de soltar a bomba (nem tanto, se você parar para analisar o personagem, vai perceber que estava ali, na nossa cara o tempo todo) de ter uma quedinha precipício por Percy, ele anda encarando a homossexualidade com bastante naturalidade e maturidade para os seus 14 anos. Eu não tinha comentado na resenha de A Casa de Hades por ser spoiler na época, mas achei o MÁXIMO o Tio Rick colocar isso no livro, e tratar como uma coisa natural, sem fazer mimimi, porque realmente não deve gerar polêmica. E adorei a reação de Jason, que foi para quem Nico contou, sem alardes e ainda mantendo o segredo. (Jason, você é um lindo, mas eu ainda sou mais Percy). Nico com certeza é o personagem mais denso e bem desenvolvido do livro. De todos os livros da coleção.

E falando em Nico, eu preciso comentar uma passagem, em que eu quase dei um pulinho porque me tocou de forma bastante pessoal. Entre um salto e outro, Nico, Reyna e Coach Hedge vão parar em Portugal, terrinha dos meus antepassados. E como se não bastasse isso, eles ainda visitam um monumento que EU visitei quando fui para lá: o templo de Diana, em Évora. Olha aí eu lá Alegre. Como referência, eu tenho 1,58 de altura.

Templo de Diana, Évora 2

E olha aí eu, minha irmã e minha mãe:

Templo de Diana, Évora

Nessa época eu nem sabia quem era Percy Jackson, muito menos que eu me apaixonaria tão incondicionalmente por ele Coração vermelho Só não fui em outro lugar ali perto, também mencionado no livro, a Capela dos Ossos, porque acho pra lá de creepy. E, só para constar, Nico também. E se ele, que é filho de Hades, acha isso, agora que eu não me aventuro mesmo a entrar lá. Se você quiser saber mais a respeito desse lugar (e tiver coragem pra encarar), clique aqui.

Reyna, aliás, também ganha POV neste. E a gente vê como ela é forte, determinada e que, como Nico, também se sente extremamente só devido ao cargo que ocupa. Ela, como boa romana, não foge do dever, e coloca isso acima de tudo, inclusive de seus desejos, para completar a missão. O sentimento de isolamento só aumenta ao lembrar da “profecia” de Afrodite, que disse que ela não encontraria amor em lugar nenhum. E, depois do fora de Jason e de Percy, isso tem um peso ainda maior. Mas ela não se abala, e continua lutando para desfazer o mal que Otaviano infligiu no Acampamento Júpiter, e consequentemente, no Meio-Sangue. Assim como Nico, eu gostaria muito de mais livros só para ter mais POVs deles.

Leo também tem seu POV registrado, e ele continua o mesmo Leo de sempre, usando humor para disfarçar nervosismo e a mil por hora, sempre mexendo com alguma coisa. Só que neste ele na verdade está mais focado, e cheio de segredos. Desde que deixou a ilha de Calipso com a promessa de voltar, ele faz de tudo, planeja com cuidado sua volta. Leo, que toda a vida ficou atrás de alguém, encontrou em Calipso exatamente o que queria. Cá para nós, acho Calipso meio traiçoeira, e não cairia na conversinha dela como Leo. Mas, de novo, isso nasce de uma necessidade de se encaixar, e num barco com 6 outros semi-deuses, todos com seus respectivos pares, Leo é o elemento estranho.

Piper e Jason também tem POVs, mas deles não há muito o que falar, porque eles continuam mais ou menos os mesmos. Só Piper que está mais badass. E o relacionamento deles está mais firme também. E Jason, como aconteceu com Percy, também sente que tem mais que pode fazer pelos deuses menores, e está decidido a fazer isso acontecer. Uma coisa que eu achei bem legal de Jason, além do que eu já mencionei ali em cima, é que ele não se sente mais deslocado. Como ele mesmo fala para um deus (não lembro agora qual), sua família cresceu. Ele aceita muito bem a condição de ser filho tanto dos romanos como dos gregos, e assume a posição de servir de ponte entre os dois acampamentos. Mas…

Eu senti falta de um POV do Percy, e se o livro tem uma falha, é essa. E mesmo aparecendo pouco, nosso herói continua com toda a sua acidez deliciosa. E também é visível que o tempo no Tártaro teve seu impacto em Percy. Annabeth também aparece pouco, porque também não tem POV, assim como Frank e Hazel. Mas todos eles vão dar o melhor de si para para Gaia.

