domingo, 27 de novembro de 2011

Conta Comigo

 

Stand by me Outro dia, passeando com o controle remoto pelos canais, dei da cara com um clássico. E um dos meus filmes preferidos. Fazia tempo que eu não assistia. E era Conta Comigo.

Baseado em uma novella de Stephen King, o filme conta a história de quatro amigos de doze anos e sua aventura atrás do corpo de outro menino da mesma idade que foi atropelado pelo trem. Esse acontecimento muda a vida dos quatro amigos para sempre, além de colocar o povo da cidadezinha onde moram em polvorosa. E como há uma recompensa para quem encontrar o corpo, claro que mais gente está disposta a encontrá-lo.

A história é contada a partir da perspectiva de Gordie Lachance (Wil Wheaton), um garoto esperto e um futuro escritor. Mas ele sofre com o complexo de invisibilidade em casa. Seu irmão mais velho, estrela do futebol americano, morreu na guerra (acredito que a da Coréia, porque a história se passa no verão de 1959, e ele fala que o irmão morreu no ano anterior). Seu melhor amigo é Chris Chambers (River Phoenix). Chris é pobre e seu irmão mais velho é um verdadeiro encrenqueiro. E por isso todo mundo assume que Chris é igual. Mas Chris é inteligente e um bom menino e sofre por isso. Tanto Lachance como Chambers vão para uma escola depois do verão, mas seus amigos vão para outra.

Conta comigo

Vern Tessio (Jerry O’Connell)é um gorduchinho e o mais criancinha do quarteto. É ele que descobre, escutando uma conversa de seu irmão mais velho, onde o corpo está. E completando o quarteto vem Teddy Duchamp (Corey Feldman) vive com o complexo de ter um pai que voltou da Segunda Guerra alterado e violento, chegando a queimar sua orelha no fogão. Uma das passagens mais marcantes é quando um velho, dono de um ferro-velho, ofende o pai dele. Teddy fica totalmente alterado e muito abalado. E Lachance comenta que não entende porque Teddy, que tem um pai desses, se importa tanto quando ele, cujo pai nunca encostou um dedo nele, não liga a mínima.

A gangue rival, dos mais velhos, é liderada por Ace, interpretado por ninguém menos que Kiefer Sutherland. Ainda fazem parte da gangue os irmão de Chris e Vern. E claro que eles não são inocentes como os outros.

Conta Comigo é um filme sobretudo sobre o crescimento. É um relato sensível, e o elenco infantil (na época, em 1986) é muito competente. As atuações dos quatro meninos é tão sensível quanto o filme. Principalmente de Chris. Mas todos eles têm o seu momento.

É um filme também sobre a amizade, e o que os amigos de verdade fazem uns pelos outros. Os meninos tomam conta um do outro, ora fazendo a papel da voz da razão, ora simplesmente dando força e companheirismo.

A fotografia é lindíssima e pelo menos uma música da trilha sonora todo mundo conhece: Stand by me, que é uma das minhas músicas preferidas de todos os tempos.

Infelizmente, depois do filme, a maioria de seus protagonistas teve um futuro bem tenebroso. River Phoenix morreu em 1993, por overdose de drogas, na frente de uma casa noturna em LA, na frente de seu irmão mais novo, Joaquin Phoenix. Uma pena, porque era um ator excelente. Corey Feldman também se envolveu com drogas. Wil Wheaton fez vários papéis secundários e sem a importância de Lachance. Hoje ele atormenta Sheldon Cooper como ele mesmo em Big Bang Theory. E Jerry O’Connell virou galã, e é o único que se deu mais ou menos bem. Para saber mais, leia esta coluna do site Cinema em Cena.

E só para dar aquele gostinho, aí vai um trechinho (justamente a parte que eu falei, do pai do Teddy):

E claro que não poderia deixar de fora a música, linda, na voz de Ben E. King, e participação de River Phoenix e Wil Wheaton:

Vale a pena conferir.

sábado, 26 de novembro de 2011

Brisingr – Christopher Paolini

 

Brisingr Em Brisingr, Eragon e seu dragão, Saphira, conseguiram sobreviver à batalha colossal na Campina Ardente contra os guerreiros do Império. No entanto, Cavaleiro e dragão ainda terão de se deparar com inúmeros desafios. Eragon se vê envolvido numa série de promessas que talvez não consiga cumprir, como o juramento a seu primo, Roran, de ajudá-lo a resgatar sua amada Katrina das garras de Galbatorix. Todavia, Eragon deve lealdade a outros também. Os Varden precisam desesperadamente de sua habilidade e força, assim como elfos e anões. Com a crescente inquietação dos rebeldes e a iminência da batalha, Eragon terá de fazer escolhas que o levarão a atravessar o Império, viajando muito além. Escolhas que poderão submetê-lo a sacrifícios inimagináveis? Conseguirá o jovem unir as forças rebeldes e derrotar o Império?

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU NENHUM LIVRO DO CICLO A HERANÇA!

Se Eldest já mostrava um crescimento de Christopher Paolini como autor, em Brisingr a história ganha autonomia. É o grito de independência. Claro que as referências a outras sagas ainda está lá, mas já são mais fracas. E este, por enquanto, é o meu favorito, e o melhor (digo mais quando terminar Inheritance). Brisingr começa umas três semanas depois do final de Eldest. E traz o desafio para Eragon de cumprir (ou pelo menos tentar) todas as promessas que fez nos anteriores. E não são poucas. Aliás, nisso ele é bem parecido com o Artur de Bernard Cornwell: não se sente muito à vontade prometendo lealdade a torto e a direito, mas faz um juramento atrás do outro.

