quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Correr ou Morrer – Maze Runner #1 – James Dashner

 

Maze runnerAo acordar dentro de um escuro elevador em movimento, a única coisa que Thomas consegue lembrar é de seu nome. Sua memória está completamente apagada. Mas ele não está sozinho.
Quando a caixa metálica chega a seu destino e as portas se abrem, Thomas se vê rodeado por garotos que o acolhem e o apresentam à Clareira, um espaço aberto cercado por muros gigantescos. Assim como Thomas, nenhum deles sabe como foi parar ali, nem por quê. Sabem apenas que todas as manhãs as portas de pedra do Labirinto que os cerca se abrem, e, à noite, se fecham. E que a cada trinta dias um novo garoto é entregue pelo elevador. Porém, um fato altera de forma radical a rotina do lugar - chega uma garota, a primeira enviada à Clareira. E mais surpreendente ainda é a mensagem que ela traz consigo.
Thomas será mais importante do que imagina, mas para isso terá de descobrir os sombrios segredos guardados em sua mente e correr, correr muito.

Fazia tempo que eu queria ler esse livro, mas exatamente desde a Bienal de 2010, que tinha um stand de divulgação desse livro bem bacana. Mas não sei porque não li, nem comprei. Mas foi anunciarem o filme, e uma amiga minha começar a ler, que a vontade voltou.

Antes de começar, eu li em inglês, então me perdoem por não saber os termos em português. E vou colocar em inglês mesmo, pra não pagar mico. Esclarecimentos feitos, vamos lá.

Tudo começa quando Thomas acorda num elevador sem lembrar de nada fora seu nome. Ele acha que está sozinho, e qual não é a sua surpresa quando ao chegar ao alto, descobre que está numa Clareira, e com vários outros garotos como ele. Esqueci de dizer que Thomas acha que tem 16 anos, mas não tem certeza. E todos os habitantes da Clareira (esqueci de dizer que descobri esse nome pela sinopse) são garotos, ênfase no sexo masculino, alguns pouco mais velhos que Thomas e outros até mais novos. E todos chegaram em algum momento na Clareira exatamente como Thomas, sem lembrar de nada.

E a vida na Clareira até que não é ruim, exceto pelo fato de eles estarem presos pelo Labirinto e não encontrarem a saída. Fora isso, toda noite as portas do Labirinto se fecham, e o Labirinto é tomado por criaturas meio animais meio robôs, letais. E uma picada desses seres, os Grievers (não sei em português), leva a uma espécie de doença, e se o pobre infeliz tiver a sorte de escapar, lembra de algumas coisas de sua vida anterior. E quem passou por isso jura, que mesmo com tudo isso, a vida na Clareira é muito melhor. Esqueci de dizer que eles vivem isolados lá porque alguma tragédia assolou a Terra e a vida como a conhecemos.

Tudo corre como sempre, uma vez por mês chega um novato (Greenie), os suprimentos vem em abundância, e os Gladers seguem com suas vidas em paz, na medida do possível. Até a chegada de Thomas. Logo no dia seguinte chega outro Greenie. Ou melhor, outra. Desta vez o elevador manda uma garota, a única do lugar, e com um aviso desconcertante: tudo vai mudar. E ela conhece Thomas. E ela também parece familiar a Thomas.

Thomas é um garoto inteligente, curioso e corajoso. E teimoso. Logo quando chega à Clareira, Thomas já acha que o lugar é familiar, e assim que conhece os Maze Runners (corredores?), logo decide que é isso que ele quer fazer. Thomas também é muito perspicaz e instintivo. E Thomas não se conforma com o costume dos Gladers de abandonar os que foram feridos, e assim ele começa uma pequena revolução na vida dos Gladers. E consequentemente conquista amigos e também inimigos.

Entre os amigos, o primeiro que Thomas faz é Chuck, um garoto de 13 anos mais ou menos e que fala pelos cotovelos. Chuck é um sopro de vida no livro, curioso e com a vivacidade dos 13 anos. Além dele, Minho, o líder dos Runners, e Newt, o segundo em comando dos Gladers. Minho é destemido e muito prático, mas paciente e ensina Thomas o que é ser um Runner. E Newt tem um senso de humor ácido e tem a mente aberta. Newt também exerce uma liderança fácil, além de ter sido Runner, mas sofreu um acidente e agora manca de uma perna. O que não o impede de tentar.