O livro é uma delícia, e prende, com um acontecimento bem encadeado no outro. Eu simplesmente devorei as 502 páginas de história (não estou contando o glossário) em um fim de semana. E já estou morrendo de saudades…

“(…) para ser reconhecida como filha da deusa do amor, você deveria partir o coração de alguém. Piper havia decidido há muito tempo que mudaria esta regra. Percy e Annabeth eram o perfeito exemplo de porquê. Você deve ter que completar o coração de alguém. Este é um teste bem melhor.” (p. 395)

E para terminar, deixo este link bem bacana, listando as razões de A a Z porque amamos tanto Percy Jackson Coração vermelhoCoração vermelhoCoração vermelhoCoração vermelhoCoração vermelho.

Trilha sonora

This is war (a brave new world…), Kings and Queens e Do or Die, do 30 seconds to Mars; I see fire, do Ed Sheeran, só por causa disso:

If this is to end in fire
We should all burn together
Watch the flames climb high
Into the night

Ainda Skyfall, da linda Adele (this is the end, hold your breath and count to ten…em mais de um sentido), Collision of Worlds, Robbie Williams and Brad Paisley; When two Worlds Collide, Iron Maiden; Burn Out Bright, Switchfoot.

Se você gostou de O Sangue de Olimpo, pode gostar também de:

  • coleção Percy Jackson e os Olimpianos – Rick Riordan;
  • As Crônicas dos Kane – Rick Riordan;
  • Tequila Vermelha – Rick Riordan;
  • Harry Potter – J. K. Rowling;
  • Ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis;
  • Jogos Vorazes – Suzanne Collins;
  • Divergente – Veronica Roth;
  • O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien;
  • A Crônica do Matador de Reis – Patrick Rothfuss.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Os Deuses da Guerra – O Imperador #3 – Conn Iggulden

 

O IMPERADOR - OS DEUSES DA GUERRA acompanha a trajetória de César logo após as vitórias na Gália e Bretanha, e sua travessia do rio Rubicão - um desafio às leis que proibiam governadores de levar suas legiões de soldados para além de suas províncias. Até mesmo o brilhante estrategista Pompeu é pego despreparado e obrigado a abandonar a cidade. Os exércitos de Roma enfrentam, então, outra guerra civil.
O IMPERADOR - OS DEUSES DA GUERRA marca o início do fim da trajetória de César. Um destino que será decidido não pelas legiões, mas por seu amigo Brutus e por Cleópatra, que lhe dará seu único filho. Para César, a campanha contra Pompeu testará seu gênio militar e o apetite pela glória, ao dividir a maior máquina de luta já conhecida pelo homem e jogar irmão contra irmão até a vitória ou morte. Mas será em outro reino, coberto de areia e mistério, que ele perderá para sempre a batalha pelo próprio coração...

Até tu, Brutus?

Quarto volume da série O Imperador, este narra os últimos feitos de Caio Júlio César. Depois de conquistar a Gália e a Bretanha, Júlio finalmente cruza o Rubicão e retorna a Roma, encontrando um cenário de abandono. Isso porque Pompeu, cônsul de Roma, como Júlio, foi forçado a isso. A tensão é palpável, e Roma está à beira de uma guerra civil.

Ao retornar, o primeiro ato de Júlio é se eleger novamente cônsul, mas agora sem dividir o poder. Só que Júlio não é homem de parar em um lugar só, e em pouco tempo, se entedia com as reuniões infindáveis do Senado, com os banquetes e mexericos da nobilitas. E com essa divisão de poder entre Júlio e Pompeu, Júlio acaba partindo atrás do último, para consagrar sua nomeação. Deixe-me explicar direito. Pompeu declara que a investida de Júlio na Gália e Bretanha é ilegal, e que ele não pode governar Roma de longe. Só que a popularidade de César só faz crescer, e assim, claro, ele se torna uma ameaça a Pompeu. E, temendo a fúria do exército de César, Pompeu parte para a Grécia.

