segunda-feira, 28 de junho de 2010

Eu e minha dona – parte 6

 

Agora que dei voz a todos os meus bebês, chegou a hora de fazer uma homenagem a todos os que já foram, mas que deixaram sua marca. Tenho que começar dizendo, se ainda não ficou claro, que sou louca por animais (se não fosse, não teria feito veterinária), e que os considero parte da família. Cada um deles me marcou de uma forma diferente, mas muito forte, e, de algum modo, me fizeram a pessoa que sou hoje. Quem tem animal sabe, e, com o risco de soar piegas e sentimental, eles são o maior amor que podemos ter, sem esperar nada em troca. Quem tem filhos pode dizer que não existe amor maior que de mãe, e isso é verdade, mas com os animais é diferente. E não estou menosprezando minha mãe (TE AMO MUITO MÃE!), nem meu pai (TAMBÉM TE AMO MUITO!), muito pelo contrário. Se não fosse por eles, eu provavelmente não teria tantas histórias de bicho para contar.

Digitalizar0035 Tudo começou em 1980. Eu tinha 3 anos e minha irmã quase um ano. Meu pai é professor e, na época, dava aula particular (de matemática, pra quem quer saber) para uma família que tinha um casal de poodles, que tinha acabado de dar cria. Naquele ano, de presente de Dia do Professor (é, naquela época, professor ainda era bem valorizado)  meu pai ganhou a Pupi, minha primeira cachorrinha (na verdade, tive outra antes, a Lili, mas eu era bebê e não me lembro dela. Minha mãe teve que dá-la porque ela subia no meu berço e fazia as necessidades lá). Voltando à Pupi. Ela chegou em casa com dois meses, e foi amor à primeira vista. Claro que não me lembro bem dela nessa época, mas lembro que ela foi uma companheirona para mim e para minha irmã durante a infância. Lembro bem dela correndo na praia. Confesso que ela não recebeu tantos mimos quanto os que vieram depois, mas tenham certeza que foi muito amada. Ela morreu com dez anos, vítima de um mordida de outra cadela. Nós tratamos, claro, mas ela tinha problema de coração, e no fim pegou um infecção generalizada. Mas até que isso acontecesse, foram meses indo ao veterinário tratar da ferida, que teve que cicatrizar sem pontos, dia sim dia não.

DSC00081 A Pupi deu cria à Sheyna, que é a mãe da minha Honey, que já se pronunciou aqui. A Sheyna, também conhecida por Teca, já teve uma vida mais fácil. Dormia na cama, teve mais cuidados. Morreu com dezoito anos, quase dezenove (faltavam três meses para o aniversário dela, que aliás era uma semana depois do meu, dia 30 de abril. Por isso eu sempre disse que ela era o meu presente de aniversário). A Sheyna era um doce. Ironicamente, também foi vítima de uma mordida, mas isso não foi porque ela morreu. Ela morreu porque estava com problema de coração (também), e viveu muito tempo depois da mordida. No fim, ela já estava cega, surda e não conseguia comer direito. Eu dava papinha Nestlé, aquela mais pastosa, de primeiro estágio. Mais que a Pupi, ela foi que marcou mais, até porque viveu mais, e tenho lembranças mais claras dela.

Digitalizar0017 Quando eu estava no cursinho, veio o Ziggy, meu primeiro gato. E tenho que confessar, como todo mundo que diz que não gosta de gato (só diz isso quem nunca teve um), eu achava que gato é interesseiro, não gosta do dono, só do lugar, e é traiçoeiro. Eu não podia estar mais enganada. O Ziggy era um lorde. E adorava a Sheyna. Ela tinha cerca de sete, oito anos quando ele chegou, e no começo, morria de medo dele. Mas logo os dois se tornaram amigos e a Teca até remoçou. Eles brincavam a valer. Aliás, era uma característica do Ziggy fazer amigos assim. Ele fez amizade com todos os cachorros da vizinhança, até um dobermann. Uma das lembranças mais vívidas que eu tenho dele foi quando ele conheceu o Duque, o cachorro da minha vizinha. O Duque deu uma tremenda carreira no meu gato, que foi parar no alto do pinheiro que tinha na minha casa, que, sem brincadeira, tinha uns dez metros de altura. Juro que o gato foi se alojar lá no topo, e foi como um raio. Depois ficou miando para descer, mas eventualmente ele deu um jeito (nós não temos escada tão alta). Mais uma característica do Ziggy é que ele gostava de beber água na torneira (aliás a Kira também gosta, e isso é comum com gatos), e ele era tão cara de pau que ia na casa dos vizinhos pedir água. Sorte que todo mundo gostava dele e ninguém se importava de dar de beber ao bichinho. Ele sumiu faz sete anos, no dia 30 de dezembro, e muita gente, não só nós, sentimos a falta dele. Ele tinha oito anos quando sumiu.

Digitalizar0016 Mais ou menos um anos depois de eu pegar o Ziggy (que eu esqueci de falar que eu peguei com uns dois meses), apareceu a Sara. Ela apareceu na casa da minha avó. Na época, meu avô estava em estado semivegetativo, de cama, e ela simplesmente se alojou na cama dele. Minha avó não quis ficar com ela, e como ela era muito boazinha, e linda demais, resolvemos ficar com ela. Só tinha um problema: ela estava prenha. Então esperamos ela ter os filhotes (que se não estou enganada, eram três, que arranjaram dono rapidinho), e então mandamos castrar e ela foi morar no curso de aulas particulares da minha mãe. Ela ficou lá até eu fechar meu pet (que era no mesmo prédio), então veio para casa. Ela morreu o ano retrasado, já bem velhinha e também ceguinha. Ela era outro docinho. Gostava de pessoas, e sempre ia pedir carinho, independentemente de ser alguém conhecido. Enquanto ela morou no curso, assistiu muitas aulas de matemática e física do meu pai, e aposto que aprendeu mais que muito aluno.