Contrários a Thomas, Newt e cia. está Alby e seus comparsas. Estes são mais duros e inflexíveis. Eles se opõem a tudo que Thomas e seus amigos fazem, e quando mudanças drástica acontecem na Clareira, eles vão logo culpando Thomas por elas. Porém, eles não são os inimigos que realmente importam, e sim o Labirinto, e quem os colocou lá. Esse é o grande mistério e o que realmente causa desconforto no livro.

E o livro em si é bom, a escrita é boa, mas demora um pouco para empolgar, e também é difícil de se acostumar com os termos utilizados pelos Gladers. Mas uma vez vencida essa etapa é difícil largar. Os capítulos são em geral curtos, e bem encadeados uns nos outros, de modo que a leitura é fácil. E o final tem um bom cliff-hanger para o segundo. Vale a leitura.

Trilha sonora

Radioactive, Imagine Dragons (essa versão ao vivo é o máximo!), Explorers, do Muse (Free me, free me from this world), In repair do Our Lady Peace e Disarray, do Lifehouse.

Se você gostou de Correr ou Morrer, pode gostar também de:

  • Jogos Vorazes – Suzanne Collins;
  • Divergente – Veronica Roth.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Citação do Mês

 

“Deus é a totalidade do universo e a compreensão do infinito. ele é a pura bondade, o amor irrestrito e a aceitação do desigual. Na ciranda dos sentimentos, o amor é o mais grandioso, porque reúne uma mistura de sensações convergentes, tais como a paixão, a amizade e o respeito.”

Eduardo Spohr, A Batalha do Apocalipse, p. 483

batalha apocalipse

Beijos e até o próximo post!

Under the Dome – série

 

Under the dome 2Under the Dome entrou para uma das melhores leituras do ano passado, sendo mencionado no Balanço 2013 e ganhando várias categorias, incluindo melhor livro, na tag Oscar Literário, Dale “Barbie” Barbara ganhou o prêmio de melhor personagem coadjuvante masculino e ainda entrou para o Top Piriguetagem 2013. Pergunta se eu gostei? Tanto do livro como da série. E como ela terminou pela TNT essa semana que passou e eu havia dito que comentaria separadamente (mesmo já fazendo um breve comentário na resenha do livro), vim cumprir.

Começo logo dizendo que se você só leu o livro e não assistiu a série ainda, pode se decepcionar. Inicialmente, como eu disse nos links acima, a série não tem quase nada a ver com o livro, a não ser pelo fato de Chester´s Mill ser isolada do mundo por um misterioso domo que surge do nada, e dos nomes dos personagens. A maioria deles, inclusive, tem o mesmo nome do livro, mas são personagens totalmente diferentes. Agora, se você deixar de lado as comparações e pensar na série separadamente, e com a cabeça fria, verá que a série é sim muito boa. E, mesmo eu, que li o livro, tenho que dar o braço a torcer e me retratar por algo que eu disse nos links ali em cima. Muitos dos acontecimentos narrados no livro acontecem sim na série, só de forma diferente. Mas eu só percebi isso conforme a série se encaminhou para o final. E isso é até fácil de se pensar: sendo uma série que (#oremos) tenha vida relativamente longa, há a necessidade de criar outras situações e outros conflitos, para dar continuidade. E não vamos esquecer que Stephen King, ele mesmo, é produtor executivo da série, o que significa que ele tem poder de decisão no decorrer da série. E também não dá para não falar de Steven Spileberg na produção, sempre com coisas boas. Isto posto, vamos lá.