Explicações dadas, paramos onde Júlio foi atrás de Pompeu, a fim de legitimar seu mandado, deixando Roma a cargo de Marco Antônio. Começa aí um jogo de intrigas e poder, ao mesmo tempo que César se estabelece como o maior governante que Roma já teve.

E enquanto o prestígio de César cresce junto com seu poderio militar, ele acaba favorecendo Marco Antônio e Otaviano, seu filho adotivo. E Brutus, com isso mostra um lado que até então estava escondido: inveja. Ele acha que por ser o amigo mais antigo e íntimo de César, ele deveria ter mais privilégios, e daí acaba se aliando a Pompeu e parte com este para a Grécia. Enquanto os trechos centrados em César são um deleite por podermos acompanhar o gênio militar e estrategista dele, os POVs de Brutus são marcados pelo ressentimento e amargura, e isso eu achei que ficou um pouco sacal, e até caricato demais. Mas isso de forma alguma diminui o livro.

E, depois de derrotar Pompeu, César ainda mostra um traço de genialidade ao perdoar Brutus a traição. Uma jogada ao mesmo tempo brilhante, mostrando misericórdia, e arriscada, pois pode atrair a ira dos soldados leais a César. E claro que isso acaba ocorrendo. Só não há mais guerra por causa da lealdade que César inspira em Otaviano, que é um líder nato.

Mas, como eu disse lá em cima, Júlio não é homem de se contentar em ficar muito tempo em um lugar só, e seus sonhos de grandeza para Roma estão ainda mais exacerbados neste livro. Depois de derrotar Pompeu, já no Egito, ele começa a formar o seu maior plano. Ao chegar no Egito, César se depara com um cenário de divisão: de um lado Ptolomeu, o rei menino, e do outro sua irmã, Cleópatra. Mais uma disputa de poder, e percebendo a vantagem de manter um posto em Alexandria, por motivos comerciais, César acaba se aliando a Cleópatra, e mais um pouco. Acho que nem preciso dizer como isso acabou, não? Todo mundo sabe (ou deveria saber) que César e Cleópatra tiveram um caso, para escândalo em Roma. Mas não é só isso. César, pelo poder que detém, sabe da importância de ter um herdeiro legítimo, e Cleópatra acaba pode lhe dar o filho que ele tanto queria.

E, com Cleópatra a seu lado, ele começa a delinear o que será sua derrocada: ele pretende se proclamar Imperador, o que pela lei de Roma era ilegal. E mais uma vez, a inveja de Brutus entra em cena, e começam as conspirações para seu assassinato (mais uma vez, isso não é spoiler! Se você acha o contrário, recomendo que estude melhor História). Com um agravante. Hell hath no fury like a woman scorned. E a fúria dessa vez vem de Servília, que não gostou nem um pouco de ter sido trocada por uma rainha jovem que ainda por cima deu um filho a César.

Intrigas e cenas de batalha detalhadas marcam este volume da série. O livro é dividido em 3 partes, e para mim a mais legal foi justamente a segunda, no Egito. Admito que me deu uma pontada no peito a descrição do incêndio da biblioteca de Alexandria, e me deu um pouco de raiva de César nessa hora. Mas a história num todo flui com facilidade, e os múltiplos POVs fazem a narrativa bem dinâmica. Personagens muito bem construídos e ambientação bem descrita também contribuem para deixar a leitura ainda melhor.

Trilha sonora

Now we are free e The Battle, de Hans Zimmer, por motivos de não dá para dissociar Maximus de Roma e Roma de Maximus Coração vermelho. O tema de abertura de Roma, Viva la Vida, Coldplay e Stand my ground do Within Temptation.

Se você gostou de Os Deuses da Guerra, pode gostar também de:

  • As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell;
  • A Busca do Graal – Bernard Cornwell;
  • As Crônicas Saxônicas – Bernard Cornwell;
  • 1356 – Bernard Cornwell;
  • As Aventuras de Sharpe – Bernard Cornwell;
  • Ramsés – Christian Jacq;
  • Os Pilares da Terra – Ken Follett;
  • Mundo sem fim – Ken Follett;
  • O Físico – Noah Gordon.

Maze Runner - Correr ou Morrer - filme

Já tinha mencionado na resenha que eu queria muito ver o filme, e finalmente eu consegui. E valeu a espera, o filme é uma ótima adaptação, e mesmo que o livro demore um pouco para engatar, no filme isso não acontece, e logo de cara somos fisgados para a realidade dos Clareanos e os perigos do labirinto.