Uma dessas promessas é a de ajudar Roran a libertar Katrina do domínio dos Ra’zac. Então logo de cara, já damos com os dois prestes a invadir a fortaleza dos homens-inseto. (SPOILER!) Nem preciso dizer qual o resultado, né? E mais uma vez Roran se prova um guerreiro de primeira. Katrina diz mais tarde que ele é melhor soldado que Eragon, e tenho que concordar. O cara faz tudo sem a ajuda de magia (fora os feitiços de proteção que seu primo coloca sobre ele). Repito: acho que seu destino é muito maior que ser um simples fazendeiro. Afinal não podemos esquecer que ele compartilha um pouco do sangue de Eragon e Murtagh (já já essa declaração vai ficar mais clara, caso você não tenha lido o livro nem a resenha de Eldest), já que a mãe de Eragon é irmã do pai de Roran. E esse destaque vai lhe render uma posição mais privilegiada nos Varden. Só que ele pena um pouco até que Nasuada dê o devido valor a Roran (explico melhor daqui a pouco). E Roran também cresceu desde o começo de Eldest. Ele sabe que o futuro de sua terra e de sua família depende a vitória contra Galbatorix, e luta com paixão contra o Império. Isso faz dele um guerreiro eficiente e motivado e faz o que for necessário para assegurar a liberdade. E assume a responsabilidade por seus atos também. Além disso, ele também é inteligente (mais que Eragon, por exemplo) e consegue tudo com astúcia e muita lábia. Ele até mesmo conquista o respeito dos Urgals, coisa difícil.

E já que mencionei Katrina, deixa eu falar um pouquinho dela. Ela é uma mulher forte e, como Roran, luta com unhas e dentes pela sua família. Ela passou um bom tempo em poder dos Ra’zac, mas não fraquejou em momento nenhum. E ela sabe esconder seu sofrimento muito bem. Enfrenta tudo com dignidade e já não é mais a moça bobinha de antes. Mas tudo isso sem perder a meiguice ou a simplicidade.

E como também falei de Nasuada, vamos lá. Neste, muito mais que em Eldest, ela tem que lidar com o fardo de liderar o exército Varden. E bem já dizia Tio Ben para Peter Parker: com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. E mais uma coisinha que ele deixou de fora: o poder inebria e pode cegar. Ela ainda não chegou a esse ponto, mas acaba tomando algumas atitudes a meu ver muito ditatoriais. Tudo bem, ela pensa primeiro no bem dos Varden, e ela não pode beneficiar alguns em favor de muitos, mas mesmo assim, não justifica algumas de suas atitudes. Uma delas é o medo de perder o poder. Sim, e quem ela teme é justamente Roran. A popularidade e o dom de convencer as pessoas de Roran a incomodam, e assim ela deliberadamente o coloca em posições que ela sabe que não são à altura dele. Ainda admiro sua força, mas às vezes ela me irrita. Ela se tornou um tanto arrogante e adquiriu o péssimo hábito de olhar as pessoas do alto, até com certo desprezo.

Eragon está ainda mais maduro e se vê as voltas com suas promessas. Além de ter que lidar com o declaração final de Murtagh em Eldest (volto nela mais para a frente) que eles são irmãos, e que ele seria filho de Morzan também. Ele se atormenta com isso. E agora quer provar que não é nada igual a seu “pai”.

E Saphira também ganha dois capítulos com a sua perspectiva. E na verdade eles só fizeram eu me irritar com ela. Além do jeito irritante-cheio-de-hifens-como-os-dragões-pensam, ela se acha muito. Para ter uma ideia da petulância da criatura, ela se auto-intitula a Rainha dos Céus (ou qualquer porcaria do gênero). Menos, né, filha. Glaedr ainda é mais velho que você e ainda tem Thorn a ser levado em consideração.

E falando em Thorn, agora sim eu posso falar de Murtagh. E tem coisa pra dizer…Bom, como todo mundo já sabe, Murtagh é filho de Morzan, o último e mais cruel dos Renegados. Mas ele detesta o pai, e com razão. Sua infância não foi nada fácil sofrendo um abuso atrás do outro de seu querido papi, e, depois de sua morte, de quem quer que se encarregasse dele. Quando ele finalmente se livra do domínio de Galbatorix, tem que enfrentar a desconfiança de todos, simplesmente por ser filho de quem é (como se a culpa fosse dele). Em suma, ele é um pária, nunca realmente pertenceu a lugar nenhum. Até que chegou com Eragon em Farthen Dûr, onde após enfrentar a desconfiaça, ganha um lugar de certo prestígio. Só para ser capturado pelos Gêmeos e servir de marionete (literalmente) de Galbatorix. Ele não quer ser o que é, mas não tem alternativa, já que foi escravizado junto com Thorn por Galbatorix. Ao mesmo tempo, ele sente certa satisfação em ser Cavaleiro, ainda que do lado errado. E é compreensível: ele simplesmente pegou a oportunidade para retornar a mesma cortesia a um mundo que nunca lhe deu nada (payback is a bitch). Como disse uma vez minha ex-professora de IEC, ele é um dos personagens mais trágicos que eu já vi. E não estou exagerando. Murtagh é um cara decente, mas filho do pai errado e cresceu no meio errado. Seu destino só poderia mesmo ser trágico (o destino é inexorável, já dizia Merlin). Mas ainda sustento que ele vai se redimir. E, apesar das restrições, ele ainda tem força suficiente para encontrar meios de se revoltar. Ele acaba ajudando Eragon em certo sentido, e PEDE para ser ajudado. E nas sábias palavras de Dumbledore, isso faz TODA a diferença. E uma coisa que eu acho legal é que Eragon sabe de tudo isso. Ele não tem os pré-conceitos de Harry, por exemplo (em relação a Snape e a Malfoy).