Dome

Tudo começa num dia qualquer, numa cidadezinha pacata e sem graça do interior do Maine, nos Estados Unidos. A vida corre como sempre, quando o tal do domo cai sobre a cidade, isolando-a do resto do mundo. A partir daí, tudo muda. A cidade sem graça e meio que fim de mundo que todos pensavam conhecer vira uma panela de pressão prestes a explodir com os segredos e falhas de seus habitantes e de quem teve o azar de estar passando por lá quando o domo caiu. E uma pausa aqui para falar dos efeitos especiais na hora que o domo cai. O que foi aquela vaca cortada ao meio,  minha gente? Fiquei com pena da vaca, mas foi legal, assim como o avião logo em seguida se espatifando no domo. Muito bem feitos.

Dale barbaraVoltando. Um dos que tem o azar de estar de passagem (mais ou menos, mas não vou dar spoilers) por Chester´s Mill é justamente o supracitado Barbara. E logo de cara ele nos deixa com a pulga atrás da orelha: ele está enterrando alguém na floresta. Porém, depois disso ele é tudo de bom. E tenho que confessar que esse lado meio misterioso dele só me faz gostar dele ainda mais. E ele muda muito depois da queda do domo. E, como eu já disse, Mike Vogel dá vida a Barbara com muita competência. Ele já havia arrasado em Bates Motel, e não decepciona aqui. Ele faz bonito com a mistura de badass e sensibilidade de Barbara. Como no livro, ele é ex-militar, e já foi cozinheiro, mas acaba aí. E isso não é ruim, pelo contrário, o personagem é extremamente rico exatamente por não ser sempre o mocinho. Ele continua inteligente, sagaz e tem um espírito de liderança fantástico. Ele logo de cara saca Big Jim Rennie, e peita o cara de igual para igual, sem medo nenhum. Deu para perceber que eu sou doidinha por Barbara, não? Uma das melhores falas da série vem dele:

Barbara: Você pensa que é um deus para essa gente, mas eu e você sabemos o que você realmente é.

Big Jim: O quê? Um criminoso?

Barbara: Pior. Político.

Julia under the domeE se um grande homem tem uma grande mulher por trás, isso também se aplica a Chester´s Mill. No caso, estou falando de Julia, vivida também com competência pela linda Rachelle Lefèvre. Ela é jornalista também, e acabou de ser abandonada pelo marido (pessoal que viu a série, eu sei que não é bem isso, mas não vou dar spoilers). É uma mulher forte, determinada e independente. É outra que não tem medo nenhum de Big Jim. É bem racional, mas também tem seu lado meigo, é uma mocinha sem ser chata como de costume. Além disso, Rachelle e Mike tem uma química incrível, que foi muito bem explorada na série. E, como todos os outros na série, ela também tem lá seus segredos. Ela é naturalmente boa, e sempre vai ajudar quem precisa.

Angie   Joe   Norrie

E dentre os personagens bonzinhos vale também destacar os adolescentes, que também fazem bonito. São eles Joe MacAlister (no livro é outro nome, mas agora não lembro) e Norrie Calvert, interpretados respectivamente por Colin Ford e Mackenzie Lintz. Eles, junto com a irmã de Joe, Angie (a linda e também ótima Britt Robertson) e Junior Rennie (o também ótimo Alexander Koch) tem uma certa ligação com o domo. Enquanto os dois primeiros são adolescentes normais, Junior e Angie tem uma relação tensa de amor e ódio. Junior é perturbado, não tanto como no livro (e eu entendo, necrofilia não cairia nada bem na TV), mas é uma delícia amar odiar Junior, que é um personagem dual, e muito bem trabalhado. Fora que, paranoias à parte, Alexander Koch é uma gracinha também. E Angie é forte e apesar de novinha, peita Jim Rennie como uma igual. E neste caso, é muito bom que ela é diferente do livro. Mesmo.

Joe   Junior   Angie   Norrie

Big JimO contraponto de tudo isso, e desafeto de boa parte dos personagens, é Big Jim Rennie, o vereador local, o tal com complexo de deus ali de cima. Dean Norris faz Big Jim muito bem. Outro que dá gosto odiar, tipo o  Joffrey (sim, eu odeio o reizinho, mas adoro ver o Jack Gleeson trabalhando). Ele é exatamente como Barbara disse: o político por excelência, capaz das atrocidades mais baixas para remover quem estiver em seu caminho (isso é importante, mas não vou falar mais), sempre com a desculpa de que é para o bem da cidade, e depois mente para se safar, com a cara mais lavada, posando de santinho. Qualquer semelhança não é pura coincidência. Tenho vontade de entrar no domo e dar uns safanões nele. Ele me enoja, mesmo, e isso se deve tanto a Stephen King, que é pai do personagem, como a Dean Norris, que entrou perfeitamente no papel. Ao mesmo tempo que não vejo a hora de ele pagar pelos abusos, também quero mais dele em tela, porque realmente é bom de ver.