O filme começa exatamente como no livro, com Thomas, por enquanto sem saber quem é, chegando à Clareira no elevador. E se eu já não soubesse que Dylan O´Brien é um bom ator (baseando-me somente em Teen Wolf, que, sinceramente, não achei muita coisa, e nem terminei a primeira temporada), só essa cena seria suficiente para me convencer que a escalação dele foi mais que acertada. O desespero de acordar em um lugar pequeno, escuro, e não se lembrar de quem é foi transmitido muitíssimo bem.

E saindo do elevador ele já enfrenta a desconfiança dos Clareanos, liderados por Alby. Alm Ameen, aliás, passa para a tela a liderança fácil e tranquila de Alby. Os outros Clareanos também estão muito bem representados, principalmente Gally (Will Poulter, que já arrasou como Eustace em As Crônicas de Nárnia - A Viagem do Peregrino da Alvorada, que eu vi esses dias, e caraca!, como esse garoto cresceu!) e Jojen Newt (Thomas Brodie-Sangster). Blake Cooper está superfofo como Chuck, me lembrando até o Chunk (Gordo) de Os Goonies, ainda que menos tagarela que no livro. Teresa também está muito bem representada por Kaya Scodelario.



Aliás, falando em Teresa, no filme ela tem mais destaque, e não passa tanto tempo dormindo, e graças aos deuses por isso. Outras mudanças estão no fato de Teresa e Thomas não partilharem o dom de telepatia, mas isso foi muito bem compensado na forma de flashbacks e pesadelos de Thomas. E, sinceramente, isso nem afeta muito a história, e acho que ficou muito bacana como fizeram no filme. Ela também demora um pouco mais para chegar na Clareira, mas novamente, isso não é nada que afete a trama. Outra coisa diferente que eu achei até mais legal no filme foi que as seringas que os Clareanos tem, de antídoto contra a ferroada dos grievers (que descobri que em português ficou Verdugos) é trazida por Teresa no filme. E isso ficou mais legal porque adicionou o fator de desconhecido. Quando eles precisam, fica aquela dúvida, será que podemos confiar?



O labirinto em si merece um parágrafo só dele. Desde pequena sou fascinada por labirintos, desde o filme Labirinto, passando pela labirinto da terceira tarefa do Torneio Tribruxo e pelo Labirinto do Fauno. Eles me fascinam e amedrontam ao mesmo tempo. E o labirinto criado por James Dashner ganhou uma nova dimensão no filme. É ainda mais aterrorizador do que o do Fauno, e mais opressivo que o que Harry tem que enfrentar. As paredes são descomunais, e muitas vezes não se vê o céu, deixando o filme sombrio e aumentando a sensação de claustrofobia. As manchas de umidade e a hera subindo pelas paredes dão a impressão de algo secular, apesar de ser relativamente recente na realidade do mundo criado por Dashner. E o barulho dos portões se fechando e das paredes se movendo é assustador. O labirinto é imponente em todos os sentidos, e demanda respeito, seja dos corredores, seja de nós, espectadores.

Aliás, acho que terem optado por deixar o filme escuro foi um toque de brilhantismo do diretor e do diretor de fotografia. Deixou o filme ainda mais assustador. E os Verdugos também são assustadores, e achei bem bacana a construção deles. Isso era uma coisa que eu tinha muita dificuldade de visualizar ao ler, e o departamento de CG fez um ótimo trabalho ao mostrar essas criaturas. E falando em efeitos especiais, o filme tem, pelo que notei, posso estar enganada, bem poucos, mas muito bem executados. Gosto do fato de optarem por algo mais cru e deixando mais a cargo dos atores. Para mim, isso valoriza imensamente o filme.



A adaptação, como já comentei, é bem fiel ao livro, e passa o mesmo senso de urgência do livro, só que mais rápido, sem tanta enrolação. E isso é bem fácil de entender. Enquanto um filme é visual, temos tudo ali, pronto, no livro fica a cargo do autor descrever as situações e ambientes, e no caso de MR, isso demora um pouco. Também, pelo fato de já estar familiarizada com o linguajar peculiar dos Clareanos, isso fica mais fácil, e de novo temos o recurso de visualização para ajudar. O filme passa bem rápido, quando a gente vê duas horas já foram e os créditos estão subindo. Recomendo assistir, mesmo que você não tenha lido o livro. Aliás, acho até que se você assistir primeiro, pode ficar mais fácil ler depois.