E lembra que eu disse que me incomodava o nome Eldest? Pois bem, eu disse que essa palavra quer dizer “mais velho”. Eu achava que se tratava de Oromis e Glaedr, ainda que a capa do livro seja Thorn (o que não quer dizer muita coisa, já que o nome deste se refere à espada de Eragon, mas a capa é justamente Glaedr). Na verdade, “eldest” quer dizer filho ou irmão mais velho. E quando Murtagh revela que Eragon é seu irmão e toma Zar’roc, a velha espada de Morzan, ele fala: “It should go to the ELDEST son” (ela deveria ir para o filho mais velho). Certo, quem traduziu nem podia mesmo traduzir de modo diferente, mas uma notinha de rodapé com uma explicaçãozinha era muito bem-vinda, não? Sim, repito, me senti muito estúpida por não ter pensado nisso antes, mas como já disse, se você manja de inglês, leia no original. A tradução está de matar. E outro preciosismo idiota que deixaram, que quem me lembrou foi o meu amigo Nerito, do blog O Guardião, é a repetição da palavra “vendeta”. No original, essa palavra (que existe em inglês, mas com dois t’s) só aparece no terceiro e se refere à rixa de Roran com Birgit (que é mesmo a tradução mais apropriada da palavra). Em Eldest, aparece mesmo “revenge”, e até faz sentido, porque tanto Eragon, mas principalmente Roran são movidos pela vingança (e se você estiver se perguntando: E quanto a V de Vingança? V for Vendetta, no título original em inglês. Quem assistiu o filme, sabe que o tal do filme não exatamente planeja vingança). E pessoalmente acho “vingança” mais forte mesmo.

Só para não dizerem que eu não falei da Arya, ela aparece também, mas do mesmo jeito reservado e meio superior. Mas até ela mostra alguma reação a certa altura (não vou dizer quando para não entregar o ouro). E outros elfos aparecem, a meu ver igualmente irritantes, sendo que o pior deles é Blödhgarm, um ser estranho com aparência de um gato selvagem em duas pernas, mas que de alguma forma consegue atrair toda a mulherada dos Varden (fala sério! Eu adoro gatos, mas isso é ir longe demais). Ele faz parte da guarda pessoal de Eragon (HA! Diz aí, Katrina não tem razão?), além de acumular o posto de mago, sob o comando do Cavaleiro. Só uma coisa me agrada nesses elfos. Ao contrário dos indiferentes e sempre deprimidos elfos de O Senhor dos Anéis, os do Ciclo A Herança sabem muito bem que devem lutar pelo seu mundo, e partem para o ataque, ao invés de fugir pelos Portos Cinzentos (para você que só assistiu os filmes, nos livros, ele não ajudam o exército do Rei Théoden no Forte da Trombeta. Só fazem lamentar e choramingar. Adoro OSDA, mas eles são um porre. Já disse, só Legolas se salva).

Quase me esqueço de Angela. Ela quase não aparece, mas quando o faz, sempre é um bom trecho. Ela continua bocuda, falando o que lhe dá na cachola, e com atitudes esquisitas. Acho que ela é a personagem mais humana da saga (talvez por ter sido inspirada na irmã de Christopher Paolini). E Solembum infelizmente, não dá as caras (tudo bem, vá. Ele é gato, tem vontade própria).

Com tudo isso, acho que Brisingr é mais intenso que os outros dois. Agora é guerra mesmo, ninguém está livre disso. E esse fato pesa sobre todos. E neste, Galbatorix está mais real. Ele ainda não dá as caras diretamente, mas está de algum modo mais presente. E o clima de medo gerado por ele e reforçado por Murtagh e Thorn levam os personagens a reflexões mais profundas. Lealdades são testadas, o que leva ao choque de forças que podem decidir o futuro de toda a Alagäesia. Christopher Paolini soube deixar uma boa base para o desfecho da saga.

Trilha sonora

The monster's loose, do Meat Loaf, que eu mencionei no post de Eldest e não disse para quem é para Murtagh. Não acho que ele é um monstro, mas fora esse detalhe, a música parece que foi feita para ele:

I've lived my life in a cage
Freedom spits in my face
It was such a disgrace
And I was lonely
Burned down and empty
Desperate

I had my head in a noose
I had nothing to lose
Had enough of abuse
So now I'm dangerous
Hate is so contagious
It owns us

I'm angry (I'm angry)
I'm raging (I'm raging)
I'm breaking through the pain

E esse trecho é só o começo da música. Ela é toda Murtagh. E como ele é um personagem especial, ganha mais uma música. Nada menos que Best of you, do Foo Fighters e uma das minhas preferidas (Were you born to resist or be abused?). De novo, parece que foi feita para Murtagh. E ainda do Foo Fighters, The Pretender.

Também Bring me to life, do Evanescence, This is war, do 30 seconds to Mars, We are, da Ana Johnson:

It's all about power, about taking control
Breaking the will ,and raping the soul
They suck us dry 'til there's nothing left
My oh my My oh my

 

Everything burs, Anastasia ft. Ben Moody, Good enough, do Lifehouse, e, uma que eu acho que define Angela é Kate, do Ben Folds Five. Confira a letra aqui.

Se você gostou de Brisingr, pode gostar também de:

  • A Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R. Martin;
  • O Senhor dso Anéis – J. R. R. Tolkien;
  • coleção Harry Potter – J. K. Rowling;
  • As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell;
  • As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

The Tudors – Segunda Temporada

 

The Tudors 2 Finalmente, depois de muuuuito tempo, terminei de assistir a segunda temporada e The Tudors. Como eu já tinha adorado a primeira, não demorou para eu engatar na segunda (que não sei porque demorei para assistir, pois eu sabia que no final dela – SPOILER para quem ainda não assistiu ou não sabe nada de História - Ana Bolena iria perder a cabeça, e eu estava louquinha para ver isso).

Na segunda temporada, depois de conseguir o divórcio e romper com a Igreja, Henry se casa com Ana Bolena. E ela fica toda feliz (mal sabe ela…) por finalmente ter a coroa na cabecinha. Essa temporada é marcada pela repercussão e reação de Roma ao divórcio e pelo novo casamento e mais traições e maquinações, principalmente da parte dos Bolena.