DSC00019 Enquanto eu ainda tinha o pet, apareceu a Linnel, que ganhou esse nome por causa de uma personagem de um livro da Marion Zimmer Bradley. Na verdade, ela apareceu no muro do outro lado da rua, e eu fui pegá-la. Ela tinha uns dois meses também e nós também a chamávamos de Número Um (por causa da manchinha que ela tinha na cabeça, pode reparar). Ela era uma graça. Uma coisa engraçada, é que ela começava a correr, brincando, e, do nada, cansava e deitava onde quer que fosse. Ela era muito companheira do Ziggy (apesar de ele não querer lá muita amizade com ela), e sentiu muito a falta dele. Foi ela quem trouxe a Kira de volta, quando a última sumiu, sério. Isso não foi imaginação minha. E ela também tinha o dom de fazer amizades, principalmente com outros gatos. Um dos amiguinhos dela, que eu chamo de Manchinha, ainda aparece aqui em casa para comer de vez em quando. Só que ele é bravo… Aliás, com a Linnel era assim “Entre, a casa é sua”. Mas isso custou caro. Um  dia, ela se meteu em uma briga com um desses agregados, e deve ter ficado com um abcesso no tórax. Numa outra briga, ela caiu do telhado, e o abcesso (que é uma infecção localizada, dentro de uma bolsinha) arrebentou e começou a acumular pus na cavidade torácica dela. Eu levei na USP (sou a maior covarde quando se trata dos meus bichos. Não tenho coragem de mexer), drenaram todo o pus, mas ela não aguentou. Morreu no dia seguinte, já faz quatro anos. Ela tinha 5 anos.

Booboo Finalmente o Blue, meu siamesinho querido. Eu encontrei ele na praia, só pele, osso e orelhas. O Murruga gostou dele de imediato. O coitado do gato, que não tinha mais de um mês, nem conseguia andar de tanta lambida que levou do cachorro. O Blue era, de longe, o gato mais carinhoso que já tive. Ele dormia todas as noites na minha cama, abraçado comigo, ronronado perto do meu pescoço (sem brincadeira). E também atendia pelo nome (quem tem gato sabe o quanto isso é difícil. Gato tem vontade própria, e atende só e quando ele quiser). Ele me fazia muita companhia. Quando eu estava lendo antes de dormir, ele vinha e se deitava na almofada atrás de mim, apoiado no meu pescoço. E ronronava muito (pra mim, ronrom de gato é o melhor som do mundo). Ele sumiu dia 1 de janeiro deste ano, e apesar de só ter passado um ano comigo, me marcou muito. Eu ainda sinto muita falta dele, de noite, quando vou dormir (apesar de a Sophia dormir comigo). E foram muitas noites mal dormidas e chorando pela falta dele. E ele ainda está no meu perfil porque não tenho coragem de tirar. Seria como se ele tivesse morrido, o que eu não acredito que tenha acontecido. Ele era muito lindo, e como aparentava ser de raça (na verdade, ele não era siamês legítimo. Eu sei disso porque sou veterinária, mas para qualquer outra pessoa, ele passava por verdadeiro), alguém deve ter roubado ele. E o que me deixa mais revoltada é que ele tinha medalhinha com o nome e meu telefone de casa e celular. Quer dizer, quem pegou foi por maldade mesmo (may they rot in hell, and Hades be a real bastard. Não vou traduzir, acho que dá para entender). Essa pessoa é uma desalmada com certeza, e, para mim, não merece compaixão (dá pra ver como eu ainda estou revoltada). E, por isso, eu deixei de gostar de Ano Novo. Além dos fogos assustarem the beejesus o meu pobre cão (eu tenho que sedar ele para ele ficar mais tranquilo), dois dos meus gatos, tão queridos, tão amados, me foram tirados nessa época.

Nem preciso dizer que chorei ao escrever. Bicho é assim mesmo. A gente se apega, sofre muito quando eles se vão, até jura que nunca mais vai ter outro bichinho…Mas o tempo passa, e logo achamos outro para nos fazer companhia. Não são substitutos, porque nenhum é igual ao outro, mas são carinhosos e nos dão conforto quando nos sentimos mal. E também muitas alegrias. Uma vez, vi um comediante americano, não sei o nome, dizer que ninguém o faz rir tanto quanto seus cachorros. E quem tem animal sabe que é verdade. Por isso repito: não tem força no mundo capaz de me separar dos meus bebês!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Bento

 

Bento Uma noite começada como outra qualquer entra para a história da humanidade quando metade dos seres humanos adormece de forma inexplicável. Tratada como uma epidemia, a doença desencadeia um caos sem precedentes nas cidades do mundo. O pesadelo parece não ter fim quando os humanos, livres do sono, descobrem que estão dividindo a noite com demônios da escuridão.

Este mundo, novo e sombrio, é apresentado pelos olhos de Lucas, um homem que desperta neste tenebroso cenário e que se tornará, mesmo contra a vontade, um poderoso e venerado guerreiro, lutando contra os vampiros e liderando os humanos ao encontro dos quatro milagres que libertarão a Terra desta terrível maldição.

Até que enfim! Fazia tempo que eu não escrevia uma resenha, mas só agora terminei um livro para escrever uma. E o tal livro é Bento, de André Vianco.

Mais uma coisa inusitada aconteceu ao ler este livro. Bem, não exatamente este, mas o caso é que o primeiro livro que eu li de André Vianco foi O Vampiro-Rei. Eu só não sabia que O Vampiro-Rei era continuação de Bento. Então, claro, eu boiei no começo de Vampiro-Rei. Mas falo dele depois. Quanto a Bento, justamente por ter lido a continuação primeiro, eu li sob uma outra perspectiva. Eu já sabia o que ia acontecer. Mas isso não tirou nem um pouco o prazer de ler Bento.

Confesso que o começo é meio chato, e demora um pouco pra engrenar. A primeira cena que se desenrola é de Lucas acordando, e como ele ainda não sabe quem é, ou o que aconteceu com o mundo, é meio angustiante. O capítulo é muito bem escrito, e dá pra sentir toda a ansiedade e o medo do herói.

É que Lucas ainda não sabe, mas sua vinda foi profetizada, e que ele será o salvador da humanidade. E tenho que concordar: Lucas é o cara. Impulsivo e destemido, Lucas é um líder nato, só não sabia disso a princípio. Aos poucos, passa a se conformar e assume seu papel de salvador. Se Lucas tem um defeito é que ele pode ser muito fanático, e isso é meio irritante. Claro que ele tem que ser assim, mas ele também podia ter um pouco de senso de humor e não levar a vida de salvador tão a sério. Eu diria que falta um pouco de humanidade para ele. Quero dizer, o cara mais parece um robô, com aquelas baterias da Duracell. Ah, e também é santista (bom, melhor do que corintiano ou palmeirense).