Junior

Quem me irrita na série é Linda, a xerife. Ela está sozinha em Chester´s Mill, já que seu noivo foi para a cidade vizinha, e Duke Perkins, seu mentor, morre. No começo eu até gostava dela. Ela tomava decisões polêmicas, muitas vezes contrárias a Jim Rennie, e era forte e determinada, Mas no final eu me decepcionei com ela. Do nada ela passa a ser peão de Jim, e isso me irritou muito. Tenho vontade de dar uns bofetões nela, pela perda da personalidade. A atriz, Natalie Martinez, porém, a retrata muito bem.

Linda

Há outros personagens legais também, e interpretados com a mesma competência, mas se fosse falar de cada um deles, ficaria aqui até amanhã. Dentre eles destaco a participação mais que especial de Samantha Mathis como a mãe de Norrie (e o legal é que na série Norrie tem duas mães, e ninguém julga) e Natalie Zea, que já brilhou como a mulher de Joe Carroll em The Following, e aqui também não faz por menos.

A ambientação é linda, Chester´s Mill parece uma cidadezinha idílica. O que é bem diferente é que não há, pelo menos por enquanto, na série, o problema ambiental que há no livro. Esqueci de dizer na resenha que o domo causa todo tipo de alteração climática na cidade, e o ar se torna tóxico. Isso é uma das causas de mais aflição ao ler o livro. Mas a série também não deixa essa sensação passar. Os episódios 1x 4, Outbreak, quando um surto de meningite assola o hospital, e 1x 6, The Endless Thirst, quando a água começa a faltar (e acontece o piquete no mercado) são angustiantes. E isso se repete em cada episódio, estou só citando alguns exemplos. Até que culminou com o episódio final, 1x13 Curtains. E este acabou com um ótimo cliff-hanger para a segunda temporada, que só sai lá nos EUA em junho. Só para dar uma ideia, o final foi equivalente aos finais de HP e o Cálice de Fogo, A Dance with Dragons e A Marca de Athena. E enquanto isso, eu fico aqui, angustiada.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Tag–Top Livros Baseados em Fatos Históricos

 

Oi gente! Mais uma tag que eu vi no blog da Jéssica, Ler é Incrível.

Eu falei o nome da tag errado no vídeo, mas o que vale é esse aqui.

Vou colocar os links para as resenhas, e quando necessário, links para leituras sobre os fatos históricos mencionados. Algumas resenhas já tem um link. Livros mencionados:

Beijos e até o próximo post!

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Dia do Leitor

 

Um dia especial para nós, leitores!

Parabéns a nós, leitores vorazes, que nos perdemos nas histórias, entramos em mundos diversos, vivemos aventuras, nos alegramos, amamos, damos risada, sofremos e choramos com nossos personagens favoritos, sonhamos com eles, e acompanhamos cada passo de suas aventuras.

coruja leitor

FELIZ DIA DO LEITOR  A TODOS NÓS!

(Imagem: Conselhos de Uma Coruja)

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Inside HBO´s Game of Thrones

 

Inside HBO GoTAté que enfim terminei o livro! Foi meio que uma promessa que eu fiz a mim mesma, que eu ia deixar de enrolação, e acabar. Já fazia tempo que faltava só um tantinho de nada para ler, e eu só enrolando, porque o livro é grande e incômodo para ler. Mas é lindo *.*

Comprei o livro no impulso, porque não aguentei ver a foto (linda) do Jon. Eu precisava ter! O livro foi caro, mas valeu. O acabamento é de primeira, acolchoado, as páginas são enceradas, e as fotos da série são lindas. E como se não bastasse isso, a introdução é escrita por ninguém menos que o Santa From Hell, e também por Dan e David. E a apresentação é impecável.