Ana Bolena É impressionante como Ana foi manipulada por seu pai e seu irmão. Não que ela não aproveite para benefício próprio, mas dá até dó. No começo, como já mencionei antes, tudo são flores para ela. Só que como já era de se esperar, a partir do minuto que Ana coloca a coroa na cabeça, Henry perde o interesse. Valia mais a emoção do proibido, da conquista. E é interessante ver como tudo o que ela fez contra Catarina de Aragão voltar para ela: as desconfianças, os olhares, até ser trocada por outra. Igualzinho. E tudo vem abaixo quando ao invés de dar um herdeiro ao rei, nasce Elizabeth. Não que isso tenha sido culpa dela, mas Henry acreditava piamente que era amaldiçoado devido ao casamento com a mulher de seu irmão (Catarina), e por isso não tinha filhos homens (e os que teve morreram antes de atingir a maioridade ou até antes de nascer). O golpe final vem com a acusação e traição, crime pelo qual ela paga com a vida. E, uma coisa que me chamou muita atenção foi o pai dela entregar a filha e salvar o próprio pescoço, sem sequer mostrar remorso. A cena de sua execução é muito bem executada, e Natalie Dormer (que está na segunda temporada de Game of Thrones, como Margaery Tyrell. Bem apropriado) tem uma atuação à altura.

Catarina de Aragão, por outro lado, sofre o isolamento imposto por Henry (pelo menos essa ele não mandou matar), e também por causa de uma grave doença, que acaba por ceifar sua vida. Ela tem o apoio do embaixador espanhol, Chapuys, mas isso não lhe vale de muita coisa contra a influência de Thomas Cranmer (muito bem representado por Hans Matheson, o Lord Coward de Sherlock Holmes. Adoro ele), agora líder religioso da Igreja Anglicana e simpatizante de Ana Bolena (entre outros igualmente poderosos). Depois de sua morte, sua filha Mary Tudor (interpretada por Sarah Bolger, de As Crônicas de Spiderwick) começa a reivindicar seu direito.

Mary Stweart

A série ganha outros personagens além desses. Thomas Cromwell (James Frain, também muito bem no papel) tem mais destaque e mais influência. E é ele o grande responsável pela disseminação da religião anglicana pela Inglaterra. Peter O’Toole (que dispensa comentários) vive o Papa Paulo III, que obviamente se opõe à Henry Cavill cunha Reforma religiosa na Inglaterra. E parte do elenco original se mantém: a delícia Henry Cavill, agora não mais cunha de Henry (Margaret morre na primeira temporada) e casado novamente e se comportando muito bem (que pena!), continua, para nossa alegria (e sem esquecer que mês que vem ele chega nas telonas como Teseu em Imortais. Isso tudo tinha que ser mesmo intervenção divina ;D). Os Bolena, claro, seguem.

E Jonathan Rhys Meyers (não vá para a luz! Ele teve umaJonathan Rhys-Meyers overdose de medicamentos mais no começo desse ano. Ainda bem que continua entre nós!) nesta temporada deu uma moderada na atuação, que eu acho que foi meio exagerada na primeira temporada. Agora ele tem menos ataques histéricos, mas eles ocorrem (Henry devia ser bipolar). A foto é da primeira temporada, mas quem se importa? A ambientação continua impecável e o figurino e os acessórios ainda enchem os olhos. Como disse minha amiga Fefa Rodrigues, do blog Apaixonada por Papel, eu queria viver em outra época. E seria a Idade Média. Seria queimada na fogueira, com certeza, mas o figurino sozinho já dá vontade. Pode ser desconfortável, mas dá de 10 a zero em o Diabo Veste Prada ;D.

E para dar aquele gostinho, aí vai o trailer da segunda temporada (adoro como ele sibila os S’s):

sábado, 12 de novembro de 2011

Eldest – Christopher Paolini

 

eldest Eldest acompanha o amadurecimento do jovem guerreiro protagonista da história. A narrativa começa três dias após a cruel batalha travada por Eragon para libertar o Império das forças do mal. O Cavaleiro de Dragões se vê envolvido em novas e emocionantes aventuras. Em busca de um tal Togira Ikonoka, O Imperfeito que é Perfeito, que supostamente possui as respostas para todas as suas perguntas, Eragon parte, junto com Saphira, o dragão azul que o acompanha desde o início da aventura, para Ellesméra, a terra onde vivem os elfos. Lá, eles pretendem aprender os segredos da magia, da esgrima e aperfeiçoar o seu domínio da língua antiga.

ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU ERAGON!

Confesso que da primeira vez que eu li Eldest não gostei muito do livro. Não porque seja mais fraco que Eragon. Muito pelo contrário. Na verdade neste dá para notar um amadurecimento de Christopher Paolini como autor e a história ganha mais autonomia em relação às outras obras em que se baseia (lembra que eu falei que ele fica meio preso em Eragon?). Ainda dá para perceber claramente as influências de Star Wars e O Senhor dos Anéis, mas já ganha certa independência. A razão é outra, que vou explicar já, já.

Como diz na sinopse aí em cima, Eldest começa três dias depois da Batalha de Farthen Dûr, quando Eragon consegue derrotar Durza. Mas a grande vitória tem seu preço. Ele foi brutalmente ferido pelo espectro, e a ferida deixa sequelas terríveis. Mesmo assim, é obrigação de Eragon partir para Ellesméra para iniciar seu treinamento como Cavaleiro (alguém aí viu o mestre Yoda?) junto aos elfos. E taí. a razão para meu desgosto. Acho essa parte meio sacal. Hoje até menos que antes, mas ainda é meio chato (isso se deve aos elfos, que são uma raça cheia de frescuras e se acham a oitava maravilha do mundo).

Em Ellesméra, Eragon finalmente descobre quem é o tal Togira Ikonoka, o Aleijado que é Inteiro, o ser que se infiltra nos pensamentos de Eragon enquanto ele está à beira da morte em Farthen Dûr, e que dá o impulso para que Eragon se recupere. A identidade do tal ser é um segredo guardado a sete chaves pelos elfos. Ele é o único remanescente dos Cavaleiros originais e também vem à tona a existência de outro dragão. A dupla é Oromis, o elfo que sofre de uma enfermidade incurável, e Glaedr, o dragão que também tem uma deficiência. Mas isso não tira seus méritos e ambos são tutores exigentes, mas não sem compaixão. Ambos também são sábios, com aquele tipo de sabedoria acompanhada da serenidade que vem com a idade. E isso eles tem de sobra.