Entre os bentos, o que eu mais gosto é Vicente. A princípio, Vicente não acredita em Lucas e passa o tempo todo ridicularizando o salvador. Até que Vicente presencia o que Lucas é capaz, e a partir daí, assume o papel de cão de guarda do trigésimo bento (esqueci de mencionar que Lucas é o cara porque é o trigésimo bento a despertar).

Mas se os bentos são legais, não são nada comparados aos vampiros. O meu preferido é Cantarzo, o vampirão líder dos noturnos. As interações de Cantarzo e seu lacaio Lúcio são hilárias. Lúcio é um humano que serve Cantarzo como escravo, esperando que ao fim de seu serviço e por sua lealdade, Cantarzo conceda a ele a vida eterna (como vampiro, claro). Só que Lúcio é muito atrapalhado, e Cantarzo não perdoa. Esculhamba mesmo o lacaio. Pena que a dupla só participa mesmo da primeira metade do livro (o por que, vocês tem que ler para descobrir).

Outro destaque é para Raquel, a temida vampira ruiva e caolha. Raquel também é uma espécie de líder entre os vampiros, e por isso, nutre um ódio mortal contra Cantarzo. Ela também tem seus lacaios, entre vampiros e humanos, e gosta de ser adulada. Durona e impiedosa, ela é responsável por alguns dos momentos mais tenebrosos do livro.

Entre seus lacaios está Anaquias, um vampiro trapalhão que acaba por ouvir a voz do vampiro-rei em sua cabeça, meio que por acidente. Anaquias vai ser o responsável pelo maior acontecimento do livro (de novo, para saber o que é, leiam). E é claro que Anaquias também vai despertar desavenças, que ficarão mais claras nos volumes seguintes.

Uma coisa que eu acho muito legal, é que, sendo de Osasco, André Vianco usa como cenários vários lugares de São Paulo que eu conheço muito bem, como a Teodoro Sampaio, a Marginal Pinheiros, o Parque Villa-Lobos e até a USP (que nos livros seguintes, aparece toda deserta e abandonada, após trinta anos de humanidade adormecida). Passo sempre por esses lugares, e frequentemente imagino as paisagens como André Vianco as descreve no livro: abandonadas e meio decadentes (claro que isso só ocorreu depois de eu ler os livros. Também não sou nenhuma doida que fica sonhando com o fim do mundo).

O livro tem ainda momentos assustadores e de prender a atenção do leitor, intermeadas por cenas de humor, como a cena do ataque iminente a Nova Luz, entre os dois soldados na torre de vigia (de novo, não vou contar, só vou dizer que envolve gás). E uma referência bem humorada a Caverna do Dragão, na minha opinião, o melhor desenho animado de todos os tempos.

A linguagem é informal, bem próxima da oral, o que deixa a leitura leve e faz com que o leitor se sinta próximo dos personagens. E o ritmo acelerado empolga. Só uma coisa me desagrada: por que é que André Vianco tinha que descrever os cachorros como selvagens? Ele explica que depois da Noite Maldita, as pessoas fugiram, deixando para trás seus pets, que se tornam agressivos e arredios. Que fique claro que se fosse comigo, não tem força no mundo que me faria abandonar meus au-aus (nem os miaus). Fora isso, eu diria que vale a pena ler o livro, bem como suas continuações.

Trilha sonora

Fear of the dark, do Iron Maiden (podia ser outra?). E ainda I believe in miracles, do Ramones (mencionada no livro) e Miracle, do Bon Jovi. E ainda, mais um a vez, minha preferido do Metallica, Enter Sandman. Apesar de o livro mencionar mais algumas, eu acho que elas não combinam (dá para imaginar Roberto Carlos como trilha sonora de filme de terror? Tudo bem que ouvir o cara é uma tortura, mas não chega a tanto. Muito menos Grand’hotel, do Kid Abelha, que eu adoro, mas não dá).

Curiosidade

Para quem não sabe (ou é muito novo), Caverna do Dragão era um desenho muito cultuado na década de oitenta, ou seja, durante a minha infância (eu até brincava de Caverna do Dragão). Contava a saga de seis jovens que foram parar numa outra dimensão (ou mundo, sei lá) após andarem numa montanha russa em um parque de diversões. A cada episódio, eles tinham que enfrentar muitos perigos, entre eles o Vingador, mago malvadão que queria porque queria suas armas mágicas (para ficar ainda mais poderoso, claro). Mas os garotos eram ajudados pelo Mestre dos Magos, que tinha mania de falar por meio de enigmas, mas sempre guiando seus discípulos ao caminho de casa.

O desenho não teve final, e muitas versões foram criadas, entre elas, uma muito famosa que circula na internet, que dizia que os meninos morreram e estavam no limbo, presos numa briga entre o Deus e o Diabo. Deus seria Diamate, o perigoso dragão de sete cabeças que era a única coisa que o Vingador temia. Este último seria a mesma pessoa que o Mestre dos Magos, que passava o tempo brincando com os garotos. O Diabo seria a Uni, a unicórnio de estimação de Bobby, justamente porque ela era a única coisa prendendo os meninos naquele mundo maluco. Mas eu, particularmente, não acredito nisso. Assisti, se não todos, quase todos os episódios, (na verdade, se puder, ainda assisto), e vi o Vingador lutar com o Mestre dos Magos mais de uma vez (coisa impossível se ambos forem a mesma pessoa), e tem um episódio que Bobby faz uma amiguinha cujos sonhos sempre se tornam realidade, e ela sonha que encontra com ele no nosso mundo. A verdade é que nunca saberemos qual o final, e acho que é por isso que o desenho ainda é sucesso entre o pessoal mais velho, que foi criança na década de oitenta.