O livro é dividido em partes, cada uma dedicada a um núcleo: Muralha, Essos, Winterfell, King´s Landing, etc. e dentro de cada uma há a descrição das famílias (ou grupo) que predomina naquele núcleo. Assim, por exemplo, em Winterfell, temos a breve história dos Stark, claro, e em King´s Landing, da família Lannister. E os dados são muito bacanas, sabemos um pouco mais daquela família. Mas o que mais me chamou atenção foi sobre os Greyjoy. Supostamente, um ancestral deles possuía um dragão de água. Por que isso é interessante? Por causa da teoria sobre O Dragão de Gelo, tão controversa. Ora, se supostamente existiu um dragão de água, por que não um de gelo?

Além disso, descobrimos algumas curiosidades sobre os bastidores, como por exemplo que Maisie Williams, é destra, mas ficou super empolgada com o fato de Arya ser canhota, que Harry Lloyd (Viserys) e Emilia Clarke ficaram super amigos, que Ian Glenn ( o rei da friendzone) adorou gravar no Marrocos e na Croácia.  Isso, claro, e, adição de detalhes de como cenas icônicas. como a decapitação de Ned e a coroação e Viserys foram feitas.

Tudo é contado por quem realmente colocou a mão na massa: atores, produtores, figurinistas, cenografistas, e até o linguista que desenvolveu a língua dothraki (e, óbvio, algumas curiosidades sobre a língua). A leitura é fácil, e por ter muitas ilustrações, dá para ler rápido (eu enrolei mesmo, foi preguiça mesmo). E interessante é que, eu pelo menos, lia tudo com as vozes dos atores na minha cabeça Alegre

Enfim, para quem é fã do universo criado por GRRM, uma leitura mais que recomendada.

Aniversário!

 

Mais um ano se passou, e o blog continua Alegre

velinhas aniversário

São quatro anos completos agora, nos quais conheci gente interessante, fiz amigos, descobri leituras novas, e discuti uma das minhas paixões.

A vocês que me acompanham, só tenho uma coisa a dizer:

agradecimento

Eu sei que é clichê, mas realmente, sem vocês, o blog não existiria. Amigos perto, outros distantes, amigos que conheço pessoalmente, outros só pela net, amigos novos, outros de longa data, mas a todos vocês, meu muito obrigada pelo carinho.

E que venham muitos mais!

Beijos e até próximo post!

sábado, 4 de janeiro de 2014

Tag Oscar Literário – Retrospectiva 2013

 

Oi gente! Primeiro vídeo e primeira tag do ano!

Eu vi respondida no Ler é Incrível, da Jéssica, mas quem inventou a tag foi o Leandro do Palavras de um Leitor.

Aí vai:

Deixo aberto para quem quiser responder. E não esqueçam de visitar o meu canal no YouTube!

Obrigada e até o próximo post!

Beijos!

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O Olho do Mundo – A Roda do Tempo #1 – Robert Jordan

 

O Olho do mundoUm dia houve uma guerra tão definitiva que rompeu o mundo, e no girar da Roda do Tempo o que ficou na memória dos homens virou esteio das lendas. Como a que diz que, quando as forças tenebrosas se reerguerem, o poder de combatê-las renascerá em um único homem, o Dragão, que trará de volta a guerra e, de novo, tudo se fragmentará.
Nesse cenário em que trevas e redenção são igualmente temidas, vive Rand al'Thor, um jovem de uma vila pacata na região dos Dois Rios. É a época dos festejos de final de inverno - o mais rigoroso das últimas décadas -, e mesmo na agitação que antecipa o festival, chama a atenção a chegada de uma misteriosa forasteira.
Quando a vila é invadida por Trollocs, bestas que para a maioria dos homens pertenciam apenas ao universo das lendas, a mulher não só ajuda Rand e seus amigos a escapar dali, como os apresenta àquela que será a maior de todas as jornadas. A desconhecida é uma Aes Sedai, artífice do poder que move a Roda do Tempo, e acredita que Rand seja o profético Dragão Renascido, aquele que poderá salvar ou destruir o mundo.