Também na capital dos elfos, Eragon descobre que Arya é na verdade uma princesa e assim outra parte da profecia feita por Angela se concretiza (a outra parte foi sobre a morte de Brom, mas eu não podia mencionar isso no post sobre Eragon), de que Eragon se apaixonaria por alguém da nobreza. E para minha infelicidade , neste, já curada, ela tem grande participação. Arya, como todos os elfos (com exceção de Legolas e Dobby, mas este último é um elfo doméstico, outra categoria, não conta), tem complexo de superioridade  e a condescendência com que trata Eragon (em óbvia negação aos seus sentimentos) é irritante. E cruel, porque uma hora a moça dá corda, só para mais tarde rejeitar o garoto. Eragon pode até ser chato, mas não merece isso. Tudo bem, Arya é uma guerreira (como sua xará Stark), o que é bem legal, mas nem por isso deixa de ser pentelha.

Ainda acompanhando Eragon em Ellesméra está Orik, o anão do clã mais importante. Seu objetivo é supervisionar o treinamento de Eragon, já que este agora faz parte do clã. Orik é sempre bem-humorado e aprecia a boa vida. Gosto dele. Mas também é inteligente e não se esquece de suas responsabilidades. Também é fiel e está sempre pronto para oferecer sua ajuda.

Lembra que eu falei também que Christopher Paolini deixou os personagens mais legais para os livros seguintes? É o caso de Roran. Ele é primo de Eragon, e depois da fuga dele e Saphira, Roran retorna a Carvahall para encontrar seu pai assassinado e seu primo foi embora. Só o que resta a Roran é Katrina, com quem pretende se casar. Mas por causa de Eragon, os Ra’zac não dão paz aos habitantes do vilarejo, e, sabendo que Roran é parente do jovem Cavaleiro, tentam capturá-lo. Só que Roran se esconde na Espinha e os aldeões se recusam a entregá-lo. Mais ou menos. Sloan, o pai de Katrina, detesta toda a família de Roran (não que isso seja impedimento para ele ou para ela), e trai tanto Roran como os outros habitantes do local. O custo disso é a captura de Katrina.

Movido pelo desejo de vingança e por seu amor pela garota, Roran convence todo o vilarejo a deixar Carvahall, atravessando a Espinha, até chegar aos Varden, em Surda. É uma empreitada difícil e tresloucada, mas ninguém (ou quase) pensa duas vezes e assim Roran se torna o líder do povoado. E ele é um líder nato. É determinado e faz tudo com paixão. E também é um guerreiro formidável. Sua arma de escolha é um martelo, que ele maneja como ninguém. Admito que da primeira vez que li, não gostava muito dele, mas isso mudou. Muito. Hoje adoro Roran, e acho ele um personagem muito mais legal que Eragon. E acho que coisas extraordinárias o aguardam. Posso estar enganada, mas acho que seu destino é ser Cavaleiro. Estou superansiosa para ler o último e ver se acertei na previsão.

A segunda personagem que eu mais gosto é Elva. Ela é um bebê que Eragon e Saphira abençoam no final do primeiro livro. Mas devido a um erro, a bênção vira uma maldição. Elva cresce rapidamente: de bebê no final do primeiro, passa a uma menina de uns quatro anos no segundo, mas com voz de adulta e um ar de permanente escárnio. Ela sofre muito, pois ela sente tudo de mal que vai acontecer aos outros e serve de escudo. E quando falo de mal, digo mal mesmo: ela sente quando alguém vai se matar ou vai ser assassinado e custa muito caro a ela ignorar o impulso de se ferir no lugar da vítima. Adoro Elva. Enquanto todo mundo lambe o chão onde Eragon pisa, ela debocha abertamente dele. Não tem papas na língua e é mais sarcástica que Dr Gregory House (isso é dizer um bocado, hem!). Por causa de seu “dom”, ela serve de ferramenta para os Varden, ou melhor, para sua líder.

Depois da morte de Ajihad (logo no começo deste livro), quem assume o posto é sua filha, Nasuada. Ela é uma líder tão talentosa quanto seu pai, apesar da pouca idade. é perspicaz e pode ser implacável. E é inteligente também. Ela descobre um jeito de tirar os Varden do vermelho e ainda sai lucrando, de um modo simples. E também é uma excelente estrategista. E tem o dom de debochar dos outros, especialmente o príncipe Orrin, governante de Surda, com classe e sem que o debochado perceba. Ela também não é mimada e ao contrário de muitos líderes, ela parte para a luta, correndo o mesmo risco que seus seguidores. E ela tem uma paixão secreta por um certo personagem misterioso e muito charmoso. Já sacou quem é?

A esta altura você deve estar pensando que esqueci meu personagem preferido, certo? Nunca! Mas, como desgraça é pouca é bobagem quando se trata de Murtagh…Logo no começo, quando Ajihad é assassinado, ele é capturado pelos Urgals e dado como morto, justamente quando todo mundo começava a confiar nele, apesar de ser filho da revelação de ser filho de Morzan, o primeiro e último Renegado. Só para voltar mais tarde com uma revelação bombástica, que não vou discutir agora. E, caso ainda não esteja claro, era dele que eu estava falando aí em cima. E ou eu muito me engano, mas arrisco dizer que Nasuada é correspondida.

Outro personagem interessante que aparece neste é Jeod. Na verdade, ele aparece no primeiro e ajuda Eragon e Brom em Teirm. Mas ele ganha mais destaque neste, ajudando Roran a chegar a Surda. E agora a gente sabe que ele é na verdade um agente dos Varden e que foi ele que ajudou Brom a roubar o ovo de Saphira. É um homem inteligente e que anseia retornar à ativa. Por isso, quando descobre a verdadeira identidade de Roran, não pensa duas vezes em oferecer ajuda.