Se você gostou de Bento, pode gostar também de:

  • O Vampiro-Rei 1 e 2 – André Vianco
  • Sétimo – André Vianco
  • Os Sete – André Vianco
  • Turno da Noite – André Vianco

Eu e minha dona – parte 5

 

Kira O quê? Hã, o quê está acontecendo? Ah, é para contar minha história? Então tá. Acho que dá para fazer isso. Me chamo Kira, e, acredite, apesar de parecer um trapo velho, sou uma gata. Sei que não sou muito fotogênica, mas minhas donas me acham linda. E acho que elas não mentiriam para mim. Tenho até raça e pedigree! Sou persa, e muuuuuito tranquila.

Nasci em 2001, e nem sempre vivi aqui. Acontece que minha ex-dona, a Bel, criava gato persa, e eu era uma delas. Era para eu ter filhotinhos para ela vender, o que não me incomodava. O problema, reconheço, é que não era uma mãe muito boa. Vou poupar os detalhes, mas digo que ser mãe, amamentar, etc, não era muito a minha praia (até eu conhecer meu filhote Tito, mas isso foi muuuuito depois). Então, fui castrada (que alívio. Não tinha problema dar as crias, mas o cio…Que incômodo!), e fiquei por lá, na clínica da Bel. E até levava uma vida boa. Tinha uma porção de amigos comigo. Mas, a Bel teve que mudar para a Malásia, e como ela é amiga da Fê, que sempre quis um gato persa, ela não teve dúvidas em me dar uma nova dona.

No começo eu estranhei. Em primeiro lugar, estava acostumada com uma sala com os meus amigos, e quando cheguei aqui, vi que tinha uma casa enorme para eu explorar. E mais amigos, que eu não conhecia. Tinha um pouco de medo de sair andando pela casa. Mas não demorou para eu me acostumar. E logo de cara gostei da Honey e da mãe dela, a Sheyna. As duas foram muito simpáticas comigo. Na época, tinha uma amiguinha gatinha, a Linnel, que não quis muita amizade, mas também não me hostilizava. Vivíamos em paz. Uma vez, eu me empolguei e saí para passear, mas não sabia como voltar. Dei um baita susto nas minhas donas. Fiquei longe de casa por cinco dias, até a Linnel me achar e me trazer de volta. Nunca mais saí de casa. Mas um dia, a Linnel se machucou feio, e não aguentou. Mas eu tenho certeza que ela está lá no céu, com a Sheyna, brincando bastante.

Fiquei só com a Sheyna e a Honey por um tempo, até que a Fê teve que fechar o pet e trouxe a Sara, a Sophia e o Murruga. Até tentei fazer amizade com as gatas, mas não deu certo. Só com o Murruga eu me entendi. Mas isso já faz tempo, e agora ele deu para me perseguir pela casa. Me dá cada susto! Mas tudo bem, vida em família é assim mesmo.

Mas a minha paixão é mesmo meu filhote Tito. Finalmente o instinto maternal bateu, e acabei adotando ele. Eu adoro meu filhote, e dou vários beijos nele. Ele fica todo feliz! E, tenho que contar um segredo: ele morre de ciúme,e de mim! Não pode ver ninguém mexendo comigo que logo se mete no meio. Mas eu não ligo. Afinal, é meu filhote.

Levo uma vida muito pacata. Passeio um pouquinho no telhado (sem sair de casa), relaxo na cozinha, na pia (é que sinto muito calor, e a pia é fresquinha) ou em cima do fogão (que tem tampo de vidro. É tão refrescante!), mimo um pouco meu filhote, deito com as minhas donas para ver TV (na verdade, eu durmo no colo delas). Eu adoro colo! E ronrono bastante! Minhas donas até falam que quando eu e o Tito ronronamos, é uma sinfonia de ronrom! Só não gosto muito que me penteiem. Nas costas até é gostoso e relaxante, mas na barriga… Ai dá até arrepio só de pensar! Pior que isso, só banho. Se bem que eu fico um charme de lacinhos e brinquinhos!

Bem, vou terminando por aqui, que está dando um sonin… (RRRRRRR).

domingo, 20 de junho de 2010

Eu e minha dona – parte 4

 

Tito Então é isso que todo mundo anda fazendo… Vou fazer também. Meu nome é Tito Pullo. Minha mãe de duas patas me deu esse nome por causa de um personagem da série Roma. Sou legionário Tito Pullo! Ela diz que é o personagem preferido dela.

Digo minha mãe de duas patas porque na verdade minha mãe é a Kira. Amo minha mamãe. Todos os dias me esfrego nela e ela me dá uma porção de beijos. E eu adoro! Fico todo feliz e ronronando. É uma delícia! Mas adoro as minhas mães de duas patas também. Adoro ficar perto delas, ganhando carinho e assistindo televisão. Ronrono alto…E as minhas mães ficam felizes também. Sabe, elas adoram ronron de gatinho. Elas falam que é o melhor som do mundo.

Vim parar aqui por acaso. E muuuuita sorte. Minha mãe Fê estava indo para uma entrevista de trabalho, três anos atrás, pela avenida Morumbi, e eu estava bem no meio da pista, deitadinho. Eu era só um filhotinho de dois meses, e tinha sido atropelado. Minha mãe me viu, e, no começo, ela me disse que achou que eu estava morto. Ela ficou super triste. Mas aí, quando o carro dela passou perto de mim, eu me mexi. Daí, dei sorte que o semáforo fechou, e a Fê pulou do carro, e me botou pra dentro. Desconfio que mesmo que o semáforo não tivesse fechado, ela teria dado um jeito de me pegar. Ela nem ligou para a bronca que eu dei nela. E depois foi embora para a tal entrevista. Fiquei sozinho no carro, num cantinho ao pé do passageiro até ela voltar. Estava um calor danado, mas ela deixou uma frestinha do vidro aberta para mim.