“E a Sombra caiu sobre a terra, e o Mundo foi despedaçado, pedra por pedra. Os oceanos recuaram, as montanhas foram engolidas, e as nações se espalharam pelos oito cantos do Mundo. A lua era como sangue, e o sol, como as cinzas. Os mares ferveram, e os vivos invejaram os mortos. Tudo se fez em pedaços, e tudo se perdeu, a não ser a memória, e uma delas acima de todas, a daquele que havia trazido a Sombra e a Ruptura do Mundo. E a ele deram o nome de Dragão.”

(Aleth nin Taerin alta Camora. Autor desconhecido, a Quarta Era).

Como eu tinha adiantado na tag Dicas de leitura para as férias, aproveitei as minhas para ler este livro. Como eu havia dito, a capa já me chamava atenção, por me lembra outro livro que eu amo, A História Sem Fim, e também já tinha ouvido falar muito bem dele. E, atenção pessoal viciado em ASOIAF, aqui está mais uma série (são, prepare-se, 14 livros) com potencial de viciar e levantar as mais diversas teorias em torno da história. Lá fora já saíram todos os volumes, mas aqui por enquanto só o primeiro, com o segundo, A Grande Caçada, previsto para este ano, pela Intrínseca. E uma curiosidade: Robert Jordan é pseudônimo de James Oliver Rigney, Jr, e inicialmente a série era para ser uma trilogia, mas depois seriam seis, e finalmente 12. Mas depois do falecimento do autor, contrataram Brandon Sanderson para escrever o último, que foi desmembrado em 3. E mais uma curiosidade: o autor era maçom, há diversas referências aos rituais maçons no livro (fonte: Robert Jordan – Skoob e Wheel of Time – Wikipedia).

Bom, agora sobre o livro. Rand al´Thor é um jovem de uns 18/19 anos, que vive no povoado de Dois Rios com seu pai, Tam. Rand é pastor, e fora suas ocupações na fazenda, nada de muito interessante acontece no povoado. Como todos os habitantes do lugar, ele se prepara ansiosamente para as celebrações de final de inverno, que este ano foi mais rigoroso do que de costume. Tudo corre bem, até que Trollocs, criaturas que até então pertenciam às lendas, o terror se instala, e Rand é obrigado a fugir.

Rand é inteligente, mas até por sua criação, é um tanto ingênuo e simplório. Ele cresceu com as mesmas crenças de todo o povoado, e quando os Trollocs atacam, claro que o pânico bate. Só que Rand não é um simples pastor, e os trollocs invadiram seu vilarejo em busca dele. Rand ainda não sabe, mas é peça fundamental no destino de seu mundo. E ele se desenvolve muito no livro, só não posso falar ainda, apesar de ficar meio óbvio com a leitura (e mesmo com o trecho que eu coloquei ali em cima). Aos poucos, Rand vai perdendo o medo, e ganhando confiança. E também independência. Ele não quer ser um peão de ninguém, e isso vai ser determinante para suas atitudes durante o livro. E também há mistérios sobre ele, mas de novo não posso falar sem revelar nada.

Rand não foge sozinho. Seus amigos Mat e Perrin também são perseguidos pelos Trollocs. Ambos tem a mesma idade de Rand, e também tem seus ofícios na vila: Perrin é ferreiro, e Mat, acho, é fazendeiro. Mat é o mais brincalhão, e adora pregar peças nos amigos. Mat é o que mais muda durante o livro, mas não posso dizer porquê sem dar spoilers. Digo isto: quem leu (ou mesmo só assistiu) O Senhor dos Anéis pode imaginar a mudança. Ele deixa de ser o rapaz alegre e brincalhão para dar lugar a um homem desconfiado até da sombra, e até agressivo. Mat também é o mais influenciável dos três. Já Perrin é o mais introspectivo, de poucas palavras, e o mais simplório dos três também. Mas, como Rand, Perrin é mais que isso. Novamente não posso comentar sem dar spoilers, mas posso dizer que ele se daria muito bem com Bran, Jon e Arya. Todos os três são perseguidos por um motivo: todos eles tem o sangue antigo correndo nas veias, e o Tenebroso reivindica suas vidas.