Angela e Solembum também aparecem. E, como Elva, Angela é a outra única personagem que não hesita em chamar Eragon de abestalhado em vez de puxar o saco. Desta vez ela fica encarregada de cuidar de Elva e também vai ter papel importante na batalha contra o exército de Galbatorix.

Outra coisa legal neste é que pela primeira vez a narrativa é dividida, ora sob a perspectiva de Eragon, ora pela de Roran e ora pela de Nasuada. A história ficou mais complexa e com mais camadas. Como eu disse antes, amadurecimento do autor. Os personagens também evoluíram, especialmente Eragon. Ele nem lembra o garoto que um dia achou um pedra esquisita um dia. E adianto que as coisas só melhoram daqui por diante. E de novo fica aquela recomendação: se você manda bem no inglês, leia no original. A tradução, especialmente deste, deixa muito a desejar. E tem uma pegadinha com o nome do livro (que sempre me incomodou)  que eu só percebi agora que li em inglês. Esclarecendo: eldest quer dizer mais velho. Na verdade é mais específico que isso, mas tenho medo de entregar o ouro muito cedo se der a tradução literal. Mas guardem esta informação, que vou retomar na resenha de Brisingr (que sai logo, logo).Ah, sim! Me senti muito burra por só perceber o significado agora.

Trilha sonora

Wunderkind, da Alanis Morissette, é de Nárnia, mas com algumas adaptações, poderia se referir a Alagaësia. Por outro lado, Crawling, do Linkin Park não precisa de ajuste nenhum. É perfeita. Ainda Pale, do Within Temptation e Changes, de Butterfly Boucher com David Bowie (na verdade a música é dele), e que vem da trilha de Shrek 2 (que eu amo!). E por último The moster's loose, do Meat Loaf. Essa música é perfeita para um certo personagem, mas não vou dizer quem ainda. esperem pela resenha de Brisingr!

Se você gostou de Eldest, pode gostar também de:

  • Brisingr – Christopher Paolini;
  • As Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R. Martin;
  • coleção Harry Potter – J. K. Rowling;
  • O Senhor dos Anéis – j. R. R. Tolkien;
  • As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A revolta dos sem-causa

 

Nunca pensei que um dia diria isso, mas eu me envergonho de ser estudante da USP. Não por ter entrado (não que tenha sido difícil. E não estou sendo esnobe, mas a nota de corte ano passado foi vergonhosa: 28 de um total de 90. E nem fui bem na segunda fase não. Mas é que entra tanta gente…).

Tenho é vergonha de ser estudante da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas, a FFLCH. Tenho medo de que me taxem de baderneira, maconheira e coisas afins por causa de uma meia dúzia que só vai pra faculdade para fazer baderna. Para esclarecer, embora seja desnecessário, nem todo aluno da Letras é maconheiro e nem todo aluno é baderneiro. E SOU A FAVOR DA PM NO CAMPUS SIM! Não devo nada a ninguém. E a presença da PM só incomoda mesmo quem sabe que está errado.

A confusão toda começou quando a PM, numa ronda de rotina, abordou 3 alunos de Geografia com maconha. Tudo bem, cada um faz o que bem quiser e entende, não tenho nada a ver com isso, e também não estou julgando ninguém. Mas assuma o risco. É ilegal, e a lei também se aplica na USP. Não estamos num universo paralelo por cruzar os portões. E se é ilegal, saiba que você corre o risco de ser levado para a delegacia. Mas a turma do contra, que só quer mesmo encrenca, teve que apelar e partir para a violência. Aí começa a ladainha de ideologias pra lá de ultrapassadas: a polícia está aqui para nos reprimir, mimimimi.

Isso fazia todo o sentido lá nos anos 60/70, quando vivíamos em plena ditadura. Naquela época sim não havia liberdade, a polícia reprimia mesmo. Se você falasse algo contra o governo, você ou alguém da sua família sumia em algum porão escuro da ditadura. E até hoje muitos não reapareceram.

Mas isso acabou em 1982. O que é engraçado é que a molecada que prega essas bobagens ainda não era nem projeto na cabeça de mamãe quando a ditadura acabou. Eles nem sabem o que era repressão. Nem eu, que sou um tantinho mais velha (;D) sei. Eu tinha quatro/cinco anos quando a democracia voltou. Não tenho ideia do que seja isso. E veja bem os que clamam ser oprimidos: jovens de classe média alta, que vestem roupas de marca e dirigem carros caros. Parte dos que invadiram a reitoria saía para voltar para casa pra tomar banho quentinho e comer comidinha feita pela cozinheira. Do que esse povo reclama?

Simples: são crianças mimadas que querem fumar seu baseadinho em paz. Eles já tem a vida ganha, não terão que lutar por nada, já tem trabalho garantido quando saírem da faculdade. Talvez nem todos seja assim, mas digo que quem eu vi protestando hoje na faculdade nunca entraram numa sala de aula para ter aula (pelo menos que eu tenha visto). Entram sim, para fazer campanha política e chamar para os tais “atos”, manifestações apoiando causas nem sempre (ou melhor, na maior parte das vezes) fundamentadas.

E o que me irrita é que eles são a absoluta minoria. E sempre temo mesmo discurso: vamos dialogar, temos que nos unir, blábláblá. Só que a lógica deles é:

vamos dialogar = só eu falo. Você só escuta. Se falar algo que me contrarie, você é fascista. E como só eu estou certo, vou IMPOR minha ideologia sobre você.

E exatamente essa minoria impediu a entrada da maioria que queria ter aula, com barricadas na porta da faculdade e palavras de ordem. E eles pregam a democracia, a liberdade de ir e vir. E quanto à MINHA liberdade? Quanto ao MEU direito de ir e vir. Não pude exercê-lo hoje pelo ditos “liberais”.

Me pergunto: quem oprime quem? Quem está tomando atitudes autoritárias e ditatoriais? Nós, que queríamos nada mais que ir para a aula em paz? Acho que não. E depois, a covardia. Se a rixa era com a polícia, por que não foram se bater com a polícia, que estava ali perto? Por que ir incomodar os alunos que não tinham nada a ver com isso?