Beijos e até o próximo post!

sábado, 4 de outubro de 2014

X-Men: Dias de um Futuro Esquecido

"Humanity has always feared that which is different."

A Humanidade sempre temeu aquilo que é diferente. A máxima que Magneto tão sabiamente profere permeia toda a franquia X-Men (aqui somente a resenha de Primeira Classe), mas em nenhum outro isso soa tão verdadeiro como em Dias de um Futuro Esquecido. Um testamento de como esse medo pode ser paralisante e opressor, com graves consequências tanto para temidos e temerosos. E mostrado cruamente na forma de um futuro sombrio, desolado e onde a esperança há muito foi embora.

Eu queria ter escrito esta resenha há tempos, quando eu vi o filme no cinema. Acontece que eu queria ter assistido novamente na telona antes, o que não aconteceu. De uma forma, isso foi até melhor, porque agora, vendo novamente em blu ray, posso comentar uma coisa muito bacana que ficaria de fora, e que com certeza irá agradar os fãs. Mas daqui a pouco eu chego lá.

O filme começa exatamente no futuro, numa paisagem desoladora e fria. Os poucos mutantes restantes lutam desesperadamente por sobrevivência, com pouquíssimas chances disso. Logo, os robôs Sentinelas aparecem e daí nada além de muita sorte pode salvar o pequeno grupo liderado por Kitty Pride, Bishop, Iceman e cia. E diante dessa ameaça, já não há mais desavenças com a Irmandade e os X-Men. Como em United, eles se unem para combater o mal maior. Só que ao contrário de United, agora o objetivo de ambos os lados de Mutantes é o mesmo. Tanto um como outro passaram a alvos. E a intolerância chega ao ponto até de humanos que tentam ajudar também são exterminados como moscas inconvenientes.



Tudo por causa de uma escolha. Como Veronica Roth diz em Divergent, uma escolha pode mudar sua vida. E no caso, não só um avida, mas as vidas de milhares de pessoas. Um pequeno evento que pode causar o cataclisma final. Lá no final de Primeira Classe, quando Prof. Xavier dá as costas a Raven, por não conseguir enxergar que ela cresceu e não é mais a mesma menininha com quem cresceu, Xavier coloca em posição as peças no tabuleiro. E quado Eric faz a mesma coisa, Raven, sozinha e sentindo-se ameaçada, ela parte para o ataque. E quando suas ações a levam ao extremo e ela mata pela primeira vez, tornado-se a Mystique, o jogo está armado. E a situação não é favorável a ninguém. Mutante e orgulhosa. Sempre. Só que retomando o que eu coloquei a li em cima, a humanidade teme a diferença, isola, extermina.

E o responsável por isso é Bolivar Trask, cientista brilhante que criou os Sentinelas, com o único propósito de exterminar os Mutantes. Só que a paranoia acaba crescendo, e eventualmente os robôs são modificados para atacar não somente Mutantes, mas também potencias ameaças futuras. E ao mesmo tempo, os robôs tem em seu sistema o DNA de Mystique, e assim absorvem os poderes mutantes e os usam contra sues alvos. O temeroso assume o poder, e brincando de Deus, julgando-se superior, acha-se no direito de fazer o que bem entende com o temido. Experimenta, desumaniza, demoniza.


E para tentar parar este ciclo entra em cena Wolverine e sua capacidade de regeneração. Kitty Pride tem o poder de enviar a consciência de alguém ao passado e assim alterar a História. Mas a mente só pode chegar até certo ponto antes de quebrar. Por isso, só Wolverine e seu poder podem resistir tempo suficiente para que o plano dê certo. E assim passado e presente coexistem, de forma paralela. Até que ambos convergem em um ponto comum, e a realidade se estabeleça.

O problema reside justamente em tentar conciliar Magneto e, principalmente, restaurar a esperança em Xavier, que sofre exatamente pelas escolhas que fez. As tensões se estabelecem, desconfiança e desespero andam juntos. E Logan tem que convencer um Xavier desenganado e um Magneto amargurado a trabalhar juntos. Disso depende o futuro.