Quando ela voltou para casa, me tirou do carro e me levou para o quarto. Eu me escondi debaixo da cama dela, e fiquei por lá. Sabe, eu quebrei a bacia e eu sentia muita dor e não deixava ninguém chegar perto.  Até mordi a Fê. Mas eu estava com dor e assustado, e ela sabia disso, e nem ligou. Ficava escondido embaixo da cama. As duas (a Fê e Lu) até me chamavam, mas eu tinha muito medo. Não confiava em ninguém. Aos poucos, percebi que ninguém ia me machucar. Quando a dor começou a passar, eu comecei a brincar (fazia a maior farra com meu ratinho de brinquedo à noite debaixo da cama!), até que um dia resolvi subir na cama. Daí, não demorou muito para eu me entregar. Percebi que estava protegido, e comecei a confiar naquelas pessoas, que me acolheram com tanto carinho. Mas fiquei um mês escondido debaixo da cama. Mais um detalhe: minha mãe Fê estava morrendo de medo de contar para o pai dela, receosa de que ele me mandaria embora. Então, além de me esconder por medo, eu era um clandestino, mantido em segredo. Só não entendo como ele não percebeu antes. Eu fazia um barulhão de noite! Miava alto… Até acordava as minhas mães. E olha que para acordar a minha mãe Fê é difícil…

Quando saí debaixo da cama, vi que tinha um monte de outros amiguinhos para eu brincar. Só fiquei decepcionado quando vi aquele monstro babão. Ele me dá arrepios. Até hoje, eu fico com medo, fico com os pelos todos eriçados, quando ele chega perto. Mas minhas donas me protegem. Porém, de todos os amigos, quem eu mais gostei foi a Kira. Ela foi a única que quis brincar comigo, e me dar beijos. Até que apareceu o Blue. Ele era meu melhor amigo. Mas alguém pegou ele, e eu senti muito sua falta. Nós adorávamos brincar de luta. Ficávamos horas lutando no quintal! Da Sophia, eu até tento ser amigo, mas ela não gosta de mim…

É por isso que eu tenho medo de sair, porque roubaram meu amigo. Mas já passei por um susto. Uma vez, minha dona Fê queria me mostrar uma amiguinha gatinha na rua, mas eu me assustei com o monstro babão (vulgo Murruga), e saí correndo. Só que eu não sabia onde eu estava indo. Me enfiei no primeiro buraco que encontrei. Eu sei que as minhas donas me chamaram muito, foram atrás de mim, mas eu estava muito assustado. Passei uma noite inteira fora. Quando voltei, foi a maior festa. Me pegaram no colo, me deram um monte de beijos… Nunca mais saí de casa.

Falando em colo, toda vez que minhas donas me pegam no colo eu reclamo. E muito. Mas no fundo eu gosto. E, acredite, não é fácil me pegar no colo. É que estou um pouquinho acima do peso… Mas minhas donas não se importam. Me pegam do mesmo jeito, independente dos meus protestos. Só tenho uma reclamação: minhas mães não me dão comida suficiente. Eu tenho que ficar pedindo, e às vezes, tenho que dar bronca. Mio bem alto: COMIDAAA! Mas elas dizem que eu sou um gatinho muito bonzinho. Realmente, nunca ataco ninguém. Nada mal para um gatinho desconfiado, que não deixava ninguém chegar perto. Que bom que eu resolvi sair de baixo da cama!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Eu e minha dona – parte 3

 

Sophia Resolvi me manifestar. Como é que eu, rainha Sophia, majestade da casa, não tenho espaço? Aqueles seres inferiores, chamados Honey e Murruga, só puderam escrever porque eu deixei. Afinal, uma vez majestade, sempre majestade. E que história é essa de “Eu e minha dona”? Será que a Fernanda não sabe que são os gatos que dominam o mundo, e que os humanos são simplesmente nossos servos, e se somos amigos, é porque nós queremos? O título certo deveria ser “Eu e minha humana”.

Como já disse, sou rainha e espero ser reverenciada todos os dias. Até que as minhas humanas fazem seu dever direitinho. Me prestam reverências todos os dias. Sempre me dizem que sou linda,e, quanto mais me dizem isso, mais eu faço pose. E eu adoro tirar fotos. Adoro ser adulada.

Já os outros é que deixam a desejar. Veja o caso daquele ser inferior Murruga, por exemplo. Eu durmo sempre que quero com a minha humana Fernanda (claro que na verdade, eu é que permito que ela durma comigo), numa cama grandona. Mesmo assim, ela às vezes insiste em me empurrar para o lado, aí eu dou o troco e arranho os pés dela. Afinal, é ela que tem que me dar o espaço… Enfim, como eu ia dizendo (aliás, sou rainha e eu posso fazer digressões), aquele ser inferior tem a desfaçatez de querer subir na cama e partilhar o espaço! E a Fernanda ainda justifica o que ele faz dizendo que ele tem medo de fogos de artifício! Por que ele não faz como eu e vai achar um lugar para se esconder? O meu preferido é dentro do armário da Fernanda.

Mas isso nem é o pior. Imaginem só que, no começo do ano passado a Fernanda achou um gato na praia e inventou de trazer para casa. Era um pirralho, que se dizia siamês, mas na verdade era mesmo é falsificado, que a Fernanda chamou de Blue. Pois não é que o tal pirralho veio tomar meu lugar na cama? A Fernanda vivia dizendo que ele era amigo, e que tinha espaço suficiente na cama para nós dois, mas, como já disse, sou rainha, e não posso simplesmente dividir meu leito real com qualquer um. Mas tenho que admitir: me senti mal quando essa bola de pêlos sumiu. Eu sei que a Fernanda ainda sente falta dele, afinal, eu durmo com ela (ou melhor, ela dorme comigo).

A tal da Honey eu suporto. Afinal, ela até que é uma súdita decente. Não me expulsa de lugar nenhum, e nem chega muito perto. Agora, tem um tal de Tito Pullo que está me dando nos nervos. Imaginem só que ele agora deu para querer me chamar para brincar! Como ele ousa? Eu só admitia brincar com uma semelhante: a Sara, que infelizmente morreu no ano passado. Afinal, ela me fazia companhia nos tempos que eu ainda morava no pet da Fernanda.

Ah é! esqueci de mencionar como vim instalar meu reino aqui (quer dizer, esqueci não. Já disse que sou rainha e posso fazer as digressões que quiser). Mas estou de bom humor, então vou partilhar essa história com vocês. Um belo dia, um carinha me deixou no pet. Eu estava com um machucado na bochecha, que infeccionou. Como a Fernanda já tinha um dono em vista para mim (olha só que coisa! Ela queria me dar!). Bem ela me mostrou para o pretenso dono, e ele disse que ficaria comigo, mas perguntou se a Fernanda podia cuidar de mim por uns quinze dias. A Fernanda disse que sim e até tratou da minha ferida na bochecha. Os quinze dias passaram e nada de virem me buscar. No fim, a Fernanda me castrou, e resolveu ficar comigo. E foi bom mesmo. Afinal, vejam só, o cara ia me dar o nome de Laurinha. Isso lá é nome de rainha? Eu era só uma filhotinha na época, com uns três meses, mas desde cedo fui estabelecendo meu reino.