Ah sim! E os vagabundos que ocuparam a reitoria, nesse meio tempo, estavam lá depredando o prédio, fazendo festinhas com bebidas e batucada e pixando as paredes da reitoria. E quem paga por isso? Eu, você, seus pais, enfim, nosso dinheiro de contribuinte. E ainda acham absurdo que foram expulsos da reitoria. Vem cá, eles não sabiam que tinham prazo para se retirarem do prédio? Essa confusão foi anunciada, mas mesmo assim optaram por levar tudo a extremos. Fora que invasão de propriedade é crime. Aí vem um idiota qualquer falar que não é bandido. mas age como se fosse, cobrindo a cara com a camiseta de marca, partindo para a ignorância. Até comentei com minhas amigas que parecia rebelião de presídio. Me desculpe, mas essas coisas não são de gente do bem. Prestem atenção nos depoimentos de quem é contra e de quem é a favor da PM no campus. Opostos, não só no que dizem, mas como dizem e como se apresentam. E vejam aqui como a PM foi “violenta” no CRUSP. E o que eles não percebem é que são na realidade patéticos. E como eles decidem essas coisas? Em assembléias, que eles manobram de forma a dar o resuiltado que seja favorável ao que ELES querem, e não representa a maioria dos alunos (a para invadir a reitoria foi no primeiro resultado contra, mas depois eles fizeram nova assembléia quando todos os que tem bom-senso foram embora, fizeram outra e aí, claro, eles conseguiram o que queriam).

Reitero que sou a favor da PM sim. Minha amiga foi seguida por um homem dentro da USP em plena luz do dia. Vinte anos atrás, quando minha mãe fez Pedagogia na USP, ela flagrou uma tentativa de estupro no estacionamento da faculdade de Educação. O que me entristece é que foi preciso que o pobre Felipe de Paiva, um jovem de 24 anos e com toda a vida pela frente, estudante da FEA, teve que morrer DENTRO do campus para a polícia finalmente poder entrar lá dentro. Pergunta para eles se eles não querem a PM lá. E foi comprovada uma queda na criminalidade dentro do campus depois da presença da PM. Confira:

  • furtos de veículos: – 90%
  • Seqüestros-relâmpago; – 87,5%
  • lesões corporais: – 77, 8%
  • roubos: – 66,7%

Tirei esses números da revista Veja SP 09 de novembro de 2011. Comecei a faculdade ano passado no período noturno. Só fiz duas semanas assim porque minha primeira opção era de manhã. Graças a Deus mudei. Eu morria de medo de voltar pro carro sozinha à noite. Eu me sentiria mais segura se naquela época houvesse policiamento no campus, com certeza. Os PMs até podem ter exagerado hoje, mas não justifica a baderna. E depois, reforçando o que eu disse antes, o direito deles protestarem acaba quando eles interferem com o meu direito de ter aula. E não estou sozinha nisso. A maioria é a favor. Como a  maioria queria ter aula, fazer prova, entregar trabalho…

Bom, vou parar por aqui, pois acho que já exagerei no desabafo. Desculpem por isso, mas do mesmo jeito que esses rebeldes sem-causa se revoltam, também eu fico revoltada com as atitudes deles. E como vivemos em uma democracia, afinal, tenho o direito de expressar o que penso.

Boa noite a todos e prometo que o próximo post será mais leve.

sábado, 5 de novembro de 2011

Pearl Jam – 04 de novembro de 2011

 

Eddie

Finalmente, depois de meses de espera, chegou o dia. E como prometi, estou aqui para comentar o show de ontem. Em resumo: MUITO BOM! Mas não vou ficar só nisso.

Dessa vez, como foi sexta-feira (até que enfim um dia decente para um show), e eu trabalhei até mais cedo, deu para chegar bem cedo no Morumbi. E, apesar de estar na arquibancada laranja, beeem longe (do outro lado da pista, mas era só o que tinha quando fui comprar o ingresso, em agosto), deu para pegar um  lugar legal.

O problema com isso: ao contrário do que aconteceu no show do Bon Jovi, quando fui poupada da tortura de aguentar o Fresno na abertura, desta vez não teve jeito. A abertura, com a banda de punk rock X foi lamentável, Pelo menos para mim. Não importa que Eddie Vedder seja fã da banda (historinha daqui a pouco), mas não tem nada a ver. E a vocalista parecia mais Susan Boyle (com todo o respeito à inglesa) em crack. Sério. Fora que, apesar de a banda ser mais antiga que o Pearl Jam, ainda não aprenderam algumas cortesias que fazem a diferença durante a apresentação, como por exemplo uma apresentação formal, tipo “Olá, somos a banda tal, é muito bom estar aqui esta noite”. Chegaram tocando, uma música atrás da outra, tanto a vocalista-possuída como o outro vocalista gritando a ponto de não se entender uma palavra. Não entendam errado, eu gosto de punk rock. Ramones e Green Day são o máximo, mas essa banda não dava. Não empolgou ninguém, a não ser a turma do gargarejo, que não tinha alternativa. Lá onde eu estava ninguém estava nem aí pros caras, e, com a vista privilegiada que eu tinha, deu para ver que nos outros setores não foi diferente. Só lá pela quinta música a gritaria parou para dar lugar a um “buona notte” do carinha. Isso mesmo, ITALIANO! E como se não bastasse, sempre que se endereçava ao público (pouquíssimas vezes, aliás) era em ESPANHOL! Helloo! São Paulo, Brasil, não Argentina! Mais uma prova da ignorância (e prepotência) de alguns americanos (claro que não são todos). Cerca de meia hora depois, o tormento acaba como começou: sem nem um “goodbye, see you soon”. Ah! Enjoy the silence…

Pelo menos teve um lado bom: o relógio andou um pouco mais rápido e agora só faltava cerca de meia hora para a atração principal. É, mas apesar de a produção anunciar e mandar mensagem SMS avisando que o show começaria 20:45 ao invés de 21 h, acho que ninguém avisou a banda, que começou às 21:15.