Mat até tem motivo para ser desconfiado. Todos eles tem. Quem ajuda os três a fugir é Moiraine, uma Aes Sedai, uma feiticeira, que onde vai enfrenta desconfiança por sua ligação com magia. e também porque sua classe tem papel importante (e nada favorável, aliás) na delicada política do Mundo. E entre as Aes Sedai há facções também, e nem todas se entendem. Por enquanto isso basta. De volta a Moiraine, ela é uma mulher forte e inteligente, exerce uma autoridade respeitosa. Moiraine é sábia, e perspicaz o suficiente para perceber coisas bem antes de todo mundo. Moiraine não está sozinha. Acompanhando a Aes Sedai está Lan, um Guardião. Lan é um homem sisudo, de poucas palavras, mas quando ele fala, é bom prestar atenção. Lan já impõe autoridade mais pela força, mas também pode ser plácido, e nunca perde a calma. Também tem mais nele do que simples Guardião, mas não posso falar ainda.

E completando o grupo que foge de Dois Rios estão Egwene e Nynaeve. Egwene é uma jovem inteligente, determinada e independente, um pouco mais nova que Rand e seu interesse amoroso. Ela é um tanto teimosa, mas tem vontade de aprender.Ela é aprendiz de Sabedoria, mas tem mais nela do que isso, como todos. E Nynaeve é a Sabedoria da vila. E como o título diz, ela é sábia e inteligente, e uma espécie de curandeira. Nynaeve é desconfiada e não gosta de Moiraine, mas colabora com ela pelo bem de todos. Também é teimosa e tem uma língua afiada. Outra coisa sobre ela é que ela é bem jovem para uma Sabedoria.

Do outro lado, como eu disse, está o Tenebroso, ajudado pelos Trollocs e pelos Myrddraal, homens sem rosto e cruéis. Fazendo um paralelo, imagino eles como os Nazgul de TLOTR. E o Tenebroso por enquanto é mais uma ameaça do que real. Ele exerce seu poder sobre os três jovens dos Dois Rios pelos sonhos, sempre ameaçadores, e muito, muito reais. Há também mais alguns, humanos, como os Mantos Brancos, e os Amigos das Trevas, mas são muitos, e nem sempre aparecem muito.

Vale também destacar a rainha, Morgase, e seus filhos, Elayne e Gawyn, que aparecem um pouco, e ou muito engano, ou ainda vão aparecer de novo. E também Loial, um Ogier. Loial acaba se juntando a Rand e seus amigos, e é um ser meio humano, meio lobo, grandão, mas pacífico e amigo das florestas.

Há ainda muitas coisas e personagens interessantes no livro, mas são muitos e se for falar de cada um, um post só não seria suficiente. A trama é elaborada, e Robert Jordan criou um mundo fascinante, com mitologia própria e intrincada. Há muitas similaridades com outras obras, como TLOTR, como eu já apontei, mas também lembra muito ASOIAF, Eragon, A Crônica do Matador de Reis e principalmente das lendas arturianas, mas tudo muito bem desenvolvido e envolvente. A narrativa é fácil, e se alterna entre os personagens, sempre em terceira pessoa, mas o principal é mesmo Rand. O final já deixa um bom cliff-hanger para o próximo. Mais uma grande série de fantasia, que conquista não só leitores de fantasia, mas todos.

Trilha Sonora

Stand my ground e It´s the fear, do Within Temptation; Fear of the dark, do Iron Maiden; Nemo, do Nightwish; Arise, do Flyleaf; Divano e Ameno, do Era, e The Mystic´s Dream, da Loreena McKennitt.

Se você gostou de O Olho do Mundo, pode gostar também de:

  • As Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R. Martin;
  • Ciclo A Herança – Christopher Paolini;
  • A Crônica do Matador de Reis – Patrick Rothfuss;
  • O Senhor dos Anéis – J. R. R. Tolkien;
  • As Brumas de Avalon – Marion Zimmer Bradley;
  • O Trílio Negro – Marion Zimmer Bradley;
  • As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell;
  • O Único e Eterno Rei – T. H. White.