E tenho que contar um incidente infeliz. Quando eu ainda morava no pet, eu fui atropelada e quebrei a bacia em três lugares e luxei o fêmur dos dois lados. Doeu muito, mas minha humana Fernanda cumpriu fielmente seu papel de súdita e médica real e cuidou de mim. Ainda bem que não precisei de cirurgia.

Depois que o pet fechou, mudei de palácio. E gosto muito daqui. Fico mais na parte de cima da casa, onde ficam meus aposentos. E fico muito brava quando um dos outros gatos aparecem por aqui. Só eu posso andar por aqui. Os outros tem que pedir permissão, o que nem sempre eles fazem. Aí tenho que perder a classe e faço fu. Rosno mesmo. Não gosto de ser desafiada.

Agora vou terminar. Já dei o meu pronunciamento. Pensam que é fácil comandar um reino?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Eu e minha dona – parte 2

 

090502 145 Quer dizer que aquele bicho estúpido, grande e desengonçado ganha lugar aqui e eu não? Que absurdo! Tremo toda só de pensar. Meu nome é Honey, e aquele ser estapafúrdio tem a coragem de me chamar de magrela? E ele, que é um barril?  Em todo caso, achei um desaforo ele escrever e eu não. Afinal, a dona é minha, eu vim antes dele!

Bem antes, aliás. Nasci aqui mesmo, treze anos atrás. Mas minha tia Fê só me conheceu três dias depois. É que quando eu nasci, ela estava na faculdade, e só podia vir para casa aos fins de semana. Digo minha tia, porque a minha mãe é a irmã dela, a Lu. O mundo pára quando a minha mãe está em casa. Só tenho olhos para ela. Ela diz que isso não é verdade, mas eu sei que ela fica toda prosa quando falam isso para ela.

Minha mãe de quatro patas também era daqui. O nome dela era Sheyna, mas ela morreu três anos atrás, já bem velhinha com 18 anos. Senti muito a falta dela, e as minhas donas também. Espero chegar lá também. Agora não falta muito, mas ainda me considero uma menina. Minhas donas me chamam de Poi-poi, porque eu pulo muito (apesar de não tanto quanto eu costumava).

Como sou a mais velha da casa, vi todos os outros chagarem, e me dou bem com todos, menos aquele ser redondo que se acha o rei da casa. Os gatos são meus amigos, principalmente a Kira e o Tito. Eles às vezes dividem a cama comigo, e aí é difícil, porque a cama é pequena pra tanta gente (eu, minha mãe Lu, e eles dois), e eu às vezes caio da cama. O problema é que a cama é alta e eu não consigo subir sozinha (posso não me sentir assim, mas já sou uma senhora), aí tenho que acordar minha mãe para me ajudar. E aquele desengonçado, dorme na cama por acaso? Claro que não. Isso é privilégio de poucos.

Só saio do sério quando brigam comigo. Sabe, eu sempre acho que a culpa é minha, mesmo que a bronca seja para o Murruga. Então, mostro as minhas armas: o sorriso mais bonito do mundo, segundo minhas mães. Eu acho até que deveria fazer propaganda de creme dental para cachorro!

Esqueci de falar que eu sou uma lady. Deixo até os gatos comerem na minha frente. É que eu não gosto muito daquela coisa que me dão para comer, que chamam de ração (e com razão. Aquilo é horrível!) Gosto mesmo é de queijinho branco, que a minha mãe me dá sempre no café-da-manhã. Ela diz que eu tenho os ossinhos fortes porque eu como bastante queijo.

Bem, acho que já deixei claro que a dona do pedaço, na verdade, sou eu. Agora eu vou embora, porque está muito frio, e eu sou muito delicada. Vou procurar um cobertor para me enfiar debaixo. Ai que vida dura!

sábado, 12 de junho de 2010

Eu e minha dona – parte 1

 

DSC00047 Estava na cozinha com minha dona, e acho que ela estava lendo alguma coisa. Sabe, ela gosta muito de ler, e, se for sobre bichinhos, aí é que ela lê mesmo (dessa vez, era uma matéria onde os animais falavam de seus donos). E, às vezes, até chora. Lembro que quando ela leu Marley & Eu, ela chorou muito, não sei porque. Afinal, o que aquelas coisas cheias de páginas podem fazer? De qualquer modo, eu vi e fui logo para o lado dela, e também fiquei muito emocionado. Não aguento ver minha dona chorando…Então fui para o seu lado, e fiquei lambendo suas lágrimas. É o meu jeito de consolar, já que não posso falar (pelo menos, não de um jeito que ela entenda o que eu quero dizer).

“Mas, afinal, quem é você?” vocês devem estar se perguntando. Meu nome é Murruga, e sou um Cocker spaniel inglês de nove anos, mais ou menos, não tenho certeza da minha idade. Sabe, minha história é meio triste. Eu não conheci minha “mãe” até ter um ano e meio, mais ou menos. Antes eu vivia em outro lugar, com outras pessoas, que hoje, sinceramente, eu nem me lembro mais, e nem quero lembrar.

É que essas pessoas fizeram uma coisa muito feia. Só porque sou um cãozinho brincalhão, e, admito, temperamental às vezes, me largaram na rua, como se eu fosse uma coisa qualquer e não tivesse sentimentos. Fiquei um dia andando para cima e para baixo, sem saber para onde ir. Minha mãe é veterinária, e, na época, tinha um pet shop. Uma das clientes dela me viu, e pediu para que ela ficasse comigo por uma noite. Isso foi em 2002. Minha mãe aceitou, mas e no dia seguinte até tentou achar meus antigos donos. Ela saiu pelo bairro, falando com uma amiga veterinária (minha tia Mari, que eu adoro, mas na época, eu ainda não conhecia), em outro pet shop perto do dela, até em padaria e banca de jornal ela avisou que tinha achado um Cocker macho (eu ainda não tinha nome), e que se alguém procurasse, era para ir falar com ela.