E começou com tudo. Go, seguida por Do the evolution (algumas pessoas ao meu redor claramente não fizeram a evolução, aliás). Confesso que não gostava muito dessa música, até ver ao vivo em 2005, comecei a gostar. Ela tem uma pegada muito boa ao vivo. Continua com Severed hand, Hail hail e Got some. Mais ou menos nessa altura a banda dá uma pausa e Eddie arrisca um OI, em português mesmo, e cumprimenta o público.

Segue com Elderly woman behind the counter in a small town, Given to fly e Gonna see my friend. Uma relaxada com Wishlist, e continua com Amongst waves e Setting forth (só do Eddie, da trilha do filme Into the wild – não lembro o nome em português). Mais Not for you, Modern girl e aí mais uma arrasa-quarteirão: Even flow. Já na reta final da primeira parte, Unthought unknown, The fixer, Once e para encerrar uma das minhas preferidas (apesar de ter feito o post só sobre Last kiss, ela não é a minha preferida): Black. O público todo cantou com vontade, e encerrou com a gente mesmo fazendo o thcururu tchurururu do final da música. Bem legal. Pausinha estratégica.

Volta pra bis e aí vem a historinha que eu falei lá em cima. Eddie entra no palco e vai logo falando em português: Com todo o respeito, mas vou falar em inglês porque meu português é uma merda. Palavras dele, não minhas, mas que não deixam de ser verdade. Ainda assim, valeu o esforço. Aí ele começou agradecendo pelo respeito demonstrado para com a banda X, da abertura (é, apesar de não empolgar muito, ninguém vaiou. reconheço que foi muito legal isso) e contou que quando ainda era menor de idade, falsificou um RG (que feio! ;D) para entrar num barzinho (provavelmente o melhor lugar para a tal banda. Com certeza não é banda para estádio) para ver a banda tocar. Ficou grudado no palco e a vocalista (sei lá o nome da Susan Boyle falsificada) deu a cerveja (isso explica tanto!) para ele segurar, e ele disse que não bebeu (ahã). Para ele ainda um dos pontos altos da vida. Taí porque a tal banda X (só para esclarecer, esse é o nome da banda: X) está abrindo os shows.

Depois da historinha, vem Just breathe, Inside job e State of love and trust. Daí uma música nova: Olé. Logo em seguida Why go e para encerrar este bloco muito bem: Jeremy spoke! (eu sei que o nome da música é só Jeremy, mas não resisti à brincadeira). E essa é a minha outra preferida. E só para constar: quem foi no show de quinta (que eu li que não teve muito público) não viu. Ficou de fora da playlist. Aliás, Eddie mesmo, a certa altura, disse que ontem foi o maior público da etapa brasileira (ainda falta Rio, Curitiba e Porto Alegre), mas eles devem saber mais ou menos o público de antemão. Bom, de volta ao que eu estava falando, Eddie disse que sendo o maior público, o show também seria mais longo, se isso não incomodasse (claro que não! Por mim ainda estaria lá!). Foi muito boa! (viu Kath! Você ia gostar!)

Mais uma pausa e volta para o segundo bis (eu já disse, virou moda isso. Yay!) e começa com Last kiss. Eddie fez uma coisa bem legal, que foi cantar só o primeiro verso, e deixou a gente cantar só com a banda até a parte “a car was stalled…”. Compensou pelo show de 2005, quando ele não tocou aqui em SP. Depois dela veio Betterman (que eu também adoro), Spin the black circle e Alive (mais uma que foi 10. Amo!). mais ou menos por aqui, as luzes do Morumbi já começaram a acender, mas não fez muita diferença. Outro cover, dessa vez uma que eu AMO, do The Who – Baba O’Riley. E como ela á tema de abertura de uma das minhas séries favoritas - CSI: NY (vou causar polêmica, mas gosto mais do que Miami ou Las Vegas) – foi isso que me veio na cabeça (detetive Flack… Antes de decidir chamar meu gato de Tito Pullo, quase pus Flack, por causa dele, porque o da minha vizinha chama Mac). E para encerrar em grande estilo Yellow ledbetter (outra que ficou de fora da playlist de quinta). Dessa vez encerrou mesmo, pois logo depois veio o playback.

Aí vai a playlist completa:

1 – Go
2 – Do The Evolution
3 – Severed Hand
4 – Hail Hail
5 – Got Some
6 – Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town
7 – Given To Fly
8 – Gonna See My Friend
9 – Wishlist
10 – Amongst Waves
11 – Setting Forth (Eddie Vedder)
12 – Not For You
13 – Modern Girl
14 – Even Flow
15 – Unthought Unknown
16 – The Fixer
17 – Once
18 – Black

Bis
19 – Just Breathe
20 – Inside Job
21 – State Of Love And Trust
22 – Olé
23 – Why Go
24 – Jeremy

Bis
25 – Last Kiss (Cover de Wayne Cochran)
26 – Better Man
27 – Spin the Black Circle
28 – Alive
29 – Baba O’Riley (Cover do The Who)
30 – Yellow Ledbetter

Ainda ficou faltando Daughter (sniff, sniff. Foi pena, mas lembrei de você do mesmo jeito Luana), Worldwide suicide (que tocou na quinta) e I am mine. Mas ainda assim, foi muito bom. E, ao contrário de muitos por aí, não teve queima de fogos ou outras frescuras. Aliás, o palco é bem simples em comparação com outros (Bon Jovi mesmo), mas isso não fez nenhuma diferença. O melhor é mesmo a música, e isso eles sabem fazer muito bem.  Nem o frio que estava fazendo (16 graus no relógio de rua quando estava voltando) atrapalhou. Assim, só posso desejar um bom show para quem ainda vai. Pode aguardar uma boa noite!

Ah! Não linkei nenhum vídeo porque sendo o show no Morumbi, acho que seria muito difícil achar um com boa qualidade. eu também queria colocar mais fotos, mas todas as que eu vi eram muit parecidas, então deixei com uma só. Beijos!