A ação se passa pela maior parte em 1973, com sequências de tirar o fôlego, e a participação sensacional de Quicksilver. A cena da cozinha é épica e hilária. Também temos trechos de partir o coração, quando descobrimos o que aconteceu com Azazel, Angel e Banshee. Isso também no futuro, quando vemos Bobby e Colossus terem as cabeças esmagadas pelos robôs Sentinelas (isso não é spoiler, é a primeira coisa que acontece no filme).



Vocês notaram que eu escrevei, escrevi, e até agora não falei nada dos atores? Foi de propósito. O elenco é um capítulo à parte. Não dá para isolar um só. James MacAvoy brilha como Prof. Xavier atormentado (e eu tenho que dizer que eu AMO o sotaque dele), Michael Fassbender se destaca sempre como Magneto (e rende ótimas sequências com James), Jennifer Lawrence diva muito como Mystique, Ellen Page sensacional como Kitty... Isso sem falar de Ian McKellen, sempre infalível como Magneto mais velho, e Peter Dinklage como o soturno Dr. Trask.  Mas, sinceramente, TODOS são igualmente perfeitos, e há muito entrosamento entre o elenco. Isso, confesso, era uma coisa que me preocupava em relação ao filme. Como conciliar um elenco desse tamanho, sem que um ofusque o outro? E nas mãos competentes de Bryan Singer isso acontece. E não preciso nem falar de Hugh Jackman como Wolverine, certo? Sério, ele nasceu para fazer o Logan.



E também me preocupava o roteiro. Como fazer para juntar duas partes da história que se passam em tempos diferentes sem ficar confuso? E conseguiram. A trama flui, tudo faz sentido. Até mesmo uma explicação convincente para o fato de Xavier andar é dada. E não ficam pontas soltas. Tudo se explica, tudo se encaixa.



A fotografia é primorosa, Escura e desértica no futuro, e clara e cheia de vida no passado. Efeitos especias também excelentes, realistas. Os robôs em particular são de botar medo. O figurino é lindo (ou tanto quanto pode ser, considerando-se que o filme se passa numa das épocas mais desfavoráveis em termos de moda). Só não me agrada o penteado de Storm. Sério, o que estavam pensando? No mais, só elogios. Drama, ação e humor estão bem equilibrados no filme, e quando a gente vê, duas horas se passaram e a gente nem percebeu.



Mas, falando em Storm, eu preciso comentar uma cena deletada. (ATENÇÃO! SPOILER! Se você não viu na web, leia por sua conta e risco). Claro que há uma chance de Logan não voltar de sua viagem ao passado. Quem acompanhou a série animada lá dos anos 90, ou leu os quadrinhos (note to self: LER! Pretendo fazer exatamente isso, aproveitando que estão lançando em capa dura) sabe que num futuro alternativo, sem Jean, Wolverine acaba se casando com Storm. E não é que para deleite nosso, há uma cena que mostra isso? Nos extras do blu ray :) Confira aqui (na verdade, essa cena é de erros de gravação, mas tirando o reação de Halle Berry depois, ela é assim mesmo). e se você ficou meio deslocado pela cena pós-créditos, ela é um traser do pórximo filme da franquia, e mostra Apocalipse e os quatro cavaleiros (veja a explicação aqui. Minha memória falha nisso, mas se bem me lembro, tem uma storyline da série de animação antiga, dos anos 90, que narra essa parte).

Esse é facilmente o melhor filme da franquia. E, como aconteceu com Capitão América 2: O Soldado Invernal, a Fox deu uma guinada na franquia, e não tem volta. Na minha humilde opinião, essa guinada foi para melhor, e o universo de X-Men só cresceu com isso, ganhou em profundidade. Acho que este funciona exatamente como o Soldado Invernal, é um divisor de águas. Há ligações com os anteriores, claro, mas nada mais será o mesmo. E foi um aposta arriscada, mas altamente eficiente da FOX. Então, se você ainda não conferiu Dias de um Futuro Esquecido, não perca tempo, e vá atrás. Confira o trailer:



E, deixando para fazer a resenha agora, sinto que fiz justiça ao filme. Sério, não deixem de conferir.

Beijos e até o próximo post!