O tempo passou, e ninguém apareceu. fiquei tão triste que nem comi por uma semana, e, juro, chorei de fazer poça de lágrimas no chão. E esse tempo todo, minha mãe cuidou de mim. Na verdade, suspeito que eu conquistei ela logo de cara. Também, sou um cão muito lindo (mais bonito que o Brad Pitt, segundo minha mãe!). Aí, ela resolveu ficar comigo, apesar da contrariedade do pai dela.

No começo, eu ficava no pet, e minha mãe vinha cuidar de mim até de domingo! Mas, como já disse, eu sou meio temperamental, e confesso que até mordi algumas vezes minha mãe (e mais algumas pessoas…). Aí, mamãe ficou brava e me castrou (com ajuda da tia Mari). Mas foi para o melhor. Hoje sou mais calmo. Mas quando chegam perto da minha bolinha azul, ou da minha comida, eu fico uma fera. Aliás, meu nome vem daí: eu apareci na época de uma novela, não sei qual (sabe, eu não assisto), e minha mãe disse que tinha um personagem português muito invocado e ciumento chamado Murruga. Daí foi um pulinho pra esse virar o meu nome (que eu gosto muito aliás).

Já se passaram oito anos, eu mudei de casa (é que a mamãe teve que fechar o pet), e conquistei todo mundo da família, até o pai dela, que hoje é o meu papai, e eu amo muito ele. Na verdade, sou o xodó dele (dá pra imaginar?!), e só obedeço ele (mais ou menos).

Bem, na verdade, não conquistei, assim, todo mundo. É que, para minha surpresa, em casa tem mais uns intrometidos. Tenho que aguentar três gatos (eram quatro, mas no começo do ano, o mais novo, um siamês que eu simpatizei de cara na praia, sumiu. Eu sei que a mamãe ainda sente muita falta dele, e que ela ficou muito triste quando ele sumiu, mas eu fiquei ao seu lado, como sempre) que eu gosto de perseguir (mas, nem sempre a culpa é minha. Aquele danado do Tito sempre me provoca…). Atenção tenho que dividir mesmo é com aquela coisinha pequena, branquela e magrela que eles chamam de Honey. Até gosto dela, mas minhas donas ficam só se agarrando com ela…Eu também quero badalação assim! Mas reconheço que é difícil me pegar no colo. É que eu estou um pouquinho acima do peso…Mas não sou obeso.

De qualquer modo, hoje sou um cãozinho muito feliz. Tenho casa, comida, e muito carinho. Tenho muito medo de fogos de artificio, mas minha mãe sempre me protege. Em compensação, sou ótimo caçador de ratos, ai, eu que protejo a mamãe. Ela sempre fala que quem me soltou na rua não sabe o que perdeu: um companheirão muito amoroso e fiel. Até defendo o carro quando saio com minha família! E eu adoro andar de carro. Mamãe também diz que as pessoas que me largaram na rua não são merecedoras do meu sofrimento (e é verdade). Eu amo muito a minha família, e não troco ela por nada no mundo (nem uma piscina cheia de bolinhas!).

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Copa do Mundo

 

E começou mais uma Copa do Mundo. Se ainda não falei (ou para quem é mais desligado e não viu no meu perfil) adoro futebol e sou são paulina fanática. Aliás, na verdade, torço mais para o São Paulo do que para o Brasil.E, como não podia deixar de ser, estou muito empolgada pro causa da Copa. E as razões são várias.

Em primeiro lugar, essa Copa em especial, tem um significado muito grande. Todos sabem, a África do Sul sofreu por muito tempo com o Apartheid, regime de segregação imposto pela minoria branca sobre a vasta maioria negra. Um regime covarde e absurdo, para falar o mínimo. E a conquista da hospedagem de um evento do porte de uma Copa do Mundo, principalmente depois de pouco tempo de regime de liberdade, é um feito notável. O simbolismo por trás da Copa é fortíssimo. Pena que a África do Sul empatou hoje com o México, mas eles têm a honra de ter marcado o primeiro gol do Mundial.

Outro motivo é ver as seleções e craques de outros países que nós quase nunca temos a oportunidade de ver. E agora não quero dizer só pelo futebol, não (meninas, atenção nas seleções italiana e espanhola, principalmente). Mas é claro que ver Cannavaro em campo é um deleite, não só porque o cara é lindo, mas também porque bate um bolão. E a gente também se diverte com o show à parte de Buffon, o goleiro/comediante da Itália.

Em particular, estou torcendo muito para Portugal, por laços de sangue. Minha família inteira é de lá, e o pior é que o Brasil vai pegar Portugal, porque estão no mesmo grupo. Aí o coração vai ficar apertadinho. E acho que do grupo G quem se classifica mesmo é Brasil e Portugal (aliás, meu time na terrinha é o Porto), as duas seleções mais fortes.

É interessante notar que, diferente de outros mundiais, esse não tem um “grupo de morte”, quer dizer, aquele que junta, por exemplo, Itália, Argentina e Alemanha. Os grupos estão bem equilibrados nesse sentido: times mais fracos e times mais fortes misturados. Apesar de dizerem que o “grupo da morte” é justamente o do Brasil, eu acho que não é assim tão mortal.

Mas não sei se o Brasil ganha. Claro que é um dos favoritos, e acho que Dunga sabe o que está fazendo. Concordo plenamente com a cortada de Adriano (muito encrenqueiro) e Neymar (muito crianção e metido a besta. O sucesso subiu à cabeça e o cara já tá se achando a melhor coisa desde Pelé). Mas outras seleções são igualmente favoritas: Alemanha (tri campeã), Inglaterra (sempre perigosa, mesmo sem – chuif chuif – Beckham) e Itália (que não é à toa é tetracampeã e atual campeã, em cima dos alemães, na Alemanha). A Argentina acho que é só falação, e Maradona até pode ter sido um grande jogador, mas como técnico deixa muito a desejar (continue assim!). Sem falar que o cara disse que iria desfilar pelado pelas ruas de Buenos Aires (credo, show de horror. As drogas fazem isso com a pessoa). Pelo bem dos hermanos portenhos, a Argentina deve perder.

Só gostaria de ter assistido à abertura. Segundo me disseram, foi muito legal, e Shakira botou para quebrar (gosto dela, mas quando canta em espanhol) e deixou os marmanjões da Globo babando, segundo me disseram. Enfim, acho que o Mundial promete, e é pena que eu não posso acompanhar mais de perto (trabalho, provas na faculdade…). Agora é vestir a camisa e torcer (ai, pobre do meu cão, que morre de medo dos fogos de artifício!). Mas ele também, como bom cão que é, vai torcer muito pelo Brasil, e por Portugal também.

sábado, 5 de junho de 2010

Prícipe da Pérsia – As Areias do Tempo

 Prince of Persia

Assisti ontem mesmo Príncipe da Pérsia. E amei! O filme é melhor que Fúria de Titãs, e é bem fiel ao jogo: corre, pula, escala parede, salta poço… Mas esse príncipe tem um destino melhor do que quando eu jogava (lembra que ele sempre morria?). E ainda consegue a princesa (que eu nunca vi no jogo).

Jake Gyllenhaal está ótimo no papel (e o figurino dele também – hehehe). E dá pra notar que o cara se divertiu um bocado fazendo o filme. Ele também tem ótima química com Gemma Aterton (a Io de Fúria), que também está muito bem como princesa Tamina (melhor que Io, na minha opinião).

Outro destaque é Alfred Molina como Sheik Aimar, sempre reclamando dos impostos (acho que todos podemos entender). Ele rende boas risadas. Ele também é o responsável por uma das coisas mais inusitadas (e hilárias) do filme: a corrida de avestruzes. Nunca vi algo tão bizarro, mas é muito engraçado. Avestruz é um bicho esquisito, e ver um em close na telona foi cômico. E nunca imaginei que desse pra montar em um.

Voltando ao figurino, no geral está impecável. E fiquei babando nas roupas de Tamina, bem como nas tatuagens de henna, lindas. E devem ter dado um bom trabalho para fazer.Os efeitos especiais também estão bem feitos, realistas. Tá, não dá pra engolir o Jake Gyllenhaal subindo pelas paredes, mas quem jogava sabe que no jogo é assim. E depois, ele é o príncipe Dastan, pode tudo. Mas as cobras (eca!) parecem bem reais (apesar de serem CG).

E esse filme foi dirigido, com muita competência, diga-se de passagem, por Mike Newell, o mesmo de Harry Potter e o Cálice de Fogo, que se vocês lembram bem, é o meu preferido dos filmes (e o livro também), comprovando que o melhor seria ter mantido esse cara como diretor dos outros Harrys (de novo eu repito: estou com medo de assistir As Relíquias da Morte. Sabe lá o que aquele incompetente do David Yates vai fazer?  Dumbledore help us!)

Só não gostei da música do final. Nada contra Alanis, apesar de não gostar de todas as músicas dela. É que aquela baladinha não combina com a correria do filme. Tinha que ser mais do tipo Forever may not be long enough, do Live (um dos meus grupos favoritos, aliás), que é tema final de A Múmia (só descobri isso depois que comprei o DVD, que tem como extra o clipe da música). Combinaria mais.

Uma ótima pedida para quem gosta de aventura. E agora é ficar torcendo para ter uma continuação.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Filmes de Junho

 

Prince of Persia Junho começa, e, junto com ele chega aos cinemas a versào para telona do jogo Príncipe da Pérsia – As areias do tempo. Quem é que não se lembra do joguinho. Eu, que aliá nunca fui muito chegada em computador, adorava jogar, mas nunca consegui salvar a princesa. O Príncipe sempre morria pulando um fosso, que tinha umas lanças do outro lado. Eu já vi o trailer quando fui ver Fúria de Titãs e Robin Hood, e o filme promete. E, aposto que vai ter continuação (não vi nada ainda, mas pelo trailer já dá pra perceber que vai ser um blockbuster). Sem contar que Jake Gyllenhaal está muito bem no figurino. Esse estreia dia 03.

Toy Story Outro filme muito aguardado, pelo menos por mim, é Toy Story 3D, que eu adoro de paixão. Eles tem gostinho de infância. Eu me lembro de brincar com o Sr. Cabeça de Batata (não era meu, mas mesmo assim brincava), eu tenho o jogo da operação (que quebrou e não apita mais. Quem é que conseguia tirar aquele ossinho fininho, não lembro o nome? Missão impossível) e também me lembro daquele cachorrinho de mola. E é impossível não se apaixonar pelo fofíssimo Woody e sua turma. Pena que provavelmente, sessão legendada vão ter poucas. Dia 18.

Eclipse E, finalmente, o aguardadíssimo Eclipse, o terceiro volume da saga Crepúsculo. Esse é o meu livro [referido da saga, e espero que o filme esteja à altura. Pelo pouco que eu vi, parece estar bem legal, e, seguindo a linha iniciada em Lua Nova, o filme traz bastante ação. Sem contar que acho que vai ser engraçado ver Edward se mordendo (hehehe) de ciúme (pelo amor de Zeus, tem que ter aquela cena que Bela dá um soco em Jake – bem feito – e Edward ameaça trucidar Jacob. É hilário!) E espero também que os Volturi tenham maior participação (maior até que no livro). Dia 30.

Outras estreias são Esquadrão Classe A (dia 18 também), Cartas para Julieta (dia 11), Batalha po T.E.R.A. (também dia 11), mas sinceramente, esses não me atraem muito. Só veria Esquadrão Classe A por causa do Bradley Cooper (como diz minha amiga, nào vou ao cinema para ver gente feia), mas prefiro pagar para ver os outros. Ah, também, pra quem era criança na década de 80, Marmaduke, o simpático cachorrão, chega aos cinemas dia 04. Eu não me lembro direito do desenho, mas lembro de assistir (eu sou mais de Caverna do Dragão – melhor desenho ever! Esse sim devia ganhar uma versão cinematográfica boa, não aquela idiotice que fizeram, que não tinha nada a ver com o desenho – Smurfs, Ewoks, Pica Pau, Papa-léguas – eu amo o coiote – Corrida Maluca…)

Bem por hoje é só. See ya!